domingo, 5 de outubro de 2014

Reacionarismo em doses fartas

No Rio Grande do Sul, o reacionarismo está em alta. Isso é o que mostra o resultado das eleições, onde ele surgiu em doses fartas. A eleição, para o cargo de senador, de Lasier Martins, em detrimento de Olívio Dutra, é um desses absurdos que desmoralizam um povo, e o remetem para o folclore da política. A larga vantagem de José Ivo Sartori no primeiro turno da eleição para governador é outra excentricidade, para dizer o mínimo. Sartori é candidato de um partido, o PMDB, que, no plano federal, vive agarrado a quem exerce o poder, sem lançar um candidato próprio para presidente, e, nos estados, não apresenta uma linha clara de atuação. Não tem proposta, busca o poder como um fim em si mesmo. O deputado federal mais votado no estado, Luís Carlos Heinze, é um reacionário assumido, defensor dos latifúndios e homofóbico. Onyx Lorenzoni, outro dos mais votados na eleição para deputado federal, também se alinha na extrema direita. O Rio Grande do Sul, tido por muitos como um estado "politizado", dá um péssimo exemplo no sentido contrário. Até mesmo a diferença de votos em favor da presidente Dilma Rousseff foi tímida no Rio Grande do Sul. O estado, e o país, podem estar se encaminhando para um terrível retrocesso. No caso das eleições proporcionais, para Assembleias Legislativas e Câmara dos Deputados, bem como no pleito para o Senado, que é majoritário, mas em turno único, não há o que fazer, pois os resultados estão definidos. Na eleição para governador do Rio Grande do Sul, e para presidente, o segundo turno permite que se pense melhor, para evitar um desatino que terá o povo como a grande vítima.