sexta-feira, 15 de março de 2019

Monstruosidades

O julgamento dos acusados pelo assassinato do menino Bernardo Boldrini, ocorrido em 2014, em Três Passos (RS), e a chacina acontecida anteontem numa escola em Suzano (SP), estão entre os assuntos mais comentados da semana, em todo o país. Embora de motivações e circunstâncias diferentes, ambos os crimes trazem a marca de monstruosidades, de desprezo pela vida humana. Bernardo foi assassinado covardemente por quem deveria lhe amar e proteger, já que o seu pai foi o mentor do crime, e sua madrasta uma das executantes, junto com uma amiga. A chacina de Suzano se assemelha com vários episódios que ocorrem frequentemente nos Estados Unidos. Fatos como esse, até então raros no país, tendem a se multiplicar, já que o presidente Jair Bolsonaro estimula o uso de armas pela população. A insegurança, que já é grande entre os brasileiros, tende a se ampliar, pois com a liberação do uso de armas, a violência, em vez de ser contida, vai se banalizar. Resta esperar que no Caso Bernardo a justiça seja feita, com a condenação dos réus a pena mais longa que for possível.  Em relação à chacina, cabe desejar que a apologia ao uso de armas não se dissemine por toda a sociedade, evitando que episódios como esse se tornem corriqueiros. A lembrança do hediondo assassinato de um menino indefeso, e a brutal execução de pessoas inocentes por dois desequilibrados, fizeram dessa semana, uma das mais tristes na vida dos brasileiros. Num país tomado pelo ódio, como acontece atualmente, com o incentivo dos governantes, esses fatos aterrorizantes tendem a se tornar mais frequentes, e a vida humana, a cada dia, mais desvalorizada.

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