Obviedades escancaradas

Dentre os destaques do Grêmio na sua festejada vitória de ontem sobre o Lanús, dois não podem surpreender ninguém. A segurança defensiva proporcionada por um volante de contenção, Thiago Santos, e a boa atuação de Léo Pereira, apenas evidenciaram, de forma mais gritante, obviedades escancaradas. Há muito tempo, era evidente a necessidade do Grêmio de ter um autêntico volante de contenção, para proteger seus zagueiros de ficarem expostos ao confronto direto com os atacantes adversários. Lucas Silva, o único jogador no grupo, até a chegada de Thiago Santos, com características para exercer essa função, jamais foi fixado como titular pelo ex-técnico do Grêmio, Renato. Para tentar acomodar Matheus Henrique, Maicon e Jean Pyerre juntos como titulares, Renato mantinha Lucas Silva na reserva. Para o ex-técnico do Grêmio, Maicon era intocável, Matheus Henrique uma promessa de craque, e Jean Pyerre sua única opção de um meia criativo. Uma solução seria colocar Matheus Henrique no lugar do pouco produtivo Alisson, mas Renato também não aceitava essa ideia, por considerar que o trabalho de "recomposição" do jogador era essencial. Ontem, Thiago Santos foi coberto de elogios por seu desempenho na proteção defensiva, e ainda se deu ao luxo de ser o autor do toque para Ferreira marcar o gol da vitória. Léo Pereira não teve uma atuação excepcional, mas que foi satisfatória o suficiente para resultar na marcação de um gol e a participação em outros bons lances ofensivos. Foram duas boas novidades do Grêmio de Tiago Nunes. A partir de agora, com a entrada de Thiago Santos, não faltará proteção defensiva aos zagueiros, e em vez de um apêndice de meio campo com Alisson, o Grêmio ganhará um maior ímpeto ofensivo, seja na figura de Léo Pereira ou outro jogador.

Começo promissor

O Grêmio obteve sua segunda vitória, em igual número de jogos, com o seu novo técnico, Tiago Nunes. Hoje, venceu o Lanús por 2 x 1, em La Fortaleza, pela Copa Sul-Americana. Os dois jogos de Tiago Nunes ocorreram fora de casa. Portanto, é um começo promissor. Claro, ainda há muito trabalho pela frente, mas Tiago Nunes tem enfrentado jogos importantes, e se saído bem. Na sua estreia, contra o Ypiranga de Erechim, no Colosso da Lagoa, era preciso vencer para garantir o primeiro lugar na classificação geral do Campeonato Gaúcho. Hoje, contra o Lanús, um bom resultado daria ao Grêmio a liderança isolada de seu grupo na Copa Sul-Americana. Tiago Nunes conseguiu cumprir ambas as tarefas. A defesa, que sofreu três gols nos últimos dois jogos, ainda carece de ajustes, mas há dados positivos que já são nítidos. Thiago Santos é o volante de contenção que o Grêmio tanto precisava. Ferreira começa a fazer a diferença com sua grande técnica. Léo Pereira surge como mais uma grande revelação das categorias inferiores do Grêmio. Brenno se firma a cada jogo. Nada melhor do que vitórias para consolidar um trabalho no seu estágio inicial. Por enquanto, tudo está dando certo para Tiago Nunes.

O fantasma do quase

Certos clubes de futebol padecem da síndrome das grandes conquistas. Gastam muito dinheiro para adquirir jogadores de expressão, formam conjuntos fortes, mas vêem os grandes títulos lhes escorrerem pelas mãos. Hoje, dois desses clubes se enfrentaram pela Champions League. No Parc des Princes, o Paris Saint Germain perdeu por 2 x 1, de virada, para o Manchester City. O Paris Saint Germain é um clube relativamente novo, foi fundado em 1970. O Manchester City, ao contrário, é muito antigo, foi fundado em 1894. Afora isso, os dois se parecem muito. Ambos tinham trajetórias esportivas modestas, até serem adquiridos por investidores milionários. A partir daí, seus proprietários começaram a buscar a hegemonia nos campeonatos de seus países, e a conquista da Champions League. O primeiro objetivo foi cumprido sem maior dificuldade. Na Inglaterra, o Manchester City tem sido preponderante nos anos mais recentes. Atualmente, é o tetracampeão da Copa da Liga Inglesa, e virtual vencedor do campeonato da temporada 2020/2021. Na França, o domínio do Paris Saint Germain é quase total. O clube, praticamente, não tem rivais no âmbito doméstico. O segundo objetivo segue sem ter sido alcançado. Embora não meçam esforços, nem gastos, para ganhar o título da principal competição do futebol europeu, ele permanece fora do seu rol de conquistas. No jogo de hoje, o Paris Saint Germain, abriu o placar cedo, e o sustentou até quase metade do segundo tempo, quando sofreu a virada em apenas cinco minutos, em duas falhas do goleiro. O que era uma classificação encaminhada, terá de se transformar numa reação épica, para que o clube francês chegue na decisão. Seja qual for o classificado, no entanto, terá de continuar a conviver com o fantasma do "quase", pois seu adversário sairá do confronto entre Real Madrid e Chelsea. O Real Madrid é o maior vencedor da Champions League, com 13 títulos. O Chelsea também era um clube de resultados pouco expressivos que foi adquirido por um milionário. Porém, já obteve um título da Champions League, livrando-se da síndrome.

Facilidade

O favoritismo do Inter era claro, e se confirmou. O Inter goleou o Deportivo Táchira (VEN) por 4 x 0, hoje, no Beira-Rio, pela Libertadores, num jogo em que encontrou muita facilidade. O primeiro gol surgiu aos 19 minutos, o segundo logo depois e, pouco antes do intervalo, veio o terceiro. No segundo tempo, mais um gol, marcando a reabilitação da derrota na primeira rodada. A goleada comprova que o Inter foi muito bem aquinhoado no sorteio, entrando num grupo fácil, onde não terá problemas em se classificar para as oitavas de final. O próximo jogo, contra o Olímpia, novamente em casa, deverá encaminhar quem será o primeiro colocado do grupo, já que Deportivo Táchira e Always Ready parecem ser cartas foras do baralho. O erro que o Inter não deve cometer é se iludir com a fase de grupos. Os confrontos eliminatórios deverão ser bem mais árduos.

A saída de Ariel Holan

Depois de apenas doze jogos, com quatro vitórias, três empates e cinco derrotas, o argentino Ariel Holan não é mais o técnico do Santos. A saída de Ariel Holan se deu por vontade própria, pois ele pediu demissão. Afora os maus resultados, e as poucas perspectivas de melhora, pois o Santos se desfez de jogadores importantes e não tem recursos para fazer contratações, pesaram na decisão do técnico os protestos e pichações de torcedores, que culminaram com foguetes jogados na frente de sua casa, depois da derrota de ontem, por 2 x 0, para o Corinthians, na Vila Belmiro. O curto período de Ariel Holan no Santos deveria servir de reflexão sobre a contratação de técnicos estrangeiros por clubes brasileiros. O argentino é um bom técnico, mas foi trazido por um clube que vendeu Lucas Veríssimo, Diego Pituca e, agora, Soteldo, ficará sem Sandri por muito tempo, em função de uma grave lesão, e não tem dinheiro para buscar reposições. O torcedor não quer saber de nada disso, e protesta cada vez pelos tropeços. Diante desse panorama poucou promissor, Ariel Holan preferiu sair. A contratação de técnicos estrangeiros virou um modismo no Brasil. O único que, efetivamente, deu certo, foi o português Jorge Jesus, no Flamengo, que tinha um grupo de jogadores extraordinários ao seu dispor. O que possibilita o êxito de um técnico não é a sua nacionalidade, mas as condições de trabalho que lhe são proporcionadas.

O Oscar da pandemia

Como tudo no mundo, o Oscar não ficaria incólume á pandemia de coronavírus. Um ano e dois meses depois da cerimónia de 2020, tivemos, hoje, a desse ano, o Oscar da panďemia. Foi uma festa muito diferente das anteriores. A necessidade de respeitar os protocolos contra a covid-19 fez com que ela fosse num cenário mais intimista, ao estilo Globo de Ouro. A busca de abertura à diversidade, crescente nos anos mais recentes, atingiu níveis nunca dantes vistos. Diversos atores, atrizes e integrantes de outras categorias negros foram nominados para o prêmio, e um deles, Daniel Kaluuya, venceu como melbor ator coadjuvante. O prêmio de melhor direção foi para uma sul-coreana, Cloé Zao.Outra sul-coreana, Yo Youn jung, ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante. Os vencedores foram pulverizados, sem um filme que acumulasse prêmios, como aconteceu em várias edições anteriores. O maior vencedor, "Nomadland", obteve três prêmios, para direção, atriz, Frances McDormand, e melhor filme. O melhor ator foi outro grande nome, Anthony Hopkins, por "Meu pai". Tantas mudanças, na forma e no conteúdo, fizeram do Oscar 2021 uma cerimônia muito inovadora. Resta saber se isso irá perdurar, ou foi apenas efeito da pandemia.

Semifinais definidas

Encerrou-se, hoje, a fase classificatória do Campeonato Gaúcho. Grêmio e Inter venceram seus jogos, ficando em primeiro e segundo lugares, respectivamente. O Juventude, que também ganhou, ficou em terceiro, e o Caxias, que empatou na rodada, foi o quarto colocado. Dessa forma, estão as semifinais definidas com Grêmio x Caxias e Inter x Juventude. Grêmio e Inter, por terem obtido melhor colocação, farão o segundo jogo em casa. Caso se classifique para a decisão, o Grêmio jogará a segunda partida na Arena, seja qual for o adversário. As vitórias de Grêmio e Inter tiveram contextos diferentes. O Grêmio venceu o Ypiranga de Erechim por 3 x 2, no Colosso da Lagoa. Depois de perder um gol feito com menos de um minuto de jogo, o Grêmio sofreu uma forte pressão do Ypiranga, que desperdiçou várias chances de abrir o placar. Porém, foi o Grêmio que saiu na frente, com a marcação de um pênalti inexistente. Logo a seguir, duas falhas da defesa do Ypiranga, proporcionaram ao Grêmio marcar mais dois gols. Foi com essa goleada que o Grêmio foi para o intervalo. Na volta, em menos de dez minutos, o Ypiranga descontou duas vezes, tornando o jogo dramático até o final, pois, se empatasse, tiraria o Grêmio do primeiro lugar na classificação geral. O Inter goleou o Esportivo de Bento Gonçalves, no Beira-Rio, com extrema facilidade, pois não encontrou nenhuma resistência por parte do adversário. Ao vencer o Brasil de Pelotas por 2 x 1, na Montanha dos Vinhedos, o Juventude conseguiu superar os erros de arbitragem do jogo contra o Esportivo de Bento Gonçalves, e obteve sua classificação. Com um gol marcado no final do jogo, o Caxias empatou com o Pelotas em 1 x 1, na Boca do Lobo. Até a marcação do gol do Caxias, o Ypiranga estava se classificando, e o Pelotas escapava do rebaixamento. O empate classificou o Caxias, em detrimento do Ypiranga, e o Pelotas foi rebaixado. Nas semifinais, Grêmio e Inter, ainda que tenham muito o que melhorar no seu desempenho, são favoritos contra Caxias e Juventude.

Sorteio

Grêmio e Inter souberam, hoje, quem serão seus adversários na terceira fase da Copa do Brasil. O regulamento da competiçâo mudou, e os clubes que tinham o privilégio de entrar direto nas oitavas de final, como os participantes da Libertadores, campeões da Série B, Copa do Nordeste e Copa Verde, agora entram na terceira fase, disputando uma etapa a mais. Afora os credenciados acima, esse ano o nono colocado do Campeonato Brasileiro também ingressará a partir da próxima fase. O sorteio, realizado hoje á tarde, apresentou perspectivas diferentes para Grêmio e Inter. O Grêmio enfrentará um adversário, ao que parece, mais fácil, o Brasiliense. O Inter terá pela frente o Vitória, e embora seja, naturalmente, o favorito, suas dificuldades deverão ser bem maiores. Cabe lembrar que, em 2004, o Inter foi eliminado da Copa do Brasil pelo Vitória. Os jogos, no entanto, só serão realizados em junho. Até lá, muito poderá ter mudado em cada um dos clubes, para melhor ou pior, o que, talvez, alterasse a projeção atual.

Nova vitória

Depois da traumática eliminação na Pré-Libertadores, o Grêmio segue invicto. Empatou com o Caxias, venceu o Novo Hamburgo, ambos os jogos pelo Campeonato Gaúcho, e, hoje, obteve nova vitória, dessa vez sobre o La Equidad (COL), por 2 x 1, na Arena, na estreia do clube na Copa Sul-Americana. Nos três jogos referidos acima, o Grêmio foi treinado por Tiago Gomes, técnico do grupo Sub-21 do clube. Nada melhor do que vitórias para animar um ambiente ainda impactado pela decepção de ficar fora da Libertadores. No jogo de hoje, Brenno teve outra grande atuação, firmando-se como titular, e Diego Souza confirmou estar em grande fase, marcando mais um gol, e dando o toque para o outro. A partir de amanhã, Tiago Nunes assume como o novo técnico do Grêmio. Não encontrará um terreno destruído, mas uma boa base necessitando de ajustes e acréscimos. Ainda que o Grêmio vá começar um trabalho de transição, o que sempre exige uma certa paciência, o futuro imediato do clube parece ser bem promissor.

Confirmação

O que era dado como provável, agora é certo. Hoje, houve a confirmação de Tiago Nunes como o novo técnico do Grêmio. A escolha não poderia ser mais adequada. Pela característica do modelo de jogo que adota, Tiago Nunes tem tudo para fazer com que o Grêmio retome o futebol dos seus melhores tempos com Renato, em que tinha maior posse de bola que os adversários, e praticava um esquema propositivo. Lisca, outro dos nomes cogitados, por exemplo, tem qualidades, mas ainda não possui estofo para ser técnico do Grêmio. O fraco desempenho de Tiago Nunes no Corinthians não serve para que se desaprove a sua contratação. Ele é um técnico jovem, que fez muito bom trabalho no Athlético Paranaense, antes de se transferir para o clube paulista. As razões para que não tenha obtido sucesso no Corinthians podem ter sido as mais variadas, incluindo o momento conturbado que o clube enfrenta, afundado em dívidas, e a limitação do seu grupo de jogadores. A vinda para o Grêmio representa uma excelente oportunidade para Tiago Nunes provar que é um técnico de primeira linha. Sua estreia ainda não se dará contra o La Equidad, amanhã, na Arena, estreia do Grêmio na Copa Sul-Americana. Deverá ocorrer sábado, contra o Ypiranga, no Colosso da Lagoa, pelo Campeonato Gaúcho. Boa sorte, Tiago Nunes!

Má estreia

Foi muito pior que o esperado. Nem mesmo a tão temida altitude explica a derrota do Inter por 2 × 0 para o Always Ready (BOL), hoje, no Hernando Siles, pela Libertadores, numa má estreia na competição. As razões do tropeço são de outra natureza. A começar pela escalação do Inter. Como explicar a ausência de Patrick? Maurício, muito admirado pelo técnico Miguel Angel Ramirez, mas que ainda náo se firmara como titular, escolhido em detrimento de Praxedes, de presença bem mais constante. Caio Vidal, que vinha sendo pouco utilizado, colocado na direita do ataque, e Palácios, contratado a pedido de Ramirez, e da mesma posição, deslocado para a esquerda. Zé Gabriel tomando o lugar do eficiente Lucas Ribeiro, mais uma vez. Com tantos equívocos e estranhezas na escalação, nào é nada espantoso que o rendimento do Inter tenha sido tão decepcionante. Tendo perdido para o adversário mais fraco do grupo, o Inter já vai pressionado no segundo jogo, contra o Deportivo Táchira (VEN), na próxima terça-feira, no Beira-Rio. Para piorar o quadro, o clube venezuelano venceu na rodada, e deverá formar um forte esquema defensivo, pois um empate lhe seria muito satisfatório. Perder o seu primeiro Gre-Nal, e o jogo de estreia na Libertadores, já criam uma certa indisposição do torcedor para com o técnico. O trabalho está no começo, ainda, mas o futebol não prescinde de resultados.

Os 80 anos de Roberto Carlos

Completar 80 anos é um fato marcante para qualquer pessoa. Tente-se imaginar quando isso acontece com o mais popular cantor brasileiro de todos os tempos, Roberto Carlos. Ao longo dos seus mais de 60 anos de carreira, Roberto Carlos dividiu opiniões. Sua omissão em assuntos políticos, e o romantismo derramado de muitas de suas músicas após a Jovem Guarda, lhe valeram críticas pesadas de setores mais intelectualizados da sociedade, e de parte da imprensa. Porém, nada arranhava sua imensa popularidade, e a condição, durante décadas, de maior vendedor de discos do país. Roberto Carlos tem uma trajetória musical dividida, claramente, em duas fases. A primeira, do início da carreira até o fim da Jovem Guarda, com forte influência roqueira. Posteriormente, como um cantor e compositor essencialmente romântico. Em ambas as propostas, sempre obteve êxito Ao longo de uma carreira tão extensa, foram muitas as músicas de sucesso, e vários clássicos, o que tornou Roberto Carlos a trilha sonora de gerações de brasileiros. Músicas como "O calhambeque", "Como é grande o meu amor por você", "Eu sou terrível, "As curvas da estrada de Santos", "Detalhes", "Proposta", "Olha", "Cavalgada", "Café da Manhã", "Emoções", entre tantas outras. Foram muitas as composições próprias, outras tantas em parceria com Erasmo Carlos, mas, também, obras de outros autores, e versões. Hoje, Roberto Carlos já não lança o seu antes tradicional disco anual, e raramente apresenta uma música inédita. Não faz mal. Nada ficou faltando em sua trajetória. Parabéns, Roberto Carlos!

Um divisor de águas

A criação da chamada Superliga Europeia de Clubes está causando um enorme impacto nas estruturas do futebol. O fato tem tudo para ser um divisor de águas na história do mais popular esporte do mundo. Há tempos, o futebol vem se elitizando, desprezando suas raízes populares. Os estádios encolheram e se tornaram mais confortáveis. Com isso, os torcedores de menor poder aquisitivo, que ocupavam os lugares mais baratos, não podem mais frequentar os jogos. Assim, já não há estádios capazes de abrigar públicos imensos, de 120 mil pessoas ou mais. O futebol vem se tornando, cada vez mais, um negócio, e perdendo suas características esportivas. Com a transformação, na Europa, dos clubes em empresas, isso se agudizou. Clubes como Chelsea, Manchester City, Milan, Internazionale, por exemplo, possuem proprietários e, portanto, podem ser vendidos a qualquer momento, trocando de donos. A Superliga Europeia de Clubes é o ápice dessa situação reprovável. Constituída, até o momento, por 12 clubes de grande expressão da Europa, a nova liga pretende acrescentar mais três membros, e promover uma nova competição, substituindo a Champions League. Os 15 clubes teriam participação fixa na nova competição, e a eles se juntariam, a cada ano, outros cinco, com base no seu desempenho técnico. A proposta é, visivelmente, elitista e argentária e, como não poderia deixar de ser, gerou furiosas reações da Fifa e da Uefa, que prometem penalizar duramente os clubes e jogadores que aderirem á nova liga. Menos mal que os clubes da Alemanha se recusaram a participar, e vários jogadores se mostraram contrários á proposta. Esse fato se encaminha para ser uma queda de braço definitiva entre os que querem manter o futebol dentro de critérios esportivos, e os que o vêem, apenas, como uma fonte de lucros. Para que o futebol preserve um mínimo da sua essência, a proposta da nova competição europeia não pode se concretizar.

Boa vitória

Depois do empate um tanto morno contra o Caxias, na sexta-feira, o Grêmio voltou a jogar hoje. O Grêmio venceu o Novo Hamburgo por 3 x 1, na Arena, pelo Campeonato Gaúcho, conseguindo, pelo seu desempenho, uma boa vitória. Os dois melhores jogadores em campo foram Jean Pyerre, autor do primeiro gol, e Diego Souza, que marcou os outros dois, um deles de pênalti. O gol de Jean Pyerre foi mais um belo chute de fora da área, como já havia acontecido no segundo jogo contra o Independiente del Valle. O segundo gol foi belíssimo, com um toque primoroso de Jean Pyerre para Diego Souza, que driblou o goleiro e tocou para as redes. Brenno teve mais uma atuação segura. Vanderson voltou, depois de ficar de fors contra o Caxias, e teve mais uma atuação de bom nível. Ruan também jogou bem, novamente. Em seu segundo jogo, Thiago Santos comprovou que, agora, o Grêmio tem um volante de contenção. O ponto negativo foi a sonolência com que o Ģrêmio retornou do intervalo, o que proporcionou duas chances claras de gol para o Novo Hamburgo. O problema foi logo corrigido, e o Grêmio fez mais um gol. Mesmo tendo levado um gol, o placar confortável não permitiu que o Grêmio tivesse a sua vitória ameaçada. Entre muitas perspectivas positivas verificsdas no jogo, a principal parece ser o renascimento de Jean Pyerre. Livre das tensões do relacionmento com o ex-técnico Renato, Jean Pyerre parece estar retomando o seu grande futebol.

O Grêmio sem Renato

Durante os dias em que as postagens nesse espaço ficaram suspensas, foram muitos os acontecimentos impactantes, tanto no esporte quanto em relação ao noticiário em geral. Assim, é preciso priorizar assuntos, e um que se apresenta como dos mais rumorosos é o Grêmio sem Renato. Após duas derrotas, num espaço de apenas cinco dias, para o Independiente del Valle (EQU), ambas por 2 x 1, e de virada, o Grêmio foi eliminado na Pré-Libertadores, e não participará da principal competição do continente em 2021. O clube, claramente, não contava com essa possibilidade, e, por isso, demitiu o técnico Renato pouco mais de um mês após ter renovado o seu contrato. A atuação do Grêmio nos dois jogos foi um espelho dos muitos erros que vinham se acumulando há anos e gerando constantes fracassos e frustrações. O Grêmio saiu na frente em ambos os jogos, fez um segundo gol que foi anulado, erradamente no primeiro jogo e de forma polêmica no segundo, desperdiçou outras oportunidades claríssimas, cometeu vários erros defensivos, e mostrou os já conhecidos problemas de preparo físico, cansando antes do final. Um coquetel de erros, que tornou insustentável a permanência de Renato, ainda que ele não estivesse presente nos dois jogos, afastado por ter contraído covid-19. As velhas incongruências de Renato apareceram novamente nos dois jogos, como a utilização, durante a segunda partida, de Luiz Fernando, que nunca deu resposta, em detrimento do emergente Léo Chu, autor de um golaço que deu a vitória ao Grêmio no Gre-Nal pela fase classificatória do Campeonato Gaúcho. Como explicar que Maicon, um jogador veterano e com problemas físicos crônicos, tenha sido mantido em campo, depois do intervalo, no segundo jogo, depois de ter recebido um cartão amarelo aos 18 minutos do primeiro tempo, o que acabou acarretando na sua expulsão? Como entender a insistência com Alisson que, afora nada produzir tecnicamente, falhou decisivamente no segundo gol do Independiente del Valle, no primeiro jogo? Tudo isso, agora, ficou para trás, pois Renato já não é mais o técnico do Grêmio, fato que já deveria ter ocorrido muito antes. Porém, a reconstrução do Grêmio não sera fácil, nem tão rápida. Por isso, é preciso não errar na escolha do novo técnico, e o nome apontado como preferencial pelo Grêmio, Tiago Nunes, é, mesmo, o mais indicado, pois preservaria a característica de jogo dos melhores momentos de Renato.

Retorno

Devido a problemas técnicos, não foram realizadas novas postagens desde o dia 5/4. Sanados, finalmente, esses problemas, hoje ocorre o retorno das mesmas. Assuntos acumulados é que não faltam.

Novo recorde

O genocídio prossegue no Brasil, sem que ninguém seja punido ou responsabilizado por isso. Hoje, 4.211 brasileiros morreram vítimas de covid-19, um novo recorde.lOs números são crescentes, e nada indica que vão cair tão cedo. Pelo contrário, em breve, o país deverá chegar aos cinco mil mortos diários por covid-19. O grande responsável por essa situação, o presidente Jair Bolsonaro prossegue no cargo, mesmo que sobrem razões para sua deposição. Em vez disso, a Câmara dos Deputados aprova a autorização para que empresas privadas adquiram vacinas sem a obrigatoriedade de as repassarem totalmente para o SUS. Cultos e missas presenciais foram autorizados, as aulas deverão ser retomadas amanhã no Rio de Janeiro. O número de vacinas segue insuficiente, porque o governo demorou a fazer a aquisição. Muitos brasileiros ainda irão morrer de covid-19, e isso poderia ser evitado. Um presidente genocida age para que esse quadro dantesco permaneça, e ninguém o detém. Todos os que permitem isso, têm suas mãos sujas de sangue.

Olimpíada indigesta

Pela primeira vez na história, uma Olimpíada não foi realizada no ano em que estava prevista. A edição de 2020 da competição, em Tóquio, teve de ser postergada em um ano, em função da pandemia de coronavírus. Esse fato já gerou enormes prejuízos financeiros, mas o cancelamento seria muito pior. O problema é que se está diante de uma Olimpíada indigesta. A população japonesa não deseja a competição, a Coreia do Norte já comunicou que não irá participar. Ainda não é sabido se será possível a presença de público, mesmo que de forma reduzida. A Olimpíada deverá ser realizada. O cancelamento causaria prejuízos monumentais. Porém, tudo indica, não terá o encanto e a motivação de edições anteriores.

O fracasso de Neymar

Neymar foi o último grande craque revelado pelo futebol brasileiro. Surgiu para o estrelato em 2010, como cria das categorias inferiores do Santos. Depois de ganhar títulos importantes pelo clube, incluindo uma Libertadores, tomou o caminho inevitável da Europa. Foi jogar no Barcelona, e formar o "trio MSN" com Messi e Suarez. Fez sucesso no clube espanhol, mas não queria ser um eterno coadjuvante de Messi. Decidiu ir para o Paris Saint Germain. No clube francês, pensou, seria a maior referência técnica. Afora isso, se o Paris Saint Germain conseguisse o seu tão sonhado título da Champions League, estaria definitivamente consagrado, é abriria caminho para ser escolhido o melhor jogador do mundo, sua grande ambição. Nada saiu como Neymar planejou. Neymar já jogou duas Copas do Mundo, sem brilhar. Seu atual clube ainda não foi campeão da Champions, Neymar acumula lesões e expulsões, e Mbappe lhe tomou o lugar de maior estrela do clube. O fracasso de Neymar é evidente. Sua condição de craque é indiscutível mas, aos 29 anos, não conseguirá cumprir todos os ambiciosos planos que traçou para a sua carreira. Sua intempestiva expulsão, ontem, aos 44 minutos do segundo tempo, em um jogo pelo Campeonato Francês, é a evidência disso.

Vitória com gol no final

Depois da derrota, com terríveis erros de arbitragem, no Campeonato Brasileiro, o Grêmio voltou à sua rotina de vencer grenais. Hoje, o Grêmio ganhou do Inter por 1 x 0, na Arena, pelo Campeonato Gaúcho, e assumiu a liderança da competição com um jogo a menos que o seu maior rival. Foi um jogo equilibrado, com escassas chances de gol de ambos os lados, sem que os goleiros tenham sido exigidos. O Grêmio obteve sua vitória com gol no final da partida. Um golaço, aliás, numa bela jogada de Léo Pereira, que havia entrado momentos antes, brilhantemente concluída por Léo Chu. Os destaques do Grêmio foram Vanderson e Ruan, com belas atuações. Maicon e Alisson foram os que chamaram a atenção negativamente, com desempenhos muito fracos. No Inter, os melhores foram Moisés e Rodrigo Dourado. Edenilson, Praxedes, Patrick e Yuri Alberto foram as decepções, rendendo muito abaixo do esperado. O resultado dá confiança ao Grêmio para o primeiro jogo contra o Independiente del Valle, fora de casa, pela Pré-Libertadores, na próxima quarta-feira. Para o Inter, fica a necessidade de não permitir que a derrota atrapalhe o desenvolvimento do trabalho de um novo técnico que está apenas iniciando.

A remontagem do Grêmio

O processo de reestruturação do Grêmio está confundindo e irritando os torcedores. A remontagem do Grêmio está sendo feita sem coerência entre o discurso e a prática. O presidente do clube, Romildo Bolzan Júnior, chegou a afirmar, de forma categórica, que o lateral direito Rafinha não seria contratado, pela idade avançada e por ter um salário alto. Rafinha aceitou assinar por um salário bem abaixo do que recebia no Flamengo, e teve sua contratação anunciada poucos dias depois da declaração do presidente. Romildo também acenou com a possibilidade de aquisição de um volante de grande nível, como Rafael Carioca e Cuellar. Acabou trazendo Thiago Santos, que nunca se firmou como titular no Palmeiras, e estava no Dallas, do pouco relevante futebol dos Estados Unidos. Rafinha tem 35 anos, e Thiago Santos, 31, o que contraria outra anunciada intenção do supremo mandatário gremista, a de rejuvenescer o grupo de jogadores. No caso de Rafinha, seu contrato irá apenas até dezembro, mas o de Thiago Santos terá duração de três anos, o que soa incompreensível para um jogador da sua idade. As incoerências entre discurso e prática não estão sendo bem absorvidas pelos torcedores. Com razão.

Genocídio

A pandemia de coronavírus mata cada vez mais no Brasil. O número de mortes diárias se aproxima de quatro mil. As causas desses números estarrecedores são o negacionismo, a vacinação da população em ritmo lento, o incentivo às aglomerações e a defesa de medicamentos sem eficácia contra a doença. Todas essas ações praticadas pelo presidente Jair Bolsonaro. Portanto, não se trata de uma fatalidade, mas de um genocídio. Bolsonaro é indiferente ao sofrimento alheio, não se abala com as vidas perdidas. Como se não bastasse, Bolsonaro acena com a possibilidade de deflagrar um golpe. Tudo isso acontece com a complacência dos poderes Legislativo e Judiciário, que tem elementos de sobra para depor Bolsonaro, mas não o fazem. Até que ponto terá de chegar a maior crise sanitária da história do país, quantos mais terão de morrer até que se decida retirar Bolsonaro do cargo? Não haverá esperança de dias melhores para o Brasil enquanto Bolsonaro permanecer no cargo.