domingo, 31 de julho de 2011

A queda de Vicente

Antônio Vicente Martins não é mais o vice-presidente de futebol do Grêmio. O que a torcida tanto desejava, finalmente concretizou-se. Na verdade, isso só não ocorreu antes porque o presidente Paulo Odone não queria ter o ônus de demitir um dirigente que também pertence ao conselho administrativo do clube. Odone partiu, então, para um processo de "fritura" de Vicente que o levasse a entregar seu cargo, o que acabou acontecendo. No entanto, a simples saída de Vicente não dá ao Grêmio a garantia de tempos melhores. Vai depender de quem vier para o seu lugar. Na quarta-feira, no jogo contra o Atlético-MG, será o técnico Julinho Camargo, apesar do pouco tempo no cargo, que deverá estar ameaçado de ser dispensado. Se o Grêmio não ganhar, Julinho deverá cair. Também nesse caso, a mera saída do técnico não será garantia de melhora, pois já quem fale na volta de Celso Roth. Isso não é uma simples especulação, é um ato de terrorismo contra o torcedor. Portanto, esperemos pelas novidades das próximas horas. Elas irão dizer se a torcida do Grêmio pode ter esperança de dias melhores, ou se irá mergulhar no desespero.

Entre a ruindade e a mediocridade

O futebol do Rio Grande do Sul está desanimador nas competições nacionais. Grêmio e Inter patinam na primeira divisão. Na segunda diivisão não há sequer um clube do Estado. Na terceira e quarta divisões, os clubes gaúchos não fazem boa campanha. Nesse fim de semana, não houve vitória gaúcha em qualquer das divisões. No que diz respeito aos dois maiores clubes do Estado, só decepções para os torcedores. O Grêmio mostra cada vez mais ruindade, e está a um passo de ingressar na zona de rebaixamento. O Inter, de sua parte, tem um desempenho medíocre, incompatível com uma folha de pagamento de R$ 6 milhões. Ainda que o adversário viesse de um empate com o São Paulo, no Morumbi, e uma vitória contra o Cruzeiro, no Serra Dourada, o 0 x 0 com o Atlético Goianiense é um tropeço inaceitável do Inter. Muitos irão alegar que o Inter teve desfalques, mas isso não explica o resultado. Com o time que colocou em campo, deveria ter forças suficientes para vencer. Afinal, embora não contasse com Bolatti, Guiñazu, Zé Roberto e Leandro Damião, e tenha estreado o jovem Delatorre, a  presença de nomes como D'Alessandro e Andrezinho deveria ser suficiente para alcançar a vitória contra o modesto Atlético Goianiense. Se o Grêmio faz uma campanha horrorosa, o Inter não está muito melhor. Tem apenas seis pontos a mais que o seu tradicional adversário. A reclamação de que o árbitro não permitiu a cobrança de uma falta no último minuto dos acréscimos é patética. A única penalidade que tem de ser cobrada independentemente do tempo de jogo é o pênalti. O árbitro agiu corretamente, pois foi o próprio Inter que retardou excessivamente a cobrança. A verdade é que o Inter está jogando muito pouco. A perspectiva de Grêmio e Inter no Campeonato Brasileiro é desalentadora.

sábado, 30 de julho de 2011

Pesadelo interminável

O Grêmio continua sendo um pesadelo para o seu torcedor. Um pesadelo que parece não ter fim. Perdeu para o Flamengo, como já era esperado. Não foi goleado, como se supunha que acontecesse, mas isso, é claro, não ameniza em nada o quadro terrível que o clube vive.  O técnico Julinho Camargo parece tão perdido quanto a diretoria do Grêmio. Montou um meio de campo com três volantes e apenas Escudero como articulador. O time chegou a conter razoavelmente o Flamengo, mas a ineficiência ofensiva e as falhas defensivas, redundaram na derrota por 2 x 0. Algumas perguntas ficam  no ar. Até quando Victor será mantido como titular pelo argumento de que é goleiro da Seleção Brasileira, se falha em quase todos os jogos e Marcelo Grohe vive uma fase exuberante? Porque o time se mostra passivo diante de erros de arbitragem que sonegam pênaltis para o Grêmio? Hoje, tal como no jogo anterior contra o América-MG, Leandro sofreu um pênalti claro, que não foi marcado, e o árbitro não foi pressionado. Em todo o jogo o Grêmio só obrigou o goleiro adversário a fazer uma defesa, num chute de Lúcio. Assim, não há mesmo como fazer gols. Alguns jogadores repetiram o nível da atuação contra o Avaí. Gilberto Silva foi, novamente, burocrático. Fábio Rockembach errou quase tudo que tentou e bateu todas as faltas pessimamente. André Lima voltou a ser rídiculo. A substituição de Leandro por Lins foi a contribuição de Julinho Camargo para o festival de absurdos que caracteriza o Grêmio atualmente. Para piorar, o clube anunciou a contratação do atacante Wellington Silva, que esnobou o Grêmio anteriormente, preferindo jogar no Cruzeiro e talvez tenha que desistir do negócio, pois seria o terceiro clube do jogador no ano, o que a legislação não permite. Seria mais um "mico" do Grêmio, dos tantos que o clube vem somando em 2011. Pobre torcedor. A luz no fim do túnel parece cada vez mais distante.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Participação ativa

A grande novidade para as eleições municipais de 2012 deverá ser a participação ativa na campanha do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Em 2008, Lula, na condição de presidente, evitou se engajar na campanha de candidatos de seu partido, o PT, no enfrentamento contra adversários provenientes da base aliada. As conveniências das alianças feitas em nome da governabilidade e a posição de magistrado esperada de um presidente, não permitiam que Lula tivesse uma postura mais decidida no apoio aos candidatos do PT. Agora, na condição de ex-presidente, Lula não sofrerá essas restrições, e já disse que quer participar ativamente da campanha. Como destacou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, Lula, hoje, está em "outra posição". Os demais partidos, certamente, não irão gostar dessa disposição de Lula de atuar mais fortemente nas eleições. O ex-presidente terminou seu mandato com os mais altos índices de popularidade já alcançados por um ocupante do cargo. Sua força como cabo eleitoral pode se tornar decisiva para um candidato. Não faltarão veículos de imprensa para julgar que Lula estaria agindo erradamente ao adotar tal comportamento. Não há, no entanto, nenhuma irregularidade nessa conduta. Por não ser mais presidente, Lula não é obrigado a se portar com isenção. Como cidadão livre para expressar suas opiniões, tem todo o direito de manifestar publicamente o apoio aos candidatos do partido ao qual é filiado. Se outros ex-presidentes não fazem o mesmo, não é porque tenham uma postura mais elevada, como alguém possa pensar. Simplesmente, o seu próprio partido duvida do benefício eleitoral de seu apoio, o que ficou evidente na eleição presidencial de 2010, quando o PSDB praticamente ignorou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante a campanha do candidato do partido, José Serra. A popularidade de Lula poderá desequilibrar a eleição em favor dos candidatos do PT, o que já deve estar tirando o sono de muita gente.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A revelação de Jobim

O noticiário político brasileiro não cansa de nos surpreender, pois, quando pensamos já ter visto de tudo, eis que surgem situações de deixar qualquer um estupefato. O fato inusitado da vez é a revelação feita pelo ministro da Defesa, Nélson Jobim, de que não votou em sua chefe, a presidente Dilma Roussef, e sim em José Serra, nas eleições de 2010. Jobim disse que, ainda candidata, Dilma já sabia sobre sua preferência. Mesmo assim, depois de eleita, convidou-o para integrar o ministério e não tocou mais no assunto. Em outros textos, já enfoquei algumas das situações absurdas e constrangedoras que a tal busca da governabilidade cria para o governo. Para obter maioria no Congresso, é estabelecida uma aliança com vários partidos, fatiando o poder e distribuindo cargos. Porém, ter como ministro alguém que votou contra seu próprio superior é algo que me soa incompreensível e injustificável. Se Dilma, como afirma Jobim, sabia de sua preferência por Serra, porque o convidou para ser ministro? Seria Jobim tão qualificado para o cargo para que a presidente não abrisse mão de sua indicação? Por outro lado, qual a intenção do ministro da Defesa em fazer essa revelação agora? Não consigo enxergar nenhum proveito na atitude de Jobim. Porém, uma vez tendo sido trazido o fato ao conhecimento público, tenho uma posição clara sobre o assunto em questão. Jobim deveria ser demitido. O candidato no qual o ministro da Defesa votou para presidente, José Serra, é do maior partido de oposição ao governo. Não faz sentido que um seu apoiador integre o ministério de Dilma. Composição entre partidos tem limite. Há coisas que não podem ser relevadas, seja em nome do que for. Há muitas pessoas no país capazes de ocupar o cargo de ministro da Defesa, sem que se precise preenchê-lo com um inimigo na trincheira. A principal característica de um ministro deve ser a lealdade com quem o nomeou. A presidente não pode deixar uma situação como essa passar em branco, como se fosse algo normal. Independentemente de pressões em contrário e ameaças de ruptura que pudessem vir a ocorrer por parte de seu principal aliado, o PMDB, Dilma tem de exonerar Jobim. Não nenhuma outra solução que seja moralmente aceitável.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O Grêmio é uma calamidade

O que parecia impossível, aconteceu. O Grêmio tropeçou em casa contra o América-MG, não passando de um empate em 1 x 1. O time não mostrou nenhuma evolução, até agora, sob o comando do novo técnico, Julinho Camargo. Os velhos defeitos continuam, intactos. As más atuações individuais persistem. Nenhum jogador do time chegou a atuar bem. Na defesa, Victor e Mário Fernandes falharam no gol do América-MG, Saimon foi mal na lateral-direita, Rafael Marques jogou pouco, como de hábito, e Lúcio foi apenas razoável na lateral esquerda. No meio de campo, Gilberto Silva foi burocrático, Fábio Rockembach esteve muito mal, e mesmo assim foi elogiado por setores da imprensa, como de costume, Escudero foi péssimo e Douglas, mais uma vez, descomprometido com o jogo. No ataque, Miralles teve uma atuação mediana, mas com o mérito de fazer o gol, e André Lima fo rídiculo. Marquinhos, que substituiu Escudero, no pouco tempo que jogou, fez sua melhor atuação, até o momento, mas sem nada de extraordinário. Leandro, que entrou para a saída de Douglas, após errar um gol feito, depois de uma bela jogada, inibiu-se e passou a errar todos os lances. Ainda assim, sofreu um pênalti claro, aos 48 minutos do segundo tempo, que o árbitro não marcou. Esse acontecimento, aliás, é exemplar quanto ao atual momento do Grêmio. Os jogadores não reclamaram a marcação do pênalti e, nas entrevistas após a partida, não foram feitas referências ao lance. O Grêmio, atualmente, está frouxo, dentro e fora de campo. Já no sábado, deverá, ao que tudo indica, ingressar na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Tudo parece conspirar para que o mau momento persista. Os próximos dias do clube se encaminham para ser de grande aflição. As perspectivas não são nada animadoras. O Grêmio parece um navio desgovernado. Só resta esperar que, ainda assim, consiga evitar o naufrágio do terceiro rebaixamento. Não será uma tarefa fácil.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mais um acerto de Dilma

Aos poucos, a presidente Dilma Roussef vai deixando marcada a sua diferença no estilo de governar, comparativamente ao seu antecessor e padrinho político, Luís Inácio Lula da Silva. Claro que Dilma, sozinha, não tem o poder de alterar o viciado e corrupto sistema político brasileiro, mas ela procura fazer o que está ao seu alcance. Ao contrário de Lula, sempre muito à vontade com as barganhas e fisiologismos do meio político, Dilma mostra-se indisposta com tais procedimentos e está buscando alterá-los. Depois de uma "faxina" que resultou na demissão de 16 pessoas dos mais diferentes escalões do Ministério dos Transportes, a presidente decidiu que só pessoas que não tiverem condenação na Justiça poderão assumir cargos na pasta. O critério é válido para todos os escalões e até para as superintendências regionais do Dnit. Dilma foi adiante em suas medidas e já avisou que não aceitará indicações políticas para o Ministério dos Transportes, mesma regra que já adotara para o preenchimento de cargos das agências reguladoras. A presidente teria tomado tais medidas para respaldar o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, das pressões que vem fazendo o seu partido, o PR, para continuar mantendo influência política sobre a pasta. Todas as nomeações terão que passar antes pela aprovação pessoal de Dilma que, na prática, já assumiu o comando do Ministério dos Transportes. São medidas que revelam uma saudável mudança no modo de governar o país. Ainda insuficientes, é verdade, mas encorajadoras no sentido de que um dia, por mais distante que seja, a prática administrativa no governo federal não seja sinônimo de balcão de negócios e troca de favores.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Péssima idéia

O futebol argentino tem uma enorme tradição. Seus jogadores, afora a qualidade técnica, destacam-se pela bravura e competitividade. Porém, de uns tempos para cá, a Argentina não vem apresentando o mesmo brilho nos gramados. O grande êxodo de jogadores para o exterior e a crise econômica que afeta o país já há alguns anos, são algumas das razões para a queda de desempenho. Nem mesmo o fato de o melhor jogador do mundo na atualidade, Messi, ser argentino, tem servido para que a seleção do país apresente um maior rendimento. Uma notícia veiculada hoje pelos meios de comunicação, no entanto, não deverá melhorar esse quadro, pelo contrário. Segundo o noticiário, a Associação de Futebol da Argentina cogita a hipótese de criar um campeonato em que atuem conjuntamente os clubes da 1ª e 2ª divisões. O objetivo, é claro, é livrar, com uma manobra extracampo, o River Plate da condição de participante da 2ª divisão, já que o clube foi rebaixado. Ora, não bastasse o sistema de rebaixamento na Argentina ter sido feito para tornar quase impossível a queda do River Plate e do Boca Juniors, os dois clubes mais populares do país, quando isso acontece procura-se uma maneira de não cumprir com o que foi determinado pela disputa no campo de jogo. A Argentina, nesse aspecto, parece-se com o Brasil de tempos atrás, que tornava sem efeito o rebaixamento de alguns clubes, usando o recurso das chamadas "viradas de mesa". Felizmente, o futebol brasileiro superou essa fase e, atualmente, o sistema de rebaixamento é sério, justo e não poupa ninguém, é igual para todos. Alguns dos maiores clubes do Brasil, como Grêmio, Palmeiras, Botafogo, Atlético-MG, Corinthians e Vasco, foram rebaixados e buscaram dentro de campo o seu retorno à primeira divisão. O melhor que poderia acontecer ao River Plate seria seguir o mesmo caminho. Os grandes clubes brasileiros que passaram pela segunda divisão, superaram o peso do fracasso e voltaram fortalecidos para a elite do futebol do país. Se a proposta de unificar a primeira e a segunda divisões for levada adiante na Argentina, o River Plate estará perdendo uma ótima oportunidade de dar a volta por cima com suas próprias forças, e o futebol do país, como um todo, dará mais um passo no caminho da decadência..

domingo, 24 de julho de 2011

Uruguai campeão

Pela campanha das duas equipes que chegaram à decisão da Copa América, o resultado da competição não poderia ser outro. O Uruguai pelo futebol que mostrou, não poderia deixar o título ficar com o Paraguai, que havia empatado todos os seus jogos na competição. A própria Copa América ficaria desmerecida caso fosse ganha pelo Paraguai. Como se poderia explicar perante o mundo um campeão continental com uma campanha tão pífia? O Uruguai evitou esse constrangimento e goleou o Paraguai, ao natural, por 3 x 0. Os gols foram marcados justamente pelos seus dois mais destacados jogadores, Suárez, que marcou o primeiro, e Forlán que fez o segundo e o terceiro. Afora seus dois maiores destaques, o Uruguai contou com outros nomes relevantes na campanha do título, como o goleiro Muslera, o zagueiro Lugano e o volante Arévalo Rios. O Uruguai confirmou a boa campanha que lhe levou a ficar em 4º lugar na Copa do Mundo de 2010. Outros resultados já haviam se somado ao obtido na Copa, como os vice-campeonatos do Peñarol na Libertadores e da Seleção Sub-17 no campeonato mundial da categoria. O título da Copa América, portanto, comprova que o Uruguai está se reencontrando com o seu passado glorioso no futebol. Sem dúvida, essa é uma grande notícia para todos que apreciam esse esporte.

sábado, 23 de julho de 2011

A morte de Amy Winehouse

A cantora Amy Winehouse, um dos maiores talentos da música na atualidade, morreu hoje, em Londres, aos 27 anos. Os mesmos 27 anos que tinham, ao morrer, Janis Joplin, Brian Jones, Jimmy Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain. Em comum, além da idade com que morreram, todos faziam uso abusivo de álcool e drogas. Para o cidadão médio, é difícil entender porque pessoas tão talentosas, famosas e milionárias, se entregam com tanta avidez a um processo de autodestruição. Alguns dizem ser o peso da fama, as imposições do mundo dos espetáculos, entre outras pressões que se abatem sobre esses mitos da música, que explicariam tal comportamento. O fato é que o uso de álcool e drogas é praticamente disseminado no meio musical, mas muitos conseguem sair dessa situação e salvar suas vidas. Nomes como Ringo Starr, Keith Richards e Eric Clapton, tão ou mais famosos que os citados acima, tiveram sérios problemas com consumo de drogas, mas conseguiram superá-los e atingir uma vida longa. Richards e Clapton são sexagenários, e Ringo já ultrapassou os 70 anos. Na verdade, no caso específico de Amy, o trágico acontecimento de hoje já era esperado. A cantora, em suas últimas apresentações, subia ao palco visívelmente embriagada, esquecia trechos das letras das músicas, levava tombos. Seu último show, na Sérvia, teve de ser interrompido pela total falta de condições de Amy de se apresentar, tão lastimável era o seu estado. Seu empresário, então, cancelou todos os demais shows que havia agendado e declarou que as apresentações de Amy estavam suspensas por tempo indeterminado e que não sabia sequer se elas viriam a ocorrer novamente. Mesmo que não fosse essa a sua intenção, as palavras do empresário acabaram soando como uma previsão. Amy Winehouse não se apresentará mais. Teve uma carreira meteórica, gravou apenas dois discos. Ainda assim, ganhou 5 prêmios Grammy, que não lhe foi possível receber pessoalmente porque sua presença não era benvinda nos Estados Unidos. Teve fama, reconhecimento, sucesso, fortuna. Entregou-se a toda espécie de excessos. Viveu intensa e aceleradamente. Praticou, diante dos fãs e da imprensa, os atos mais tresloucados. Não se poupou em nenhum sentido. Agora, Amy Winehouse é história. Vai se juntar à galeria de Janis, Jones, Hendrix, Morrison, Cobain. Todos jovens e talentosos. Todos encarando a vida de maneira alucinada e sôfrega. Todos mortos precocemente. Talvez seja dífícil entender o que tanto os inquietava. Não é necessário. O que deixam de fundamental são suas obras, que desafiarão o tempo.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Os escândalos no Ministério dos Transportes

O Ministério dos Transportes não sai das manchetes dos jornais. Infelizmente, isso não ocorre por uma ação eficiente, por um trabalho bem realizado. A permanência do orgão no noticiário se deve a uma série de escândalos envolvendo desde a cúpula até os mais diferentes escalões. Os atos de corrupção no Ministério dos Transportes são os mais variados, passando por obras superfaturadas, sobrepreço em compra de materiais, favorecimento a empresas de familiares de integrantes do orgão. O primeiro a cair, após as denúncias chegarem ao conhecimento da opinião pública, foi o próprio ministro Alfredo Nascimento. O número de demitidos já chega a 16 e deverá aumentar, o que indica que toda a estrutura da pasta está comprometida. A presidente Dilma Roussef tem se mostrado firme na decisão de proceder uma limpeza na área dos Transportes e já há quem diga que a atitude poderá ser ampliada para outros ministérios. Um fato, no entanto, chama a atenção. Dilma nomeou Paulo Sérgio Passos como novo ministro dos Transportes, após a queda de Nascimento. Passos era o secretário-geral do ministério, ou seja, o segundo cargo mais importante na estrutura da pasta. Cabia a ele ser o substituto eventual do ministro, o que aconteceu várias vezes. Sendo assim, será possível que ignorasse tudo o que de irregular acontecia no orgão? Ora, se sabia e nada fez, foi omisso. Se sabia e tomou parte, incorreu em corrupção. Se não sabia, é um inepto, incapaz de perceber o que acontece diante do próprio nariz. Em qualquer das três hipóteses, sua indicação para ser o novo ministro não parece adequada. Corrupção e irregularidades, por certo, não são exclusividade da área dos Transportes. Outros ministérios devem apresentar situações semelhantes. A raiz de tais acontecimentos está na forma como se constrói a estrutura de poder dos governos. A política de alianças visando a governabilidade, que transforma ministérios em feudos de partidos, é o que está por trás de tanta sujeira. Sabe-se que Dilma Roussef gostaria de montar um ministério com perfil mais técnico. A grande oportunidade de fazê-lo é agora. Porém, para isso, Dilma terá de tomar a iniciativa, não esperando o surgimento de denúncias para agir, e mostrar coragem para bater de frente com uma estrutura viciada de poder, ignorando as pressões em contrário por parte dos partidos aliados ao governo. Parece improvável, mas, pelo bem do Brasil, torçamos para que seja possível.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Vitória para amenizar a crise

No seu primeiro jogo depois do furacão que varreu o clube após as demissões do técnico Falcão e do vice-presidente de futebol Roberto Siegmann, o Inter venceu o Avaí, de virada, por 3 x 1, na Ressacada. Uma vitória que veio, portanto, em muito boa hora. Nada melhor do que ganhar um jogo para amenizar os efeitos de uma crise. O Inter não chegou a realizar uma grande atuação, e até saiu perdendo, nos acréscimos do primeiro tempo, devido à marcação de um pênalti inexistente. Na cobrança, Muriel defendeu parcialmente o chute de William, que apanhou o rebote e fez o gol. Porém, no segundo tempo, o Inter virou o jogo para 3 x 1 ao natural, dada a extrema limitação técnica do adversário. Andrezinho, voltando de lesão, mais uma vez mostrou ser um jogador de qualidade e fez o gol de empate. Leandro Damião, que não marcava gols há quatro jogos, e D'Alessandro, completaram o placar.. Com a vitória, o Inter alivia seu ambiente, diminui a pressão pela contratação imediata de um novo técnico e viaja tranquilo para a Alemanha, onde irá disputar a Copa Audi. A viagem, nesse momento, também deverá ter um aspecto positivo, pois fará o grupo afastar-se do ambiente tumultuado do clube. Se, afora isso, o Inter trouxer bons resultados da Alemanha, tudo se encaminhará para uma superação mais rápida dos maus momentos que o assolaram nos últimos dias. Ao vencer o Avaí, por certo, o Inter já consegue perceber tímidos raios de sol surgindo em  meio às nuvens carregadas que se abatem sobre o clube. No futebol, as vitórias são um instrumento poderoso contra qualquer crise, por mais profunda que pareça ser.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Paraguai é o outro finalista

Depois da classificação do Uruguai, ontem, para a decisão da Copa América, restava saber, na noite de hoje, quem seria o seu adversário. Depois de um empate em 0 x 0 no tempo normal de jogo, que persistiu na prorrogação, o Paraguai eliminou a Venezuela nos tiros livres da marca do pênalti e irá decidir a Copa América contra o Uruguai. O que chama a atenção, e deveria servir para que os defensores do formulismo revisassem seus conceitos, é que o Paraguai, em quatro jogos até aqui, só obteve empates. Isso é um rematado absurdo. Como pode uma equipe que ainda não venceu um jogo sequer já ser no mínimo vice-campeã de uma competição? Se ainda faltasse alguma coisa para demonstrar o quanto o formulismo propicia absurdos e injustiças, esse exemplo não deixa mais dúvidas. Já quanto à decisão propriamente dita, o Uruguai é o favorito e, se confirmar tal condição, evitará o vexame de a campeã ser uma equipe sem nenhuma vitória ao longo da competição.

Realidade desalentadora

O Grêmio parece esforçar-se para, a cada dia, desanimar ainda mais o seu torcedor. Sem ganhar um título relevante há dez anos, o clube parece chafurdar na mesmice e na falta de horizonte, com atitudes que, por vezes, caminham na direção do apequenamento de uma instituição grandiosa. O empate do Grêmio com o Figueirense em 0 x 0 na noite de hoje, em Florianópolis, pelo Campeonato Brasileiro, foi de acabar com a paciência do mais fiel dos torcedores. Jogando contra um adversário modesto tecnicamente, ainda que invicto em seu estádio, o Grêmio foi dominado na maior parte do tempo, teve uma série de atuações individuais ruins, contentou-se em atuar pelo empate, e só não perdeu a partida porque seu goleiro, Marcelo Grohe, em magnífica fase, defendeu um pênalti. Os tão propalados benefícios dos 10 dias sem jogos, com muito tempo para realizar treinos, não se fizeram sentir. Ao contrário, parece que, nesse período, o Grêmio ampliou a mediocridade do seu futebol. Se Marcelo Grohe, mais uma vez, foi extraordinário, alguns jogadores estiveram muito mal na partida. Leandro nada fez, preocupando-se mais em simular faltas do que em jogar um bom futebol. André Lima, certamente, foi o pior jogador em campo. Douglas continuou a errar passes numa frequência irritante. Gilberto Silva praticou um erro inaceitável para um jogador de 34 anos que já disputou três Copas do Mundo, ao cometer um pênalti aos 44 minutos do segundo tempo. Não fosse a defesa de Marcelo Grohe e o Grêmio teria amargado mais uma derrota, depois do pênalti infantil de Gilberto Silva. O Grêmio com ou sem reforços, com esse ou aquele técnico, continua o mesmo. O time não dá ao torcedor nenhuma esperança concreta de melhora. O grande Grêmio se encaminha para um futuro imediato de lutar para não cair e, quem sabe, se classificar para a Copa Sul-Americana. O Grêmio só voltará a jogar na próxima quarta-feira, contra o América-MG no Olímpico. Portanto, terá, mais uma vez, um largo período só dedicado aos treinos. Depois do que se viu contra o Figueirense, no entanto, essa é uma vantagem muito discutível.

terça-feira, 19 de julho de 2011

A volta de um ídolo

Em meio à crise que se abate sobre o clube, o Inter anunciou, hoje, a volta de um de seus maiores ídolos. Fernandão, o nome de maior destaque do time nas campanhas dos títulos da Libertadores e do Mundial, em 2006, retorna ao Inter, não mais jogando, mas como gerente de futebol. Aos 33 anos, depois de ter rescindido seu contrato com o São Paulo por não ter conseguido um bom desempenho no clube paulista e se ver assolado por lesões, Fernandão ainda hesitava sobre se deveria parar de jogar. O convite do Inter para iniciar uma carreira como homem de integração entre a diretoria e o grupo de jogadores, ajudou-o a tomar a decisão. Fernandão deixa de ser jogador para exercer uma nova função no futebol. O curioso é que o convite para a nova atividade tenha partido do presidente do Inter, Giovanni Luigi, o mesmo que, quando assumiu como vice-presidente de futebol do clube, em 2007, foi solenemente ignorado por Fernandão e pelas demais lideranças do grupo de jogadores. Porém, como disse, certa vez, o ex-presidente do Grêmio, Rafael Bandeira dos Santos, o futebol é muito dinâmico. O fato é que Fernandão está de volta, para exercer um cargo no qual não teve nenhuma experiência anterior. Mais uma vez, como fez há pouco com Falcão, contratado para técnico depois de 15 anos afastado da atividade, o Inter parece buscar, com Fernandão, muito mais a parceria com o torcedor, trazendo um ídolo de volta ao clube, do que resultados práticos de sua atuação como gestor. É mais uma aposta. Só o tempo dirá se vai dar certo.

Uruguai é o primeiro finalista

O Uruguai é o primeiro finalista da Copa América. Venceu o Peru por 2 x 0 na noite de hoje e espera a definição de seu adversário na decisão da competição, que sairá do jogo Paraguai x Venezuela, amanhã à noite. A Copa América apresenta, até aqui, um fraquíssimo nível técnico e uma média de gols muito baixa, mas o Uruguai é um dos poucos pontos positivos da disputa. Isso porque, a campanha uruguaia na Copa América vem se somar ao 4º lugar obtido na Copa do Mundo de 2010 e ao vice-campeonato do Peñarol na Libertadores de 2011 como prova do renascimento do futebol do país. O Uruguai tem um passado de glórias no futebol, mas que estavam ficando cada vez mais distantes. Nas últimas duas décadas, o desempenho da seleção do Uruguai e dos dois principais clubes do país, Nacional e Peñarol, caiu muito. Com isso, o Uruguai passara de protagonista a mero coadjuvante nas competições internacionasis de clubes e seleções. Esse tempo, felizmente, parece ter acabado. O desempenho do Uruguai na Copa América reafirmou as qualidades da equipe verificadas na Copa de 2010. Diego Forlán, aos 31 anos, continua a mostrar o porquê de ter sido escolhido o melhor jogador da Copa do Mundo na África do Sul. Suárez, que marcou os dois gols da noite de hoje, confirma suas qualidades de atacante oportunista. Lugano, mesmo veterano, ainda é um grande zagueiro. Arévalo Rios é um volante muito eficiente. Mesmo com a ausência do atacante Cavani, de destacado desempenho pelo Nápoli no último campeonato italiano, o Uruguai manteve seu padrão na Copa América, eliminou uma das equipes favoritas, a Argentina, anfitriã da competição, e, caso ganhe o título, se tornará o maior vencedor da história da disputa, com 15 conquistas. Até o momento, Argentina e Uruguai estão empatados como maiores ganhadores da Copa América, com 14 títulos para cada um. O pequeno e simpático Uruguai, país de apenas 3 milhões de habitantes, metade dos quais concentram-se na capital, Montevidéu, volta a ter seu futebol no posto de destaque que lhe é de direito.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A demissão de Falcão

Poucas horas depois de postar meu texto anterior, que se encerrava com a previsão de que o cargo de Falcão corria perigo, o técnico foi demitido pelo Inter. A exemplo do que aconteceu com Renato no Grêmio, cuja saída do clube estava nas entrelinhas da entrevista do presidente Paulo Odone após o empate em casa contra o Avaí, a queda de Falcão também ficou subjacente nas declarações de Giovanni Luigi depois da goleada para o São Paulo em pleno Beira-Rio. O presidente do Inter, fugindo ao seu estilo calmo e ponderado, deu uma entrevista bastante incisiva, em que mostrou toda a sua insatisfação com o rendimento do time, e afirmou que cabia a ele tomar as medidas necessárias para corrigir rumos, e que não  se furtaria de fazê-lo. Luigi, sem citar o nome de Falcão, mas claramente contestando uma colocação do técnico, disse que não era verdade que o Inter tivesse melhorado no segundo tempo do jogo contra o São Paulo, comparativamente com o primeiro. Para Luigi, o adversário se recolhera para garantir o resultado, concedendo mais campo para o Inter jogar e criando a ilusão de uma melhora. O presidente do Inter, no entanto, não se limitou a demitir Falcão. Também o vice-presidente de futebol do clube, Roberto Siegmann, foi dispensado, o que demonstra que a crise que atinge o Inter é muito mais profunda. As palavras ditas por Siegmann e Falcão após os seus desligamentos evidenciam, aliás, o quanto as coisas iam mal nos bastidores do clube. Siegmann revelou que Luigi não o queria no cargo, só o tendo aceitado por força dos apoios políticos que o ex-vice-presidente de futebol possuía. O ex-dirigente acrescentou que ele e Luigi sempre discordaram nos métodos administrativos, e que o presidente do Inter "engole demais as coisas", ao contrário dele, que não tolera certas situações. Já Falcão, quando perguntado sobre o nível de relacionamento que mantinha com Luigi, respondeu que era "zero" e disse não concordar em revelar a escalação do time para pessoas que não integrem a sua comissão técnica. Como se diz popularmente, Siegmann e Falcão jogaram farofa no ventilador. A crise que se instalou no clube, ao que tudo indica, é daquelas que só se sabe quando começa, sem que se vislumbre o dia em que irá acabar.

domingo, 17 de julho de 2011

A volta da crise

O futebol navega ao sabor dos resultados, disso todos sabem há muito tempo. O Inter iniciou mal no Campeonato Brasileiro e, mesmo tendo sido campeão gaúcho, o trabalho do técnico Falcão começou a ser contestado. A derrota para o Ceará em pleno Beira-Rio, principalmente, não foi bem absorvida pela torcida e imprensa, embora Falcão sustente, até hoje, que o Inter merecia ganhar aquele jogo. Depois de um período de irregularidades, o Inter conseguiu obter três vitórias consecutivas, duas delas por goleadas. Imediatamente, alguns críticos começaram  a achar que o time tinha, finalmente, encaixado, que o trabalho de Falcão começava a se consolidar, que o Inter iria brigar pelas primeiras colocações do Campeonato Brasileiro. Foi aí que a tabela da competição apresentou para o Inter uma prova de fogo. Até aquele momento, o clube gaúcho só havia enfrentado adversários colocados do meio para baixo da tabela. Vieram, então, três jogos seguidos, sendo dois deles fora de casa, contra adversários de grande expressão, situados nas primeiras posições do Brasileirão. Um desafio, sem dúvida, mas, também, uma grande chance para o Inter mostrar que havia se consolidado como time. Porém, a reprovação no teste foi total. O Inter perdeu para Vasco e Corinthians fora de casa e foi goleado pelo São Paulo no Beira-Rio. Ao todo, nos três jogos, sofreu seis gols e não marcou nenhum. A crise voltou a se instalar no Inter. Numa demonstração de como as coisas andam confusas no clube, após o jogo contra o São Paulo, o sanguíneo vice-presidente de futebol, Roberto Siegmann, adotou um discurso contemporizador, enquanto o pacato presidente Giovanni Luigi mostrou inconformidade e indignação. Os próximos dias no Inter serão turbulentos e o cargo de Falcão poderá ficar a perigo.

Eliminação ridícula

Como se pode aceitar que a Seleção Brasileira, a mais vitoriosa dentre todas as seleções nacionais, seja eliminada de uma competição errando todas as cobranças que fez de tiros livres da marca do pênalti? As cobranças não foram apenas erradas, foram grotescas. Só um dos quatro tiros dados pela Seleção chegou ao gol. Dois foram chutados nas nuvens, e um pela linha de fundo. A Seleção Brasileira até jogou relativamente bem durante o tempo normal de partida, mas não conseguiu marcar gols, o que se repetiu na prorrogação. Em poucos dias, a equipe brasileira empatou duas vezes com o Paraguai e, antes, já o havia feito com a Venezuela. Só ganhou do Equador, por 4 x 2, mas o jogo chegou a estar empatado em 2 x 2. Atual bicampeã da Copa América, a Seleção teve uma participação constrangedora na edição de 2011 da competição. O pior é que isso vem a se somar com o pífio desempenho nos amistosos, pois quando enfrentou adversários mais fortes, não conseguiu vencer. Agora, até mesmo no enfrentamento com modestos adversários sul-americanos a Seleção não está conseguindo se impor. Passados 11 meses desde a estréia do técnico Mano Menezes na Seleção Brasileira, já se pode dizer que o trabalho não é bom. Além do fraco desempenho da equipe, Mano parece não estar conseguindo passar tranquilidade para seus jogadores. Nas cobranças de tiros livres de hoje era visível a tensão estampada no semblante dos jogadores ao partirem para os chutes. Ora, era um jogo contra o Paraguai, válido pela Copa América, não uma decisão de Copa do Mundo contra uma potência do futebol. Não há justificativa para jogadores da mais exitosa de todas as seleções sentirem o peso da responsabilidade numa circunstância como a de hoje. A Seleção ainda fará amistosos em 2011, e contra equipes de ponta, como Alemanha e Itália. Se não mostrar um rendimento substancialmente superior ao que foi visto até agora, um novo técnico poderá assumir a equipe já no início de 2012. Mano Menezes é um técnico competente, mas, até agora, seu desempenho na Seleção Brasileira é decepcionante.

sábado, 16 de julho de 2011

O fracasso da Argentina

Não há outra definição possível para o que aconteceu com a Argentina na Copa América que não seja a de um rotundo fracasso. Depois de uma primeira fase em que só empatou com a Bolívia, após sair perdendo, não passou de um 0 x 0 com a Colômbia, e goleou a Costa Rica, que estava representada por sua equipe sub-23, coube à Argentina enfrentar o Uruguai pelas quartas de final. Havia muito em jogo para a Argentina. Como anfitriã da competição, nada menos que o título seria aceito. O adversário, porém, era um tradicional rival, que divide com a própria Argentina a condição de maior vencedor da competição, com 14 títulos para cada lado. Cada equipe tinha seus trunfos. Pelo lado argentino, o melhor jogador do mundo, Messi. No Uruguai, Forlán, o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e o perigoso atacante Luís Suárez. Ao longo de um jogo inteiro, mais a prorrogação, a Argentina não conseguiu vencer o Uruguai, mesmo estando boa parte do tempo com um homem a mais. Messi, novamente, foi uma pálida figura, enquanto, no Uruguai, Muslera, Forlán e Suárez tiveram grandes atuações. Na disputa dos tiros livres da marca do pênalti, era natural que o Uruguai estivesse mais tranquilo, afinal, a responsabilidade estava inteiramente sobre os ombros da Argentina. O Uruguai venceu as cobranças por 5 x 4. Assim, é do Uruguai a chance de se tornar o líder isolado em número de títulos da Copa América, caso venha a vencer a competição. Seu adversário nas semifinais será o Peru que, em outra surpresa do dia de hoje, ganhou da Colômbia por 2 x 0, com dois belos gols, ápós um jogo fraco, que acabou em 0 x 0. O grande astro da Colômbia, Falcão Garcia, desperdiçou um pênalti, cobrando para fora, quando o placar ainda estava zerado. Dessa forma, as coisas vão se encaminhando para uma possível decisão entre Seleção Brasileira e Uruguai. Porém, depois do que aconteceu hoje, é bom a Seleção não facilitar contra o Paraguai, para não ser a responsável por outra zebra na competição. Enquanto isso, a Argentina, que esperava quebrar o jejum, segue com seus 18 anos sem títulos, e Messi, mais uma vez, frustrou as expectativas de todos jogando pela equipe de seu país. O sofrimento argentino no futebol parece longe do fim.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O campeão de 87

O futebol brasileiro, hoje, está bem mais organizado que no passado, embora muita coisa ainda deva ser corrigida. Porém, um fantasma da época em que imperava o descalabro administrativo no futebol nacional continua a atormentar. Trata-se da definição de quem foi o campeão brasileiro de 1987. Isso mesmo, passados 24 anos, o título brasileiro de 1987 ainda é objeto de disputa judicial entre Flamengo e Sport. No conceito de quem trata o futebol com um mínimo de seriedade, o Flamengo foi o justo campeão daquele ano. Porém, a CBF oficializou o Sport como campeão. Tudo porque, Flamengo e Inter, primeiro e segundo colocados na chamada Copa União, que a CBF considerava ser o "módulo verde" do Campeonato Brasileiro, recusaram-se a fazer um cruzamento final com Sport e Guarani, que obtiveram as mesmas posições no "módulo amarelo". Com a recusa de Flamengo e Inter, a CBF declarou Sport e Guarani como campeão e vice-campeão brasileiro de 1987, respectivamente. Os dois clubes, inclusive, representaram o Brasil na Libertadores de 1988. Ocorre que o Flamengo não se conformou com a decisão da CBF e, desde então, vem lutando para ser reconhecido como o campeão brasileiro de 1987. Agora, após muitas idas e vindas, com decisões judiciais ora favorecendo um lado, ora outro, o Sport resolveu levar a questão para a FIFA! Isso mesmo. Numa prova de incompetência na gestão interna do futebol no país, caberá a FIFA decidir quem foi o campeão brasileiro de 1987! Se a definição depender de lógica e sensatez, o Flamengo deverá ser apontado como o legítimo campeão, pois defrontou-se, em sua campanha, contra os principais clubes do país, enquanto o Sport disputou uma espécie de segunda divisão. O clube pernambucano, no entanto, agarra-se ao oficialismo e sustenta que é o campeão, pois essa foi a decisão tomada pela CBF na época. Seja qual for o desfecho da questão, o fato já é desabonador para o futebol brasileiro. Levar quase um quarto de século para decidir um campeão, não conseguir fazê-lo e, por fim, transferir a questão para a FIFA, é uma demonstração poucas vezes vista de inépcia por parte de uma confederação nacional. Resta esperar que a FIFA tome a melhor decisão, e que essa novela intermínavel chegue ao fim.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Outra derrota

O Inter, depois de obter três vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro, duas delas por goleada, viu-se diante de um desafio imposto pela tabela. A árdua tarefa reservada ao Inter era ter de enfrentar, em jogos consecutivos, três dos principais times da competição, dois deles fora de casa. Os jogos contra Vasco e Corinthians, fora, e São Paulo, em casa, representavam, por outro lado, a chance do time gaúcho mostrar sua real potencialidade como postulante ao título. Faltando ainda o jogo contra o São Paulo, no próximo domingo, a realidade é que o Inter está sendo reprovado no teste. Após perder para o Vasco por 2 x 0, no sábado, o Inter sofreu nova derrota, hoje, para o Corinthians, dessa vez por 1 x 0. As justificativas para os maus resultados também tem se repetido. Alega-se que o time cria bastante, mas conclui pouco, que a bola quase não chega no goleador Leandro Damião, que faltam boas opções de ataque no banco. A verdade é que esse conjunto de jogos era a grande oportunidade para o técnico do Inter, Falcão, afirmar definitivamente o seu trabalho, dissipando as desconfianças ainda existentes, mas não está sendo bem aproveitada. A derrota para o Corinthians distancia ainda mais o Inter do clube paulista, líder absoluto do Brasileirão. As duas derrotas em sequência tornam obrigatória uma vitória contra o São Paulo, no Beira-Rio. Vencer o tricolor paulista, no entanto, não será tarefa fácil, pois, mesmo com um técnico interino, o São Paulo vem de uma vitória sobre o Cruzeiro. O período de turbulência, que parecia afastado no Inter pelas seguidas vitórias paralelamente a uma crise no seu maior rival, o Grêmio, pode estar retornando. Nenhum clube grande passa incólume por duas derrotas consecutivas. As dúvidas e as cobranças costumam multiplicar-se nessa hora. O trabalho do técnico, por certo, voltará a ser questionado. Ainda não foi dessa vez que o Inter de Falcão conseguiu se firmar.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O importante era ganhar

Depois de dois empates e um futebol terrível, a Seleção Brasileira voltou a vencer. É verdade que cedeu o empate por duas vezes para o Equador, que Júlio César tomou um frango, mas era preciso ganhar, e a Seleção obteve a vitória. A tensão dos jogadores era evidente, pois sabiam que um novo fracasso não seria tolerado. Os dois gols do Equador acentuaram o nervosismo da equipe, que só deslanchou a partir do momento em que fez o terceiro gol. Entre os fatos positivos do jogo estão as atuações de Neymar e Alexandre Pato, que marcaram dois gols cada um, finalmente justificando a fama que possuem. Maicon foi outra boa notícia da partida. Foi o melhor jogador em campo e, certamente, tomou a titularidade de Daniel Alves. A Seleção Brasileira ainda está longe do ideal, mas ficou em primeiro lugar no seu grupo na Copa América, coisa que seus mais tradicionais rivais no continente, Argentina e Uruguai, não conseguiram. Aliás, outra boa notícia para os interesses da Seleção foi o fato de que Argentina e Uruguai se enfrentarão já nas quartas de final, o que significa que uma dessas equipes ficará de fora da competição prematuramente. O adversário da equipe brasileira nas quartas de final será o Paraguai, que já provou, com o empate em 2 x 2 pela primeira fase, ser um osso duro de roer. Porém, com a confiança restaurada após os 4 x 2 contra o Equador, a Seleção Brasileira tem tudo para se classificar para as semifinais, quando, então, enfrentaria o vencedor de Chile x Venezuela. O caminho da Argentina para chegar à decisão é bem mais árduo, pois, se passar pelo Uruguai, possivelmente enfrentará a Colômbia, que deverá eliminar o Peru sem maiores dificuldades. A Colômbia fez a melhor campanha entre todos os participantes na primeira fase, superando o Chile no saldo de gols. Com dificuldades ou não, a decisão entre Argentina x Seleção Brasileira deverá se confirmar e, nesse caso, poderá até faltar bom futebol, mas sobrará emoção.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Mudanças nos tribunais de contas

Em um texto anterior, abordei o absurdo sistema de preenchimento das cadeiras do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, de critério marcadamente político. O mesmo ocorre com o Tribunal de Contas da União. Nos últimos dias, um indício, ainda que tênue, de mudança nesse quadro, parece estar surgindo. O novo presidente do Tribunal de Contas do Estado, César Miola, empossado ontem, tem perfil técnico e atua no orgão há 20 anos. Ainda que os demais cargos no tribunal sejam ocupados por políticos, já é um alento. Miola, cuja posse foi prestigiada por autoridades como o governador Tarso Genro, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, e pelos presidentes da Cãmara dos Deputados e da Assembléia Legislativa, Marco Maia e Adão Villaverde, respectivamente, disse que uma de suas prioridades será convencer os deputados estaduais a aprovarem um projeto que prevê o aumento da multa aos administradores públicos que desrespeitarem às normas constitucionais, com a fixação de penalidade mínima e máxima. Atualmente, o TCE só pode aplicar uma sanção no valor insignificante de R$ 1,5 mil aos infratores. A dificuldade de implantar a alteração é que ela só pode ser feita com autorização legislativa e três projetos nesse sentido já foram engavetados anteriormente. Um dos fatores que impediu a aprovação dos projetos foi a pressão que os prefeitos exercem sobre os deputados para que o aumento no valor das multas seja rejeitado. O novo projeto que será encaminhado por Miola prevê, ainda, um outro tipo de punição, inédito no Estado: multa proporcional aos prejuízos causados ao erário por maus administradores. Dadas as estruturas ainda vigentes, é difícil que a intenção de Miola se concretize, mas a simples tentativa de modificar o atual quadro já abre a perspectiva de dias melhores para o TCE. No plano federal, já há, também, várias propostas tramitando no Congresso Nacional para mudar a maneira como os ministros do Tribunal de Contas da União são nomeados. Atualmente, sete das nove cadeiras do TCU são preenchidas por indicação política. Uma das propostas prevê que, para a ocupação de tais cargos, seja realizado um concurso público. Seria o ideal, sem dúvida. De qualquer modo, o Estado e o país parecem estar acordando, finalmente, para a necessidade de fazer com que os tribunais de contas sejam, efetivamente, orgãos de fiscalização e controle, e não instituições onde as raposas são postas a cuidar do galinheiro.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O estilo de Dilma

A efetivação de Paulo Sérgio Passos como ministro dos Transportes é mais uma vitória, ainda que tímida, da presidente Dilma Roussef sobre o esquema de governabilidade que herdou do governo Lula. Passos, que era secretário-executivo da pasta, vinha exercendo interinamente o cargo de ministro, desde a saída do titular, Alfredo Nascimento. Ainda que filiado ao PR, mesmo partido de Nascimento e que tem o Ministério dos Transportes como um  feudo, o perfil de Passos é mais técnico, o que o aproxima de Dilma, que é pouco afeita aos trâmites políticos. A intenção da presidente, pelo que se sabe, era, desde o inicio, a nomeação de Passos para o cargo. Ocorre que o PR pretendia, mais uma vez, fazer uma indicação de cunho exclusivamente político. Isso acabou não acontecendo porque estava difícil encontrar um nome dentro do partido cuja biografia não tivesse algum episódio comprometedor. O nome finalmente escolhido, o do senador Blairo Maggi (PR-MT), esbarrou na recusa do indicado em aceitar o cargo. Assim, Dilma Roussef ficou à vontade para levar adiante sua intenção original. A presidente, então, fez o convite para Passos, que aceitou. O que há de bom nessa história toda é que Dilma, assim como no escãndalo envolvendo o ex-ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci Filho, está conseguindo estabelecer no governo o seu estilo. Dilma não tem apreço pelo modo de governar atualmente em vigor, com enormes costuras políticas e concessões de favores para aliados em troca de maioria no Congresso. A presidente sabe que não poderá bater de frente com essa engenharia do poder, mas, aos poucos, vai imprimindo a sua marca, o seu jeito próprio de administrar. Os casos envolvendo Palocci e Nascimento lhe proporcionaram se livrar de dois nomes que herdou do governo Lula. As escolhas dos substitutos dos ministros demitidos representam muito mais a vontade de Dilma que a dos partidos. A presidente não se comporta como mero fantoche dos interesses partidários, nem como uma seguidora fiel da maneira de governar do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Dilma tem seus próprios métodos e convicções e está buscando aplicá-los, o que, sem dúvida, é ótimo para o país.

domingo, 10 de julho de 2011

O fracasso das seleções

Foi uma semana para o torcedor brasileiro esquecer. No futebol, a Seleção Brasileira principal fez dois péssimos jogos e apenas empatou com Venezuela e Paraguai, pela Copa América. A Seleção Sub-17 foi eliminada nas semifinais do campeonato mundial da categoria pelo Uruguai com uma goleada de 3 x 0. A Seleção Feminina vencia os Estados Unidos, de virada, até os 17 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando cedeu o empate. Na disputa de tiros livres da marca do pênalti, foi derrotada e eliminada nas semifinais da Copa do Mundo de Futebol Feminino. Para completar, a Seleção Brasileira de Vôlei Masculino venceu o primeiro set contra o Rússia, perdeu os dois seguintes, e ganhou o quarto, empatando o jogo, que foi para o tie-break, onde acabou derrotada. Dessa forma, o Brasil deixou escapar o que seria o seu décimo títiulo da Liga Mundial de Vôlei Masculino. Há muito tempo não se viam tantas derrotas e maus desempenhos de equipes esportivas brasileiras. Não estamos acostumados ao fracasso. Esses resultados devem ensejar uma profunda reflexão por parte dos dirigentes, pois, como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olímpiadas de 2016, o Brasil se obriga a um grande desempenho nessas competições. O torcedor brasileiro não aceitará nada menor que o título da Copa e medalhas de ouro para o futebol e o vôlei nas Olímpiadas. Os resultados dessa semana soaram o sinal de alerta. Sem perda de tempo, é preciso começar a trabalhar para que o Brasil possa alcançar o êxito nas duas maiores competições esportivas do mundo, que terá a honra de sediar nos próximos anos.

Vitória inadiável

Depois de cinco jogos sem vencer, e da aproximação da zona de rebaixamento, a vitória era imprescindível para o Grêmio, na tarde de hoje, contra o Coritiba. O Grêmio ganhou, mas não sem alguns sustos. A atuação do time no primeiro tempo foi sofrível e o goleiro Marcelo Grohe foi obrigado a realizar grandes defesas. Neuton, particularmente, esteve muito mal e, numa falha bisonha, quase ocasionou um gol do Coritiba. Fábio Rockembach continua longe de seus melhores momentos. O Grêmio mostrava-se nervoso, atrapalhado, com um futebol que não fluía e irritava o torcedor. No segundo tempo, no entanto, o Grêmio voltou com outro ânimo e, principalmente, com muito mais futebol. A entrada de Bruno Colaço no lugar de Neuton proporcionou um grande acréscimo ao time que, como um todo, parecia ter tirado um bom proveito da conversa com o técnico no intervalo do jogo. Os gols foram de bonita feitura. O primeiro, numa "tijolada" de cabeça de Gilberto Silva, após um magnífico cruzamento de Mário Fernandes. O segundo, num chute certeiro de André Lima, depois de um corta-luz genial de Douglas. Entre os destaques individuais, afora o já citado Marcelo Grohe, Leandro, sempre rápido e insinuante, Escudero, que fez sua melhor partida pelo Grêmio e não merecia ter sido substituído, e Mário Fernandes que, mais uma vez, mostrou ser um  jogador de nível técnico acima da média. Aliás, o técnico Julinho Camargo declarou que, com ele, Mário Fernandes será usado como zagueiro, pois considera que essa é a sua verdadeira posição. Sem dúvida, essa é uma ótima notícia para o torcedor. O Grêmio obteve uma vitória muito importante. Afinal, Julinho Camargo e Gilberto Silva estreavam em jogos no Olímpico. Suas estréias propriamente ditas foram na derrota para o Cruzeiro em Sete Lagoas (MG). O clube afastou-se da zona de rebaixamento e subiu três posições na tabela. Os dois próximos jogos, contra Figueirense fora e América-MG em casa,,oferecem boas perspectivas para a soma de pontos. Uma vitória tem o dom  de trazer consigo uma mudança de horizonte e uma maior mobilização. A partir dessa quebra do seu ciclo negativo, o Grêmio pode estar se encaminhando para viver dias menos turbulentos.

sábado, 9 de julho de 2011

Sem surpresa

A vitória do Vasco sobre o Inter por 2 x 0, no estádio de São Januário, não representa uma surpresa. É verdade que o Inter vinha de três vitórias consecutivas, duas delas por goleada. Também é sabido que o Vasco vinha de duas derrotas seguidas, e que uma delas foi uma goleada, em casa, para o Cruzeiro. Ocorre que, em jogos entre grandes clubes, o retrospecto imediato conta pouco. O Vasco jogava em casa, precisava da vitória para evitar uma possível crise, e soube construir o resultado. Não foi um grande jogo, pelo contrário. Os dois times erraram muitos passes, em mais uma demonstração da precariedade técnica atual do futebol brasileiro. Os únicos destaques individuais, todos do Vasco, foram Juninho Pernambucano, sem dúvida o melhor jogador em campo, Dedé, eficiente nas duas áreas, e Éder Luiz que, no entanto, caiu de produção no segundo tempo e foi substituído. As próximas partidas do Inter não serão menos difíceis. Na quinta-feira irá jogar, novamente fora de casa, contra o Corinthians, líder invicto do Campeonato Brasileiro. Depois, no Beira-Rio, enfrentará o São Paulo que, hoje, mesmo com um técnico interino, venceu o Cruzeiro por 2 x 1, interrompendo a série de vitórias do clube mineiro. Esses três jogos seguidos contra grandes clubes apareciam como um meio de se avaliar o potencial efetivo do Inter na competição. No teste inicial, já veio, também, a primeira reprovação.

A persistência do mau futebol

A Seleção Brasileira do técnico Mano Menezes não consegue jogar bem. Hoje, contra o Paraguai, o mau desempenho se repetiu. O empate em 2 x 2 acabou sendo um prêmio para a Seleção, já que, depois de sair ganhando, permitiu a virada, e só igualou o placar aos 44 minutos do segundo tempo. A derrota, caso acontecesse, praticamente encaminharia a desclassificação brasileira ainda na primeira fase da Copa América, o que, por certo, redundaria na demissão de Mano Menezes. O empate, apesar dos pesares, tornou as chances de classificação bem maiores. O preocupante, no entanto, é que, tanto coletiva quanto individualmente, a Seleção Brasileira foi muito mal contra o Paraguai. Daniel Alves, lateral de reconhecida qualidade, fez uma péssima partida. Lúcio, que falhou nos dois gols do Paraguai, deu índicios de que, aos 32 anos, talvez já esteja iniciando sua curva descendente. André Santos, mais uma vez, mostrou que não tem futebol para jogar na Seleção Brasileira. Jádson, afora o gol, pouco fez. Paulo Henrique Ganso esteve discreto. Neymar, novamente, não teve uma boa atuação e chegou a perder um gol feito por puro preciosismo. Alexandre Pato continua a ser uma promessa que não se concretiza. Não se consegue enxergar, também, nenhuma contribuição efetiva do técnico para a equipe. A Seleção Brasileira gera no torcedor um verdadeiro anticlímax. A saída de Dunga, a entrada de Mano, um técnico com currículo, e a convocação das grandes revelações do futebol brasileiro, como Paulo Henrique Ganso, Neymar, e Lucas do São Paulo, deixavam antever a possibilidade de tempos risonhos para a Seleção. Não é o que está acontecendo. Ainda faltam três anos para a Copa do Mundo, mas já é preciso pensar no que fazer para corrigir os rumos da Seleção, pois, do jeito que está, as perspectivas não são nada animadoras.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O gerente de futebol

Os clubes de futebol, por vezes, resolvem criar novas funções administrativas para, pretensamente, alcançar uma gestão mais eficiente. De uns tempos para cá, muitos deles se utilizaram da figura do gerente de futebol, cargo remunerado, ao contrário do que acontece com os demais dirigentes. Por ser um profissional e não estar ligado ao clube por questões afetivas, seu trabalho é tido como importante para um conceito moderno de administração. O sucesso obtido na função por Rodrigo Caetano, considerado o grande responsável pela recuperação do Vasco, tornou o cargo ainda mais valorizado no mercado. Com isso, o Grêmio, que já havia tentado o retorno de Rodrigo Caetano e a vinda de Felipe Ximenes, atualmente no Coritiba, anunciou hoje a contratação de Alexandre Faria. O novo gerente de futebol terá poderes ampliados em relação ao último ocupante do cargo, Cícero Souza, demitido na semana passada.  Alexandre Faria vai, até mesmo, poder indicar jogadores e participar de tratativas de contratações. O problema é que, em seus trabalhos mais recentes, no Atlètico-MG e no Fluminense, Faria não teve um bom desempenho. Não bastasse isso, o anúncio da sua contratação se deu um dia depois do Grêmio cair para o 16º lugar no Campeonato Brasileiro, o último antes da zona de rebaixamento. Alexandre Faria talvez se revele um bom profissional no Grêmio, mas sua contratação não se deu no momento mais oportuno. Diante da precariedade do futebol que o time vem apresentando, a torcida, por certo, preferiria, nesse momento, a aquisição de jogadores de qualidade.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mais um ministro que cai

Em apenas seis meses de mandato, a presidente Dilma Roussef já perdeu o seu segundo ministro. Depois da saída de Antônio Palocci Filho do cargo de ministro-chefe da Casa Civil, agora foi o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que deixou o governo. Palocci caiu devido ao espantoso aumento de seu patrimônio, que se multiplicou 20 vezes em apenas quatro anos, quando cumpria um mandato de deputado federal paralelamente à atividade de consultor de empresas. Alfredo Nascimento também sai por motivos semelhantes. As denúncias contra Nascimento incluem um esquema, montado no ministério, de superfaturamento e recebimento de propinas por meio de empreiteiras. Afora isso, o arquiteto Gustavo Morais Pereira, filho de Nascimento, criou uma empresa, a Forma Construções, com um capital social de R$ 60 mil. Dois anos depois, a Forma Construções já amealhava um patrimônio de R$ 50 milhões, num espantoso crescimemto de 86.500%! O Ministério Público Federal do Amazonas investiga um elo entre a firma de Gustavo e uma empresa que recebeu verba do Minsitério dos Transportes. Assim como Paloccci, Nascimento foi uma herança que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, deixou para Dilma. Não foram escolhas pessoais da atual presidente. Aos poucos, devido aos escândalos, Dilma está tendo a oportunidade de colocar pessoas escolhidas por ela em áreas estratégicas do governo. No caso do Ministério dos Transportes, isso tende a ser mais difícil. O ministério é da cota de poder do PR, que insiste em indicar o nome do substituto de Nascimento seguindo critérios políticos, em vez de aceitar o preferido de Dilma, o atual secretário executivo da pasta, Paulo Sérgio Passos. Esse é o grande problema do atual modelo de governabilidade, baseado no loteamento de cargos entre os partidos da base aliada. O governante fica refém de indicações políticas que, quase sempre, não são as melhores para o interesse do país. Menos mal que, no entanto, os membros do governo envolvidos em denúncias de corrupção não estejam sendo mantidos em seus cargos. Ao demitir ministros sobre os quais pesam graves suspeitas quanto à conduta, Dilma preserva a imagem de seu governo e reafirma seu conceito de administradora austera, que não compactua com deslizes éticos. Dois casos rumorosos em tão pouco tempo de governo, inquietam a opinião pública, mas, pelo menos, resta o consolo de que a presidente Dilma não tem procrastinado as medidas para enfrentar tais situações. As demissões de Palocci e Nascimento mostram que o governo federal tem enormes focos de corrupção em seu interior, mas que Dilma Roussef não hesita em tentar debelá-los.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Vitória magra e dias tranquilos

O jogo era contra o lanterna absoluto do Campeonato Brasileiro, ainda treinado por um técnico interino. O jogo se arrastava no 0 x 0, até que Oscar, já próximo ao final da partida, fez o gol da vitória do Inter sobre o Atlético Paranaense. Uma vitória, modesta, escassa. Não importa. Os três pontos obtidos valem tanto quanto os alcançados nas goleadas dos dois jogos anteriores, contra Figueirense e Atlético-MG. No futebol, principalmente em campeonatos de pontos corridos, o que importa é vencer. Já é a terceira vitória consecutiva do Inter que, agora, está em 4º lugar na tabela, dentro da zona de classificação para a Taça Libertadores da América. A velha gangorra volta a funcionar. Enquanto no Grêmio tudo é aflição, o Inter vive dias de calmaria.

Um novo técnico e um velho desempenho

Foi mais um filme de terror para a torcida do Grêmio. Na derrota de hoje para o Cruzeiro por 2 x 0, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG), o Grêmio, que estreava seu novo técnico, Julinho Camargo, teve uma única chance de gol, com Leandro, aos 38 minutos do segundo tempo. Durante o jogo, teve o triplo de passes errados em relação ao Cruzeiro. Isso mesmo, o triplo! Mais uma vez, algumas atuações individuais foram comprometedoras. Fábio Rockembach, cujo prestígio junto á crônica esportiva segue sendo um mistério insondável para mim, entregou mais um gol de presente para o adversário. Gilberto Silva, tido e havido como capaz de dar um grande acréscimo ao meio de campo, fez uma estréia discretíssima, parecendo próximo da condição de ex-jogador. Escudero não jogou absolutamente nada, demonstrando que a falta de maior utilização dele pelo ex-técnico Renato não se devia a uma mera implicância. Marquinhos, novamente, se mostrou apático e desinteressado. Como se vê, o meio de campo inteiro do Grêmio não jogou bem, o que já ocorrera em outras ocasiões. Afora isso, André Lima, cujo retorno era tão ansiosamente esperado por muitos, mostrou-se completamente fora de ritmo de jogo, deixando inalterada a falta de poder ofensivo do time. A rigor, só os homens de defesa e o atacante Leandro tiveram atuações aceitáveis. O Grêmio parece estar parado no fundo do poço. Em apenas três rodadas, o Inter saiu de trás do Grêmio na classificação e livrou sete pontos de vantagem. Já são dez posições a separar os dois clubes na tabela, o Inter em 4º lugar e o Grêmio em 14º. Como vem acontecendo nos últimos dez anos, o Grêmio é um clube com uma magnífica e apaixonada torcida na busca desesperada por um time que esteja à altura das suas expectativas.

terça-feira, 5 de julho de 2011

O mercenarismo no esporte

O esporte atrai e empolga multidões, serve de catarse para as muitas frustrações da existência, desperta paixões, constrói ídolos. Por isso mesmo, era inevitável que, com o passar do tempo, se tornasse um grande negócio, uma indústria milionária. O capitalismo exacerbado de nossos dias, em que o neoliberalismo reina solto, sem um contraponto como em outras épocas, fez do esporte mais uma enorme fonte de ganhos e lucros para poucos, às custas da paixão de muitos. Os salários pagos para os grandes nomes do esporte são, a cada dia, mais exorbitantes. Os chamados "empresários" e agentes de atletas faturam  gordas comissões. No futebol, especificamente, jogadores são transacionados por cifras estratosféricas. Os prêmios pagos em algumas competições são, também, espantosos. O ganhador de uma edição das 500 Milhas de Indianápolis, a mais famosa prova do automobilismo mundial, e o campeão do torneio de tênis de Wimbledon, o mais tradicional da modalidade, levam para casa mais de 1 milhão de dólares. Porém, há um lado menos nobre em tudo isso. O amor puro e simples ao esporte, a vontade de superar os próprios limites, de estabelecer recordes, de realizar grandes feitos, de ter o nome gritado pelo público, deu lugar, para grande parte dos esportistas, a uma desnfreada busca do enriquecimento, da "independência financeira" a qualquer custo. Um exemplo disso é o que acontece com a Seleção Brasileira de Basquete Masculino. O Brasil sempre teve grande tradição nesse esporte, chegando a ser bicampeão mundial. O basquete brasileiro, ao longo do tempo, revelou grandes jogadores como Amaury Pasos, Rosa Branca, Ubiratan, Hélio Rubens, Oscar, Marcel, entre tantos outros. Hoje, o basquete masculino brasileiro vive uma triste realidade, em que a classificação para a próxima Olímpiada, se for obtida, já representará uma façanha. Os motivos dessa decadência, por certo, tem a ver com o tema central desse texto. Não faltam ao Brasil grandes jogadores de basquete. O que ocorre é que eles jogam em equipes da NBA, já possuem dinheiro e fama. Dessa forma, o que antes era um orgulho, defender o Brasil numa competição, passa a ser visto como um fardo. Nenê e Leandrinho, dois dos melhores jogadores de basquete do país, ambos atuando na NBA, pediram dispensa da Seleção Brasileira de basquete masculino que irá disputar o torneio pré-olímpico, em Mar Del Plata, entre os meses de agosto e setembro, e que classificará duas equipes para a Olímpiada de 2012, em  Londres. Os dois jogadores alegaram motivos pessoais e contratuais para o pedido. Em outras ocasiões, já havia acontecido o mesmo, ou seja, os principais nomes do basquete brasileiro alegavam os mais variados motivos para não servir à Seleção. Não há, de parte de tais jogadores, nenhuma preocupação com os rumos do basquete brasileiro, eles só pensam nos seus próprios interesses. Triste retrato de uma época em que o esporte não é mais uma busca pela glória e pelo reconhecimento, mas tão somente mais um meio de enriquecer.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mediocridade

Encerrada a primeira rodada da Copa América, a marca que fica é a da mediocridade. Nos seis jogos realizados, apenas dois tiveram vencedor. Aconteceram quatro empates, dois deles por 0 x 0. As maiores decepções foram as três seleções mais tradicionais do continente, Brasil, Argentina e Uruguai. A Seleção Brasileira não passou de um empate sem gols com a modesta Venezuela, e a Argentina, que joga a competição em casa, apenas empatou em 1 x 1 com a sofrível Bolívia, saindo atrás no placar e só não perdendo o jogo por imperícia dos jogadores adversários nas conclusões. O Uruguai, por sua vez, também ficou no empate em 1 x 1 com o Peru, outra equipe fraca, e, a exemplo da Argentina, saiu atrás no marcador. O outro empate foi entre Paraguai e Equador, por 0 x 0. As únicas seleções a vencerem na primeira rodada da Copa América foram Colômbia e Chile. Porém, mesmo nesses jogos, o nível do futebol praticado deixou muito a desejar. A Colômbia venceu a Costa Rica por apenas 1 x 0, numa partida de baixíssimo nível técnico em que, mesmo com a vitória, sua equipe foi vaiada. O Chile ganhou do México de virada, por 2 x 1, mas, convém lembrar, a equipe mexicana participa da competição com um grupo com média  de idade de 22 anos, já que vários de seus principais jogadores foram deixados de fora da lista de convocados por problemas disciplinares. Se somarmos o visto até aqui na Copa América com o futebol apresentado pelos clubes na Libertadores de 2011, o panorama do futebol continental não é nada animador. Ainda que a próxima Copa do Mundo, em 2014, vá ser realizada no Brasil, o que por si só coloca a Seleção Brasileira como a principal favorita para o título e, pela proximidade, amplia as chances de Argentina e Uruguai, é bom não esquecer que, nas duas últimas ediçoes da competição, a taça ficou com uma equipe européia. O atual campeão mundial de clubes também é europeu, e o representante do continente americano na disputa foi derrotado nas semifinais por um clube africano. Está na hora de as seleções e clubes da América repensarem a estrutura do seu futebol, ou a vantagem da Europa se tornará ainda maior.

Renato no Atlético Paranaense

A ida de Renato para o Atlético Paranaense, confirmada hoje, é uma aposta ousada do técnico. Renato vai trabalhar no lanterna absoluto do Campeonato Brasileiro, após oito rodadas disputadas. É verdade que Renato assumiu como técnico do Grêmio, em 2010, com o clube também na zona de rebaixamento e já quase no final do primeiro turno do Brasileirão. Talvez seja esse o fato que o anime nessa nova empreitada. Renato, ao ir para o Atlético-PR, também desmente seus detratores, quando dizem que ele não aguenta a saudade da praia. Assim como Porto Alegre, Curitiba não tem praia e é ainda mais fria que a capital do Rio Grande do Sul. Afora isso, as informações dão conta de que Renato teria aceitado um salário bem menor do que o que recebia no Grêmio. Pelo visto, o técnico está com muita vontade de trabalhar, pois acertou um  novo emprego menos de uma semana depois de deixar o Grêmio. Porém, provando que é, mesmo, muito esperto, Renato não fará sua estréia oficial no novo clube no próximo jogo, quarta-feira contra o Inter, em Porto Alegre. Nessa partida, o clube paranaense terá, ainda, um técnico interino, e Renato fará apenas observações. Sua estréia será no jogo seguinte, contra o Avaí, outro clube que está na zona de rebaixamento, na Arena da Baixada. A idéia parece bastante conveniente, mas Renato não deve esquecer que foi o mesmo Avaí, no Olímpico, que abreviou sua permanência no Grêmio. De qualquer forma, Renato merece toda a sorte do mundo e, se conseguir no Atlético-PR algo semelhante ao que obteve com o Grêmio no ano passado, calará, mais uma vez, a boca de seus críticos.

domingo, 3 de julho de 2011

Seleção fantasma

A Seleção Brasileira, sob o comando do técnico Mano Menezes, continua a ser uma equipe com um futebol que não empolga, burocrática, sem brilho nem imaginação. O técnico assumiu seu cargo há 11 meses, mas, nesse período, não se nota nenhuma evolução. Está certo que o empate em 0 x 0 com a Venezuela, na estréia da Seleção na Copa América, já é o terceiro jogo consecutivo sem vitória contra esse adversário, a comprovar que, como disse Mano Menezes antes da partida, a equipe não é mais uma "galinha morta", como no passado. Nos dois jogos anteriores contra a Venezuela, ainda sob o comando de Dunga, a Seleção Brasileira perdeu um e empatou o outro. Ainda assim, o resultado de hoje não se justifica. Uma equipe que possui jogadores do quilate de Paulo Henrique Ganso, Neymar e Robinho tinha obrigação de mostrar muito mais futebol. Afora nos primeiros minutos de jogo, quando teve um ímpeto maior, a Seleção Brasileira submeteu-se à marcação do adversário, não encontrando soluções para criar chances de gol. No segundo tempo, a atuação brasileira foi lastimável. Foi o primeiro jogo oficial da equipe com o atual técnico. Nos amistosos realizados até então, a Seleção também não empolgara. Jogou contra apenas três seleções de tradição e não venceu, perdendo para Argentina e França e empatando com a Holanda. Nem mesmo a falta de tempo para treinar, tantas vezes alegada por técnicos da Seleção Brasileira, pode ser usada como desculpa dessa vez. A Seleção chegou com bastante antecedência na Argentina e realizou vários treinos antes da estréia na Copa América. A verdade é que o trabalho de Mano Menezes já devia ter dado uma resposta mais positiva. Se a Seleção Brasileira não achar logo o seu futebol, a continuidade de Mano Menezes no cargo começará a correr perigo.

sábado, 2 de julho de 2011

Itamar Franco

O Brasil perdeu hoje mais do que um ex-presidente. Perdeu um homem digno e honrado, algo, atualmente, cada vez mais raro. Itamar Franco conseguiu construir uma longa e sólida carreira política sem enlamear-se, sem atropelar os principios éticos, sem corromper-se. Como presidente, em apenas dois anos de atuação, completando o mandato de Fernando Collor de Mello, que havia sido deposto, marcou indelevelmente sua passagem pelo cargo, como mentor do Plano Real. Seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, acabou por suceder-lhe no cargo de presidente, onde ficou por oito anos. Afora ser honesto e íntegro, o que já não é pouco, Itamar era um nacionalista. Era visível a sinceridade de seu amor ao país. Certa revista de circulação nacional, de linha editorial marcadamente direitista e americanófila, tentou por todos os meios desfazer da figura de Itamar. Tratava-o como um provinciano, um parvo, um inepto, de limitada condição intectual. Ora, a mesma revista sempre carregou nas críticas contra Leonel Brizola, outro nacionalista apaixonado. Os elogios de tal publicação sempre foram reservados para entreguistas como os economistas Roberto Campos e Maílson da Nóbrega ou para nulidades políticas como o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Esse tipo de crítica fomentada por interesses contrariados, no entanto, não deslustrou a imagem do grande homem que foi Itamar Franco que, certamente, morreu em paz e com a consciência do dever cumprido. Para todos que ainda prezam a retidão de caráter, deixa um exemplo e muita saudade.

Uma aposta

A contratação de Julinho Camargo para técnico do Grêmio é uma aposta. Julinho ainda não é um nome consagrado no futebol e vinha trabalhando como auxiliar técnico do treinador do Inter, Falcão. As razões que levaram o presidente do Grêmio, Paulo Odone, a escolher Julinho estão longe de serem misteriosas. Em suas passagens anteriores pelo cargo, Odone fez apostas semelhantes, que se mostraram exitosas. Em seu primeiro mandato (1987-1990), o presidente gremista trouxe, em 1987, Luiz Felipe Scolari, então técnico do Juventude, para substituir o uruguaio Juan Mujica, que havia sido demitido em meio ao Campeonato Gaúcho. Luiz Felipe, em sua primeira passagem por um grande clube, conduziu o Grêmio ao título da competição e encaminhou uma carreira vitoriosa em que conquistou todos os títulos possíveis, inclusive a Copa do Mundo, com exceção do Mundial de Clubes, que por duas vezes disputou e perdeu. Já em seu segundo mandato (2005-2008), Odone contratou, quatro meses após assumir o cargo, o técnico Mano Meneses, que estava no Caxias, para o lugar de Hugo de León, que fora dispensado. Apenas cinco anos e quatro meses depois de chegar ao Grêmio, vindo de um clube do interior do Rio Grande do Sul, Mano Menezes era contratado como técnico da Seleção Brasileira. Há ainda outro exemplo nessa direção, ocorrido na administração do ex-presidente José Alberto Guerreiro (1999-2002). Em 2001, Guerreiro contratou o técnico Tite que, no ano anterior, havia sido campeão gaúcho pelo Caxias numa decisão contra o próprio Grêmio. Tite levou o Grêmio a conquista do seu último grande título até hoje, a Copa do Brasil de 2001. Não chegou à Seleção Brasileira como Luiz Felipe e Mano Menezes, mas trabalhou em grandes clubes e é o atual técnico do Corinthians, clube que, no momento, lidera o Campeonato Brasileiro. Esses exemplos, por certo, é que levaram Odone a se decidir por Julinho Camargo. Em vez de trazer um "medalhão " com altíssimo salário, opta-se por um técnico emergente, em busca de uma afirmação definitiva. Deu certo em outras ocasiões, não se pode saber se ocorrerá o mesmo agora. Uma coisa, porém, parece certa. Por ter trabalhado muitos anos nas categorias inferiores de Grêmio e Inter, Julinho certamente investirá mais nos jovens do que seus antecessores. Para dar um exemplo, Julinho já disse que gosta muito de Mithyuê, que foi seu jogador no time júnior do Grêmio e não vinha sendo aproveitado. O fato de ter sido, nos últimos dois meses e meio, auxilar técnico do treinador do Inter, não deve servir para que se menospreze sua contratação. Há algum tempo se diz que Julinho vem demonstrando ser um técnico de futuro. Agora, chegou a chance de prová-lo. Boa sorte, Julinho Camargo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Estréia decepcionante

O futebol argentino, decididamente, não vive um bom momento. Dois de seus maiores clubes, o River Plate e o Boca Juniors, vivem péssima fase. O caso do River é ainda pior, pois culminou, no final de semana passado, com o seu rebaixamento, pela primeira vez, para a segunda divisão. Nesse contexto, a Copa América, que se iniciou hoje tendo a Argentina como sede, era a grande oportunidade de o país alcançar melhores dias no seu futebol. Afinal, o último título da seleção da Argentina foi nessa mesma competição, em 1993. Porém, numa prova de que as coisas não andam, mesmo, nada bem para os nossos vizinhos, a Argentina não passou de um empate com a modesta Bolívia, na abertura da Copa América. A Bolívia saiu na frente, com um incrível frango do goleiro argentino e o golaço de empate de Aguero apenas evitou um desastre ainda maior, que seria a derrota, mas sem evitar a enorme decepção dos argentinos. Por incrível que pareça, a Bolívia, historicamente limitada, tem sido a "touca" da Argentina, pois no jogo anterior entre as duas seleções, em La Paz, pelas eliminatórias da Copa de 2010, a equipe da casa goleou por 6 x 1. Pelo visto, ainda que a Argentina esteja sediando a competição, o que é uma considerável vantagem, a Seleção Brasileira surge, mais uma vez, como favorita para ficar com o título, o que apenas reafirmaria sua liderança no futebol continental nos últimos anos. Afinal, além de a Seleção Brasileira ser a atual detentora do título da Copa América, as duas últimas edições da Taça Libertadores, foram ganhas por clubes brasileiros.

Mais uma goleada do Inter

Em termos de assunto nos meios de comunicação, o Grêmio é a bola da vez. A saída de Renato e a busca de um novo técnico ocupam a maior parte dos noticiários esportivos. Porém, o futebol não para, e o Inter, jogando fora de casa, contra o Atlético Mineiro, obteve sua segunda goleada consecutiva no Campeonato Brasileiro. O Inter que, há duas rodadas, estava atrás do Grêmio na tabela, já livrou, agora, quatro pontos de vantagem sobre o seu maior rival. O entusiasmo dos colorados é compreensível, pelos bons resultados e pela crise do Grêmio, mas é bom ter cautela. Os dois times goleados pelo Inter são bastante modestos. O Figueirense faz boa campanha, mas isso não esconde suas limitações. O Atlético Mineiro é um grande clube, mas com um time sofrível. O clube parece viver uma crise interminável, a tal ponto que mesmo técnicos consagrados e caros, como Vanderlei Luxemburgo e Dorival Júnior, não conseguem colocá-lo no rumo das vitórias. Pelo que se viu em Atlético Mineiro 0 x 4 Inter, não dá para saber se o clube gaúcho é candidato ao título, mas não há dúvida de que seu adversário de ontem corre riscos de rebaixamento. No entanto, independentemente do que reserve o futuro, na permanente gangorra do futebol do Rio Grande do Sul, o presente é risonho para o Inter e aflitivo para o Grêmio. Como tem sido, na maior parte do tempo, nos últimos dez anos.