quinta-feira, 30 de julho de 2020

Uma promessa que não se cumpre

Vez por outra, o futebol brasileiro revela um técnico "revolucionário" que, supostamente, está muito adiantado em relação aos seus companheiros de profissão, apontados como conservadores e adeptos da mesmice em termos táticos. Esses "fenômenos", é claro, surgem a partir da imprensa, sempre ávida em descobrir técnicos que façam o futebol brasileiro avançar e diminuir o fosso que o separa do que se pratica na Europa. O problema é que, em geral, esses gênios não correspondem às expectativas que giram em torno deles. Atualmente, há um exemplo claro disso. Uma promessa que não se cumpre, embora a enorme simpatia de setores da imprensa pelo seu trabalho. O profissional em questão é o técnico do São Paulo, Fernando Diniz. Desde o dia em que foi vice-campeão paulista pelo modesto Audax, há alguns anos, Diniz foi visto como um novo mago entre os técnicos de futebol, por vários cronistas esportivos. Seu estilo ousado, privilegiando a posse de bola e a ofensividade, encantou grande parte da imprensa. Com base nisso, clubes como Athletico Paranaense, Fluminense e, agora, o São Paulo, apostaram no trabalho de Diniz. Em nenhum desses clubes o trabalho de Diniz obteve êxito. Ontem, o São Paulo foi eliminado nas quartas de final do Campeonato Paulista pelo modesto Mirassol, um clube que perdeu 18 jogadores durante a paralisação do futebol em função da pandemia de coronavírus, e que jamais o havia derrotado anteriormente. Um vexame, agravado pelo fato de que o São Paulo não ganha o Campeonato Paulista há quinze anos. O São Paulo pode até insistir com Diniz, mas estará perdendo tempo. Diniz é o clássico exemplo do profissional pretensamente talentoso que jamais confirma, na prática, às qualidades que lhe são atribuídas.