domingo, 9 de dezembro de 2012

O começo de uma nova era

Embora resida em Porto Alegre, não acompanhei passo a passo a obra do novo estádio do Grêmio, a Arena. Algumas pessoas viram a obra desde que saiu do chão, e a sua evolução até ser concluída. Cheguei a planejar uma visita ao estádio antes de sua abertura ao público, mas isso acabou não se concretizando. Sendo assim, ao estar presente ontem na inauguração da Arena, o impacto que senti foi ainda maior do que já seria esperado. Trata-se de uma obra portentosa, um estádio sem similar no Brasil. São mais de 60 mil lugares, sendo a quase totalidade com cadeiras e um pequeno setor sem elas, reservado para a "avalanche" da torcida "Geral do Grêmio". São quatro andares de acomodações, todos de excelente visibilidade para o campo. Para os que sentam nas cadeiras do anel inferior, a distância para o gramado é de, apenas, 10 metros, o que gera uma incrível sensação de interação com o jogo.  Depois da bela festa de inauguração, o jogo contra o Hamburgo, com o apelo da evocação da decisão do Campeonato Mundial de Clubes de 1983, e a repetição do placar daquela ocasião, inclusive, com o empate parcial,  foi um  digno complemento. Para a satisfação da torcida, coube a um jogador do Grêmio, André Lima, marcar o primeiro gol do novo estádio. O Grêmio sai na frente no que deve ser uma tendência dos clubes brasileiros daqui por diante, isto é, a adoção do padrão Fifa de construção de estádios. O Palmeiras já está erguendo a sua arena, no mesmo terreno onde ficava o velho Parque Antárctica. O Vasco já planeja deixar de lado o seu antigo estádio de São Januário e também construir uma arena. As modernas arenas primam pelo conforto, visibilidade e interação do público com o espetáculo. Sua acústica é muito melhor que a dos estádios convencionais, o que amplifica o grito do torcedor. Também é verdade que elas tiram um pouco da vibração do torcedor na medida em que todos os lugares são marcados, o que dificulta a aglomeração na hora de comemorar um gol. Afora isso, tanto conforto também custa caro, diminuindo a possibilidade das pessoas com menores recursos financeiros de se fazerem presentes nos estádios. Porém, os prós são muito maiores do que os contras. Mesmo para quem, como eu, já não é jovem, e vai aos estádios há 41 anos, a sensação diante do que se viu na Arena do Grêmio foi de êxtase e encantamento. Como estádio, é único, até o momento, no Brasil. Só vemos algo semelhante quando assistimos, pela televisão, aos jogos da Europa. Com a Arena, começa uma nova era para o Grêmio e para o futebol brasileiro. Até por isso, um jornal francês considerou estranho a Arena não ter sido incluída entre os estádios da Copa do Mundo de 2014. O jornal foi ameno em suas considerações. Depois do que se viu ontem, a não inclusão da Arena entre os estádios da Copa não é, apenas, estranha, mas totalmente absurda.