sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A bola começa a rolar novamente

O futebol transformou-se num grande negócio e, dessa forma, o show não pode parar. Apenas 18 dias depois do Corinthians tornar-se campeão mundial no Japão, tivemos hoje o início da Taça São Paulo de Futebol Júnior, com incríveis 100 participantes divididos em 25 grupos de quatro clubes cada. Trata-se da mais prestigiosa competição de jovens do futebol brasileiro, e serve de aperitivo para o torcedor até que comecem os campeonatos estaduais, no final do mês. Assim, enquanto os profissionais não retornam aos jogos, os garotos abastecem a grade das emissoras de tevê a cabo e exibem seu futebol para os caçadores de talentos. Mesmo sendo um apreciador do futebol, confesso que gostaria de um intervalo maior até que as competições fossem retomadas. Não há como dar conta de tamanho conjunto de jogos transmitidos pelas tevês aberta e fechada. Uma verdadeira overdose de futebol nos é ofertada, geralmente com a qualidade em desproporção com tanta quantidade. Um cronista de um jornal de Porto Alegre chegou a elogiar o fato de que na Inglaterra o futebol não para no período de festas, com jogos sendo realizados até no dia 1º de janeiro. Conforme o cronista, os jogadores não se queixam, pois estão com seus bolsos forrados, e a Inglaterra aproveita que os demais campeonatos estão paralisados, para tomar conta, sozinha, das transmissões de televisão, numa lição de marketing. Afinal, sustenta o jornalista, o futebol é um negócio. Lamento que essa visão sobre o futebol prepondere, hoje em dia. Preferiria ter um número bem menor de jogos para assistir, mas com maior qualidade. A massificação, em qualquer setor de atividade, não me agrada. Ao negócio, prefiro o espetáculo. O mundo pragmático dos tempos atuais, contudo, rechaça esse tipo de pensamento, tido como "romântico". Uma pena! Ainda não me recuperei do exaustivo acompanhamento dos jogos em 2012 e o futebol já está recomeçando. Tudo o que é demasiado, cansa. O futebol, mesmo sendo um esporte magnetizante, não é exceção.