segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Petrolão

Depois de anos bombardeados pelas notícias do mensalão, os brasileiros recebem, agora, um volume imenso de informações sobre o chamado "petrolão". O novo escândalo, inclusive, já roubou do anterior, por parte da imprensa, o título de "o maior da história do país". Os fatos ocorridos na Petrobrás são, mesmo, de extrema gravidade. Devem ser investigados a fundo, e isso está ocorrendo. Os culpados tem de ser punidos, o que significa enviá-los para a prisão. Porém, não sejamos ingênuos, a cobertura massiva da grande imprensa sobre o assunto tem o objetivo primordial de desgastar a imagem do governo federal. A mesma tática havia sido empregada com o já referido mensalão, sem sucesso. A eclosão do escândalo se deu em 2005, o que não impediu que o PT vencesse as três eleições presidenciais seguintes, a última delas há pouco mais de um mês, quando o petrolão também já havia ganho as manchetes. A carga em torno do assunto não diminuiu nem com o término das eleições. Se antes o objetivo era impedir a reeleição da presidente Dilma Rousseff, a nova meta é inviabilizar seu governo. Há uma absurda pretensão dos setores conservadores da sociedade de estabelecer um "terceiro turno" eleitoral, o que é uma atitude antidemocrática. Para voltar ao poder, tudo o que a oposição precisa é conseguir um bom candidato, que estimule o eleitorado a se decidir pela alternância. Escândalos como o petrolão, ainda que tenham ramificações políticas, são assuntos, essencialmente, da esfera policial. A Polícia Federal tem feito um bom trabalho nesse caso. Deixem-na cumprir com a sua tarefa, e respeitem o resultado da eleição.