segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

A Carta de Osório

A Federação das Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), após reunião realizada ao longo da semana anterior em Osório, lançou um documento público. A chamada "Carta de Osório " exprime um conteúdo aviltante. A carta manifesta "preocupações" do setor empresarial, entre elas com os "excessos, ataques e provocações dos três Poderes" postura que "inflama os ãnimos e divide a sociedade". Não é preciso ser nenhum gênio para perceber a mensagem subliminar de apoio aos ataques terroristas de 8 de janeiro. Em vez da firme condenação aos atos bárbaros contra as sedes dos três Poderes, a carta expressa a preocupação com a ação dos mesmos em defesa da democracia, ou seja, transforma as vítimas em réus. No documento, os empresários do Rio Grande do Sul rejeitam "retrocessos" na legislaçào trabalhista, afirmando que a reforma realizada nessa área proporcionou a criação de empregos e postos de trabalho, gerando renda para milhões de famílias, um argumento que, sabidamente, é uma mentira deslavada. A reforma trabalhista precarizou as atividades laborais, gerou mais desemprego, trazendo insegurança e falta de perspectivas para quem busca se inserir no mercado. A carta também afirma a importância da autonomia do Banco Central, uma excrescência que já foi abordada nesse espaço. No documento, os empresários expressam a sua defesa da democracia e da liberdade de expressão, numa evidente falsidade, pois tudo fazem para solapar com ambas. O documento expedido pela Federasul escancara, para quem ainda não tivesse percebido, quem são os vilões poderosos que sabotam a democracia e a busca pela justiça social.