quinta-feira, 11 de junho de 2020

Velha política

Para se eleger, entre outras mentiras, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não trocaria cargos por apoio político. Porém, o procedimento, que Bolsonaro caracterizava como parte integrante da "velha política", está de volta, um ano e meio após a posse do ex-capitão. Para tentar afagar o Congresso, e barrar processos de impeachment, Bolsonaro decidiu recriar o Ministério das Comunicações, e nomear o deputado federal Fábio Faria (PSD/RN), genro do dono do SBT, Sílvio Santos, para chefiar o órgão. Tendo prometido um total de quinze ministérios, Bolsonaro chega, assim, ao vigésimo-quarto. O inacreditável da escolha de Fábio Faria é que o próprio Bolsonaro reconheceu que o deputado não é alguém da área, mas que deve entender do assunto por sua convivência com a família de Sílvio Santos. Em mais uma prova do baixo nível do Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), aprovou a recriação do ministério e a escolha de Fábio Faria, a quem qualificou como "um cara" de diálogo. Em vez de procurar um meio de viabilizar a saída de Bolsonaro do cargo, o que seria extremamente benéfico para o país, Maia senta em cima dos vários pedidos de impeachment já enviados à Câmara, e mostra simpatia pelo novo ministro nomeado pelo governo. O Brasil, definitivamente, está à deriva.