quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Condenado

Hoje, foi um dia histórico para o Brasil. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, dos quais 24 anos e 9 meses em regime fechado. Outros seis réus também foram condenados a penas pesadas. A exceção foi Mauro Cid que, em razão do acordo de colaboração premiada, foi condenado a dois anos em regime aberto. O significado da condenação de Bolsonaro e dos demais membros da organização criminosa que tentou um golpe de Estado é enorme para o presente e futuro do Brasil. A tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito exigia uma resposta vigorosa do Poder Judiciário. Os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira também foram sentenciados a penas extensas, dado o seu papel proeminente na organização liderada por Bolsonaro. Ao contrário da exposição maçante do voto do ministro Luiz Fux, ontem, por mais de 13 horas, sem a concessão de apartes, a sessão de hoje, em que foram pronunciados os votos da ministra Carmen Lúcia e do presidente da primeira turma do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, foi marcada pela descontração e bom humor de ambos e de Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que haviam proferido seus votos na terça-feira. Carmen Lúcia e Cristiano Zanin concederam apartes sem restrições, em contraste com a postura de Fux, que os vetou. Fux recebeu diversas "alfinetadas" de seus pares em relação ao seu voto. A prisão de Bolsonaro e dos demais condenados não será imediata. Diversas manobras jurídicas e políticas serão tentadas por seus defensores. Não importa. O julgamento foi um divisor de águas para o Brasil, um basta contra a impunidade de atos golpistas que caracteriza a história do país.