quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ringo Starr no Brasil

Depois de Paul McCartney, que já esteve algumas vezes no Brasil, será a vez de Ringo Starr vir ao país. Ringo fará shows em seis cidades brasileiras, começando por Porto Alegre, no dia 10 de novembro. Não poderia haver notícia melhor para os beatlemaníacos como eu e outros tantos. Em termos de shows, Porto Alegre tem vivido tempos inigualáveis. Depois da vinda de Paul McCartney, em novembro de 2010, teremos, em 2011, a volta de Eric Clapton, dez anos depois de seu primeiro show por aqui, e Ringo se apresentando em Porto Alegre pela primeira vez. São artistas de notável qualidade, cujo brilho nem o tempo é capaz de afetar. Os sexagenários Paul e Clapton, e o septuagenário Ringo, continuam empolgando as platéias onde quer que se apresentem. Em termos musicais, por certo, Porto Alegre está vivendo a sua época de ouro, trazendo para cá artistas que se julgava que jamais passariam por aqui. Usufruir disso é sem dúvida, um privilégio do qual não se pode abrir mão. Welcome Ringo!

Renato

Renato não é mais o técnico do Grêmio. Se pediu para sair, como vem sendo divulgado, ou foi demitido, tanto faz. Desde o início, ficou claro que o presidente do Grêmio, Paulo Odone não tinha em Renato o técnico dos seus sonhos. Odone é adepto da idéia de que existe um futebol à moda gaúcha, feito de superação, garra, sacríficio e, principalmente, marcação forte e cuidados defensivos. Renato é a antítese de tudo isso. Afora isso, Renato tem um estilo descontraído, folgazão, na linha "chopinho em Ipanema e Leblon", como disse o próprio presidente em sua entrevista após o jogo contra o Avaí. Também isso não combina com Odone, um homem vaidoso e apreciador da hierarquia. Odone se viu obrigado a manter Renato, contratado pela administração anterior, porque o técnico pegou o Grêmio na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro de 2010 e o classificou para a Libertadores, sem contar que é o maior ídolo da história do clube. Tudo que o presidente esperava era que se criasse uma oportunidade para a saída de Renato, o que acabou acontecendo com o desastroso empate em 2 x 2 com o Avaí, em pleno estádio Olímpico. Todos imaginavam uma vitória fácil do Grêmio, quem sabe, até, por goleada, mas ela não veio. Pior, aos 4 minutos do primeiro tempo, o Avaí fez 1 x 0. O Grêmio, a partir daí, mostrou-se um time confuso, sem esquema, cada um jogando por si, com atuações individuais calamitosas, como foi o caso, especialmente, de Lúcio e William Magrão. No segundo tempo, mesmo ficando com um jogador a mais em campo, o Grêmio sofreu o segundo gol, numa falha grotesca de Fábio Rockembach. A entrada de Miralles, que fez sua estréia, melhorou um pouco a produção do time que, no entanto, conseguiu apenas o empate, nos acréscimos, contra o lanterna do Brasileirão. O desfecho não poderia ser outro senão a saída de Renato, que não estava conseguindo fazer o time reagir. A culpa da diretoria por tudo o que vem acontecendo com o Grêmio dentro de campo em 2011 também é evidente, pois não deu a Renato um material humano qualificado, deixando de repor perdas como as de Paulão e Jonas, e não contratando reforços no início do ano. Porém, tudo isso é passado. O Grêmio precisa seguir em frente e, para isso, é muito importante a definição do novo técnico. Dentre os nomes que vem sendo cogitados, Celso Roth seria uma escolha absurda, e Adílson Batista uma insanidade. O melhor, entre os especulados, é Cuca, ainda que não tenha conquistado grandes títulos. Já quanto a Renato, no coração do torcedor nada mudou. Sua relação com a torcida e o clube segue indestrutível, como bem demonstraram suas lágrimas na entrevista de despedida. Renato é, e continuará sendo, o maior ídolo da história do Grêmio.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Documentos sumidos

A política, no Brasil, é, decididamente, o reino da desfaçatez. Essa é a conclusão a que se pode chegar depois da declaração do ministro da Defesa, Nélson Jobim, de que os documentos referentes à ditadura miltar (1964-1985) desapareceram. Jobim fez tal revelação ao argumentar que a proposta de acabar com o sigilo eterno de documentos secretos brasileiros não deverá criar polêmica em relação ao regime militar. "Não há documentos. Nós já levantamos e não tem. Os documentos já desapareceram, foram consumidos á época, então não há problema algum em relação a essa questão", disse Jobim. Convenhamos, é o tipo de história que não dá para aceitar como verdadeira. Alguém até poderia imaginar que os militares trataram de sumir com os documentos para não deixarem rastros de seus atos e evitar um julgamento futuro. Porém, é óbvio que está se sonegando ao povo brasileiro o acerto de contas com o pior período político da história do país. Ao afirmar que os documentos desapareceram, o governo tenta silenciar de vez as vozes que clamam para que se passe a limpo o período da ditadura fardada. Outros países que enfrentaram ditaduras militares, como Uruguai e Argentina, estão, até hoje, acertando suas contas com esse passado nebuloso. O Brasil, mesmo sendo governado por uma ex-ativista de esquerda que lutou contra a opressão do regime militar, insiste em não encarar a situação de frente e nega-se a revelar os arquivos daquela época. Não há quem, em sã consciência, acredite na história da carochinha de Jobim. As conveniências das forças de direita, que argumentam que a anistia concedida em 1979 foi para os dois lados e que é preciso esquecer o passado para seguir em frente, mais uma vez se impuseram sobre o interesse maior do país e de seus cidadãos. Como bem demonstram Uruguai e Argentina, antes de seguir em frente, é preciso acertar as contas com o passado, até para evitar que a iniquidade de uma ditadura possa vir a se repetir. A afirmação de Jobim é ridícula pela sua óbvia falta de veracidade. A atitude do governo, ao sustentar tal blefe, é vergonhosa, pelo aleijume moral que impõe ao país, que vê estabelecida a permanente impunidade dos monstros da ditadura.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Reconhecimento externo

Há um ditado que expressa que "santo de casa não faz milagre". Muitas vezes os méritos de pessoas ou instituições não são reconhecidos pelos que lhe são mais próximos. Esse reconhecimento, quando acontece, vem de longe, daqueles que, livres das amarras do preconceito, da inveja, e de interesses contrariados, são capazes de comprovar a eficiência de um trabalho. Parece ser esse o caso da indicação do brasileiro José Graziano da Silva para diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Graziano assumirá o cargo no início de 2012 e nele permanecerá até 31 de julho de 2015. Engenheiro agrônomo, Graziano foi o encarregado, no governo Lula, de implantar o Programa Fome Zero, cuja meta era ser o principal projeto de transferência de renda no Brasil. O programa foi massacrado impiedosamente pela grande imprensa, mas, como se pode ver agora, muito mais por ranço ideológico. Afinal, se o Fome Zero fosse tão ruim e mal executado como afirmavam os veículos mais poderosos da imprensa brasileira, o responsável pelo programa não seria eleito para um cargo tão relevante como o de diretor-geral da FAO. A tarefa de Graziano no novo cargo não será fácil, pois ele terá o desafio de erradicar ou reduzir a fome no mundo em um momento de alimentos caros que colocam a vida de milhões de pessoas em risco..Conforme dados da ONU, o mundo tem cerca de 1 bilhão de pessoas famintas. As 92 pessoas que votaram em Graziano levaram em conta a experiência do Brasil em ações de combate á fome. Para frustração dos detratores do governo Lula na imprensa brasileira, é mais uma prova da eficiência de várias medidas de sua administração. Para se ter uma idéia da relevância do fato, basta dizer que José Graziano da Silva será o primeiro latino-americano a exercer o cargo. Mais uma vez, o reconhecimento veio do exterior. Por aqui, a cegueira ideológica, a inveja, e os interesses mesquinhos, impedem que isso aconteça. Graziano declarou que está convencido de que erradicar a fome é uma meta razoável e alcançável. Os que nele votaram, por certo, também acreditam. Enquanto isso, setores da imprensa brasileira preocupam-se mais em fustigar o governo com denúncias de desvios éticos. Graziano estará à frente de um organismo que tem um orçamento de 1 bilhão de dólares e já disse que a sua prioridade será o combate à fome. Resta desejar boa sorte para o futuro diretor-geral da FAO.

domingo, 26 de junho de 2011

O rebaixamento do River Plate

Apesar de o regulamento do Campeonato Argentino ser feito sob medida para impedir que os maiores clubes do país sejam rebaixados, o River Plate caiu para a segunda divisão. Os sinais de que isso poderia acontecer eram cada vez mais visíveis. O River Plate, clube que mais vezes ganhou o Campeonato Argentino, vinha, nos últimos anos, realizando péssimas campanhas. Na verdade, só não caíra antes porque o rebaixamento, na Argentina, é realizado calculando-se a média do desempenho do clube nos últimos três anos. Ocorre que o Ríver Plate vem mal há anos seguidos e nem um regulamento tão camarada serviu para que pudesse escapar da queda para a segunda divisão. Por outro lado, é melhor assim. Um clube não pode permanecer na primeira divisão beneficiado por artíficios de regulamento. Se está mal, que seja rebaixado e busque sua recuperação dentro de campo, como já fizeram vários grandes clubes brasileiros. O sofrimento da torcida vai ser grande, as gozações dos torcedores do Boca Juniors, maior rival do River Plate, que nunca foi rebaixado, serão muitas, mas, nessas horas, passado o choque da queda, os torcedores formam uma corrente de solidariedade em torno do clube, ajudando-o a se reerguer. Com o Ríver Plate, não há de ser diferente. O clube é um gigante temporariamente combalido, mas cuja história gloriosa é muito maior que qualquer crise.

Vitória em boa hora

A vitória do Inter sobre o Figueirense foi daquelas que servem para espantar a crise. Por vários motivos. Foi por goleada, 4 x 1, sobre um adversário que ocupava o quarto lugar na tabela, com boa atuação do time e alguns destaques individuais. Oscar confirmou seu bom futebol e fez boa parceria com D'Alessandro, como bem demonstrou a belíssima jogada do segundo gol do Inter. Bolívar, que vinha sendo muito criticado, marcou um gol. O Inter quebrou o tabu de dois meses sem ganhar jogos no seu estádio. Assim, seus próximos dias deverão ser tranquilos, sem  as pressões e cobranças que vinham sendo feitas nos últimos tempos. Porém, não convém relaxar. O próximo jogo será fora de casa, quinta-feira, contra o Atlético Mineiro. Embora tenha sido goleado pelo Flamengo, o Atlético Mineiro não deverá ser um adversário fácil, até pela necessidade de buscar uma recuperação. Convém lembrar que, até agora, o Inter só venceu, fora de casa, o América Mineiro, em campo neutro. Um mau resultado em Minas Gerais poderá reavivar a crise. Por outro lado, se vencer, o Inter poderá embalar de vez no Campeonato Brasileiro, justificando os R$ 6 milhões de sua folha de pagamento.

Derrota anunciada

A derrota do Grêmio para o Botafogo era algo mais do que esperado. A escalação do time com três zagueiros, um meio de campo povoado, e apenas um atacante, revelou-se, como era previsível, um total fracasso. Sendo esse único atacante um jogador modestíssimo, como é o caso de Lins, qualquer outro resultado seria quase impossível. O mais incrível de tudo é que, mesmo com uma escalação equivocada e um mau futebol, o Grêmio perdeu dois gols feitos quando o jogo ainda estava empatado em 0 x 0, com Fernando, no primeiro tempo, e William Magrão, no segundo. Algumas atuações individuais estiveram, novamente, abaixo da crítica. Marquinhos, até sair aos 24 minutos do primeiro tempo, devido a uma lesão muscular, praticamente não tocara na bola. Douglas esteve, mais uma vez, apagado, e parece ter como nova especialidade entregar a bola de presente para o adversário. Fernando, por sua vez, foi um caso à parte. Errou inúmeros passes, chegava atrasado nas disputas de bola, apesar de ser muito jovem, e, quando o Grêmio vivia o seu melhor momento no jogo, cometeu uma falta violenta que redundou na sua merecida expulsão, comprometendo, definitivamente, as chances de seu time na partida. O Grêmio que, se vencesse, ficaria entre os primeiros colocados da tabela, com a derrota, aproximou-se da zona de rebaixamento. Seu próximo jogo, contra o Avaí, lanterna do Campeonato Brasileiro, no Olímpico, é, em princípio, fácil. Porém, um tropeço poderá acarretar, até mesmo, na demissão de Renato. A grande expectativa para o jogo é a possível estréia de Miralles. Ainda que o futebol do jogador seja uma incógnita, sua entrada no time é a grande esperança dos torcedores, dada a precariedade dos atacantes que vem sendo utilizados pelo Grêmio. O fato é que as nuvens começam a ficar cada vez mais carregadas sobre o Grêmio. Contra o Avaí, não há opção, é vencer ou vencer. Caso contrário, a crise explodirá de vez.

sábado, 25 de junho de 2011

Estratégia infrutífera

A revista "Veja", fiel em sua postura antipetista, lança, a cada edição, novas "denúncias" e "revelações", sobre casos como o do "dossiê dos aloprados". Os tais fatos novos incluem o envolvimento de figuras importantes do governo da presidente Dilma Roussef. Na edição que chegou hoje às bancas, a revista reafirma a participação do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, no episódio e inclui, também, o nome da secretária de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti. Não é o caso, nesse texto, de se analisar a veracidade de tais denúncias. Essa tarefa é para os orgãos competentes. O que chama a atenção é uma estratégia editorial que já se provou fracassada, mas que continua a ser seguida. Desde que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva tomou posse, em janeiro de 2003, "Veja" e alguns outros veículos da imprensa brasileira, iniciaram uma verdadeira campanha antigoverno, abastecendo seus noticiários com toda a espécie de acusações de corrupção e desmandos por parte dos novos ocupantes do poder. Em 2005, por exemplo, estourou o "escãndalo do mensalão". Já em 2006, foi a vez do episódio envolvendo a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa e o agora reavivado "dossiê dos aloprados". Não se trata de contestar a ocorrência de tais fatos. Foram acontecimentos graves, tanto que redundaram na queda de figuras importantes. O "mensalão" levou José Dirceu a deixar o cargo de ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula. A quebra do sigilo do caseiro, custou o cargo para o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho. O mesmo Palocci que, por um súbito enriquecimento nos quatro anos em que atuou como consultor de empresas, paralelamente a um mandato de deputado federal, teve uma passagem meteórica pelo cargo de ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma. Ocorre que o objetivo editorial das reportagens que esmiuçam tais escãndalos, desacreditar o governo junto aos eleitores,  não foi, até hoje, alcançado, e nada indica que isso vá mudar. Os casos do "mensalão" e do caseiro não impediram que Lula se reelegesse e se tornasse o presidente mais popular da história do país. Durante seu segundo mandato, novos casos eclodiram, com o que envolveu a ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, acusada de usar seu cargo para obter benefícios para si e seus familiares, mas, mesmo assim, Lula conseguiu eleger Dilma Roussef sua sucessora. O que é preciso entender é que os eleitores, brasileiros ou de outros países, são pragmáticos na hora de votar. Para eles, o que conta é o estágio da economia do país. Se ela vai bem, com geração de empregos, crescimento salarial, melhor distribuição de renda, ampliação do acesso ao consumo, o eleitor retribui votando no governo. O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, é uma prova disso. Clinton envolveu-se em um escândalo ao cometer adultério com uma estagiária da Casa Branca. Piorou a situação ao tentar negar o fato contra todas as evidências. Apesar disso, não sofreu nenhum prejuízo junto ao eleitorado, pois a economia americana, naquele momento, estava muito bem. No Brasil não é, nem será, diferente. Por mais revelações escabrosas que se façam em relação a atos praticados pelo governo, não haverá nenhuma consequência eleitoral, enquanto a economia brasileira continuar bem. Se alguns veículos de comunicação pensam poder desgastar os atuais ocupantes do poder com reportagens sobre suas mazelas, irão se frustrar. O eleitor, aqui ou em qualquer lugar, não vota com o coração ou pela consciência moral. Vota com o bolso.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Aposta com sinais de fracasso

Desde que saíra do Barcelona, onde já não vivia uma boa fase, Ronaldinho não conseguiu mais mostrar o futebol exuberante que o levou a ser, por duas vezes, escolhido o melhor jogador de futebol do mundo. Sua passagem pelo Milan esteve longe de ser um êxito. Ainda assim, entre o final de 2010 e o início  de 2011, quatro grandes clubes brasileiros, Grêmio, Flamengo, Corinthians e Palmeiras, lançaram-se à tentativa de contratar Ronaldinho. O Flamengo venceu a disputa. O anúncio da contratação foi uma apoteose, com direito a choro da presidente do clube, presença de famosos, uma multidão de torcedores, e muito samba. Passados seis meses, as demonstrações de frustração já são evidentes. O Flamengo foi campeão estadual, é verdade, mas Ronaldinho não empolgou em momento algum. No Campeonato Brasileiro, o clube faz uma campanha apenas mediana e o futebol do jogador continua pouco inspirado. Ronaldinho tem uma intensa vida noturna, o que, por certo, contribui ainda mais para o seu fraco rendimento. O torcedor já perdeu a paciência, o técnico do Flamengo, Vanderlei Luxemburgo, já não consegue disfarçar seu desconforto e as vantagens esperadas com a contratação não apareceram, pois o clube sequer conseguiu um patrocinador para a sua camiseta. Grêmio, Corinthians e Palmeiras devem estar aliviados por não terem efetuado a contratação de Ronaldinho. Já o Flamengo, ao que tudo indica, deve estar muito arrependido de ter feito uma aposta tão alta para resultados, até aqui, tão insatisfatórios.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Roupa suja

Há um ditado que expressa que roupa suja se lava em casa. O técnico do Grêmio, Renato, e os dirigentes do clube esqueceram essa regra tão comezinha. Primeiro foi Renato que, na terça-feira, revelou ter passado o dia em reuniões com os integrantes do departamento de futebol do Grêmio, solicitando reforços e indicando nomes. Renato chegou a dizer que deu tudo "mastigadinho" para os dirigentes e estipulou a quinta-feira como o limite de prazo para que contratações fossem anunciadas. Ontem, foi a vez do vice-presidente de futebol do Grêmio, Antônio Vicente Martins, se pronunciar. O dirigente rebateu as declarações de Renato, disse que a diretoria dirige e que o técnico treina. Antônio Vicente declarou, também, que não cabe à Renato levar nada "mastigadinho" para os dirigentes, ou, então, eles poderiam se sentir autorizados a fazer o mesmo sobre a forma de se vencer o Botafogo no próximo jogo. "Não tenho dúvida de que o Grêmio pode ser campeão brasileiro sem reforços. Podem me dar pau", disse o dirigente, numa afirmação totalmente desprovida de senso da realidade. A verdade é que nem Renato, nem os dirigentes, deveriam ter feito tais pronunciamentos de maneira pública. São assuntos para serem tratados dentro do clube. As duas partes extrapolaram, mostrando a falta de harmonia existente no relacionamento entre ambas. Porém, no que diz respeito ao conteúdo das declarações, Renato é quem está certo. O Grêmio precisa de mais reforços, ou não irá a lugar algum no Campeonato Brasileiro. A afirmação em contrário de Antônio Vicente Martins, se não for um mero exercício retórico para consumo externo, é a comprovação de que ele não tem as condições necessárias para ocupar seu cargo, o qual, aliás, já exercera em 2000, na administração do ex-presidente José Alberto Guerreiro, sem ter apresentado um bom desempenho. Triste, nisso tudo, é a situação do torcedor do Grêmio que, diante de tal quadro, cada vez vê menos possibilidades de acreditar em dias melhores, com a conquista de títulos.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Título merecido

Não poderia ser outro o campeão da Taça Libertadores da América de 2011. O Santos é o merecido vencedor da competição. Mesmo antes da Libertadores começar, o clube já era apontado como o principal favorito para o título. Afinal, como não considerar assim um time que possui os dois melhores jogadores em atividade no Brasil, Paulo Henrique Ganso e Neymar? A qualidade sempre foi preponderante no futebol e, por isso, o Santos tem conquistado títulos em sequência. Em 2010, foi campeão paulista e da Copa do Brasil. Em 2011, foi novamente campeão paulista, da Libertadores, e irá disputar, ainda, o título mundial. O título ganho hoje pelo Santos é, também, uma vitória do futebol. Esforço, garra, empenho, transpiração, são importantes, é claro, mas o decisivo no futebol é a capacidade técnica. O Peñarol tem um time bravo e guerreiro, sua história, como clube, é plena de glórias e tradição, mas não seria justo que fosse campeão. Como time, o Peñarol é muito inferior, atualmente, em relãção ao Santos. O futebol deve premiar os melhores. A campanha do Santos ao longo da competição foi menos brilhante do que se esperava, mas o título veio mesmo assim. Na hora decisiva, a qualidade pesou. Para o bem do futebol. A lamentar, apenas, duas coisas. O enorme número de gaúchos que torceu pelo Peñarol, esquecendo-se de que são brasileiros, e a pancadaria promovida pelo time uruguaio após o final do jogo, demonstrando, mais uma vez, não saber perder. Com a vitória do Santos, surge a possibilidade de se ter uma fantástica decisão do Campeonato Mundial de Clubes, em dezembro, entre Santos e Barcelona. Claro que o clube espanhol, hoje, seria o favorito, mas é bom Messi e seus companheiros não subestimarem o Santos, pois quem tem Ganso e Neymar será candidato permanente a conquistar títulos, contra qualquer adversário, seja qual for a competição.

terça-feira, 21 de junho de 2011

A contundência de uma frase

Vivemos na era da informação. Diariamente, recebemos um volume enorme de notícias, que chegam até nós pelos jornais, rádio, televisão e internet. Dessa forma, muitos dados e declarações, por vezes, nos escapam, em meio ao muito que é divulgado. Porém, em outras ocasiões, acontece o contrário, somos tocados de maneira especial por algum fato ou afirmação. Foi o que aconteceu comigo, hoje, ao tomar conhecimento da morte da ex-vedete e atriz Wilza Carla. Ela começou sua carreira artística como vedete, valendo-se de um corpo escultural. No entanto, começou a engordar muito, o que fez com que buscasse outros caminhos, como jurada de programas de televisão, comediante e atriz. Fez cerca de 40 filmes e atingiu seu ponto alto na carreira com o papel de "Dona Redonda", na novela "Saramandaia", da Rede Globo, de 1976. Valendo-se das formas opulentas da atriz, Dona Redonda era uma mulher que morria ao explodir de tanto comer. Com o tempo, entretanto, a obesidade começou a cobrar seu preço, e Wilza Carla desenvolveu doenças como hipertensão arterial e diabetes. Há 17 anos, sofreu um acidente vascular cerebral que fez com que, a partir de então, vivesse acamada. Tornou-se precocemente envelhecida, em nada lembrando o que fora antes. Foram-se embora, a partir daí, o dinheiro, a fama, os amigos. Wilza Carla passou a conviver com a saúde frágil e a solidão. O que mais me tocou em toda essa história, entretanto, e que remete ao título desse texto, foi a frase da filha da atriz, Paola Faenza Bezerra da Silva, sobre a morte de sua mãe: "Na verdade, eu sinto assim, para muitos, ela já tinha morrido há muito tempo". A frase me atingiu como um golpe, por tudo de dor e desolação que transmite. Dentre todas as formas de morrer, por certo, a pior de todas é a morte ainda em vida, pelo esquecimento, pelo abandono. Como aconteceu com Wilza Carla.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Governabilidade

Desde que foi restituída a democracia no Brasil, a palavra "governabilidade" tem estado em permanente destaque. Por governabilidade, entende-se a capacidade dos governantes administrarem sem enfrentarem obstáculos por parte dos parlamentares. Para isso, é preciso que os governos possuam maioria nas casas legislativas, a fim de poderem ver aprovados os seus projetos. Como os votos para as eleições legislativas são pulverizados entre os diversos partidos, os mandatários só conseguem maioria se estabelecerem uma política de aliança com outras siglas. Com isso, a política se transforma num balcão de negócios, pois, em troca da aliança com os governos, os partidos pedem cargos para seus filiados e liberação de verbas para as bases eleitorais de seus parlamentares. Dessa forma, os governantes acabam tendo de fazer uma série de concessões que, muitas vezes, contrariam o seu desejo pessoal. Tudo em nome da governabilidade. A presidente Dilma Roussef, ao menos em parte, parece não estar disposta a seguir esse sistema tão rigidamente. A indicação de Ideli Salvatti para o cargo de Secretária de Relações Institucionais da Presidência da República foi uma escolha pessoal de Dilma, o que gerou contrariedade no seu próprio partido, o PT, que gostaria que o indicado fosse o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP). Em outras ocasiões, foi o PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, que mostrou insatisfação com a política de nomeações de Dilma. Os governantes deveriam estar voltados, prioritariamente, para a tarefa de administrar com eficiência e, para isso, possuir ampla autonomia de nomear, para os diversos cargos dos vários escalões, as pessoas que julgassem mais adequadas. No entanto, com a engenharia política dos governos atuais, os mandatários tornam-se reféns da vontade dos partidos, tanto do seu próprio quanto dos aliados, que promovem  uma partilha de verbas e de nacos do poder. Dilma arriscou-se a sair um pouco desse procedimento, buscando mais independência e já encontra resistências. Afinal, para muitos que atuam na política, a eficiência administrativa e o interesse público estão em plano secundário. Importante, para eles, é usar a máquina do poder para dela extrair todas as vantagens possíveis. Tentam convencer ao cidadão comum que essa é a única forma de obter a tal "governabilidade". No entanto, a única coisa que um sistema como esse garante é a prevalência dos interesses de grupos sobre os da sociedade como um todo. Tomara que, mesmo que timidamente, Dilma Roussef comece a romper com esse modo de governar.

domingo, 19 de junho de 2011

Decepções

Decepcionados. Assim se encontram, por certo, os torcedores de Grêmio e Inter depois de mais uma rodada do Campeonato Brasileiro. O Grêmio, no Olímpico, teve a chance de abrir o placar no ínício do jogo, com um pênalti, mas Gabriel errou a cobrança. Jogando melhor, até então, o Grêmio perturbou-se com a perda do pênalti e permitiu que o Vasco equilibrasse a partida. O jogo parecia se encaminhar para o 0 x 0 quando, aos 30 minutos do segundo tempo, Victor falhou mais uma vez. O goleiro estava adiantado e aceitou um chute cruzado da lateral do campo, de longa distância. Em que pese sua grande atuação na Arena da Baixada, contra o Atlético-PR, Victor tem tido mais falhas do que seria aceitável para um goleiro de Seleção Brasileira. Por sinal, o jogo contra o Vasco foi o último de Victor antes de se apresentar à Seleção para a disputa da Copa América. Por incrível que possa parecer, a ausência do goleiro deverá ser benéfica para o Grêmio, pois seu substituto, Marcelo Grohe, tem se mostrado bem mais seguro que o titular em 2011. Apesar da falha de Victor, a defesa foi o que o Grêmio teve de melhor contra o Vasco. Gabriel, embora tenha errado o pênalti, teve uma atuação de razoável para boa. Mário Fernandes e Neuton jogaram bem e Saimon  foi o melhor do Grêmio em campo. Já o meio de campo foi calamitoso. Fábio Rochemback, mais uma vez, mostrou que é bom com a bola nos pés, mas não tem a condição física necessária para as tarefas de marcação e combate ao adversário. William Magrão foi catastrófico, parecendo ter desaprendido a jogar futebol. Lúcio fez mais uma péssima partida. Douglas errou quase todas as jogadas e ainda mostrou uma irritante displicência. O ataque, com Lins e Júnior Viçosa é apenas esforçado, mas sem nenhum talento. Entre os jogadores que entraram no segundo tempo, só Roberson justificou sua presença em campo, marcando o gol de empate. Escudero e Vílson não acrescentaram coisa alguma ao time. Cada vez fica mais claro que apenas as entradas de Gilberto Silva e Miralles não resolverão os problemas do Grêmio. São necessários outros reforços. Já o Inter, depois de uma semana de intensa crise, jogou contra o Coritiba, em Curitiba, e empatou em 1 x 1. O resultado, que em outras circunstâncias seria bom, dessa vez não foi. O Inter continua com apenas uma vitória no Brasileirão e mal colocado na tabela. Mesmo saindo na frente no placar, com um golaço de Glaydson, e com o goleiro Muriel tendo uma atuação excepcional, o Inter não conseguiu manter o resultado e cedeu o empate num pênalti bobo cometido por Kléber. Mais preocupante que o resultado foi a atuação do Inter, que foi dominado pelo Coritiba, praticamente, durante todo o jogo. Falcão, novamente, substituiu mal, fazendo declinar a produção do time. O Inter, assim como o Grêmio, necessita de reforços. Em apenas cinco rodadas, o líder do campeonato, o São Paulo, já livrou oito pontos de vantagem sobre o Grêmio e nove sobre o Inter. A menos que os dirigentes dos dois clubes saiam de sua letargia, o futuro de Grêmio e Inter na competição parece bastante sombrio.

sábado, 18 de junho de 2011

As indicações para o Tribunal de Contas

Algumas coisas, por mais absurdas que sejam, teimam em permanecer inalteradas ao longo do tempo. Uma delas é o sistema de indicação dos componentes do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul. O orgão, que deveria ser essencialmente técnico, tem a maior parte de seus membros indicados pela via política. Dessa forma, a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, que tem direito a indicar quatro dos sete conselheiros do tribunal, utiliza a instituição como um meio de proporcionar um emprego com salário polpudo e aposentadoria integral para deputados veteranos. Nem mesmo o PT, outrora tão cioso nas questões éticas, que pela segunda vez ocupa o governo do Estado, fez qualquer movimento efetivo para alterar esse quadro. Pelo contrário. O partido, que até hoje, não emplacou nenhum filiado nessa "boquinha", já cogita de fazê-lo, já que, nesse mês, dois conselheiros do tribunal serão atingidos pela aposentadoria compulsória, por terem completado 70 anos. Como pode ser confiável um orgão que tem a tarefa de fiscalizar as contas da administração pública, se a maioria de seus integrantes vem do meio político? Raposas para zelar pelo galinheiro? Sempre que se levanta o assunto, surgem as desculpas oficiais para não se alterar tamanha aberração. Os conselheiros do Tribunal de Contas deveriam ser, todos eles, funcionários de carreira da instituição. Na verdade, bastam apenas duas coisas para que se decida mudar essa situação: vergonha na cara e vontade política. Infelizmente, até o momento, ambas estão em falta.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O governo do sigilo

Os primeiros meses do governo da presidente Dilma Roussef (PT) estão se caracterizando pela ocorrência de situações que frustram e decepcionam os brasileiros. Depois do súbito enriquecimento do ex-ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antônio Palocci Filho, que culminou com sua saída do cargo, veio a notícia da intenção do governo de fazer com que alguns documentos  dos arquivos oficiais de administrações anteriores permaneçam secretos para sempre. Agora, surge a decisão de manter em sigilo o orçamento das obras para a Copa do Mundo de 2014. A proposta foi aprovada, na quarta-feira, pela Câmara dos Deputados, para simplificar o processo de licitação de obras para a Copa e Olímpiadas de 2016. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, considerou o fato "escandalosamente absurdo", pois, argumentou, não pode haver despesa pública protegida por sigilo. O líder do governo na Cãmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a proposta não afeta a fiscalização dos preparativos para a Copa. Conforme Vaccarezza, as obras serão fiscalizadas pelos orgãos de controle e seu valor total será divulgado depois de terminados os empreendimentos. Afirmou, ainda, que a manutenção do sigilo do preço impedirá as empreiteiras de apresentarem valores superfaturados para as obras. Elas terão, segundo o líder do governo, de apresentar o preço de mercado sem saber de antemão quanto o governo terá para gastar na hora. Porém, o que mais preocupa nas declarações do deputado é quando ele diz que "temerário é não ter a Copa, temerário é não ter as Olimpíadas". Tais colocações apenas alimentam as suspeitas de setores da imprensa desde que o Brasil foi indicado para sediar a Copa de 2014, ou seja, de que seria uma grande oportunidade para obras com superfaturamento e desperdício de dinheiro público. Infelizmente, o atual governo não parece prezar muito a transparência, optando pelo sigilo em relação a seus atos, o que só fortalece a idéia de que, talvez, haja muito o que esconder. O governo pode até funcionar bem em outros níveis, mas quanto à ética das suas ações, mesmo em tão pouco tempo de administração, já deixa bastante a desejar.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A crise do Inter

O Inter está em crise, não há mais como negar. As entrevistas do técnico Falcão e do vice-presidente de futebol Roberto Siegmann, dadas essa semana, escancararam o processo de combustão interna que vive o clube. Falcão já vinha apresentando, em suas entrevistas, a falta de um conteúdo mais consistente. Agora, acrescentou, ainda, a agressividade contra os seus supostos críticos. O técnico do Inter chegou a dizer, em dado momento, que a imprensa não apresentava novidades, usava posturas e recursos surrados para criticar seu trabalho. No entanto, Falcão, ao partir para o ataque contra a imprensa, utilizando-se de argumentos como o de que boa parte dos cronistas não entende de futebol e de que pratica o comentário de resultados, está, também, recorrendo a um discurso gasto, comumente utilizado por técnicos que se sentem acuados. Revelando-se decepcionado com ex-colegas de imprensa, declarou que "falar de futebol todos falam, poucos entendem" e que "ver futebol muita gente vê, enxergar poucos enxergam". Típico "carteiraço" de quem percebe que seu emprego está por um fio. O que faltou Falcão entender é que, em  relação ao Inter sob seu comando, nada há para ser visto, pois, apesar das várias semanas completas de treinos, com jogos apenas nos domingos, não se nota, a cada partida, nenhuma contribuição efetiva do técnico para o time. Há quem diga que, mesmo que o Inter perca para o Coritiba no domingo, Falcão não cairá. O técnico, pelo visto, não está acreditando nisso, pois é nítida a sua insegurança. Por outro lado, há quem aposte que Falcão sairia e, junto com ele, iria Roberto Siegmann. Nesse caso, não estaríamos diante de uma crise, mas de uma hecatombe, pois numa administração que ainda tem 19 meses de mandato pela frente, a queda do homem forte do futebol sinalizaria uma política de terra arrasada. Por sinal, a saída do gerente de futebol Newton Drummond, após nove anos e meio no cargo, supostamente por ter se desententido com Falcão, mostra o estágio em que se encontra o ambiente do clube. Ambiente que ficou ainda mais conturbado quando, após a fala de Falcão, Siegmann, mesmo oficialmente suspenso pelo TJD, o que lhe impediria de se pronunciar, deu declarações em que acusou a prática do "fogo amigo", por parte de integrantes da oposição. Por essas e por outras, o vice-presidente de futebol do Grêmio, Antônio Vicente Martins, em encontro com a imprensa, reconheceu que os comentários mais contundentes deveriam estar sendo dirigidos ao seu clube, que perdeu o Gauchão e não faz boa campanha no Campeonato Brasileiro. Porém, como observou o dirigente gremista, o Inter insiste em roubar para si o foco das críticas. A verdade é que, no quadro atual, o Inter não dá indícios de poder reverter a má fase de forma natural. Será preciso um fato novo que, mesmo que por enquanto os dirigentes desmintam, deverá ser a saída de Falcão.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Bom resultado

O empate de 0 x 0 com o Peñarol, em Montevidéu, no primeiro jogo pela decisão da Taça Libertadores da América de 2011, foi um bom resultado para o Santos. Afinal, nos dois jogos decisivos da competição não há o saldo qualificado, que faz valer em dobro os gols marcados fora de casa como critério de desempate, caso haja igualdade em pontos. O Peñarol foi bravo o tempo inteiro, como já se esperava. Sua torcida jamais parou de cantar e incentivar, como, também, já se esperava. Porém, suas limitações técnicas apareceram de forma bem evidente. O Santos se mostrou bastante seguro, sem se deixar intimidar pelo ambiente e pela garra do adversário, e teve boas chances para marcar gols. A arbitragem foi uma agradável surpresa, pois não foi caseira, como costuma acontecer em jogos assim, e praticamente acertou em todos os lances. Ainda que se deva respeitar a tradição e a camiseta do Peñarol, que nas fases de mata-mata soube superar o fato de fazer o segundo jogo fora de casa e foi adiante na competição, o Santos aparece, sem dúvida, como favorito para a conquista do título. Seu time é bem mais qualificado que o do Peñarol e já mostrou maturidade para enfrentar o desafio de partidas dessa importância. Afora isso, jogando no Pacaembu, terá o apoio de cerca de 40 mil torcedores, o que não ocorre na acanhada Vila Belmiro. Com Neymar, um jogador diferenciado, e com a provável volta de Paulo Henrique Ganso, do mesmo nível, o Santos tem tudo para conquistar o título da Libertadores. O que, em última análise, será uma vitória do próprio futebol, com a prevalência da técnica sobre a força, da inspiração sobre a transpiração.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sigilo eterno

Já me ocupei anteriormente, nesse espaço, da absurda impunidade aos artífices da macabra ditadura militar instaurada no país em 1964. Trata-se de uma postura vergonhosa, muito diferente da adotada por nossos vizinhos, Uruguai e Argentina, que buscam, ainda hoje, punir devidamente aos que lançaram os dois países em períodos de autoritarismo e violência. Como se não bastasse isso, o governo federal retirou o regime de urgência  do projeto sobre o sigilo de documentos públicos que tramita no Senado. Com isso, os documentos chamados de "ultrassecretos", que teriam de ser divulgados, no máximo, após 50 anos de sua elaboração, poderão ficar mantidos por um sigilo eterno. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defende o sigilo eterno dos documentos ultrassecretos alegando que eles podem "abrir feridas" do passado. O sigilo eterno é um escárnio, uma vergonha! Os arquivos da ditadura tem de ser abertos. Não há problema algum em "abrir feridas", pois só assim será possível desinfectá-las. Muito pior é condenar o país a ver tais ferimentos gangrenarem pela falta da devida reparação aos crimes e atrocidades praticados pelos executores do abjeto golpe militar. Chega de impunidade!

A verdadeira face de um velho cacique

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) ganhou a imagem de parlamentar combativo e tribuno contundente na época em que, como deputado estadual, enfrentou a ferocidade da ditadura militar que se instalara no país. Simon era a estrela maior do MDB, partido único de oposição ao regime militar, no Rio Grande do Sul. Seu crescente prestígio fez com que, em 1978, se elegesse senador pela primeira vez, concorrendo sozinho contra três candidatos da Arena, o partido de sustentação da ditadura. Com a volta das eleições diretas para governador, em 1982, concorreu ao cargo, mas, num pleito com evidentes índicios de fraude, perdeu para Jair Soares, candidato da direita, por 22 mil votos. Na eleição seguinte, em 1986, concorreu novamente e, dessa vez, conseguiu eleger-se. A partir daí, a biografia até então elogiável de Simon começou a deslustrar-se. Para quem sonhou tanto tempo com o cargo, Simon foi um governador medíocre. Seu governo, em vez de alguma realização marcante, será lembrado pela mais longa greve do magistério gaúcho. Para piorar, Simon renunciou oito meses antes do término de seu mandato para concorrer novamente ao Senado. Assumiu o seu lugar o então vice-governador Sinval Guazelli, já então filiado ao PMDB, mesmo partido de Simon, mas que fora governador biônico do Rio Grande do Sul pela Arena. Com a redemocratizaçã do país, em 1985, Simon foi perdendo, cada vez mais, sua aura combativa e se tornando um político tradicional. Permanece até hoje no PMDB, mesmo sabendo que o partido, com o fim do regime militar, inchou e descaracterizou-se ideologicamente, abrigando em seus quadros todo tipo de político oportunista e fisiológico. Simon insiste, e seus admiradores também, em manter uma imagem de político digno, de posturas corajosas e falas contundentes, mas essa descrição pertence ao passado. Como todo cacique político, Simon quer sempre estar na linha de frente, não admite a coadjuvância e, em função disso, assume posições incompatíveis com sua trajetória anterior. Agora, por exemplo, o senador anda estimulando a idéia da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) concorrer a governadora do Estado em 2014, chegando , inclusive, a dizer que o slogan de campanha seria: "Uma mulher para governadora. Esta é gaúcha". O slogan em questão é uma clara alusão ao fato de que o Rio Grande do Sul já teve uma governadora, Yeda Crusius (PSDB), mas que é natural do estado de São Paulo. Simon, ao defender tal candidatura, escancara a falta de quadros que atinge o seu partido, incapaz, no momento, de apresentar ao eleitorado um nome forte para concorrer para governador. Mesmo assim, na ânsia de manter-se na oposição ao PT, partido que está no poder no Estado, não se constrange em defender uma candidata pertencente ao PP, nome atual da velha Arena que tanto combateu. Simon não aceita a perda de espaço que seu partido sofreu para o PT. Sonha em ter de volta o mesmo poder e grau de influência de seus tempos idos. Para isso não hesita em fazer aliança com seus algozes de outras épocas. Simon, como toda raposa da política, não tem limites na luta pelo poder. Não é um político diferente, como ainda muitos pensam. Não é um idealista, é um pragmático, na pior acepção do termo. Essa, sem disfarces, é a verdadeira face do velho cacique.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A China como modelo

Para quem, como eu, já leu tanto ao longo da vida, nenhum texto deveria, por pior ou mais desarrazoado que fosse, gerar estupefação. Era o que eu pensava até ler o artigo intitulado "A ascensão da China", de autoria do economista Maílson da Nóbrega, publicado na edição dessa semana da revista "Veja". Maílson é aquele mesmo que, quando ministro da Fazenda do governo Sarney, levou o Brasil a ter a mais alta inflação da sua história. Notório defensor do neoliberalismo, da economia aberta e orientada pelo mercado, o ex-ministro faz uma ode à China, que considera o "maior fenômeno econômico da história". Ao longo do artigo, Maílson aponta o que entende terem sido as causas do êxito chinês, entre elas a de que, na política externa, seus diplomatas concluíram que o país não podia, nem deveria, tão cedo, "desafiar a dominância global dos Estados Unidos". Trata-se, no seu entender, da busca de uma "ascensão pacífica", muito diferente do que chama de "antiamericanismo da diplomacia petista". O texto segue nesse tom de desvario direitista, mas o melhor fica para o final. No último parágrafo, Maílson lembra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o século XXI seria o do Brasil. Para Maílson, o atual século "está mais para ser o da China, salvo os riscos de uma futura abertura democrática". Espantoso! O mesmo Maílson que vocifera contra os governos petistas que, na sua visão, ameaçam a liberdade e a democracia no Brasil, acha que uma abertura no autoritário regime chinês poria em risco a ascensão econômica daquele país. Claro, Maílson não vive na China e pouco lhe importa que o crescimento econômico do país se dê as custas de trabalhadores em situação de quase escravidão, com uma altíssima carga horária e remunerações irrisórias. O que consola a quem lê textos como esse é que, apesar da insistente pregação direitista, o eleitor brasileiro e sul-americano já deixou claro o lado que escolheu. Brasil, Uruguai, Argentina, Bolívia, Equador e, agora, o Peru, escolheram a esquerda, e não há nenhuma perspectiva de mudança nessa opção, a médio prazo. Pelo contrário, é uma tendência que deverá se ampliar cada vez mais. Mesmo sabendo de sua inocuidade como fator de convencimento, no entanto, a leitura do artigo de Maílson me obrigará, mais uma vez, a recorrer ao sal de frutas. Meu estômago ainda não se acostumou a digerir certas coisas.

domingo, 12 de junho de 2011

Inter continua o mesmo

Os técnicos de futebol, no Brasil, costumam reclamar da falta de tempo para trabalhar, do calendário apertado que não lhes permite treinar. Logo que assumiu no Inter, Falcão queixou-se de que só enfrentou jogos decisivos por duas competições diferentes, o Campeonato Gaúcho e a Taça Libertadores da América. Ocorre que o Inter já está fora da Libertadores e o Gauchão terminou, com o clube tendo conquistado o título. A realidade do Inter, no momento, é o Campeonato Brasileiro que, até agora, só teve rodadas nos finais de semana. Dessa forma, tempo para treinar é o que não falta. No entanto, parece que nenhum proveito está sendo obtido com essa condição. O Inter não demonstra nenhuma evolução de um jogo para outro. Pelo contrário, repete seus velhos erros que, como não poderia deixar de ser, redundam em maus resultados. Contra o Palmeiras, hoje à tarde, a defesa novamente fez água e o goleiro falhou em um dos gols, como vem acontecendo há meses, em quase todos as partidas. O gol de empate aos 45 minutos do segundo tempo, estabelecendo o placar de 2 x 2, acabou sendo um prêmio para um time que jogou tão pouco. Até agora, em quatro rodadas do Brasileirão, o Inter só ganhou do modestíssimo América Mineiro, em campo neutro. Nos outros jogos, empatou com os reservas do Santos fora de casa, perdeu para o Ceará em pleno Beira-Rio e, novamente em casa, contra o Palmeiras, não passou de outro empate, conseguido com um gol no último minuto do tempo regulamentar. A verdade é que Falcão ainda não disse a que veio. O técnico atraiu a ira da torcida e dos críticos, na partida de hoje, ao retirar Oscar do time quando o Inter perdia o jogo. Em suas entrevistas após os jogos, Falcão fala muito, tenta se explicar, mas não convence ninguém. O título de campeão gaúcho, mesmo que ganho na loteria dos tiros livres da marca do pênalti, talvez ainda sirva como um sustentáculo para a permanência de Falcão, mas não por muito tempo. O entusiasmo da torcida quando da sua contratação já se esvaiu. A imprensa mostra-se decepcionada com seu trabalho. O time parece incapaz de reagir. No futebol, como se sabe, tudo depende dos resultados. Não há prestígio que sobreviva a uma série de tropeços. A menos que o quadro atual se altere rapidamente, o que parece improvável, Falcão não deverá ter vida longa como técnico do Inter.

sábado, 11 de junho de 2011

Atuação preocupante

Pior que o resultado em si, uma derrota por 3 x 1, foi a atuação do Grêmio contra o São Paulo, hoje, no Morumbi. Era previsível que a invenção do técnico do Grêmio, Renato, recheando o meio de campo de jogadores, entre eles Gabriel improvisado, não iria dar certo. Júnior Viçosa, como único homem de ataque, foi competamente dominado pela defesa adversária. Na volta do intervalo, Renato retirou Neuton do time, passando Lúcio para a lateral esquerda e colocando Lins no ataque. Lins, mais uma vez, esforçou-se e se movimentou bastante, mas é muito limitado tecnicamente e pouco produziu. O mais preocupante, no entanto, foi a atuação dos jogadores mais qualificados e experientes do time. Lúcio, novamente, teve uma atuação apagadíssima. Fábio Rochemback jogou muito mal. Douglas cometeu uma falha imperdoável que culminou no segundo gol do São Paulo e decretou a derrota do Grêmio. Não houve, a rigor, nenhuma boa atuação individual no Grêmio, afora o goleiro Victor que, mais uma vez, fez grandes defesas. O time foi ainda pior no aspecto coletivo, especialmente o meio de campo que, apesar de empilhar jogadores, nada conseguia criar e concedia generosos espaços por onde o São Paulo evoluía. O Grêmio não pode se iludir. As entradas de Gilberto Silva e Miralles não irão transformar o time num passe de mágica. Não foi experiência que faltou para o Grêmio hoje, pois foram justamente os seus jogadores mais rodados que deixaram muito a desejar. O que está faltando ao Grêmio, há muito tempo, é bom futebol. Debitar os maus resultados à baixa média de idade do time não passa de uma desculpa inconsistente. Esperar que os dois reforços que irão estrear após a abertura da "janela" de transferências resolvam todos os problemas é acalentar uma ilusão. O Grêmio precisa ir mais fundo na análise das suas deficiências, ou terminará mais um ano acumulando frustrações.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um banquinho e um violão

Hoje, João Gilberto está completando 80 anos. Figura controvertida, homem excêntrico, tornou-se recluso e praticamente não sai de seu apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro. Temperamental, irascível, é conhecido, também, por suas reclamações quanto aos ruídos externos em seus shows, nos quais exige absoluto silêncio. Em que pese seu gênio difícil, no entanto, João Gilberto é um marco na história da música popular brasileira. Seu estilo inconfundível de cantar, com a voz sussurrante, transformou a música brasileira, até então povoada de intérpretes do estilo "vozeirão". Com um banquinho e um violão, deu início a um movimento, a Bossa Nova, que redesenhou o panorama musical no país e alcançou imenso prestígio no exterior. João Gilberto nunca gozou da condição de ídolo das massas, porém, até hoje, a maioria dos grandes nomes da música nacional o apontam como uma referência. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, João Gilberto tem mantido basicamente o mesmo repertório em seus shows e discos, isto é, os clássicos da Bossa Nova, surgida no final dos anos 50. Não importa. Ninguém quer de João Gilberto o lançamento de obras repletas de músicas inéditas. João praticamente não compõe, mas é o intérprete mais fiel de um estilo, de uma época, de uma bossa, enfim. No dia de hoje, é isso que deve ser referido e exaltado, não suas esquisitices. Afinal, sem nenhum exagero, se pode dizer que, dada a singularidade de seu estilo e do impacto que causou, a música brasileira se divide em antes e depois de João Gilberto.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Soberania

O rumoroso caso envolvendo o ativista italiano Cesare Battisti deveria ter sido encerrado a partir da decisão, tomada ontem pelo Supremo Tribunal Federal, de referendar o ato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que determinou a sua não extradição. Acusado de quatro assassinatos, ocorridos na Itália, durante a luta armada na década de 70, Battisti foi condenado à prisão perpétua em seu país, mas sempre negou o crime. O ativista  estava preso, no Brasil, desde 2007 e, com a confirmação do veto à sua extradição, foi posto em liberdade. O caso gera indignação na Itália e, no Brasil, a polêmica, como sempre, é alimentada pela grande imprensa e pela direita, sempre ávidas em descobrir algum flanco pelo qual possam atacar um ex-presidente que detestam, mas que é o mais popular da história do país. A grande imprensa, principalmente a revista "Veja", de nítida orientação direitista, sempre tratou Battisti por "terrorista", dando à questão um cunho acentuadamente ideológico. Tarso Genro, que quando ministro da Justiça defendeu a mesma posição adotada por Lula, sofreu violentas e até desrespeitosas críticas por parte dos meios de comunicação, mas não recuou. Sua consagradora eleição para governador do Rio Grande do Sul, decidida ainda no primeiro turno, mostrou a inocuidade de tais ataques e vilipêndios. A popularidade de Lula também não diminuiu em nada, apesar dos críticas furiosas que recebeu. O fato é que Lula tomou uma decisão que foi referendada pelo STF, com o que sequer se poderá acusar o ex-mandatário do país de ter agido de forma ditatorial e unilateral. Num país democrático, determinações da Justiça não se discutem, se cumprem. Como bem disse o ministro Marco Aurélio Mello, do STF:"É inconcebível para mim ter-se o governo da Itália a impugnar ato do presidente da República". Tem toda a razão. O Brasil é um país soberano. A atitude da Itália em relação ao caso já está extrapolando os limites do aceitável, inclusive ameaçando de levar a questão para a Corte Internacional de Haia. Os parentes das vítimas de Cesare Battisti chegaram a acenar com uma patética chantagem para que o Brasil reforme sua decisão. Desejam eles que a Itália boicote a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, não enviando sua seleção para a competição. Caso tão estapafúrdia idéia viesse a se concretizar, caberia à FIFA, coerentemente com sua postura de não permitir a influência da política sobre o futebol, aplicar a medida de desfiliar a Federação Italiana de Futebol. Tanto o governo da Itália, como toda e qualquer pessoa, por mais que discorde da decisão tomada, tem de respeitá-la.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Emoção até o fim

O segundo jogo pela decisão da Copa do Brasil, entre Coritiba x Vasco, no estádio Couto Pereira, em Curitiba, foi marcado pela emoção durante todo o seu desenrolar. O Coritiba entrou em  campo com a tarefa de vencer por dois gols de diferença, pois perdera o primeiro jogo, fora de casa, por 1 x 0. Foi surpreendido por um gol do Vasco, mas não se abateu e virou o jogo ainda no primeiro tempo. Devido ao regulamento da Copa do Brasil, que adota o saldo qualificado, o Coritiba precisava marcar mais um gol para ser campeão, pois o gol do Vasco, por ter sido feito fora de casa, contava em dobro. O Coritiba dominou o segundo tempo desde o início mas, em vez de marcar o terceiro gol, sofreu o segundo, o que lhe obrigava a marcar mais dois gols. Fez mais um e lutou até o fim para alcançar o quarto gol, mas não conseguiu. Ganhou o jogo, mas não ficou com o título. Aliás, o regulamento que prevê o saldo qualificado precisa ser, pelo menos discutido. Na verdade, Vasco e Coritiba, em dois jogos, tiveram uma vitória para cada um e também marcaram o mesmo número de gols. Ficar com o titulo apenas porque marcou gols como visitante e o adversário não o fez, não parece justo. Melhor seria realizar uma prorrogação ou, até mesmo, um terceiro jogo em campo neutro. Especificamente em relação ao jogo, o técnico do Coritiba, Marcelo de Oliveira, errou na escalação inicial, colocando o time no 4-5-1. Bastou que, ainda no primeiro tempo, retirasse um dos volantes e colocasse um segundo atacante e, dois minutos depois, já obteve o gol de empate. De qualquer forma, o Vasco merece os cumprimentos pelo título. Alguns nomes saem especialmente engrandecidos com essa conquista. O presidente Roberto Dinamite, depois de ter levado o clube para a segunda divisão, completa a sua volta por cima, iniciada com o retorno para a primeira divisão. Alecsandro, desacreditado no Inter, foi o goleador da competição. Diego Souza, de passagem apagada pelo Atlético Mineiro, voltou ao seu melhor futebol. Felipe, mesmo veterano, provou que ainda joga um grande futebol. Parabéns, Vasco!

terça-feira, 7 de junho de 2011

A convocação para a Copa América

Após o amistoso contra a Romênia, no Pacaembu, o técnico Mano Menezes divulgou a convocação da Seleção Brasileira para a Copa América, que será disputada em julho, na Argentina. Mano convocou 22 jogadores, entre eles Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato, que estavam afastados por lesões, mas já estão recuperados. Dentre os jogadores que foram cortados, o equívoco mais flagrante se deu no meio de campo. Mano Menezes manteve Jádson, um bom jogador mas que não tem o padrão técnico exigido para jogar na Seleção, e deixou de fora Thiago Neves, o único capaz de obter um desempenho próximo ao de Paulo Henrique Ganso como armador. Mano reafirma, assim, sua propensão para preservar seus "bruxos" em detrimento de jogadores de maior qualidade, como já fizera, principalmente, quando foi técnico do Grêmio. No geral, no entanto, a convocação foi lógica e coerente em relação às anteriores. Resta esperar que, na Copa América, o futebol  da Seleção de Mano Menezes, finalmente, apareça. Caso contrário, o técnico começará a ter sua permanência no cargo ameaçada.

A despedida de Ronaldo

Alguns rançosos e implicantes se mostraram contrários ao fato de Ronaldo fazer sua despedida oficial da Seleção Brasileira jogando, ainda que por poucos minutos. Alegavam tais pessoas que Ronaldo está muito gordo, já deixou de ser jogador, que amistoso da Seleção é para ser levado a sério, entre outras argumentações. No entender desse grupo, bastava homenagear Ronaldo com placas, troféus e cerimônias. Porém, felizmente, Ronaldo despediu-se da Seleção jogando, tendo, inclusive, três oportunidades para marcar gols. O "Fenômeno" está totalmente fora de forma, com uma barriga protuberante, mas, durante o tempo em que esteve em campo, emocionou, por certo, a todos que assistiam ao jogo contra a Romênia, dentro ou fora do estádio do Pacaembu, em São Paulo. Foi uma despedida bonita, digna e, sobretudo, merecida, para quem tanto fez com a camisa "canarinho". A partida em si, ganha pela Seleção por 1 x 0, gol de Fred, pouco teve de atrativa, pois a equipe brasileira, mais uma vez, não jogou bem. No entanto, nos 17 minutos em que permaneceu em campo, Ronaldo fez valer a noite. Agora, Ronaldo é, para os apreciadores do bom futebol, apenas uma doce saudade.

Final óbvio

Uma história de final óbvio. Assim pode ser descrito o episódio envolvendo o enriquecimento súbito do ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antônio Palocci Filho, que pediu demissão do cargo no final da tarde de hoje. Durante três semanas, o assunto tomou conta do noticiário e causou um rebuliço político no país. A posição de Palocci era insustentável, e a entrevista que concedeu na última sexta-feira só fez agravar o quadro. Chegou a ser constrangedor ouvir as vozes oficailistas dizerem que as declarações do ministro haviam sido firmes e esclarecedoras, dando o caso por encerrado. Palocci, na verdade, foi hesitante e nebuloso em sua entrevista, comprovando que tinha muito a esconder. Nem mesmo a decisão, tomada ontem pela Procuradoria Geral da República, de rejeitar as representações contra o ministro feitas pela oposição, foram capazes de lhe dar novo fôlego. Estava mais do que claro que não havia como preservar Palocci no cargo. Após uma conversa reservada, de cerca de uma hora de duração, com a presidente Dilma Roussef, Palocci apresentou seu pedido de demissão. Já há até uma nova ministra-chefe da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A questão envolvendo Palocci deixa, assim, o cenário político, embora devesse continuar no plano jurídico. Para o país, é um alívio, pois o governo estava sendo paralisado por um escândalo envolvendo o seu ministro mais poderoso. Para uma presidente em início de mandato, nada poderia ser mais contraproducente. Agora, Dilma e o governo terão a chance de voltar a trabalhar em paz, e o noticiário poderá diversificar seus assuntos.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Fama fugaz

O artista plástico Andy Warhol, já falecido, disse que um dia todas as pessoas teriam pelo menos 15 minutos de fama. A frase soa mais atual do que nunca, nesses tempos de tantas celebridades instantâneas e descartáveis. A previsão encaixa-se, também, com a história de Rosinery Mello do Nascimento, que foi enterrada hoje em São Gonçalo (RJ). Alguém ainda lembra quem foi Rosinery? Pois foi ela, na condição de uma simples torcedora presente ao Maracanã em 3 de setembro de 1989, no jogo entre Seleção Brasileira x Chile, pela Eliminatórias da Copa do Mundo de 1990, que acabou sendo o pivô de uma das grandes confusões da história do futebol. Rosinery jogou um sinalizador naútico em direção ao campo, que caiu próximo ao goleiro Rojas, do Chile. O goleiro, então, simulou ter sido atingido pelo objeto e, utilizando-se de uma lâmina que trazia escondida na luva, provocou ferimentos em si mesmo, e foi retirado de campo com o uniforme respingado de manchas de sangue. A equipe do Chile abandonou o gramado, o que levou o árbitro, minutos depois, a encerrar o jogo, que estava sendo vencido pela Seleção Brasileira por 1 x 0. Descoberta a identidade de quem atirara o sinalizador, Rosinery tornou-se famosa da noite para o dia, a ponto de, dois meses depois, em novembro de 1989, ser a estrela de capa da revista "Playboy". As imagens de televisão acabaram por provar que tudo não passara de uma farsa, pois mostraram que Rojas não foi atingido pelo sinalizador. Com isso, o goleiro, mais o técnico Orlando Aravena, o médico Daniel Rodriguez e o dirigente Sérgio Stoppel foram banidos do futeboi pela FIFA. O zagueiro Astengo e a Federação Chilena de Futebol foram suspensos por quatro anos. Dessa forma, o Chile ficou impossibilitado de disputar as eliminatórias para a Copa de 1994. Alguns anos mais tarde, a FIFA anistiou Rojas, que, com isso, voltou a trabalhar no futebol, como treinador de goleiros e, posteriormente, técnico do São Paulo. Rosinery, por sua vez, chegou a ser homenageada pelos chilenos. Sua fama, porém, foi fugaz, tal e qual a dos participantes dos reality shows de hoje em dia. Rosinery, que tinha 24 anos na ocasião do episódio do sinalizador, morreu vítima de um aneurisma cerebral, com apenas 45 anos de idade. Era casada e teve três filhos de dois casamentos. Morava em Araruama, na região dos Lagos (RJ). Passou os últimos anos anônima, como o era antes do caso do sinalizador. No entanto, ainda que por breve tempo, conheceu a fama. Exatamente como previra Andy Warhol.

domingo, 5 de junho de 2011

Os 70 anos do eterno Tremendão

Nesse domingo, 5 de junho, Erasmo Carlos completou 70 anos. O fato passou praticamente ignorado pelos meios de comunicação, ao contrário do que aconteceu há um mês e meio, quando seu parceiro ilustre, Roberto Carlos, atingiu a mesma idade. Erasmo ficou sempre eclipsado por Roberto. As razões para isso são muitas. Erasmo não é um grande cantor, não tem o charme pessoal do "Rei", não se tornou um campeão de vendagens com seus discos. Porém, inegavelmente, é um grande compositor e, na sua discografia, sempre exibiu um estilo próprio, em nada emulando o do parceiro ilustre. Músicas como "Gatinha manhosa", "Festa de arromba", "Pode vir quente que eu estou fervendo", "Coqueiro Verde", "Filho Único", "Sou uma criança, não entendo nada", "Pega na mentira", "Mesmo que seja eu",trazem a marca inconfundível de Erasmo, bem distante do romantismo clássico das composições que fez com Roberto para serem gravadas pelo parceiro. Como já foi dito, Erasmo não teve, com seus discos, as vendagens vertiginosas alcançadas por Roberto Carlos. Seu álbum de maior vendagem, que continha o grande sucesso "Mulher", foi gravado há trinta anos, em 1981. Independentemente do número de cópias vendidas, porém, Erasmo brindou a quem gosta de boa música com duas obras primas, os discos "Erasmo Carlos convida" e "Erasmo Carlos convida II", lançados com um espaço de cerca de trinta anos entre um e outro. O primeiro volume saiu em 1980. Nesses dois álbuns, Erasmo canta algumas de suas principais composições em duetos com grandes nomes da música brasileira, inclusive o próprio Roberto Carlos. Sua gravação de "Detalhes", em dueto com Gal Costa, presente no disco de 1980, é simplesmente antológica. Os anos passaram, os poucos cabelos que lhe restaram estão brancos, mas Erasmo continua sua trajetória, inclusive trabalhando com cantores e compositores de gerações mais novas. Também tem lançado trabalhos com músicas inéditas, coisa que Roberto Carlos já não faz há algum tempo. Erasmo, portanto, mesmo aos 70 anos, não parou no tempo. Parabéns, Tremendão!.

sábado, 4 de junho de 2011

Seleção ainda não convenceu

A Seleção Brasileira, sob o comando do técnico Mano Menezes, ainda não convenceu. Se é verdade que Mano está há poucos meses no cargo e de que faltam três anos para a Copa do Mundo de 2014, não deixa de ser preocupante constatar que, toda vez que a Seleção enfrentou um adversário mais credenciado, não conseguiu vencer. Foi assim nas derrotas para a Argentina e França e no empate de hoje à tarde, em 0 x 0, com a Holanda, no estádio Serra Dourada, em Goiânia. A Seleção fez um mau primeiro tempo, saindo vaiada para o intervalo, e melhorou sensivelmente no segundo tempo, mas sem conseguir ganhar o jogo. Ainda que se saiba que, no período anterior à Copa de 2002, a campanha da Seleção era ruim e isso não impediu a conquista do título, e que em 2010 deu-se o contrário, com excelentes resultados antes e a perda do título da competição depois, a equipe de Mano Menezes já está devendo resultados mais consistentes. Em que pese contar com muito mais talentos do que na Copa de 2010, a atual Seleção ainda não empolga. Mano é muito mais técnico que Dunga, que não havia trabalhado como treinador antes de assumir na Seleção e está desempregado desde que deixou o cargo. Porém, é preciso mostrar isso na prática, o que não vem acontecendo.

A entrevista

Depois de quase 20 dias em que foi a figura mais citada nos noticiários, devido ao seu súbito enriquecimento, o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antônio Palocci Filho, finalmente veio a público para, com uma entrevista concedida ontem ao Jornal Nacional, da Rede Globo, prestar esclarecimentos sobre o fato. O problema reside justamente nesse aspecto, isto é, a entrevista nada esclareceu. Palocci limitou-se a repetir tudo o que já havia sido dito anteriormente em sua defesa, ou seja, de que agiu dentro da legalidade nos serviços de sua empresa de assessoria, que prestou contas a todos os orgãos de controle do governo, que recolheu todos os impostos devidos. O que se precisa saber, no entanto, Palocci não se dispôs a contar. O que interessa em toda essa questão é revelar quais empresas contrataram os serviços da assessoria de Palocci, com que finalidade, e quanto o ministro recebeu por tais tarefas. A entrevista do ministro, na verdade, foi um festival de tergiversações, em que nenhum dado objetivo e concreto foi levado ao conhecimento público. Palocci chegou a dizer que não há nada mais difícil do que provar o que não se fez. Com base nisso, ao declarar que não fez tráfico de influência, admitiu que não tem como prová-lo, mas argumentou que "tem que existir boa-fé nas pessoas". O que Palocci não diz é porque, já estando no terceiro escândalo em sua curta trajetória política, mereceria contar com a boa-fé por parte de qualquer pessoa. Como era de se esperar, a oposição bateu forte quanto ao conteúdo da entrevista e os defensores do governo a elogiaram. Só que está muito claro de que lado está a razão. Só mesmo os mesquinhos interesses da política podem fazer com que alguém se disponha a defender o indefensável, a considerar que Palocci foi firme e objetivo, quando, na verdade, foi evasivo e redundante. Não há como limpar a imagem de Palocci, nem como explicar seu absurdo enriquecimento. As evidências de que o ministro transgrediu as  fronteiras da licitude são por demais gritantes. Não há porque se empenhar em salvar alguém que já está condenado pelos fatos. A presidente Dilma Roussef precisa é preservar o seu governo, e isso implica em demitir Palocci, retirando o caso da esfera política e remetendo-o para a área jurídica

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Uma decisão de alto nível

A Taça Libertadores da América de 2011 terá uma decisão como há muito não se via, em termos de tradição. Santos e Peñarol decidirão a competição, repetindo o que aconteceu em 1962, quando o clube brasileiro ficou com o título. O Santos já foi campeão da Libertadores duas vezes, a última delas em 1963. Em 2003 chegou à decisão, mas perdeu para o Boca Juniors. O Peñarol ganhou a Libertadores cinco vezes, a última em 1987. O Santos possui dois títulos mundiais, o Peñarol tem três. Como se vê, glórias e tradição não faltam aos dois clubes, que, ao longo de suas histórias, formaram times inesquecíveis, repletos de grandes jogadores e, no caso do Santos, com a presença de um gênio, Pelé. Se é verdade que a edição da Libertadores de 2011 não primou pelo alto nível técnico, a decisão da competição, pela representatividade dos dois clubes, compensa esse fato. Será uma disputa interessante, também, pelo confronto de estilos. O Santos com um time essencialmente técnico, comandado por um craque, Neymar. O Peñarol compensando suas limitações com a proverbial raça uruguaia. O Santos teria no Vélez Sarsfield, que foi eliminado pelo Peñarol nas semifinais, um adversário tecnicamente mais forte. Porém, o Peñarol, embora tenha um futebol mais modesto, traz consigo o peso de uma camisa coberta de glórias. Será, por certo, uma grande decisão. Apontar um favorito, nesse caso, é quase uma temeridade, mas, por fazer o segundo jogo em casa e ter um time de maior capacidade técnica, essa condição pertence ao Santos.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Lei da Mordaça

Em mais uma prova de que o Brasil está sofrendo a ação de forças que querem impedir a consolidação da democracia e da plena cidadania no país, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou ontem o projeto de lei 1.947/07, que torna crime a violação e o vazamento de informações de investigação criminal sob sigilo. O projeto, de autoria do deputado Sandro Mabel (PR-GO), seguirá, agora, para votação em plenário. De acordo com o que estabelece a proposta, é considerado crime a revelação ou divulgação de fato que esteja sob investigação em qualquer tipo de procedimento oficial. A lei abrange não só os servidores que facilitarem o acesso à notícia, mas, até mesmo, o jornalista que divulgá-la. A pena prevista é de dois a quatro anos de reclusão, além de multa. O relator do projeto, deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL), ao defender seu voto, disse lamentar que dados sejam, muitas vezes, lançados à opinião pública com o intuito de macular a imagem do investigado, o que, no seu entender, pode levar a danos irreparáveis à honra. O que incomoda os deputados, certamente, não é a possibilidade de alguém ser desonrado publicamente de forma injusta. Na verdade, o que os parlamentares desejam é impedir a imprensa de seguir com o seu trabalho de revelar suas falcatruas e deslizes. Com a volta do regime democrático e o fim da censura à imprensa, os meios de comunicação passaram a noticiar, maciçamente, os muitos desvios éticos e crimes cometidos pelos políticos. Por isso mesmo, os parlamentares tentam, de todas as forma, silenciá-los. O projeto de lei ontem aprovado é um acinte, um escárnio, algo totalmente incompatível com um país livre e democrático. As forças vivas do país tem de se mobilizar para que ele não venha a ser aprovado, sob pena de o Brasil, mais uma vez, ser exposto ao rídiculo no contexto internacional. Num país que prospera, economicamente, a olhos vistos, não se admite tamanho retrocesso institucional.

A Marcha pela Família

Os arautos do atraso e do preconceito não se dão por vencidos.  Passados 47 anos da "Marcha com Deus e a Família pela Liberdade", que ajudou a impulsionar a deflagração do execrável golpe militar de 1964, surge, agora, a "Marcha pela Família", de nome mais curto mas resultante dos mesmos grupos e buscando idênticos objetivos. Tal como em 64, o que os defensores da família querem é impor a toda a sociedade sua visão de mundo e defender a manutenção de seus privilégios. Há 47 anos, o alvo era a pretensa ameaça comunista. Hoje, o inimigo a ser combatido é a lei 122, que criminaliza a homofobia. Ancorados em seus preceitos religiosos e preconceitos, os ativistas da tal marcha, pregadores de diversas crenças, querem continuar a exercer o que entendem ser um direito, ou seja, o de bradar e vociferar contra a homossexualidade, que consideram um pecado. Os defensores da marcha chegam a dizer que o Senado não tem poder para criar um "terceiro sexo", por meio de legislação. O Brasil parece condenado a retroagir, cada vez que se encaminha para notáveis avanços nos direitos sociais e na afirmação da cidadania. Tudo porque há pessoas que não se contentam em viver de acordo com suas próprias concepções, querem estendê-las a todos e perseguir quem nelas não se encaixa. Toda a pessoa é livre para crer no que bem entender. Há, até, quem acredite na existência de elfos e duendes! Por certo, é uma forma de escapismo, uma maneira de tornar a realidade menos dura, envolvendo-a num manto de idéias delirantes. Na mesma linha, todo e qualquer indivíduo pode aderir a uma religião ou seita e seguir suas pretensas verdades e revelações. O que não se pode, em hipótese alguma é, em nome do direito de professar uma fé e pregar sua doutrina, bater de frente com o direito dos demais cidadãos de estabelecerem suas escolhas de vida, ainda que isso fira seus dogmas religiosos. Aliás, o dogma já é, em si, algo que rebaixa a pessoa na sua condição de ser pensante e autônomo, pois é uma verdade pronta, que não pode ser discutida nem contestada, por estar, alegadamente, baseada em "revelações divinas". Com o nível de evolução cultural e científica que a humanidade já alcançou, não é possível conviver mais com tanto obscurantismo. Os governantes brasileiros, de olho apenas em votos e interesses de natureza política, muitas vezes cedem à chantagem de parlamentares que defendem as posições das diversas confissões religiosas. Isso não pode continuar. O Brasil não pode ser refém do atraso e do medievalismo. Cada um que cultive as suas crenças, mas sem tentar impor sua estreita e distorcida visão de mundo para toda a sociedade. Em vez de retrógradas marchas pela família precisamos, urgentemente, de uma "Marcha pela Cidadania Ameaçada".

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Vasco larga em vantagem

Foi uma vitória escassa, de apenas 1 x 0, mas o Vasco largou em vantagem contra o Coritiba na decisão da Copa do Brasil. O resultado permitirá ao Vasco jogar pelo empate na segunda partida, em Curitiba. Afora isso, o fato de não ter sofrido gols, garante ao Vasco a possibilidade de ser campeão mesmo perdendo o jogo, desde que seja pela diferença de um gol, à exceção do 0 x 1, resultado que levaria a decisão para a cobrança de tiros livres da marca do pênalti. Para o Coritiba ser campeão no tempo normal de partida, portanto, será preciso uma vitória por diferença de dois gols, o que não é uma tarefa fácil, mesmo jogando em casa, num estádio lotado e com a torcida a seu favor. O Coritiba pode reverter a situação, é claro, mas o Vasco, pela maior tradição e por ter largado na frente, aparece como favorito para a conquista do título da Copa do Brasil.

Santos já está na decisão

Como já era esperado, o Santos classificou-se para a decisão da Taça Libertadores da América. Será a quarta vez que o clube irá decidir a competição. Nas três vezes anteriores, foi bicampeão em 1962 e 1963 e vice-campeão em 2003. A magra vitória por 1 x 0 sobre o Cerro Porteño no primeiro jogo, no Pacaembu, fez com que alguns temessem a possibilidade de uma reversão em Assunção. Temor infundado. O Santos é muito melhor que o Cerro Porteño, um dos clubes com maior número de participações na Libertadores, mas que, até hoje, não foi além das semifinais da competição. O Santos chegou a fazer 2 x 0, sofreu um gol, conseguiu o 3 x 1 e, equivocadamente, recuou em campo, permitindo uma grande pressão do Cerro, que, com isso, obteve o empate em 3 x 3. O jogo teve os ingredientes típicos de partidas da Libertadores, com estádio lotado, torcida jogando objetos no gramado e até uma pedra contra o técnico do Santos e a tradiconal bravura de nossos vizinhos de fala espanhola que, quer sejam argentinos, uruguaios ou, como hoje, paraguaios, jamais esmorecem antes de o jogo acabar, mesmo que o placar lhes seja desfavorável. O Santos já está na decisão e, agora, apenas espera para saber quem será seu adversário, Vélez Sarsfield ou Penãrol, que jogarão na quinta-feira. Seja quem for, o Santos aparece, desde já, como favorito para conquistar o título da Libertadores.