segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Punição justa

O zagueiro Bolívar, do Inter, recebeu, hoje, do STJD, uma punição inédita no Brasil. Afora ser suspenso por quatro jogos, Bolívar deverá permanecer sem jogar pelo tempo equivalente ao que o lateral Dodô, do Bahia, ficará afastado do futebol, isto é, cerca de seis meses. Para quem não sabe exatamente do que se trata, cabe esclarecer que Bolívar, num recente jogo Inter x Bahia, no Beira-Rio, entrou de maneira desleal sobre Dodô, causando-lhe séria lesão, que o obrigou a fazer uma cirurgia e a ficar sem jogar por longo período. O lance, ocorrido dentro da área, deveria resultar na marcação de pênalti e na expulsão de Bolívar, mas, incrivelmente, o árbitro do jogo, Paulo César de Oliveira (SP), não fez nem uma coisa nem outra, limitando-se a dar um cartão amarelo para o zagueiro. Como Paulo César deverá ser o indicado do Brasil para apitar na Copa do Mundo de 2014, pode-se ter uma idéia do nível atual da arbitragem brasileira. Nada que possa espantar diante do fato de que Carlos Simon, cuja carreira foi pontilhada de erros grotescos e estapafúrdios, foi o árbitro brasileiro indicado para as três últimas Copas do Mundo. Devido ao absurdo praticado por Paulo César, o STJD resolveu fazer a sua parte. Muitos não aceitam que o tribunal puna jogadores que não tenham sido expulsos, passando por cima da soberania do árbitro do jogo. Trata-se de um argumento respeitável, mas, diante da barbaridade cometida por Paulo César de Oliveira, o tribunal tratou de agir em consonância com o clamor público, dada a indignação que o ato praticado por Bolívar gerou. O Inter irá recorrer da decisão e poderá se valer até de um efeito suspensivo. Porém, a punição, inédita no Brasil mas já aplicada em outros países, merece ser saudada. Bolívar, a exemplo de seu companheiro de time, o volante Guinãzu, é um jogador que abusa das faltas e, muitas vezes, é desleal. Até hoje, ambos tem contado com uma incrível complacência por parte dos árbitros. Os auditores resolveram agir, aplicando as medidas punitivas devidas. O caso em questão deverá, provavelmente, balizar futuras decisões em situações análogas. O futebol só tem a ganhar com isso.