quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Vitória magra

Pouco antes do Grêmio tropeçar mais uma vez diante de um clube do interior, o Inter-B fez o dever de casa e venceu o Porto Alegre por 1x0, no Beira-Rio. O jogo foi de baixíssimo nível técnico, mas a vitória, no final das contas, é o que importa. O Inter, jogando apenas com reservas, já obteve uma vitória no Campeonato Gaúcho, coisa que o Grêmio ainda não alcançou, e já tem um ponto a mais na competição em relação ao seu maior rival, fatos que, certamente, tornarão mais tranquilos os próximos dias do clube.

Outra decepção

O Grêmio não passou de um empate em 1x1 com o Ypiranga, ontem à noite, em Erechim. O time reserva colocado em campo não serve como desculpa, pois nele estavam presentes jogadores já bastante utilizados, como Mário Fernandes, Vílson, Neuton, Diego Clementino e Júnior Viçosa. Até mesmo um titular, Adílson, foi escalado. O Grêmio tinha tudo para ganhar o jogo mas, mais uma vez, saiu na frente e cedeu o empate. Um lance foi emblemático da postura do Grêmio. Já no final do jogo, no que era para ser um contra-ataque fulminante, Diego Clementino, em vez de arremeter em direção ao gol, retardou o lance, passando a bola para Júnior Viçosa que, por sua vez, segurou-a ainda mais, permitindo que a defesa adversária voltasse para o seu lugar. O atacante gremista ainda tentou, pateticamente, segurar a bola no canto do gramado. Cerca de dois minutos depois dessa chance de liquidar o jogo ser desperdiçada, o Grêmio sofreu o gol de empate. Os  principais defeitos do Grêmio foram os mesmos do jogo anterior. Adílson continua errando passes de forma bisonha e Júnior Viçosa, apesar do gol marcado se mostra atabalhoado e sai muito da área. Até Diego Clementino, um dos xodós da torcida, foi muito mal, chegando a furar em bola de frente para o gol. Já são dois jogos do Grêmio no Campeonato Gaúcho e nenhuma vitória. Um desempenho frustrante e para o qual não há desculpas. O Grêmio do começo de 2011 está longe da mobilização que apresentava no final de 2010. Está na hora de acordar. Afinal, as férias já acabaram.

O cansaço de Renato

Desde sua chegada ao Grêmio, no segundo semestre de 2010, Renato viveu uma relação idílica com o clube e sua torcida. Aprovado de antemão pelo torcedor, tendo em vista ter sido o maior jogador da história do clube, Renato, como técnico, passou a empilhar bons resultados, tirando o Grêmio da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e classificando-o, com a ajuda prestimosa do Independiente, para a Pré-Libertadores. Porém, a diretoria do Grêmio mudou e, desde o início, transparecem sinais de que a harmonia de Renato como os novos dirigentes não é a mesma que havia com os antigos. A começar pelo fato de que ficou claro que Paulo Odone e seu grupo só renovaram o contrato de Renato por força das circunstâncias, pois o estilo de técnico apreciado pelo presidente do Grêmio é outro. Agora, Renato, alegando sobrecarga e cansaço, comunicou em entrevista que não irá viajar para os jogos no interior, nem para o Gre-Nal de Rivera. Confrontada com a notícia, a diretoria do Grêmio disse desconhecer tal decisão e desmentiu que ela seja levada a efeito. Lamentável e prejudicial desencontro de declarações entre Renato e os dirigentes, revelando uma dessintonia que só trará prejuízos ao clube. Pior do que isso, no entanto, é a alegação de Renato para não viajar, a de que está cansado e sobrecarregado. Renato voltou, há poucos dias, de um mês de férias, passadas no Rio de Janeiro, e ganha cerca de 400 mil reais por mês. Seria interessante saber o que pensa a respeito um trabalhador comum, que sacoleja diariamente em ônibus lotados e que nunca pôs os pês na Cidade Maravilhosa. Craque como jogador e técnico competente, Renato parece não ter a mesma habilidade com as palavras. Desde sua chegada, volta e meia dá uma declaração um tanto intempestiva, o que tem passado batido devido aos bons resultados de campo. Dessa vez, no entanto, suas palavras geraram um evidente desconforto na diretoria e, provavelmente, até entre os torcedores. Renato tem de entender que por tudo que já fez pelo Grêmio, ele pode muito, mas não pode tudo.