Os 75 anos de Gal Costa

Há quatro dias, Gal Costa completou 75 anos. Um dos grandes talentos musicais brasileiros surgidos nos míticos anos 60, Gal Costa não parece sentir o transcorrer do tempo. Sua voz segue impecável. Os 75 anos de Gal Costa merecem ser reverenciados. Particularmente, considero que Gal Costa é a maior cantora brasileira de todos os tempos. Não faltaram grandes cantoras ao país, ao longo do tempo. Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Ângela Maria, Clara Nunes, Maria Bethânia, Elis Regina, entre tantas outras. Elis Regina, aliás, é apontada pela maioria como sendo a maior cantora do pais. Respeitosamente, discordo. O timbre de voz de Gal Costa é único, belíssimo. Sua interpretação valoriza músicas simples, e torna antológica uma grande composição. Seu amplo registro vocal lhe permite encarar qualquer música, nos mais diversos ritmos. Em sua longa e exitosa carreira, Gal Costa revisitou clássicos de Dorival Caymmi e Lupicinio Rodrigues, cantou pérolas do amigo Caetano Veloso, gravou Cazuza e Lulu Santos. Seu repertório é vasto e eclético. Muita vida e carreira pela frente é o que cabe desejar para uma estrela de tamanho brilho.

Péssimo futebol

Um jogo horrível, em que a bola foi muito maltratada. Assim foi América de Cali 0 x 0 Inter, hoje, pela Libertadores. Em todo o jogo, o Inter não teve nenhuma chance de gol. O América teve duas. O Inter jogou muito modificado, com mudanças em todos os setores. Na defesa, entraram Rodrigo Moledo e Léo Borges. No meio de campo, Nonato e Praxedes, e a volta de Patrick. No ataque, Leandro Fernandez. Por sinal,foi Leandro Fernandez quem quase pôs tudo a perder sendo expulso, aos 15 minutos do segundo tempo, ao dar uma cotovelada num adversário, com a bola parada. O empate, no entanto, não foi ruim para o Inter, que está com sua classificação bem encaminhada. A atuação fraquíssima, entretanto, não dá esperanças de poder ir longe na competição.

Valeu pelo segundo tempo

O Grêmio confirmou a expectativa geral e venceu a Universidad Católica. A vitória por 2 x 0, hoje, na Arena, pela Libertadores, no entanto, não foi tão tranquila como o placar parece indicar. O jogo, na verdade, valeu pelo segundo tempo. No primeiro, o Grêmio jogou muito mal, tendo menos posse de bola que o adversário, e sem criar chances de gol. Na volta do intervalo, logo aos dois minutos, Pepê abriu o placar e, então, tudo mudou. Desafogado, o Grêmio tomou conta da partida, ainda que a Universidad Católica não esmorecesse. Com o segundo gol, a vitória se tornou irreversível, e o Grêmio ainda teve chances de ampliar. Se vai mal no Campeonato Brasileiro, o Grêmio é líder do seu grupo na Libertadores, comprovando a ligação especial que tem com essa competição. Seu futebol ainda parece insuficiente para ganhar o título, mas numa competição com formulismo tudo é possível.

Caminho certo

O noticiário esportivo dá conta de que o Grêmio estaria interessado na contratação do volante Cuellar, ex-Flamengo, atualmente no Al Hillal, da Arábia Saudita. A aquisição de Cuellar é extremamente difícil, mas,independentemente dela ser concretizada, mostra que, enfim, o Grêmio adota o caminho certo em termos de contratação. Cuellar é um volante que resolveria os problemas do Grêmio na posição. Esse é o tipo de jogador que o Grêmio tem de buscar. Trazer jogadores veteranos sem contrato, apenas pelo salário, é uma falsa vantagem, pois eles não solucionam os problemas técnicos que motivaram a sua vinda. Um clube grande como o Grêmio tem de pensar alto em termos de contratações. Cavani, ex-Paris Saint Germain, é outro nome especulado que demonstra um Grêmio consciente da própria grandeza. Antes tarde do que nunca.

Desânimo

O Inter não conseguiu a sua recuperação,ontem, após a derrota para o Grêmio, pela Libertadores. Mesmo jogando no Beira-Rio, empatou com o São Paulo em 1 x 1 com o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro. Foi o Inter que abriu o placar, mas cedeu o empate pouco depois. A expulsão do zagueiro Zé Gabriel, no segundo tempo, tornou a situação ainda mais difícil para o Inter, e coube ao goleiro Marcelo Lomba evitar uma derrota. Após o jogo, o técnico do Inter, Eduardo Coudet, não conseguia disfarçar o seu desânimo. A exemplo do técnico do Grêmio, Renato, Coudet usou o argumento de que disputar duas competições simultâneas é algo muito difícil, e que vai se agravar com o início de uma terceira, brevemente. O técnico deixou claro que seu grupo não têm condições de fazer frente a esse grau de exigência. Os próximos dias serão de muita pressão sobre Coudet. Se não obtiver um bom resultado contra o América de Cali, fora de casa, e perder mais um Gre-Nal, é possível que Coudet seja demitido.

Discurso surrado

A expectativa geral era de que o Atlético Mineiro vencesse o Grêmio, ontem, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. Nada mais lógico, pois o jogo reunia o líder do Brasileirão contra o décimo-terceiro colocado poupando diversos titulares. A vitória do Atlético Mineiro por 3 x 1, portanto, não surpreendeu ninguém. Porém, ainda assim, o torcedor do Grêmio tem muitos motivos para se revoltar. A atuação do goleiro Paulo Victor foi comprometedora. O primeiro gol sofrido por ele foi ridículo, e nos demais ele também falhou. Se, depois de atuações comprometedoras em 2019, o Grêmio foi busca de um novo goleiro titular, não há razão para que continue no clube, pois jamais será uma opção confiável. Mesmo com tantos fatores contrários, o Grêmio, já sendo derrotado por 2 x 0, descontou o placar, tornou-se superior em campo, e estava próximo de empatar quando sofreu um gol que só é admissível na várzea, num lançamento direto do goleiro para um atacante, que conduziu a bola desde o campo de defesa até chutar para marcar. Para piorar o quadro, o técnico do Grêmio, Renato, após o jogo, usou o seu discurso surrado para justificar a derrota, destacando que o adversário só disputa uma competição, enquanto o seu clube se desdobra em várias. Um argumento que não convence mais ninguém.

A pandemia não acabou

O título desse texto expressa uma obviedade, mas nem todos percebem essa realidade. Milhões de brasileiros decidiram, por conta própria, que a pandemia de coronavírus chegou ao fim. As praias têm lotado nos finais de semana. Diversas aglomerações têm sido observadas, em bares e festas privadas. Clubes de futebol propõem a volta do público aos estádios. Porém, nada disso condiz com a situação concreta. A pandemia não acabou, e em alguns países da Europa o aumento no número de casos já faz com que se especule sobre o surgimento de uma segunda onda da doença. Fora do comportamento individual, alguns fatos evidenciam o quadro real. O Carnaval de 2021, no Rio de Janeiro, não ocorrerá em fevereiro, e talvez seja transferido para outro mês. Uma enorme quebra de tradição, com prejuízos financeiros altíssimos. Também o "Planeta Atlântida", tradicional festival de música realizado no Litoral Norte do Rio Grande do Sul em fevereiro, teve sua edição de 2021 cancelada. O quadro atual da pandemia ainda não permite aglomerações. Por mais que seja difícil aceitar, ainda se está muito longe de uma volta ao normal. Muitas outras festas e promoções tradicionais, provavelmente, ainda serão canceladas ou transferidas para uma data mais adequada. A luta contra o coronavírus prossegue, sem previsão de encerramento.

Coerência

O Flamengo está tentando adiar o seu jogo contra o Palmeiras, domingo, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro. O motivo é a grande quantidade de jogadores contaminados pelo coronavírus, o que dificulta até a formação de uma escalação. O Palmeiras e a CBF desejam que o jogo seja realizado. A imprensa esportiva destaca que a questão é de saúde pública, eaaa o adiamento da partida. Embora grande parte da imprensa ache que o futebol ainda não deveria ter retornado, em função da pandemia de coronavírus, o fato é que as competições foram retomadas. Desde então, os jogos foram sendo realizados, mesmo em meio a pandemia, que ainda está longe de ser controlada. Por uma questão de coerência, o jogo tem de ser realizado. Os direitos tem de ser iguais para todos. Ainda que o prejuízo técnico para o Flamengo seja evidente, não há datas disponíveis para adiamentos, pois o calendário está muito apertado. Não é hora de alegar questões sanitárias, pois os jogos voltaram sem que elas fossem consideradas.

Tabu mantido

Muitos acreditavam que havia chegado a hora do Inter quebrar a longa série invicta do Grêmio em grenais. O motivo para isso seria a boa campanha do Inter no Campeonato Brasileiro e na Libertadores, enquanto o Grêmio claudicava nas duas competições. Porém, ainda não foi dessa vez. Hoje, o Grêmio venceu o Inter por 1 x 0, no Beira-Rio, pela Libertadores. O tabu foi mantido e, agora, já são dez grenais seguidos sem derrotas do Grêmio. Nesses jogos, o Grêmio obteve seis vitórias e quatro empates, levando apenas um gol, que foi marcado contra. Como se vê, uma superioridade inequívoca e incontestável, poucas vezes vista na história dos grenais. Pepê foi o grande nome do jogo, marcando o golaço da vitória. Lucas Silva foi outro grande destaque. O Inter decepcionou, mais uma vez, com uma atuação tímida em seu próprio estádio. O Grêmio igualou o Inter em pontos no grupo, com desvantagem, apenas, no critério do saldo de gols. O resultado deverá trazer tranquilidade ao ambiente do Grêmio, que andava turbulento. No Inter, ao contrário, a terceira derrota nos últimos quatro jogos do clube, tende a gerar muitas cobranças e pressões.

O discurso de Bolsonaro

A assembleia geral da ONU, dessa vez realizada de forma virtual em razão da pandemia de coronavírus, foi aberta hoje. Como de praxe, coube ao presidente do Brasil o pronunciamento inaugural. O que se ouviu no vídeo gravado por Jair Bolsonaro foi constrangedor. O discurso de Bolsonaro foi um amontoado de mentiras e afirmações delirantes. Como exemplo de mentiras, está a declaração de que o governo brasileiro concedeu um auxílio emergencial de mil dólares aos mais atingidos pelos efeitos econômicos da pandemia. O valor somado das parcelas está muito distante de atingir essa quantia. No item das afirmações delirantes, pode-se citar a de que as queimadas na Amazônia são causadas por índios e caboclos com a intenção de preparar a terra para uso agrícola. A fala de Bolsonaro reuniu um rol de disparates que é motivo de vergonha do Brasil perante o mundo. O país, mais uma vez, torna-se motivo de chacota mundial pelo despreparo de Bolsonaro. O mais chocante de tudo isso, no entanto, é que, em nome de um conluio de interesses dos mais infames, os que deveriam agir para destituir Bolsonaro do cargo permitem que uma figura tão abjeta continue no poder.

A coragem de Carol Solberg

Durante a cerimônia de premiação em uma competição de vôlei de praia feminino, a jogadora Carol Solberg aproveitou a ocasião para fazer a exortação "Fora Bolsonaro"! Carol Solberg é filha de Isabel, a musa do vôlei de quadra dos anos 80. A Confederação Brasileira de Vôlei repudiou a atitude de Carol Solberg, e declarou que tomará medidas para que fatos como esse não mais se repitam. Porém, não há razão para recriminar Carol Solberg.Seu pronunciamento precisa ser saudado. A coragem de Carol Solberg deve ser aplaudida. Ela, como seria de se esperar, sofreu ataques e ameaças por sua atitude. Porém, não se encolheu, e disse que o medo que tem é pela democracia. Sua postura é um exemplo a ser seguido por outras personalidades públicas. Para quem ama verdadeiramente o Brasil, exigir a queda do genocida Bolsonaro é uma obrigação cívica. Viva Carol Solberg! Fora Bolsonaro!

Repetição

A entrevista coletiva do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, e do técnico Renato, na sexta-feira, reafirmando a certeza de que o trabalho no clube está no rumo certo, deixou no ar a possibilidade de que houvesse uma mobilização maior no jogo de hoje, contra o Palmeiras. Não foi o que se viu. Na Arena, o Grêmio empatou em 1 x 1 com o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro. O Grêmio foi a repetição de jogos anteriores. Apresentando um meio de campo mais reforçado, com três volantes, o Grêmio seguiu sem poder ofensivo e concluiu pouco ao gol adversário. No momento em que Renato retirou um volante, para tentar vencer o jogo, o Palmeiras abriu o placar. O jogo parecia decidido, mas aos 46 minutos do segundo tempo, Ferreira, que havia entrado um pouco antes, fez o gol de empate. Nenhuma novidade também no resultado, pois os dois clubes são os recordistas em empates, até aqui, no Brasileirão. Pelo menos, o gol de Ferreira, ao evitar uma derrota que se desenhava como certa, evitou o agravamento da crise, e deu nova perspectiva para o Gre-Nal de quarta-feira, no Beira-Rio, pela Libertadores, quando o Grêmio enfrentará um adversário que está em visível queda de rendimento.

Liderança perdida

O que estava se desenhando, acabou acontecendo. O Inter não é mais o líder do Campeonato Brasileiro. Com a derrota para o Fortaleza por 1 x 0, no Castelão, hoje, o Inter foi superado pelo Atlético Mineiro, que venceu o Atlético Goianiense e, agora, tem um ponto a mais na classificação, com uma partida a menos. Nas duas últimas rodadas, o Inter perdeu para clubes que não aspiram ao título, Goiás e Fortaleza, o que compromete sua campanha. Com a liderança perdida, as limitações do grupo de jogadores ficaram evidentes. Dado o grande número de clubes que se classificam para a Libertadores via Brasileirão, o Inter talvez consiga ser um deles. Porém, o título é uma pretensão demasiada. Os próximos jogos do Inter, que também incluem partidas pela Libertadores, deverão ser de grande pressão e cobrança. Entre eles estarão dois grenais. A hora da verdade, em que o Inter terá de mostrar até onde pode ir, está chegando.

Os 70 anos da televisão brasileira

O Brasil vive, hoje, uma data redonda das mais significativas. Ela marca os 70 anos da televisão brasileira. Em 1950, no dia 18 de setembro, entrava no ar a TV Tupi, de São Paulo, a primeira emissora do país. A televisão chegava ao país sem que houvessem muitos aparelhos receptores para captar sua imagem. Seu começo foi tímido, dado que seus primeiros profissionais eram egressos do rádio, sem domínio das técnicas do novo veículo. Seu desenvolvimento foi gradativo, e só cerca de vinte anos depois, já com a abertura de outras emissoras, atingiu a cobertura de todo o território brasileiro. Desde então, tornou-se uma paixão popular, e o principal meio de lazer dos brasileiros. Sua presença diária na vida das pessoas faz com que muitos não consigam entender como era uma existência antes da televisão. Entretenimento, esportes, notícias, variedades, ficaram disponíveis a todos, bastando um clique num botão. O rádio também oferecia tudo isso, mas sem o recurso sedutor da imagem. Ao longo dos anos, a televisão brasileira atingiu um alto nível de qualidade em suas produções, notadamente na dramaturgia. As novelas brasileiras, por exemplo, pelo seu padrão de qualidade elevado, são exportadas para diversos países. Há muitos motivos para festejar, efusivamente, a data de hoje, e para reverenciar os profissionais que, durante esses 70 anos, construíram a grandiosa história da televisão brasileira.

A triste evidência de uma convocação

O técnico Tite convocou, hoje, a Seleção Brasileira para o início das Eliminatórias para a Copa do Mundo, em outubro. Ao se tomar conhecimento da lista de jogadores chamados, o que se vê é a triste evidência de uma convocação. Ao contrário de outros tempos, em que vários jogadores de exceção eram chamados, a lista de hoje é a reunião de quem tem algum talento com outros apenas medianos. A escassez de qualidade é tamanha que mesmo jogadores comprovadamente ineficientes continuam a ser convocados. Nomes como Danilo e Phillipe Coutinho já mostraram, exaustivamente, que não satisfazem as exigências de uma Seleção Brasileira. Ainda assim, seguem sendo chamados, talvez não por teimosia do técnico, mas pela falta de outras opções. A lista traz, também, jogadores como Alex Telles, Roberto Firmino, Santos, e o jovem Gabriel Menino, do Palmeiras, que é volante mas foi convocado para a lateral direita. A lista escancara o quanto o nível técnico do futebol brasileiro vem despencando, e que, a seguir dessa forma, a Seleção, antes protagonista, se tornará uma mera coadjuvante nas Copas do Mundo.

Goleada humilhante

O Flamengo vinha se mostrando instável sob a orientação do técnico espanhol Domenec Torrent. Embora conte com o melhor grupo de jogadores do país, Torrent recebeu um crédito da crônica esportiva, que entendeu que ele precisava de um tempo para implantar suas ideias. Assim, alguns tropeços foram relativizados, e Torrent ganhou um voto de confiança. Porém, ninguém poderia imaginar o que aconteceu hoje. Fora de casa, o Flamengo sofreu uma goleada humilhante de 5 x 0 para o Independiente del Valle, do Equador, pela Libertadores. Essa é a maior goleada já sofrida por um detentor do título na edição seguinte da competição. A atuação do Flamengo foi ruim durante todo o jogo, mas o primeiro tempo terminou com apenas 1 x 0 no placar, gol marcado nos minutos finais. No segundo tempo, entretanto, o Flamengo tomou um gol logo no início, desabando de vez e sendo massacrado, o que poderia ter resultado num placar ainda mais elástico. Diante de tamanho desastre, é de se perguntar qual será a reação do Flamengo. Talvez Torrent não seja demitido imediatamente, mas, a menos que consiga uma melhora de desempenho imediata, algo que parece improvável, sua permanência no cargo tende a ser curta.

Sorte

O que poderia ser uma vitória fácil, ou até mesmo uma goleada, por pouco não se transformou num tropeço. O Inter venceu o América de Cali por 4 x 3, no Beira-Rio, num jogo que começou tranquilo, e terminou dramático. Logo aos 45 segundos do primeiro tempo, o Inter abriu o placar. Ao fazer o segundo gol, a vitória parecia certa. O America descontou, mas o terceiro gol veio para acalmar a situação até o intervalo. No segundo tempo, no entanto, tudo mudou. O América veio bem mais agressivo, fez um gol, começou a tomar conta do jogo, e chegou ao empate. Esse parecia ser o resultado definitivo quando, aos 44 minutos, um gol fortuito fez o Inter vencer por 4 x 3. A sorte, companheira histórica do Inter, lhe sorriu, mais uma vez. Porém, o desempenho do Inter mostrou que lhe faltam condições para conseguir vôos mais altos nas competições que disputa.

Sem rumo

O Grêmio vive um momento muito difícil. Hoje, perdeu por 2 x 0 para a Universidad Católica, no San Carlos de Apoquindo, pela Libertadores. Com muitos desfalques, o Grêmio ainda perdeu outro titular durante o jogo, Geromel. A consequência foi um conjunto esfacelado, sem entrosamento, que jogou muito mal e foi derrotado ao natural pela frágil Universidad Católica. Durante todo o jogo, o Grêmio não levou perigo ao gol do adversário. A zaga, privada de Geromel e Kannemann, falhou gravemente. Rodrigues errou feio no segundo gol do clube chileno, e David Braz foi expulso por uma falta violenta. Ninguém se salvou individualmente, todos jogaram mal. Com uma série de jogos extremamente difíceis nas próximas semanas, pelo Campeonato Brasileiro e Libertadores, incluindo dois grenais, o Grêmio poderá mergulhar numa profunda crise se os resultados continuarem ruins. O técnico Renato, antes intocável, está sendo, cada vez mais, questionado. Ao que parece, o Grêmio está sem rumo.

Desatino evitado

O torcedor, mesmo sendo tão menosprezado por alguns, parece ser mais lúcido que os dirigentes. A contratação abortada de Thiago Neves pelo Atlético Mineiro comprova isso. Sua aquisição pelo Grêmio já havia sido um equívoco, dada a maneira como saiu do Cruzeiro, onde foi um dos responsáveis diretos pelo rebaixamento do clube para a Segunda Divisão. Depois da sua rescisão de contrato com o Grêmio, onde teve um desempenho decepcionante, sua ida para o Atlético Mineiro não faria o menor sentido. O técnico do Atlético Mineiro, Jorge Sampaoli, pediu a contratação de Thiago Neves, e teve de vencer a resistência de vários dirigentes. Sampaoli conseguiu convencer o presidente do clube e investidores, e a contratação foi encaminhada. A divulgação da notícia teve péssima repercussão junto aos torcedores, que fizeram enorme pressão, o que levou o Atlético Mineiro a voltar atrás e desistir do negócio. Um desatino evitado pelo torcedor, que mostrou ter mais bom senso do que os dirigentes. Por suas atitudes, Thiago Neves tornou-se um jogador indesejado por qualquer torcida, exceção feita, talvez, a do Fluminense, onde viveu o melhor momento de sua carreira. O torcedor do Atlético Mineiro, que não está podendo ir aos estádios, em função da pandemia de coronavírus, livrou o seu clube de embarcar numa canoa furada.

A rejeição de uma proposta absurda

O Supremo Tribunal Federal confirmou, hoje, a rejeição da implantação do voto impresso nas próximas eleições. Prevista numa pequena reforma eleitoral em 2015, a medida teve sua aplicação suspensa em 2018 e, agora, com o julgamento do mérito, foi, definitivamente, abandonada. Afora ser tecnicamente de difícil execução, e financeiramente dispendiosa, a impressão do voto eletrônico é um despropósito. Os defensores da proposta, invariavelmente, são pessoas politicamente de direita que acusam a urna eletrônica de ser propensa a fraudes. Sabidamente, ocorre o contrário. A urna eletrônica é uma grande invenção brasileira, que dotou as eleições de uma confiabilidade muito maior quanto aos seus resultados, o que desagrada a quem não preza a democracia. Ao tomar a decisão de hoje, o STF praticou a rejeição de uma proposta absurda, cuja única consequência seria a de tumultuar o processo eleitoral.

Fiasco

O Inter, na condição de líder do Campeonato Brasileiro, tinha um jogo aparentemente fácil, hoje. Seu adversário ocupava a lanterna do Brasileirão. Era, portanto, um jogo de extremos, e nem o fato de o Goiás ser o mandante da partida parecia lhe servir como um trunfo. Para piorar as perspectivas do clube goiano, logo aos quatro minutos do primeiro tempo, teve um jogador expulso. Ainda assim, o Goiás conseguiu fazer um gol, e defender-se tenazmente até o final, mantendo o resultado. Para o Inter, a derrota por 1 x 0 caracteriza um fiasco. Nem mesmo o fato de ter poupado alguns titulares serve de desculpa para tamanho desastre. Embora ainda esteja em primeiro lugar na classificação, parece claro que o Inter não o sustentará por muito tempo.

Nova decepção

A vitória sobre o Bahia parecia indicar que o Grêmio iria reencontrar seu rumo, pois mesmo desfalcado, e fora de casa, venceu com autoridade, sugerindo que a má fase tinha acabado. Mera ilusão, que resultou numa nova decepção. Hoje, na Arena, o Grêmio empatou em 1 x 1 com o Fortaleza, pelo Campeonato Brasileiro. Foi o Fortaleza quem abriu o placar, numa falha patética de Vanderlei, que mais uma vez provou ser um goleiro instável, que alterna bons e maus jogos, se mostrando inconfiável. O gol do Grêmio só aconteceu num pênalti. Diego Souza errou a cobrança, o árbitro ordenou que ela fosse repetida, e, então, ele conseguiu marcar, mas bateu mal e quase desperdiçou novamente. Não faltou esforço, mas o Grêmio não se encontrou em momento algum do jogo. O torcedor começa a não acreditar mais numa recuperação do Grêmio em curto prazo. Com o reinício da Libertadores, que ocorrerá nessa semana, e o acúmulo de jogos, a situação só tende a se agravar.

O caos da Economia

O país vive um momento de alta da inflação e de escassez de produtos, como o arroz. Pior do que isso, no entanto, é o fato de que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem visões bem distintas sobre a área. Guedes é um neoliberal convicto, mas Bolsonaro não. Por conveniência política, Bolsonaro fez de Guedes um superministro. As ideias de Guedes convergem com as do empresariado brasileiro, cujo apoio é essencial para dar sustentação ao governo. Porém, o apoio popular também é importante, e ele não combina com um rígido controle de gastos, como propõe Guedes. Na verdade, Bolsonaro é um nacional desenvolvimentista, posição que contrasta totalmente com o que Guedes defende, pois implica em grandes gastos por parte do Estado. Com tamanho antagonismo entre Bolsonaro e o ministro, o Brasil atravessa o caos da Economia, e a população, como sempre, é quem paga a conta, com alta nos preços e desabastecimento. Mesmo com muitos revezes, Guedes segue agarrado ao cargo, pois está obstinado em levar adiante a sua ideia de diminuir o tamanho do Estado. Se depender de Bolsonaro, isso não irá acontecer. Resta saber se esse quadro implicará numa ruptura, ou ambas as partes seguirão no seu equilibrismo.

O padrão ético bolsonarista

Os adeptos do bolsonarismo justificavam sua opção pela luta contra a corrupção e a volta de valores comportamentais conservadores. Saltava aos olhos a falsidade desses argumentos, pois o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos são figuras sabidamente corruptas, há muitos anos. Afora isso, Bolsonaro está longe de representar um comportamento conservador, pois coleciona casamentos e filhos com diferentes mães. Desde que tomou posse, Bolsonaro praticou diversos crimes, devidamente tipificados, e deslizes éticos incompatíveis com o cargo. Ainda assim, nenhum dos pedidos de impeachment protocolados contra Bolsonaro teve andamento, dado que os demais poderes fazem parte do conluio que lhe permitiu vencer a eleição. Ontem, esse festival de degradação chegou ao ápice. Num vídeo que postou, Bolsonaro faz uma piada de conteúdo sexual com uma garotinha. Em qualquer país minimamente decente, essa atitude, por parte de um governante, seria intolerável. No Brasil, tudo segue como se nada tivesse acontecido. Esse é o padrão ético bolsonarista, retrato fiel de um país em decomposição.

Dever cumprido

Embora houvesse empatado em casa com o Bahia, no domingo, o Inter era amplo favorito para o jogo de hoje contra o Ceará, novamente no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O adversário estava muito desfalcado, o que facilitava ainda mais o jogo para o Inter. A lógica se impôs inteiramente. O Inter venceu o Ceará por 2 x 0, com gols de Thiago Galhardo, um em cada tempo. Dever cumprido. O Inter permanece na liderança do Brasileirão e, mesmo que perca na próxima rodada, deverá manter essa condição, pelos critérios de desempate.

Reabilitação

A pressão em função dos maus resultados já começava a gerar turbulências no Grêmio. Era fundamental voltar a vencer. A tarefa, no entanto, era árdua, pois a escalação apresentava muitos desfalques. Esses fatores fizeram o Grêmio iniciar o jogo contra o Bahia, hoje, no Pituaçu, pelo Campeonato Brasileiro, demonstrando tensão. Dessa forma, o Bahia começou o jogo mais insinuante que o Grêmio. Porém, tudo mudou aos 22 minutos do primeiro tempo, quando Alisson abriu o placar em favor do Grêmio. A partir daí, o Grêmio tranquilizou-se e impôs o seu jogo. O golaço de Darlan, aos oito minutos do segundo tempo, deu a certeza de que a vitória estava garantida. Nem mesmo a inconsequente expulsão de Matheus Henrique, dez minutos depois, a colocou em risco. O resultado poderia ter sido até mais amplo, pois o Grêmio teve várias outras oportunidades para fazer gols, nos dois tempos de jogo. Os destaques individuais foram Vanderlei, Orejuela, Darlan e Alisson. O Grêmio venceu o Bahia por 2 x O, e obteve a sua tão necessária reabilitação, subindo para o décimo lugar na classificação, com um jogo a menos. O princípio de crise, por enquanto, foi debelado.

O arrependimento de FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é uma das figuras mais lastimáveis da política brasileira. Sociólogo reconhecido, perseguido pelo regime militar, fez um governo de direita, alinhado com os interesses da plutocracia do pais, vendendo patrimônio público em troca de moedas podres. Agora, muitos anos depois de deixar o poder, declarou estar arrependido de ter implantado o instituto da reeleição no Brasil, por entender que os governantes fazem de tudo para obter a renovação do mandato. A constatação é óbvia, mas isso não faz da reeleição um mal em si, já que outros países também a adotam. O problema maior é que FHC, para obter a aprovação da medida, comprou duzentos deputados federais, e agiu em proveito próprio, pois queria ter um segundo mandato. Um governante pode propor mudanças dessa natureza, mas apenas visando mandatos futuros, já que, quando foi eleito, a regra era outra. Estabelecer a reeleição para ser o seu primeiro beneficiário constitui um casuísmo eleitoral repulsivo. O arrependimento de FHC é um ato cínico, e tardio. O ex-presidente é um retrato fiel da asquerosa elite brasileira. Polido, de fala mansa, esconde por trás da aparência refinada um lobo em pele de cordeiro. O melhor que poderia fazer pelo país seria recolher-se ao silêncio.

Cristiano Ronaldo ainda faz a diferença

A atuação de Cristiano Ronaldo, hoje, no jogo Portugal 2 x 0 Suécia, pela Nations League, chamou a atenção. Ele fez dois golaços, que definiram o placar. Com 35 anos, já está numa idade em que os jogadores encaminham o final da carreira. Porém, Cristiano Ronaldo ainda faz a diferença. Maior expressão técnica da seleção de Portugal, conduziu-a aos títulos da Eurocopa de 2016 e da Nations League 2018/2019. Se no Juventus não conseguiu, até agora, o mesmo êxito que obteve no Real Madrid, onde ganhou várias edições da Champions League, na seleção de Portugal seu desempenho é notável. Nisso, difere de Messi, com quem, há mais de dez anos, disputa a condição de melhor jogador do mundo. Na seleção da Argentina, ainda que tenha sido vice-campeão da Copa do Mundo de 2014, Messi nunca repetiu o seu brilhante desempenho pelo Barcelona. Com uma postura profissional admirável, Cristiano Ronaldo, mesmo numa idade avançada para os padrões do futebol, parece ainda ter muito a ofertar aos apreciadores do esporte mais popular do mundo.

O discurso cansativo de Renato

O técnico do Grêmio, Renato, tem por hábito dar entrevistas sempre no mesmo tom. Costuma exaltar as virtudes do seu grupo, e minimiza toda e qualquer crítica mais forte. Como os resultados eram, em sua maioria, positivos, com a conquista de títulos, essa postura era relevada. Agora, com o Grêmio em evidente crise técnica, essas entrevistas já não assimiladas da mesma forma pelos torcedores. O discurso cansativo de Renato já não convence a torcida, ainda que o Grêmio tenha conquistado o tricampeonato gaúcho há poucos dias. Os maus resultados em série no Campeonato Brasileiro, as péssimas atuações, o preparo físico precário, a falta de soluções de Renato para o decréscimo técnico do Grêmio, são fatos que minaram a paciência da torcida. Renato ainda não corre risco de demissão, mas as vitórias tem de retornar o quanto antes. Nenhum técnico, nem mesmo Renato, um ícone do Grêmio, é imune a tropeços sucessivos. Só as vitórias conservam os técnicos em seus empregos.

Tropeço

Um resultado inesperado, em pleno Beira-Rio, cortou a sucessão de vitórias do Inter no Campeonato Brasileiro. O Inter empatou com o Bahia em 2 x 2, hoje, e perdeu a chance de manter uma liderança folgada no Brasileirão. Embora não possa perder a primeira posição na próxima rodada, o Inter já vê uma perigosa aproximação de adversários como São Paulo e Flamengo. O tropeço contra um Bahia de técnico interino poderá custar caro ao Inter. Para quem tem grandes ambições na competição, perder pontos em casa para adversários médios é um péssimo negócio.

Marasmo

O Grêmio continua jogando mal e desperdiçando pontos no Campeonato Brasileiro. Hoje, empatou em 1 x 1 com o Atlético Goianiense, no Estádio Olímpico Pedro Ludovico. Não se viu nenhuma melhora no futebol do Grêmio. A produção segue sendo modesta, os adversários, sejam eles quais forem, se mostram perigosos, diante de um Grêmio sem soluções. O resultado de hoje poderia ter sido pior, já que o Grêmio saiu perdendo. Porém, mesmo tendo conseguido o empate, o Grêmio não encontrou forças para alcançar a vitória e, até o final do jogo, correu o risco de ser derrotado. Para piorar, Geromel foi expulso, e não jogará a próxima partida, contra o Bahia, no Pituaçu. Embora seja evidente que o Grêmio viva uma crise, o técnico Renato nega que isso esteja acontecendo, e segue com suas declarações desconectadas da realidade. Dessa forma, o Grêmio permanece num marasmo que o está levando a uma má campanha no Brasileirão e, consequentemente, a uma colocação constrangedora na competição.

Feriadão como nos velhos tempos

O que já se previa, acabou se confirmando. O feriadão de 7 de Setembro, com dias de intenso calor, fez as estradas do estados de Rio de Janeiro e São Paulo lotarem em direção às praias. A recomendação de médicos infectologistas para que as pessoas evitem aglomerações, em função da pandemia de coronavírus, que já vinha sendo pouco observada, dessa vez foi totalmente ignorada. O movimento nas estradas rumo ao litoral superou o do Carnaval. Embora a pandemia ainda ceife muitas vidas no país, a população decidiu que é hora de a rotina voltar. O temor de contrair a doença é menor do que a vontade de se divertir. Os bares do Leblon, no Rio de Janeiro, voltaram a registrar grandes aglomerações. A atitude de lotar praias e bares é claramente irresponsável e mostra indiferença pelos outros. Porém, o egoísmo é um traço prevalente do ser humano. As próximas semanas deverão apresentar a conta dessa postura, traduzida num aumento expressivo de pessoas infectadas. Os brasileiros, no entanto, decidiram fazer um feriadão como nos velhos tempos, sem culpa e ignorando qualquer recriminação.

A correção de um erro

O Grêmio, ainda que seja um clube vitorioso nos últimos quatro anos, depois de um longo jejum de títulos, tem feito muitas contratações equivocadas. Dentre elas, talvez o exemplo mais gritante tenha sido a de Thiago Neves. Nada justificava a sua aquisição. Era um jogador decadente, caro, pivô do rebaixamento do Cruzeiro para a Segunda Divisão, artífice da queda do técnico Rogério Ceni no clube mineiro. A diretoria do Grêmio não pretendia trazer o jogador, mas cedeu ao pedido do técnico Renato. Como tudo indicava, Thiago Neves mostrou-se um rotundo fracasso no Grêmio. Renato tentou forçar o seu aproveitamento, chegando a tirar o jovem e talentoso Jean Pyerre para o colocar entre os titulares no jogo de ontem contra o Sport. Com a derrota do Grêmio, e mais uma péssima atuação de Thiago Neves, era hora da diretoria tomar uma atitude. Até porque, se fosse relacionado para mais dois jogos, Thiago Neves, por força de uma cláusula contratual, teria seu vínculo com o Grêmio renovado, automaticamente, por mais um ano, e receberia um substancial aumento salarial, incluindo luvas. Diante de tudo isso, hoje, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, resolveu agir, e rescindiu o contrato de Thiago Neves. Foi a correção de um erro. Antes tarde do que nunca. Romildo errou quando cedeu ao pedido de Renato para contratar Thiago Neves. Porém, corrigiu o seu deslize ao decidir pela rescisão. Dessa vez, o presidente não levou em consideração a vontade de Renato. Cumpriu, brilhantemente, o seu papel, colocando o clube em primeiro lugar.

Resultado desastroso

A péssima atuação no jogo contra o Caxias, no domingo, e a má colocação na tabela do Campeonato Brasileiro, tornavam essencial que o Grêmio vencesse o Sport, hoje, na Arena, e com uma apresentação consistente. Nada disso aconteceu. O Grêmio perdeu por 2 x 1, e teve sua segunda derrota consecutiva, depois de ficar dezesseis jogos invicto. Mais uma vez, o técnico do Grêmio, Renato, contribuiu decisivamemte para o fracasso. Absurdamente, Renato escalou Thiago Neves como titular, deixando Jean Pyerre no banco. Ainda no primeiro tempo, Jean Pyerre entrou, substituindo Lucas Silva, o que já gerou uma melhora no desempenho do Grêmio. Porém, tendo levado um gol muito cedo, o Grêmio não conseguia o empate. No segundo tempo, o Grêmio dominou amplamente o Sport, acumulou chances de gol, mas não as concretizava. Como consequência, sofreu outro gol. A entrada de Robinho deu mais força ofensiva ao Grêmio. Foi com um lançamento dele que Pepê descontou. Por sinal, as substituições, novamente, foram equivocadas por parte de Renato. Robinho deveria ter entrado antes, quando da saída de Thiago Neves, mas o técnico do Grêmio preferiu colocar Isaque, que não deu nenhuma contribuição. Robinho só entrou mais tarde, no lugar de Alisson, quando restava pouco tempo para uma reação. Foi um resultado desastroso, que coloca o Grêmio muito próximo da zona de rebaixamento, e já compromete as chances do clube no Brasileirão.

Um jogador a mais

Certos fatos repetem-se com tamanha insistência que não podem ser considerados meramente casuais. O Botafogo teve dois gols anulados no jogo contra o Inter, no sábado. Hoje, o mesmo Inter, jogando contra o Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro, foi beneficiado pela marcação de um pênalti, inexistente, nos acréscimos da partida, e abriu o placar. Porém, o Palmeiras empatou logo a seguir, e o resultado final foi 1 x 1. Ao longo de sua história, o Inter sempre foi ajudado pelo apito amigo. Os demais participantes do Brasileirão precisam ficar atentos para o fato de que Francisco Novelleto, ex-presidente da Federação Gaúcha de Futebol e notório torcedor do Inter, é, agora, um dos vice-presidentes da CBF. Os benefícios da arbitragem ao Inter não são casuais. O Inter tem atuado com um jogador a mais.

Esmola

O governo federal ampliou a duração do auxílio emergencial por mais quatro meses. Porém, o valor a ser pago por essas parcelas adicionais será de R$300 metade do estabelecido até agora. A redução é uma perversidade com os brasileiros mais atingidos pelos efeitos econômicos da pandemia de coronavírus. Transforma o auxílio em esmola. Ao mesmo tempo que prorroga a medida, colhendo dividendos eleitorais, o governo cede às pressões do mercado, para o qual o auxílio causa um "rombo" nas contas públicas. O Congresso não deveria convalidar essa iniquidade. O valor de R$600 teria de ser mantido. Não se pode, no entanto, esperar muito de um Congresso com maioria de direitistas. O povo, mais uma vez, é tratado com desdém pela direita que está no poder.