quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fiasco histórico

Foi uma noite de terror para a torcida do Grêmio. O torcedor que lutou contra o sono, já que o jogo começou às 22h45min pelo horário brasileiro, terminando já na madrugada, deve, depois da partida, ter sido acometido pela insônia. A atuação do Grêmio foi calamitosa. Num jogo em que, se ganhasse, teria ficado em primeiro lugar no seu grupo, devido ao empate inesperado do Atlético Júnior de Barranquilla com o León de Huánaco, o Grêmio foi goleado por um time misto do Oriente Petrolero, da Bolívia. Os erros já começaram antes do jogo, na escalação. Em vez de escalar Vinícius Pacheco para substituir Douglas, que não jogou por estar gripado, o técnico do Grêmio, Renato, improvisou Gabriel no meio de campo, colocando Mário Fernandes na lateral direita. Com exceção de Escudero, que mostrou muita aplicação, todo o time do Grêmio jogou mal. Rafael Marques e Rodolfo foram péssimos, assim como o badalado Fábio Rochemback. Adílson, como já é de costume, atrapalhou-se com a bola e errou passes. Borges, mais uma vez, se submeteu à marcação e, ainda por cima, perdeu um gol feito. Mesmo jogando com três volantes, o sistema defensivo do Grêmio assemelhou-se a uma peneira. Ficou mais do que provado, se é que alguém ainda não tinha percebido, que o Grêmio não consegue jogar sem Douglas. Trata-se do mais fundamental dos jogadores do Grêmio, o que dita o ritmo do time e o organiza dentro de campo. Como Carlos Alberto, seu substituto natural, estava afastado do jogo, Vinícius Pacheco seria a opção mais indicada, mas Renato não pensou assim e inventou Gabriel no meio de campo. Ser goleado por um adversário do modesto futebol boliviano, que já estava eliminado e jogou com um time misto é algo que humilha o torcedor. Com exceção da vitória sobre o Junior de Barranquilla, no Olímpico, o Grêmio não tem jogado bem tanto no Gauchão quanto na Libertadores. Os sinais de que algo precisa ser feito, já foram dados. Ao contrário da sua decantada garra histórica, o Grêmio tem se mostrado, em 2011, um time indolente e que aceita o resultado adverso com passividade. As más atuações tem se acumulado. A colocação do Grêmio no segundo turno do Gauchão e no seu grupo da Libertadores não são condizentes com a grandeza do clube. A fase em que tudo dava certo ficou para trás, em 2010. Agora é reagir e mudar, ou, então, o sofrimento da torcida do Grêmio se arrastará pelo resto do ano.