quinta-feira, 7 de julho de 2022

Uma Copa em sede imprópria

A cada dia fica mais evidente a total falta de sentido da escolha do Catar como sede da próxima Copa do Mundo. País sem nenhuma tradição e expressão no esporte mais popular do mundo, o Catar só foi escolhido porque a Fifa, há muito tempo, deixou de ser uma imstituição esportiva, e se transformou, apenas, num balcão de negócios. O Catar nunca se classificou para uma Copa do Mundo, só disputará a de 2022 por ser a sede da competição. O país é muito pequeno, o que fará com que todos os estádios onde serào realizados jogos fiquem muito próximos, algo raramente visto em Copas anteriores, com exceção da primeira, em 1930, no Uruguai. O elevado calor do país levou a que, pela primeira vez na história, a Copa do Mundo seja realizada no final do ano, quando as temperaturas no Catar são mais amenas, e não entre junho e julho, como de hábito. A construção dos estádios para a próxima Copa foi cercada de denúncias de condições de trabalho dos operários análogas à escravidão, com carga horária excessiva, e um número de mortos calculado em mais de seis mil. Como se tudo isso não bastasse, o Catar já anunciou que não permitirá, nos estádios, a presença de bandeiras ou faixas referentes ao movimento LGBTQIA+ e a venda de bebidas alcoólicas. Não é por acaso que 48% dos alemães gostariam que sua seleção não participasse da Copa no Catar. O mais absurdo de tudo isso é que a Inglaterra, o país que criou o futebol, tem o melhor campeonato nacional de clubes da atualidade, e dispõe dos mais modernos estádios do mundo, só tenha sediado a Copa do Mundo em 1966, e não se tenha perspectiva de que possa abrigar a competição novamente, já que as próximas edições serão na Américas do Norte e do Sul respectivamente. O mundo terá uma Copa em sede imprópria em 2022, porque o futebol, sob a liderança da Fifa, não se rege mais por critérios esportivos, mas, somente, por interesses financeiros.