quinta-feira, 10 de agosto de 2017

A saída de Espinosa

A demissão do coordenador técnico do Grêmio, Valdir Espinosa, anunciada hoje á tarde, pegou a todos de surpresa. Ao vivo, em uma emissora de rádio, Espinosa revelou o fato, chorando em vários momentos. A notícia, em meio a uma fase vitoriosa do time, pareceu ser um erro da diretoria, que poderia ter consequências negativas no ambiente do clube. Essa visão, no entanto, é exagerada. Espinosa é uma figura histórica do Grêmio, pois foi o técnico na conquista da primeira Libertadores do clube, e de seu único título mundial. Ele sempre fez questão de declarar seu amor pelo Grêmio, que o revelou, como jogador, nas categorias inferiores, e onde jogou, como titular, nos profissionais. Sua forte ligação com a torcida também é reconhecida. Porém, sua saída, ainda que pareça pouco conveniente numa fase tão positiva do time, não deve ser motivo para causar turbulências, nem ser superdimensionada. Durante a própria entrevista de Espinosa sobre o fato, ficou claro que sua função no Grêmio vinha sendo vaga e pouco prática. Ele não era um auxiliar direto do técnico Renato, com quem tem forte ligação pessoal. Trazido junto com o técnico, em 2016, pelo ex-vice-presidente de futebol Adalberto Preiss, Espinosa, desde o início, pareceu ter vindo mais como um talismã do que alguém com uma função efetiva a ser desempenhada. Seu afastamento causa comoção na torcida, certamente, mas, conforme o próprio Espinosa alertou, não deve servir de motivo para que ela se volte contra o clube. O lugar de Espinosa no panteão dos maiores nomes da história do Grêmio está garantido para sempre, não é afetado por situações eventuais. Contratações e demissões são fatos rotineiros no futebol, mesmo quando atingem figuras de grande expressão. O Grêmio há de seguir em sua trajetória positiva em 2017, ainda que a saída de Espinosa gere um natural desconforto.