sexta-feira, 29 de maio de 2015

O inimigo público número um

Expressão que era usada com frequência, no passado, para designar pessoas ou situações de caráter vilanesco e atentatório ao interesse público, a frase do título acima cai como uma luva para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sem nenhuma dúvida, Eduardo Cunha é, hoje, o inimigo público número um da democracia e da moralidade na política. Com uma manobra sórdida, conseguiu que, depois de rejeitado, o financiamento empresarial de campanhas fosse incluído na reforma política. Cunha está a serviço das piores causas, sempre em favor das elites predatórias e dos arautos do obscurantismo. Não é à toa que uma das figuras mais execráveis da imprensa brasileira, Reinaldo Azevedo, já tenha saído em sua defesa, escrevendo que quem odeia Cunha tem o mesmo sentimento em relação à democracia. O Brasil vive dias sombrios. Aproveitando-se das dificuldades conjunturais que atravessa o governo, Cunha e a direita tentam impor ao país uma agenda retrógrada, impedindo a aprovação de medidas importantes, como a taxação das grandes fortunas, e barrando a votação de questões polêmicas que se contraponham aos conceitos medievais dos evangélicos. Momentaneamente enfraquecido, o governo tem engolido as provocações e atitudes de Cunha. Porém, por mais que pareça estar com o controle da situação, Cunha precisa ter seu poder neutralizado. Não por ser um adversário do governo, mas porque, com sua abjeta conduta, é o maior inimigo dos que querem um Brasil mais digno e justo, que contemple o interesse de todos os cidadãos, e não apenas de privilegiados.