segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Eleições

Começou, no dia 21, a propaganda eleitoral para o pleito de outubro próximo. No entanto, seja pelo fato de que as eleições se incorporaram à rotina dos brasileiros, ou pelo desencanto da população com os políticos, o fato é que as campanhas continuam tão mornas quanto antes do início do horário eleitoral gratuito. Basta conferir, diariamente, nos jornais, a agenda externa dos candidatos a prefeito de Porto Alegre, por exemplo,  para que se perceba á diferença com disputas eleitorais anteriores. Os atos públicos externos são reduzidos, a maior parte dos compromissos se constitui de encontros em locais fechados, com representantes de diversos grupos e corporações. As grandes concentrações públicas parecem ter sido deixadas de lado. Os discursos inflamados, as grandes passeatas, ficaram na lembrança. As eleições são vistas com indiferença pela maioria da população. O panorama, como um todo, é pouco estimulante. O nível médio dos candidatos não é dos melhores. Suas propostas são pouco criativas. Há mais preocupação com a imagem dos candidatos do que com o conteúdo de suas proposições. Tudo remete a um imenso vazio. Alguns talvez vejam nisso tudo um sinal de amadurecimento do povo, de quem se acostumou com a realização regular de eleições e não mais se deixa comover por elas. Não nos iludamos, contudo. A política não pode prescindir da participação popular. Caso contrário, torna-se uma prática burocratizada e apática. O Brasil ainda tem muitos problemas para resolver antes que as pessoas achem que não precisam mais sair ás ruas e sacudir suas bandeiras. Eleições amorfas só servem às intenções dos mais conservadores. A política, em outros tempos, foi capaz de empolgar multidões. Esse interesse tem de ser resgatado.