segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Chamariz

Como se suspeitava, embora alegasse uma hesitação inicial, Regina Duarte aceitou o cargo de Secretária da Cultura do governo Jair Bolsonaro. A escolha, é claro, está longe de ser adequada no quesito capacidade, mas é coerente ideologicamente. A atriz é uma direitista de carteirinha, que apoiou Fernando Henrique Cardoso, e dizia ter medo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para quem procura se sustentar no poder agradando sua massa de apoiadores descerebrados, a nomeação de Regina é conveniente. Atriz de talento discutível, mas de grande popularidade, ela representa um apoio a Bolsonaro numa área crítica, o meio artístico, onde enfrenta grande rejeição. Regina, inclusive, já teria declarado que pretende encaminhar uma pacificação entre o governo e a classe artística. Não irá conseguir. Os artistas que se opõem a Bolsonaro não recuarão de suas posições. Como ministra, Regina Duarte servirá de chamariz para o governo, como Pelé foi na administração Fernando Henrique Cardoso, como ministro dos Esportes. A ambos, falta competência para o exercício dos cargos, mas sobra popularidade. Só o fato de ser famosa diferencia a atriz dos demais integrantes do governo. Em comum, todos tem a mesma estultice e insensibilidade social.