quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Falsa solução

Ronaldo Nazário manifestou seu desejo de se candidatar ao cargo de presidente da CBF na próxima eleição da instituição. Foi o que bastou para que amplos setores da imprensa esportiva brasileira abraçassem a ideia, ainda que ela seja uma falsa solução. Não é segredo para ninguém que a CBF, há muito tempo, vem sendo presidida por indivíduos inidôneos, mas colocar um ex-jogador no cargo não significa uma solução mágica. Após "pendurar" as chuteiras, Ronaldo começou a ter outras atividades dentro do futebol, como agenciar jogadores e tornar-se proprietário de clubes, o que fez no Cruzeiro, e condição que ainda exerce no Valladolid, da Espanha. Aliás, desfazer-se da condição de proprietário de um clube é uma medida que Ronaldo terá de tomar obrigatoriamente para poder se candidatar, e já disse que o fará. Por ter sido um grande jogador, Ronaldo tornou-se um ídolo nacional. Por isso, desperta enorme simpatia nos torcedores e na imprensa. Daí a vir a ser um bom presidente da CBF vai uma distância muito grande. Os casos de ex-jogadores que fracassaram como dirigentes esportivos, por corrupção ou simples incompetência, são abundantes. Michel Platini na UEFA, Dieter Hoeness e Franz Beckenbauer no Bayern de Munique, Roberto Dinamite no Vasco. Melhor seria se tivessem se limitado ao espaço do panteão dos grandes esportistas. Um espaço onde, por sinal, Ronaldo ocupa um lugar expressivo. A CBF precisa de presidentes competentes e honestos. Ser um um ex-jogador não é um pré-requisito para isso.