SAF caseira

Em uma entrevista de rádio, o empresário Celso Rigo, o "tio do arroz", deu detalhes de como será a administração de Marcelo Marques como presidente do Grêmio. Rigo disse que o Grêmio será uma espécie de "SAF caseira", sem deixar a condição de clube associativo, e comparou o modelo da futura administração com o que é feito em Palmeiras e Cruzeiro. Cabe lembrar que Marques prometeu que o Grêmio não se tornaria uma SAF. Aliás, na entrevista, Rigo declarou que transformar-se em SAF é "entregar a alma ao diabo". Na "SAF caseira", o clube não vende o seu departamento de futebol para terceiros, seus administradores são empresários bem sucedidos que torcem para o clube, como é o caso de Marques e do próprio Rigo. Ainda assim, o termo "SAF" causa estranheza ao ser proferido por quem prometeu que esse modelo administrativo não seria adotado pelo clube. Afora sofrer rejeição por parte de torcedores, pois lhes retira a sensação de pertencimento em relaçào ao clube, a SAF propriamente dita ainda é uma experiência muito recente, e cujo êxito, em longo prazo, é uma incógnita. O caso do Botafogo é exemplar nesse sentido. O clube conquistou grandes títulos após se transformar em SAF, mas acumula um prejuízo de R$ 299 milhões no último exercício, o que prova que, no futebol, não existe solução mágica.