quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Bebida alcoólica nos estádios

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou um projeto que vem em boa hora, ainda que os falsos moralistas de plantão o tenham condenado. O projeto em questão permite a volta da venda de bebida alcoólica nos estádios de futebol, ainda que com restrições, como permitir a comercialização apenas até o final do primeiro tempo e após o jogo. Na verdade, a lei que proibiu a venda de bebidas nos estádios jamais deveria ter existido. Ela fere o direito individual, causa prejuízo financeiros aos clubes e é hipócrita, pois a comercialização no entorno é feita sem restrições. A lei que proíbe o álcool nos estádios entrou em vigor no Rio Grande do Sul em abril de 2008. Em maio de 2009, ficou evidente toda a sua estupidez. Num jogo entre Grêmio e Cruzeiro pelas semifinais da Libertadores houve um tumulto na entrada de torcedores no Olímpico, inclusive com feridos, porque os que ficaram bebendo nos bares do entorno do estádio até pouco antes do horário de início da partida tentaram entrar em grande número. As longas filas que se formaram para a entrada no estádio já com o jogo em andamento causaram revolta nos torcedores, ocasionando o tumulto. Tudo porque a proibição de beber dentro do estádio faz com que as pessoas prolonguem a sua permanência fora dele. Nada disso aconteceria se fosse possível beber dentro do estádio. Não se mudam comportamentos criando leis. Beber nos estádios é um antigo hábito brasileiro, sem que isso gerasse violência em larga escala. Afora isso, nos pequenos clubes do interior, a renda da copa sempre foi um fator economicamente importante. O ideal seria a revogação total da antiga lei, permitindo a venda de bebida nos estádios sem restrições.