terça-feira, 6 de outubro de 2015

Figura emblemática

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é uma figura emblemática da política brasileira, e traduz como poucos a filosofia adotada há muitos anos por seu partido. Jucá atuou como líder do governo no Senado nas administrações de Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.  Em entrevista às páginas amarelas da edição dessa semana da revista "Veja", Jucá defende o rompimento do PMDB com o governo Dilma. O senador entende que o seu partido é o único capaz de protagonizar a transição em caso de impeachment, e já desenha cenários para um Brasil sem Dilma. Como se vê, Jucá é a cara do PMDB, um partido que, há muito tempo, desistiu de lançar candidatos a presidente, contentando-se em aliar-se ao detentor do poder de momento. Esse é um meio mais cômodo de se chegar ao poder, pois não é preciso ganhá-lo pelo voto. Agora, o PMDB prepara-se para tentar chegar ao ápice nesse seu "pragmatismo" político, isto é, obter o cargo de presidente para si sem passar pelas urnas, pela via do impeachment. Romero Jucá é uma figura do mesmo nível ético de Eduardo Cunha e de Renan Calheiros. Não por acaso, todos se abrigam no mesmo partido, o PMDB. Assim como Cunha e Calheiros, Jucá soma uma série de acusações contra si. No seu caso específico, elas consistem em desvio de verbas, compra de votos, uso de funcionários públicos em campanha eleitoral e abuso do poder econômico. Enquanto os cargos mais relevantes do Congresso Nacional continuarem a ser ocupados por figuras dessa extração, o Brasil não avançará no campo político.