Turista

Depois da surpreendente goleada sobre o Flamengo, o Inter melhorou seu desempenho no Campeonato Brasileiro, e subiu na classificaçào. Porém, os limites de qualidade do grupo não permitiram uma campanha mais consistente, e o Inter não engrena no Brasileirão. Toda vez que avista a possibilidade de chegar mais próximo de uma classificação direta para a Libertadores, o Inter tropeça. Hoje, o Inter perdeu por 1 x 0 para o São Paulo, no Morumbi, com um gol sofrido logo aos quatro minutos do primeiro tempo. O São Paulo não chegou a ter um grande desempenho, mas o Inter também nào ofereceu grande resistência. Pelo seu comportamento ao longo do campeonato, o Inter pode ser definido como um turista na competição.

Pesadelo

O sofrimento do torcedor gremista parece nào ter fim. Hoje, o Grêmio perdeu por 3 x 1, de virada, para o Palmeiras, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, e tornou sua fuga do rebaixamento cada vez mais difícil, um pesadelo. Dessa vez, a história prometia ser diferente. O Grêmio começou bem, e abriu o placar em grande jogada de Douglas Costa, concluída por Diego Souza. O domínio seguia sendo do Grêmio até o final do primeiro tempo, quando Thiago Santos fez um pênalti infantil sobre Marcos Rocha, o que resultou no empate do Palmeiras. Pouco depois, o Palmeiras virou o jogo. No segundo tempo, pressionado pelo resultado, o Grêmio partiu para o ataque, mas não conseguia criar chances claras de gol. Aos 40 minutos, Elias marcou um gol que poderia mudar o rumo do jogo, mas ele foi anulado por um impedimento milimétrico. Sem a validação do seu gol, e com o jogo caminhando para o final, o Grêmio ainda sofreu mais um. A situação do Grêmio tornou-se dramática, em termos de rebaixamento. Adversários diretos venceram na rodada, distanciando-se do Grémio. A queda para a Segunda Divisão parece cada vez mais próxima.

A torcida fez a sua parte

Em apenas 24 horas, a torcida do Grêmio esgotou os ingressos para o jogo contra o Palmeiras, amanhã, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Portanto, a torcida fez a sua parte. Resta ao Grêmio corresponder ao apoio recebido. Aí é que se encontra a dificuldade. Beneficiado por resultados paralelos, por quatro vezes o Gŕêmio teve a chance de sair da zona de rebaixamento, bastando ganhar seus jogos, mas não conseguiu. Dessa vez, essa possibilidade não existe, pois os resultados de sábado envolvendo os adversários do Grêmio na disputa contra o rebaixamento não lhe foram favoráveis. Não bastasse isso, o Palmeiras vem de vitória na rodada anterior, e se colocou, novamente, na disputa do título. Não há nenhuma perspectiva otimista para o Grêmio no Brasileirão. Porém, a torcida está provando que ainda acredita que o Grêmio permanecerá na Primeira Divisão. Resta ao clube, por meio da diretoria, jogadores, comissão técnica e demais setores, ter a mesma confiança, e evitar uma queda que seria desastrosa para o clube.

Os posicionamentos do filho de Tite

A presença de Matheus Bacchi como auxiliar técnico de seu pai, Tite, na Seleção Brasileira, nunca foi bem digerida no meio futebolístico, e com razão. Uma função tão relevante deveria ser exercida por um profissional de currículo consistente, e larga experiência no futebol, o que não é o caso de Matheus. A primeira impressão, óbvia, que todos têm, é de que seja um exemplo típico de nepotismo, em que a única condição levada em conta para o preenchimento do cargo tenha sido a relação de parentesco. Como se isso nào bastasse, Matheus, em suas redes sociais, andou curtindo postagens homofóbicas e antifeministas. Os posicionamentos do filho de Tite causaram desconforto na CBF, que emitiu uma nota a respeito em que afirma sua total contrariedade com discriminações por raça, gênero, orientação sexual ou qualquer outro fator, e outra do próprio Matheus, se retratando. Houvesse a CBF sido mais criteriosa na formação da comissão técnica da Seleção, preenchendo os cargos com critérios rigorosamsnte profissionais, talvez uma situação constrangedora como essa nào ocorresse. Matheus tem uma contribuição muito duvidosa como auxiliar técnico, e expôs a Seleção de uma maneira lamentável. Deveria ter sua demissão, pelo menos, cogitada.

A história não anda para trás

O caso envolvendo as declarações homofóbicas do jogador de vôlei Mauŕicio Souza, desligado de seu clube, o Minas Tênis, é emblemático. Maurício fez declarações desairosas contra o também jogador Douglas, homossexual assumido, baseado em suas convicções religiosas, e a reação contra elas mostra que a história não anda para trás. A ofensiva conservadora e obscurantista que assola o mundo não será capaz de fazer com que a sociedade retroaja em suas conquistas. Homofobia é crime, e não pode ser tratada com condescendência. Mesmo repudiado por muitas pessoas e dispensado de seu clube, Maurício segue reafirmando suas convicções e destilando ironias. Os fundamentalistas religiosos são assim. Escolhem o caminho do confronto, mas não conseguirão vencer. A homofobia não será mais tolerada pelos diretamente atingidos, nem pela parte mais esclarecida da sociedade.

Favorito humilhado

O Flamengo possui, sem dúvida, o melhor grupo de jogadores do futebol brasileiro, mas não tem feito valer isso em seus jogos. Hoje, o Flamengo foi goleado por 3 x 0 pelo Athletico Paranaense, no Maracanã, pelas semifinais da Copa do Brasil, tornando-se um favorito humilhado. Assim que foram definidos os confrontos pelas semifinais da competição, todos deram como certo que Flamengo e Atlético Mineiro fariam a decisão. Seus adversários, Athletico Paranaense e Fortaleza, respectivamente, têm grupos bem mais modestos, e não pareciam capazes de surpreender. No caso do Fortaleza, o prognóstico se cumpriu, com duas derrotas, goleada de 4 x 0 no Mineirão e 2 x 0, hoje, no Castelão. Com o Athletico, foi diferente. Mesmo deixando escapar a vitória no primeiro jogo, na Arena da Baixada, ao cometer um pênalti infantil no último minuto que determinou o placar final de 2 x 2, o Athletico se impôs ao Flamengo no Maracanã. A queda de rendimento do Flamengo vinha sendo clara nos jogos anteriores e a eliminação na Copa do Brasil demonstra que os problemas não são casuais. Cotado para ganhar todos os títulos em 2021, o Flamengo está com chances reduzidas no Campeonato Brasileiro e, agora, foi desclassificado da Copa do Brasil. Resta a decisão da Libertadores, contra o Palmeiraa, daqui a, exatamente, um mês. A dúvida que fica é se o técnico do Flamengo, Renato, resistirá no cargo até lá.

Gilberto Braga

O Brasil perdeu hoje um dos autores de novelas mais representativos. Gilberto Braga faleceu aos 75 anos, deixando uma extensa obra como autor original e adaptador de grandes sucessos do gênero. Seus primeiros trabalhos, os quais ainda assinava como Gilberto Tumcitz, foram em "Casos Especiais". Como colaborador, atuou em "Corrida do Ouro" (1974), de Lauro César Muniz, e "Bravo", (1975), de Janete Clair. Logo depois, como adaptador de obras literárias, foi responsável por várias novelas das 18h, e obteve o seu maior sucesso com "Escrava Isaura" (1976), de Bernardo Guimarães, recordista de vendas para o mercado exterior. Em 1978, estreou como autor original com "Dancin Days", um grande sucesso. A partir daí, foram várias novelas, entremeando muitos êxitos com criações menores. Seu maior sucesso foi "Vale Tudo" (1988), considerada por muitos a melhor novela brasileira de todos tempos. Seu último êxito foi "Paraíso Tropical" (2007). Brilhou também em minisséries como "Anos Dourados" (1986) e "Anos Rebeldes" (1992). Sem favor, Gilberto Braga faz parte do panteão dos grandes autores do gênero novela na televisão brasileira, e nem mesmo o insucesso de seus últimos trabalhos empanou essa trajetória. Suas obras se situavam, quase todas, na zona sul do Rio de Janeiro, o que justificava argumentando que era o "mundo" que ele conhecia, por ser onde sempre morou e circulou. Mesmo assim, tinham conteúdo e apelos amplos, capazes de sensibilizar os mais diferentes públicos. Para os criadores e apreciadores de novelas, Gilberto Braga será uma referência permanente.

Desesperança

Atolado na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Essa é a situação do Grêmio após a derrota por 2 x 0 para o Atĺético Goianiense, hoje, no Antônio Accioly. Se a vitória contra o Juventude trouxera um pouco de confiança para fugir da queda, o resultado de hoje tem o efeito contrário. Ao perder, pela quarta vez, a chance de sair da zona de rebaixamento com uma vitória, o Grêmio fica envolvido pela desesperança. Foi a décima-quarta derrota do Grêmio no Brasileirão, numa campanha com apenas 23% de aproveitamento. Faltando apenas doze jogos para o Grêmio, é necessário obter 19 dos 36 pontos a serem disputados para alcançar a manutenção na Primeira Divisão. Uma tarefa hercúlea e pouco provável de ser cumprida por um clube que se manteve na zona de rebaixamento durante todo o tempo, até agora. Só fatores aleatórios poderão ajudar o Grêmio. Em termos futebolísticos, os recursos do clube têm se mostrado modestos para evitar a queda.

A salvação pelo gongo

Em apenas três dias, o Inter viu foi vitimado e agraciado por gols nos acréscimos em jogos do Campeonato Brasileiro, no Beira-Rio. Hoje, contra o Corinthians, o Inter perdia por 2 x 1, de virada, mas conseguiu o empate aos 47 minutos do segundo tempo, obtendo a salvação pelo gongo com o 2 x 2 final. Na quinta-feira, foi o Inter que viu a vitória escapar, quando vencia por 1 x 0 e sofreu o empate do Bragantino aos 49 minutos do segundo tempo. Porém, ainda que hoje tenha evitado uma derrota, o resultado não foi bom para o Inter. Com dois jogos consecutivos em casa, o Inter tinha a possibilidade de obter seis pontos que o aproximariam da zona de classificação direta para a Libertadores. O empate apenas impediu que o Corinthians o ultrapassasse na classificaçào, mas não o fez avançar posições. Com a reta final do Brasileirão se aproximando, o Inter parece estar caindo de produção, e vê seus objetivos na competição ficarem ameaçados.

Mudança deletéria

Um movimento articulado por acadêmicos e políticos visa restituir ao Rio de Janeiro a condição de capital federal, mesmo que de maneira conjunta com Brasília, de forma semelhante ao que ocorre em determinados países. A alegação é a de que a cidade sofreu muitos prejuízos com a perda do seu atributo de capital do país. Há, inclusive, quem defenda que o Rio de Janeiro deva ser ressarcido financeiramente por parte da União pelos efeitos econômicos da destituição. A chance de sucesso de tais proposições é baixa, mas a discussão do assunto é válida. A troca da capital do país foi uma mudança deletéria, cujos danos se fazem sentir até hoje, mais de seis décadas depois. A justificativa, dada por muitos, de que a alteração era suscitada desde o século XVIII como forma de favorecer a ocupação do interior do país, até então quase desabitado, é frágil, pois isso poderia ser feito de outros modos sem uma medida tão radical. Na verdade, a intenção de levar a capital do país para uma região tão distante dos grandes centros foi a de fugir da pressào popular, facilitando o exercício de administrações elitistas e demofóbicas. A construção de Brasília foi muito dispendiosa, e gerou uma cidade artificial e inóspita. O Rio de Janeiro sempre foi a melhor traduçào da brasilidade, a cidade referência do país, tanto interna quanto externamente. Por isso, jamais poderia deixar de ser sua capital. Não foram só os cariocas que perderam com a troca, mas todos os brasileiros.

Vitória escapou pelos dedos

Um resultado frustrante, definido nos acréscimos. Ontem, o Inter empatou em 1 x 1 com o Red Bull Bragantino, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, e a vitória escapou pelos dedos de suas mãos. O Inter abriu o placar aos cinco minutos do primeiro tempo, e sofreu o empate aos 49 do segundo. As razões pelas quais isso aconteceu podem ser as mais variadas. Vão desde as limitações técnicas do Inter, o possível cansaço no final do jogo, a boa qualidade do adversário, uma fatalidade. Porém, qualquer que seja o motivo escolhido, não há como aplacar a decepção do torcedor com a perda de dois pontos que dariam ao Inter a chance de ir em busca de uma classificação direta para a Libertadores. Sempre que se aproxima dessa oportunidade, o Inter tem tropeçado. No domingo, novamente em casa, o Inter terá uma nova chance de tentar se aproximar dos primeiros colocados, jogando contra um adversário direto por esse objetivo, o Corinthians. O clube paulista vive um momento de instabilidade, e seu técnico, Sylvinho, está na corda bamba. No entanto, o Corinthians tem bons jogadores, e o Inter não terá facilidades. A vitória, mais uma vez, poderá não vir. Nesse caso, a meta do Inter no Brasileirão ficará muito comprometida.

Falta definir um finalista

Os dois jogos de hoje pelas semifinais da Copa do Brasil foram bem diferentes nas suas consequências. Com a goleada de 4 x 0 do Atlético Mineiro sobre o Fortaleza, no Mineirão, e Athletico Paranaense 2 x 2 Flamengo, um empate que deixa o confronto em aberto, falta definir um finalista. Sim, porque o resultado do Mineirão se apresenta como irreversível no segundo jogo. Assim, resta ao Atlético Mineiro aguardar a definição do seu adversário na decisão. O Flamengo, por ter conseguido um empate no final do jogo, e fazer a segunda partida no Maracanã, continua sendo o favorito, mas, inegavelmente, vem caindo de rendimento nas últimas partidas. Embora possua o melhor grupo de jogadores do futebol brasileiro, o Flamengo também sente a ausência de titulares, e os desfalques de Arrascaeta e Bruno Henrique têm pesado muito. Tido como candidato a ganhar a tríplice coroa, ou seja, a conquista do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores, o Flamengo parece claudicante. No Brasileirão, sua distância para o líder Atlético Mineiro torna a conquista do título pouco provßvel. Hoje, saiu ganhando, sofreu a virada, e só empatou no final do jogo. O início avassalador de Renato como técnico do Flanengo, ao que parece, ficou para trás. Desde a goleada para o Inter, o Flamengo alterna grandes resultados e tropeços inesperados. Precisa abrir o olho para não acabar de mãos vazias.

A diferença

Os jogos de hoje pela Champions League evidenciaram a enorme distância entre o futebol jogado na Europa e o praticado no Brasil. A diferença se dá não só na qualidade, mas na intensidade. Foram jogos, em sua maioria, com vários gols. O melhor jogo da rodada, Atlético de Madrid 2 x 3 Liverpool foi um exemplo disso, O Liverpool abriu dois gols de vantagem, mas o Atlético empatou ainda no primeiro tempo, com dois gols de Griezzmann. No início do segundo tempo, Griezzmann foi expulso. O Atlético, mesmo com esse duro desfalque, não esmoreceu. Tomou o terceiro gol, de pênalti, mas por pouco não empatou. Isso só não aconteceu porque depois de ter um pênalti a seu favor, já no final do jogo, o mesmo foi desmarcado após o árbitro ser chamado pelo VAR para verificar o lance no monitor, numa revisão bastante polêmica. Durante todo o jogo, houve, de ambos os lados, a busca incessante pela vitória, com um futebol franco, sem toques laterais nem a irritante "cera". Outro jogo de destaque foi a goleada de 5 x 0 do Real Madrid sobre o Shaktar Donetsk por 5 x 0, fora de casa. Três desses gols foram de brasileiros. Vinícius Júnior (2), e Rodrigo marcaram três golaços. O contraste desses e de outros jogos com o que se vê por aqui é constrangedor. O pior é que não há perspectiva de alteração nesse quadro. O Brasil continuará a exportar seus melhores valores. Assim, para assistir futebol de melhor qualidade, os brasileiros continuarão dependendo da televisão.

A dança dos técnicos

Com um mercado restrito e de renovação lenta, os clubes da Primeira Divisão do futebol brasileiro costumam girar em torno dos mesmos nomes ao contratarem seus técnicos. Esse quadro leva a uma constante rotação desses profissionais nos clubes, no que convencionou chamar de a "dança" dos técnicos. Com incrível rapidez, o técnico demitido por um clube logo é contratado por outro, ficando por pouco tempo sem emprego. Poŕém, o que ocorreu hoje foi, sem dúvida, um fato raro. Horas depois de ter sido demitido pelo Juventude, o técnico Marquinhos Santos foi contratado pelo América Mineiro, ou seja, não ficou sequer um dia desempregado. Com o Campeonato Brasileiro próximo do seu final, os clubes não podem perder tempo, e recorrem a profissionais conhecidos, já acostumados com a competição. Embora criticado pelos cronistas esportivos, essa comportamento por parte dos clubes não irá mudar. Se essa alernância frenética dis mesmos técnicos entre os clubes não beneficia o futebol, para o bolso dos técnicos é um bom negócio. Em outros países, esse procedimento não é permitido mas, no Brasil, a tentativa de, pelo menos, restringir a troca constante de técnicos, já se tornou sem efeito pelo "comum acordo" dos profissionais com os clubes quando de suas demissões. Há situações que só se vêem no Brasil, assim como a jabuticaba não é encontrada em nenhum ohtro país.

O pênalti foi decisivo

Uma boa atuação que foi comprometida por um lance. Hoje, no Allianz Parque, o Inter perdeu para o Palmeiras por 1 x 0, pelo Campeonato Brasileiro. O jogo foi equilibrado, e o empate seria o resultado mais justo, mas um pênalti claríssimo cometido por Victor Cuesta, mudou a história da partida. O pênalti foi decisivo, pois, afora resultar na abertura do placar pelo Palmeiras, levou Edenílson a ser expulso, com cartão vermelho direto, por reclamação. O Inter ainda tentou reagir, e o fez com muito empenho, mas não conseguiu reverter o resultado. Com a derrota, o Inter perdeu a chance de ficar entre os seis primeiros colocados. O Palmeiras, retornou ao grupo de classificação direta para a Libertadores. Nenhum dos dois têm chances de conquistar o título do Brasileirão, e só lhes resta buscar a melhor posição possível.

Tarefa cumprida

Não havia alternativa para o Grêmio, era preciso ganhar. Hoje, na Arena, o Grêmio venceu o Juventude por 3 x 2, pelo Campeonato Brasileiro, e a tarefa foi cumprida. O Grêmio continua na vice-lanterna, mas os resultados paralelos lhe foram muito favoráveis. Ainda com pontos a menos do que Sport e Santos, o Grêmio já tem uma vitória a mais que cada um deles, e esse é o primeiro critério de desempate. No mesmo quesito, o Grêmio igualou o número de vitórias de Bahia e Cuiabá. Tudo isso só foi possível porque o Grêmio venceu, e todos esses clubes empataram na rodada. Amanhã, caso o São Paulo não vença o Corinthians, o Grêmio também o superará em número de vitórias. Outro fator favorável ao Grêmio é que, nas próximas rodadas, seus adversários diretos na luta contra o rebaixamento se enfrentarão em confrontos diretos. Portanto, se o Grêmio conseguir vitórias em sequência, deverá, em breve, sair da zona de rebaixamento. Porém, aí é que reside o problema. A vitória contra o Juventude trouxe alívio, mas também preocupações. Depois de fazer 3 x 0 no placar, o Grêmio tomou dois gols, ambos em falhas da defesa. Seu próximo adversário, o Atlético Goianiense, no Antônio Aciolý, está de moral alto depois de vencer, de virada, o Atlético Mineiro, líder isolado do Brasileirão. Será necessário, antes de tudo, que o Grêmio consiga resolver os seus problemas defensivos, que o levam a sofrer tantos gols. No entanto, após tantos tropeços, a hora é de comemorar e, depois, buscar obter o fim da ameaça de queda, subindo cuidadosamente os degraus.

Regra burlada

Criada para a atual ediçào do Campeonato Brasileiro, a regra que limita em dois o número de técnicos que um clube pode ter na competição, não vem sendo aplicada na prática. Uma exceção prevista no próprio texto da medida foi o caminho para a regra burlada. A excessão referida é a de um comum acordo entre clube e técnico quando da demissão. Os clubes estão se valendo disso para continuarem a trocar de técnico ilimitadamente. A imprensa critica fortemente a atitude dos clubes, e sonha que um dia seja aplicada no Brasil a regra existente na Itália que não permite que um técnico treine mais de um clube numa mesma divisão, a cada ano. Particularmente, entendo que não deveria existir nenhuma medida para conter a possibilidade de trocas de técnicos. Clubes e técnicos devem ter o direito de fazerem quebras de contratos sempre que isso lhes pareça a melhor opção. A medida restritiva nesse sentido não deveria ter sido criada. A burla feita pelos clubes é apenas um meio de contornar uma regra desnecessária e cerceadora de sua liberdade de ação.

A imprensa sob ameaça

A recente outorga do Prêmio Nobel da Paz aos jornalistas Maria Ressa, filipina, e Dmitry Muratov, russo, coloca em evidência um drama da atualidade. O drama em questão é a imprensa sob ameaça. Ressa e Muratov praticam um jornalismo esclarecedor, que denuncia as fake news e revela os malfeitos dos governantes de seus países. Como consequência disso, são perseguidos. O governo do presidente das Filipinas, Rafael Duterte, já chegou a prender Ressa. Muratov, mesmo depois de agraciado com o Nobel, recebeu ameaças do presidente da Rússia, Rafael Putin. A atividade de imprensa sempre foi arriscada. O bom jornalismo contraria os interesses dos poderosos ao expor suas mazelas. Portanto, ao longo do tempo, muitos jornalistas pagaram com a própria vida a sua busca incessante pela verdade. Com o avanço civilizatório, era de se esperar que esse quadro amainasse. Porém, isso não aconteceu. O jornalismo continua sendo uma das profissões mais perigosas do mundo e, a cada ano, apresenta muitas vítimas fatais na razão direta do exercício correto e destemido da sua atividade. Nos tempos de obscurantismo da atualidade, em que governos fascistas se espalham por vários países, e as fake news se expandem como ervas daninhas no meio cibernético, a imprensa vive um momento crítico. Atacada pelos poderosos, e desacreditada pelos que se deixam manipular pelas notícias falsas, a verdadeira imprensa luta para recuperar o prestígio que lhe é devido. A imprensa autêntica é crítica e cética, não poupando os desmandos dos poderosos. Por isso é tão perseguida. Sem imprensa não há liberdade, nem democracia, razão pela qual faz todo o sentido que seja conferido a dois jornalistas o Prêmio Nobel da Paz. Tomara que, a partir desse fato, as pessoas se conscientizem de que a imprensa independente é uma aliada indispensável da população na busca por seus direitos, e na construção de um mundo mais justo.

Grande atuação

Depois de duas atuações frustrantes, contra Venezuela e Colômbia, a Seleção Brasileira, finalmente, deslanchou. Hoje, a Seleção goleou o Uruguai por 4 x 1, na Arena da Amazônia, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, com uma grande atuação. Raphinha foi o destaque do jogo, marcando dois gols e tendo grande desempenho. Neymar voltou a jogar bem. A Seleção, como um todo, jogou um bom futebol. Porém, cabe refrear um pouco o entusiasmo diante da exibição da Seleção, pois seu adversário, o Uruguai, que já havia sido goleado pela Argentina na rodada anterior, mostrou-se uma equipe sem força, fácil de ser batida, que já perdia por 2 x 0 aos 19 minutos do primeiro tempo. Talvez o calor sufocante de Manaus tenha prejudicado o rendimento do Uruguai, mas nada explica uma apresentação tão ruim de uma equipe que conta com bons jogadores, espalhados pelo futebol europeu.

Mudanças

Depois de mais uma derrota no Campeonato Brasileiro, o Grêmio partiu para a ação na tentativa de evitar o rebaixamento. As mudanças anunciadas, hoje, foram a escolha de Denis Abrahão para o cargo de vice-presidente de futebol, e a contratação do técnico Vágner Mancini, que estava no América Mineiro. São dois bons nomes. Denis Abrahão participou de períodos vitoriosos do Grêmio como integrante do departamento de futebol. Tem personalidade forte, e costumava dizer que o Grêmio iria patrolar os seus adversários. Vágner Mancini é um bom técnico. Surgiu no cenário brasileiro ao ser campeão da Copa do Brasil de 2005 pelo modesto Paulista de Jundiaí (SP). Trabalhou anteriormente no Grêmio, em 2008, e foi absurdamente demitido depois de apenas sete jogos, e invicto. Fez bons trabalhos em vários clubes. Em 2020 pegou o Corinthians na zona de rebaixamento do Brasileirão, e levou-o ao décimo-segundo lugar. Na atual edição da competição, assumiu no América Mineiro com o clube na mesma condição, e já estava em décimo-primeiro lugar. Na situação crítica em que se encontra o Grêmio, não se pode ter certeza de nada, mas, em princípio, houve acerto em ambas as escolhas.

Fase favorável

A sorte tem sorrido para o Inter. Hoje, o Inter venceu o América Mineiro por 3 x 1, no Beira-Rio, confirmando a sua fase favorável. O Inter abriu o placar cedo, o América Mineiro empatou logo a seguir, e o resultado não se modificou no primeiro tempo. No segundo tempo, o jogo permanecia equilibrado até que uma saída de gol desastrada de Matheus Cavichioli proporcionou ao Inter o seu segundo gol. O terceiro gol veio no rebote de uma bola que batera no travessão. Como prova de que os ventos andam mesmo favoráveis ao Inter, seu próximo adversário, o Palmeiras, no Allianz Parque, teoricamente difícil, se encontra em crise pelos sucessivos maus resultados. O Inter não tem um grupo de grande qualidade, mas a inesperada goleada sobre o Flamengo lhe deu muita confiança, e isso está se refletindo nos resultados obtidos desde então. Sabedor de que não têm chances de ser campeão, e sem correr riscos de rebaixamento, o Inter joga leve, despreocupado, buscando ver até onde consegue chegar na classificação.

Erro repetido

O desempenho melhorou, mas aconteceu mais uma derrota. O Grêmio perdeu para o Fortaleza por 1 x 0, hoje, no Castelão, e permanece na vice-lanterna do Campeonato Brasileiro, com um erro repetido, em relaçào ao jogo anterior, no gol que definiu o resultado. Tanto contra o Santos, como na partida de hoje, o Grêmio perdeu com gols em que um jogador falha na hora de deixar o adversário em impedimento. Falhas infantis, que penalizam gravemente o clube na classificação. O Grêmio foi superior ao Fortaleza em boa parte do primeiro tempo. O Fortaleza cresceu de produção pouco antes do intervalo. No segundo tempo, o Fortaleza continuou pressionando, mas o Grêmio sustentava bem o enfrentamento com o adversârio, e teve uma grande chance de abrir o placar com Ferreira. Mesmo que tenha tido uma maior produção ofensiva, e obrigado o goleiro Brenno a fazer boas defesas, o Fortaleza não merecia vencer, a exemplo do que ocorrera com o Santos. Porém, quando a fase é ruim, qualquer erro é fatal, e o Grêmio pagou caro por eles, com duas derrotas. No entanto, o Grêmio teve uma atuação aceitável, na média, e deu esperanças de que ainda possa reagir no Brasileirão. O próximo jogo, contra o Juventude, na Arena, será fundamental nesse aspecto. A vitória é obrigatória. Caso ela ocorra, o Grêmio poderá voltar a ter chances de escapar do rebaixamento, pois embora tenha menos pontos, possui o mesmo número de vitórias que vários outros clubes, e eles terão muitos confrontos diretos nas próximas rodadas.

As crianças de um país sem futuro

Hoje, comemora-se o Dia da Criança, uma data, mais do que tudo, comercial, mas que enseja reflexões. Costuma-se dizer, e isso se constitui numa obviedade, de que as crianças são o futuro, quer se esteja falando do mundo como um todo, ou de um país em particular. Porém, no caso do Brasil, não é bem assim. O Brasil está sendo destruído por governos oriundos de um golpe. As crianças de um país sem futuro têm suas perspectivas aniquiladas, seu caminho cerceado, quando deveriam ser as porta-vozes de novos tempos de paz e prosperidade. O que podem esperar do seu futuro, crianças que nascem num país que condenou os adultos á miséria com a reforma da Previdência e as alterações na legislação trabalhista, realizadas no governo de Michel Temer, e fez a fome e o desemprego se expandirem entre os brasileiros na administração do presidente genocida Jair Bolsonaro? Para que possam ser o futuro do país, as crianças brasileiras precisariam ter acesso á educação de qualidade, boa alimentação, saneamento básico, cuidados essenciais de saúde. Crescendo num país de enorme desigualdade social, onde milhões de pessoas são privadas dos direitos mais fundamentais, as crianças brasileiras têm a sua perspectiva de vida comprometida, e não podem ser o agente de mudanças de que tanto se espera. Muitas crianças, por todos o país, hoje, receberão presentes caros, enquanto milhões de outras sequer têm o que comer, onde estudar, o que vestir, uma casa para morar. Para elas, no presente, há miséria e sofrimento, e o futuro é, apenas, um sonho distante.

Única solução

A demissão do técnico Felipão, ocorrida nessa madrugada, tornara-se inevitável, depois da derrota do Grêmio para o Santos. Era a única solução possível após o Grêmio perder três chances consecutivas de sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O trabalho ds Felipão nunca chegou a decolar. Mesmo quando o Gŕêmio vencia, não mostrava um bom desempenho. Eram vitórias fortuitas, sem um futebol consistente. A derrota de ontem foi a gota d'água. Continuar com Felipão seria aceitar passivamente o rebaixamento. Ainda que a queda do Grêmio para a Segunda Divisão pareça cada vez mais provável, a troca de técnico tinha de ser feita, numa última tentativa de evitar a consumação da derrocada. São muitos os nomes especulados para ser o novo técnico do Grêmio, e nenhum é uma unanimidade. Para sorte do Grêmio, Roger Machado e Mano Menezes já disseram que não querem trabalhar antes do próximo ano. A possibilidade da escolha ser Lisca só pode ser encarada como piada. Rogério Ceni ainda não se firmou em grandes clubes. Por enquanto, Tiago Gomes, técnico do grupo de transição, será o interino. Se obtiver bons resultados, poderá até ser efetivado.

Treino

Não foi um jogo, propriamente dito. Hoje, o Inter goleou a Chapecoense por 5 x 2, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, no que foi, na prática, um treino. Com um munuto xe jogo, o Inter já vencia poe 1 x 0. Aos cinco minutos, já havia feito 2 x 0. O Inter chegou ao quarto gol ainda no primeiro tempo, fez mais um no segundo, relaxou e tomou dois gols. O Inter se aproveitou da fragilidade da Chapecoense para golear e fazer uma "gordura" no Brasileirão. Sem chance de ser campeão, o Inter busca entrar na zona de classificação direta para a Libertadores, um sonho que antes parecia impossível e, agora, já surge como uma pretensão a ser levada em conta.

Abismo

Por mais duro que seja admitir, o rebaixamento do Grêmio para a Segunda Divisão se tornou quase certo. Pela terceira vez consecutiva, o Grêmio perdeu a chance de, caso vencesse, sair do grupo dos quatro últimos colocados do Campeonato Brasileiro. No sábado, os resultados dos outros jogos já lhe foram muito prejudiciais. Hoje, o Grêmio perdeu por 1 x 0 para o Santos, na Vila Belmiro, numa derrota com requintes de crueldade. O Grêmio fez um jogo razoável e, a exemplo do que aconteceu na partida anterior, contra o Cuiabá, cresceu de rendimento no segundo tempo. O jogo se encaminhava para um empate em 0 x 0 justo, quando o Santos marcou o gol da vitória aos 47 minutos do segundo tempo. A revolta, cada vez mais, toma conta da torcida, e o desalento parece dominar os jogadores. Por mais fraco ou vacilante que seja o adversário, o Grêmio não consegue tirar proveito disso, como provam as derrotas para Sport e Santos. O Sport não marcava um gol há dois meses, e o Santos ainda estava sem vencer com o seu novo técnico,Fábio Carille. Portanto, o Grêmio reabilitou os dois clubes e, tudo indica que fará o mesmo com o Fortaleza, que vem diminuindo de produção no Brasileirão. O abismo em que o Grêmio está caindo é muito profundo, e já parece pouco provável que consiga ser resgatado dele.

Cumplicidade vergonhosa

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de arquivar dois pedidos de investigação sobre a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em empresas offshore num paraíso fiscal, é uma atitude repugnante. O gesto de Toffoli evidencia uma cumplicidade vergonhosa do ministro com o governo do presidente genocida Jair Bolsonaro, que ja vem de longa data. Não é por acaso que as posições do ministro Alexandre de Moraes irritam tanto aos bolsonaristas, pois contrastam com o compadrio de Toffoli, o estilo morde e assopra de Gilmar Mendes, de declarações vigorosas seguidas de decisões que favorecem a impunidade dos poderosos, e da passividade dos demais integrantes do STF. O Poder Judicário é um dos componentes do conluio que perpetrou o golpe que depôs uma presidente legitimamente eleita. Não há esperança de melhores dias num país onde o Poder Judiciário, que deve ser o alicerce de sustentação da democracia e da defesa da Constituição, anda de màos dadas com um governo fascista. O Brasil está afundando num abismo moral e político do qual levará muito tempo para ser resgatado.

Escândalo abafado

A revelação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, possuem dinheiro aplicado em empresas off-shore no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas é estarrecedora. Porém, pior do que isso, é a indiferença com que o assunto é tratado pela imprensa brasileira, resultando num escândalo abafado. O argumento de que a situação não é ilegal, esgrimido pelo próprio Guedes e a conivente imprensa brasileira, revolta por sua desfaçatez. Embora legal, o fato represemta um claro conflito de interesses com os cargos que Guedes e Campos Neto ocupam e, portanto, é imoral. A leniência com que o assunto vem sendo tratado pela imprensa está ligado ao fato de que integrantes das famílias controladoras de grandes grupos de comunicação do país também possuem contas em paraísos fiscais. A finalidade de manter contas nessas localidades é sonegar impostos e fazer lavagem de dinheiro. O Congresso se limitou a convocar Guedes para depor sobre o caso, o que é muito pouco. Como o fato já foi admitido por Guedes, não resta outra solução que não seja a sua demissão. O mesmo vale para Campos Neto. A continuidade de ambos em seus cargos é um absurdo moral.

Futebol burocrático

A Seleção Brasileira é líder isolada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2022, tendo vencido todos os nove jogos que fez até aqui. Hoje, a Seleção venceu a Venezuela por 3 x 1, de virada, no Estádio Olímpico da UCV, em Caracas. Porém, o resultado não diz o que foi o jogo. A Seleção fez um péssimo primeiro tempo, tomou um gol cedo e não conseguiu reagir até o intervalo, apresentando um futebol burocrático e lento, com muitos toques laterais. A virada ocorreu no segundo tempo, mas sem brilho. O empate veio numa cobrança de escanteio. O segundo gol foi de pénalti. O terceiro, num cruzamento. Nenhum dos gols, portanto, resultou de uma bela jogada individual, ou de movimentos coletivos ensaiados, como acontecia em tempos áureos da Seleção. Sob a orientação do técnico Tite, a Seleção parece estar estagnada, e não consegue empolgar o torcedor, o que não gera boas perspectivas para a Copa.

O empate acabou sendo bom

Uma atuação fraca, diante de um adversário modesto. Assim pode ser definido o desempenho do Inter no empate em 0 x 0 com o Ceará, hoje, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro. Nem mesmo o fato de jogar com alguns desfalques, e de a partida ser fora de casa, servem como atenuantes para o Inter. O Ceará está longe de ser um oponente temível. Depois de um primeiro tempo de poucas emoções, o segundo cresceu em intensidade, e com uma clara superioridade do Ceará. Porém, mesmo com muitas chances criadas, e tendo exigido bastante do goleiro adversário, o Ceará esbarrou em suas limitaçõez técnicas, e não conseguiu vencer. A frustração pelo empate, que deveria, numa situação normal, ser do Inter, ficou com o Ceará, que teve condições de ganhar. Para o Inter, dentro das circunstâncias do jogo, o empate acabou sendo bom.

Um drama que se arrasta

Pela terceira rodada consecutiva, bastava ao Grêmio vencer o seu jogo para sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro e, mais uma vez, não conseguiu. O Grêmio empatou em 2 x 2 com o Cuiabá, hoje, na Arena, e segue entre os quatro últimos colocados no Brasileirão, um drama que se arrasta. O primeiro tempo do Grêmio foi sofrível. Nervoso e sem confiança, o Grêmio foi permitindo que o Cuiabá se sentisse confortável no jogo, e não foi nada anormal que saísse atrás no placar. Foi para o intervalo com mais uma derrota parcial, prenunciando mais um fracasso. Porém, o Grêmio voltou com outro ânimo no segundo tempo, e obteve o empate. Continuou jogando bem, e o segundo gol parecia questão de tempo. No entanto, numa rara chegada do Cuiabá ao ataque, o Grémio tomou o segundo gol. Faltava pouco tempo para o final do jogo, e a derrota parecia inevitável. O empate, entretanto, aconteceu pouco depois. Daí em diante, o Grêmio tentou, obstinadamente, ainda que numa pressào pouco organizada, fazer o gol da vitória. O gol não veio, e o Grêmio segue sem sair da zona de rebaixamento. O destaque positivo, e surpreendente, do jogo foi a atuação de Alisson, autor dos dois gols do Grêmio. O fato negativo foi o desempenho de Churin, que entrou no intervalo. Ficou claro, novamente, que lhe falta a mínima condição técnica para jogar num clube da grandeza do Grémio. O caminho do Grêmio dentro da competição segue espinhoso, e sem perspectivas de mudança.

O instável Ciro Gomes

Um político que tenta, obstinadamente, oferecer-se ao eleitor como a solução para fugir da polarização entre esquerda e direita no Brasil. Assim é Ciro Gomes (PDT), candidato permanente ao cargo ďe presidente. Ciro, inegavelmente, é um homem culto e articulado, que causa boa impressão em entrevistas e debates. Porém, seus atributos param por aí. O instavel Ciro Gomes já percorreu quase todo o espectro partidário brasileiro, indo da esquerda á direita, transitando pelo centro. Atualmente, está no PDT, partido com o qual não tem nenhuma identidade histórica. A tentativa de Ciro é, claramente, a de se apresentar como a "terceira via", fora da disputa entre Luís Inácio Lula da Silva e o genocida Jair Bolsonaro. As vaias que recebeu nas manifestações de oposição em 2 de outubro, mostram que sua postura não está sendo convincente. O fato de ter participado, anteriormente, de manifestações contra Bolsonaro que incluíam grupos de direita e figuras como o governador do Estado de São Paulo, João Dória Júnior, não foram bem absorvidos por movimentos autenticamente de esquerda nas manifestações do último sábado. Ao tentar agradar muitos, Ciro colhe rejeição por onde anda. Depois das vaias, Ciro está pedindo uma "trégua" para o PT até o Natal. O malabarismo de Ciro não cessa, mas o resultado, em 2022, deverá ser o mesmo de outras eleições, ou seja, sem que seu sonho de ser presidente se realize.

A tecnologia também falha

Vive-se num mundo altamente tecnológico. Os avanços são tão grandes e frequentes nessa área que mal se consegue acompanhar. Seduzidos pelas facilidades que isso proporciona, as pessoas estruturam suas vidas em torno desses recursos. Porém, a tecnologia também falha. No momento em que esse texto começou a ser escrito, Facebook, Whatsapp e Instagram ainda estavam fora de operação, no mundo inteiro, há várias horas. Para pessoas que utilizam o Whatsapp profissionalmente, por exemplo, essa situação é extremamente aflitiva. Outras, que usam as redes sociais para fins recreativos, sentem-se desorientadas, pois isso já é parte indissociável da sua rotina. Muitos já se tornaram dependentes da tecnologia, não conseguem mais desatrelar suas vidas dela. No entanto, como tudo que é concebido pelo ser humano, os recursos tecnológicos estão sujeitos a panes e interrupções inesperadas no seu funcionamento. Nessa hora, somos expostos ao fato de que, por mais que essa área se desenvolva, nossa falibilidade humana, para o bem e o mal, se imporá. Se, por um lado, fatos como o de hoje perturbam a rotina, por outro, mostram que é possível, e desejável, viver sem estar permanentemente conectado. A humanidade, durante séculos, viveu sem os feitos tecnológicos da atualidade. Sim, pode-se prescindir deles, sem que isso retire o chào de qualquer pessoa.

Esperando por um milagre

Se antes a fuga do rebaixamento no Campeonato Brasileiro parecia plenamente possível para o Grêmio, mesmo com o clube estando entre os quatro últimos colocados desde a primeira rodada, agora ela se tornou uma ficçào. Hoje, o Grêmio perdeu por 2 x 1 para o Sport, na Arena, com a volta do público ao estâdio, e só lhe resta ficar esperando por um milagre. Para se ter uma ideia do quanto o resultado foi desastroso e vexatório, o Sport, com os gols que marcou hoje, chegou a dez no campeonato, e três deles foram contra o Grêmio. Assim como aconteceu no jogo com o Athletico Paranaense, bastava o Grêmio vencer para sair da zona de rebaixamento, pois foi beneficiado por resultados paralelos. Em ambas as ocasiões, portanto, faltou o Grêmio fazer a sua parte. C O Grêmio, diante do Sport, começou errando na escalação. Mesmo contra adversários mais frágeis, o Grêmio não pode abdicar da presença de dois volantes defensivos. Pelo que mostrou, ao entrar na volta do intervalo, Campaz deveria ter começado o jogo, na tarefa de criação. Rafinha não está justificando sua presença como lateral esquerdo improvisado. Alisson é uma nulidade que não pode permanecer como titular. O rebaixamento, ao que parece, é irreversível, mas, mesmo assim, o Grêmio deveria demitir o técnico Felipão, pois, se está fracassando no presente, suas perspectivas para o futuro não são boas. Felipão conquistou muitas glórias com o Grêmio em outras épocas, e foi devidamente reconhecido por isso, mas já não consegue corresponder às exigências do clube na atualidade.

A vitória do melhor

Foi uma boa atuação do Inter, acima do esperado, mas a lógica se impôs. O Inter perdeu por 1 x 0 para o Atĺético Mineiro, hoje, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro, num jogo em que até teve chance de vencer. No primeiro tempo, o Inter foi superior ao Atlético, e teve oportunidades mais claras para marcar. Porém, no segundo, o Atlético veio bem mais decidido, empurrou o Inter para trás e, com insistência, acabou fazendo o gol que lhe daria a vitória. O técnico do clube mineiro, Cuca, soube utilizar o seu banco de reservas. Suas substituições deram um ganho físico a um conjunto que já estava desgastado pela intensidade do jogo. Sem que se saiba o porquê, o técnico do Inter, Diego Aguirre, não agiu da mesma maneira. Com o Inter mostrando vários jogadores muito cansados, e mesmo após sofrer o gol, Aguirre fez apenas uma modificação. Assim, o desgaste físico acabou pesando contra o Inter. No entanto, detalhes à parte, foi a vitória do melhor. O Atlético é superior tecnicamente ao Inter, e o resultado apertado talvez se explique pela necessidade de dar uma resposta após a eliminação da Libertadores, na terça-feira, o que gerou ansiedade. O Atĺético é o líder isolado do Brasileirão, e tem tudo para ficar com o título, que só ganhou uma vez, há 50 anos.

Sem adiamentos

A CBF decidiu não adiar mais jogos de clubes que tiveram convocados para a Seleção Brasileira na próxima rodada tripla das Eliminatórias para a Copa do Mundo. A medida é acertada. Ainda que oa clubes sofram prejuízo técnico, novas transferências de jogos afetariam o cumprimento do calendário, prejudicando a retomada do.período normal de férias e pré-temporada. Com os efeitos da pandemia de coronavírus mais controlados, é preciso voltar a um calendário normal, como em anos anteriores. Sem adiamentos, o Campeonato Brasileiro poderá terminar na data prevista, e não comprometer as férias dos jogadores e o planejamento dos clubes para o próximo ano. A hora é de pensar no futebol brasileiro como um todo, não em interesses isolados, por mais legítimos que sejam.