sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Dobradinha maléfica

Causou impacto político o anúncio de que a senadora Ana Amélia Lemos (PP/RS) será a candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) na eleição presidencial de outubro próximo. Ana Amélia iria tentar a reeleição como senadora, com amplas possibilidades de êxito. Portanto, ser vice de um candidato a presidente envolve o risco de, em caso de derrota, a senadora ficar sem nenhum mandato. Porém, pela perspectiva de Alckmin, a escolha de Ana Amélia como vice foi uma ação estratégica. Ana Amélia é do PP, a antiga Arena com outro nome, um partido que ainda possui uma boa capilaridade em todo o país. Com a indicação da senadora para compor chapa com Alckmin, o PSDB neutraliza o namoro avançado entre o candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro, e o PP. Alckmin está mal colocado nas pesquisas, mas o PSDB é um partido forte, e com a adesão do PP a chapa ganhará mais um significativo tempo de rádio e tevê. Olhando a situação pelo ponto de vista do eleitor tudo muda de figura. Alckmin e Ana Amélia é uma dobradinha maléfica, a junção do ruim com o pior. Ambos representam o neoliberalismo corrupto e elitista que tantos danos tem causado ao país. Ana Amélia é viúva de um senador biônico, e latifundiária. Seria o caos para o Brasil se uma chapa como essa viesse a ser eleita. Ela representaria o fim de qualquer esperança de reverter a política de desmonte dos direitos dos trabalhadores brasileiros. O eleitor não pode cair nessa armadilha.