sexta-feira, 3 de abril de 2015

Onda neoconservadora

O Brasil está diante de uma onda neoconservadora. Defensores do medievalismo e do obscurantismo tentam fazer o país retroagir no campo político e nos costumes. Os sinais são mais do que evidentes. Manifestações contra o governo pedem a volta dos militares, o beijo entre duas personagens lésbicas numa novela de televisão gera reações iradas, e o projeto de redução da maioridade penal, há 20 anos parado, é tirado do arquivo e poderá ser aprovado. Essa situação não surgiu do nada, é uma consequência dos avanços sociais e civilizatórios que o Brasil vem tendo nos últimos anos, e que tiraram os privilegiados da sua zona de conforto. Os grupos que sempre foram hegemônicos na sociedade brasileira recusam-se a descer de seu pedestal. Sonham em fazer o mesmo que realizaram em 1964, quando um presidente legitimamente eleito e comprometido com reformas essenciais para o país foi derrubado por um golpe militar espúrio. Porém, de lá para cá, transcorreram 51 anos. O Brasil não é mais o mesmo daquela época, é um país mais evoluído e que já vive uma continuidade democrática há 30 anos. O avanço neoconservador não pode ser menosprezado, mas terá consequências inexpressivas. Os arautos do atraso estão fazendo muito barulho, mas pouco irão conseguir em termos práticos. O impeachment da presidente Dilma Rousseff não irá acontecer, a homofobia será derrotada e a maioridade penal se manterá nos moldes atuais. Para desalento dos que defendem medidas retrógradas, o Brasil continuará avançando, política e socialmente.