terça-feira, 29 de agosto de 2017

Legado olímpico

Completado um ano da realização da Olimpíada no Rio de Janeiro, há pouco ou quase nada para ser exaltado. O propalado legado olímpico não se confirmou. As instalações do Parque Olímpico da Barra da Tijuca não tiveram o aproveitamento posterior que foi anunciado. Até agora, a área tornou-se um elefante branco em processo de sucateamento. O impulso para o esporte no país, também não se confirmou, pelo contrário. Muitos atletas tiveram seus patrocínios reduzidos ou cortados após a competição. O "legado" concreto da Olimpíada foi mais um rombo nos cofres públicos, ainda que o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, negue o fato. Dizia-se que a realização da Olimpíada seria inteiramente bancada com recursos privados, mas isso foi apenas uma falácia. A oportunidade de transformar o Brasil num país poliesportivo, capaz de deixar a condição de mero figurante olímpico, foi desperdiçada. Até mesmo modalidades esportivas antes bem sucedidas no país regrediram no seu desempenho, nos últimos anos, e a Olimpíada do Rio de Janeiro em nada serviu para alterar esse quadro. O exemplo mais notório dessa realidade é o basquete, que segue ladeira abaixo, depois de ter alcançado muitas glórias. Pela primeira vez, desde 1959, o basquete feminino ficará de fora de uma edição do campeonato mundial. O basquete, masculino, por sua vez, deverá ficar alijado da próxima edição dos Jogos Pan-Americanos. No balanço final, quem lucrou com a Olimpíada foram as figuras de sempre em competições desse porte, ou seja, os dirigentes esportivos e os donos de empreiteiras. Para os atletas e o povo, terminada a festa, restou uma amarga conta para pagar.