terça-feira, 31 de dezembro de 2013

A vida não para

Nessa época de final de ano, em que a maioria das pessoas desacelera  e curte folgas ou férias, temos a ilusão de que tudo possa transcorrer com mais calma, de que os acontecimentos ruins também fiquem suspensos. Infelizmente, não é assim. Os acontecimentos envolvendo o lutador Anderson Silva e o ex-piloto de Fórmula-1 Michael Schumacher são uma prova disso. Não acompanho as lutas de MMA; que não aprecio, mas não pude deixar de saber da fratura sofrida por Anderson Silva em pleno combate. O gravíssimo acidente com Schumacher, enquanto esquiava, também chocou a todos. De que antecedem pois de uma longa carreira expondo-se aos riscos da velocidade, Schumacher foi ter o seu mais grave acidente praticando um esporte por lazer. A verdade é que o calendário é uma convenção humana. Por isso mesmo, os acontecimentos ruins não dão folga. Ainda assim, nos momentos que antecedem a chegada de mais um ano, fixemos nossos pensamentos no que há de mais positivo, sabendo que, como todos outros anos, o de 2014 terá momentos bons e ruins, e que a maior vitória para todos nós será chegar ao final dele com saúde. Um excelente 2014 para todos!

sábado, 28 de dezembro de 2013

Conservadorismo

Estamos acostumados a ideia de que o Brasil é um país de pessoas liberadas, com tendência à libertinagem, onde a sensualidade é a marca dominante. Trata-se, é claro, de um estereótipo, não confirmado pela realidade. Num país onde o exercício da democracia ainda tem ares de novidade, o conservadorismo persiste nas relações sociais. O psicanalista italiano, radicado no Brasil, Contardo Calligaris, em entrevista ao jornal Zero Hora, em sua edição de amanhã, que, como de hábito, já circula na véspera, diz que o Brasil é um país "careta" num campo em que ele não imagina que seja, isto é, o das fantasias sexuais. Calligaris constata que os brasileiros têm a impressão de que sacudir a bunda durante os quatro dias de Carnaval ou usar um biquíni um pouco mais ousado na praia seja uma grande manifestação de liberalismo. A prática do topless, mesmo no "avançado" Rio de Janeiro não é aceita, e se transforma num evento. O psicanalista dá outra demonstração da "caretice" brasileira, ao citar o fato de que o número de clubes de swing, por casal de habitantes, no Brasil é irrisório, se comparado com a Itália, por exemplo. Outro evidência da falta de naturalidade dos brasileiros para lidar com os assuntos da sexualidade foi a reação, percebida por Calligaris, de pessoas que assistiam ao filme "O Azul é a Cor Mais Quente", quando da exposição na tela da famosa cena em que, durante nove minutos, as duas protagonistas entregam-se a uma ardente relação. Contardo Calligaris percebeu que as pessoas, em vez de observarem a cena em silêncio, se agitavam, se mexiam na cadeira, davam um risinho nervoso, comentavam com quem estava ao lado. Não conseguiam assistir à cena com respeito, como deveria ser. Demonstravam medo, transformado em riso nervoso. As colocações de Calligaris vem na mesma direção do que penso sobre esse Brasil "liberado" de que tanto ouvimos falar. Não passa de uma imagem falsa, insistentemente alardeada por alguns com o intuito de justificar medidas que restituam uma "moralidade perdida". Na verdade, somos um país, ainda, muito reprimido. Entre o mito e a realidade, há um caminho muito longo a percorrer até que o Brasil deixe de ser um país conservador.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Confirmação

O que todos já suspeitavam aconteceu: o julgamento do recurso da Portuguesa no STJD confirmou o rebaixamento do clube para a 2ª divisão. Não se sabe o que é mais lamentável, se o fato em si ou a defesa dessa excrecência feita por profissionais do direito e integrantes da imprensa esportiva. Aferrados ao que estipula a legislação esportiva, tais pessoas sustentam que a decisão não poderia ser outra, e que a Portuguesa cometeu uma terrível desatenção pela qual terá de pagar sendo rebaixada, depois de obter, legitimamente, em campo, sua manutenção na 1ª divisão. Com os quatro pontos que lhe foram tungados pelo tribunal, a Portuguesa cai e o Fluminense, que, dentro de campo, não teve competência para tanto, permanecerá na série A do futebol brasileiro. Por essas e por outras, é que a Justiça será sempre vista com desconfiança pela população. Ela se baseia numa suposta observância rigorosa dos textos legais para sustentar toda sorte de patifarias. A legislação esportiva já é elaborada para ensejar esse tipo de golpe. Se assim não fosse, a punição a um clube não beneficiaria outros. Admitindo-se que a Portuguesa tenha cometido um erro ao escalar um jogador que estava suspenso, ela poderia ser mantida na 1ª divisão e, na próxima edição do Campeonato Brasileiro, iniciar a competição com o passivo dos pontos que lhe fossem retirados. Essa solução é adotada em outros países, por que não se faz o mesmo no Brasil? Ainda que represente o estrito cumprimento do que estabelece a lei, a decisão agora confirmada, em segunda e última instância, estabelece uma punição desproporcional ao erro cometido e, o que é ainda pior, brinda o Fluminense com a manutenção na série A, o que não fez por merecer. A justiça não pode se ater somente a uma interpretação literal de textos legais. A decisão de hoje, novamente por unanimidade, foi iníqua e, fundamentalmente, injusta. Ela representa um terrível retrocesso para o futebol brasileiro que, assim volta aos seus piores dias, quando viradas de mesa e decisões de "tapetão" subvertiam os resultados de campo. Só falta a anunciada volta do Campeonato Brasileiro com formulismo, a partir de 2015, que vem sendo aventada por alguns, vir a ocorrer. Se isso acontecer, se poderá expedir o atestado de óbito do futebol brasileiro.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Pacote indigesto

O dia de hoje foi de apresentações de novos jogadores da dupla Gre-Nal. O Grêmio apresentou o zagueiro Geromel, que estava no Mallorca (ESP). O Inter mostrou ao público o goleiro Dida, recém dispensado pelo Grêmio, e o atacante Wellington Paulista, que estava emprestado ao Criciúma, mas pertencia ao Cruzeiro. Todos vieram, praticamente, sem custos. Geromel veio num estranho empréstimo por dois anos e meio! Dida e Wellington tinham terminado seus contratos e, portanto, o Inter não precisou gastar nada para trazê-los. São contratações que levam em conta a nova tendência do futebol brasileiro, a de contenção de gastos. Porém, do ponto de vista técnico, o pacote apresentado, hoje, pela dupla Gre-Nal , é indigesto. São pouquíssimas as referências que se tem sobre Geromel, e elas não chegam a ser entusiasmantes. O jogador, no entanto, deixou ótima impressão quanto á desenvoltura que demonstrou em sua entrevista de apresentação. Seguro e articulado, respondeu sem hesitação a todas as perguntas, revelou conhecimento sobre o Grêmio e procurou ser assertivo em suas colocações. As contratações de Dida e Wellington Paulista também estão longe de empolgar. Dida já tem 40 anos e, estranhamente, o Inter assinou com ele um contrato de dois anos. Afora a idade do jogador, o fato de que o atual presidente do Inter, Giovanni Luigi, encerrará seu mandato no final de 2014, tornariam muito mais lógica a assinatura de contrato por apenas um ano. A vinda de Wellington Paulista parece estar muito mais relacionada com o fato de que ele sempre marca gols contra o Grêmio. Em termos de biografia, é um jogador rodado, que nunca firmou-se como uma grande estrela. Para um grupo que já dispõe de Scocco e Rafael Moura sua contratação não representa, em princípio, um acréscimo. Não faria melhor o Inter se apostasse em um jovem valor de suas categorias inferiores? Em resumo, os novos jogadores apresentados, até agora, por Grêmio e Inter, trazem mais preocupações do que ânimo para os seus torcedores.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Uma data que vem sendo esvaziada

Mais uma vez, é Natal. Uma data repleta de apelos e significados. Ainda que se saiba que o calendário é uma convenção humana, e que muitos digam que o nascimento de Jesus Cristo não aconteceu exatamente em 25 de dezembro, é uma data de força avassaladora. O Natal, no entanto, não tem a mesma importância para todas as pessoas. Para ateus e adeptos de religiões não cristãs, é um dia como os demais. Porém, ninguém consegue ficar alheio ao enorme volume de referências em  relação a chamada "data máxima da cristandade". Num fenômeno típico dos tempos em que vivemos, o Natal foi se tornando, essencialmente, uma data comercial. Basta que o Natal vá se aproximando para que a enxurrada de anúncios do comércio vá invadindo rádios, redes de tv, jornais, revistas e internet. Afinal, o Natal é uma data em que as pessoas trocam presentes. Essa é uma tradição histórica, mas que convivia em paralelo com o aspecto religioso da data. Aos poucos, foi passando para o primeiro plano e, hoje, muitas pessoas desconhecem o que se comemora no Natal. A figura simpática e fictícia do Papai Noel tornou-se o símbolo mais presente do Natal, deixando o aniversariante sendo gradativamente esquecido. Em nossos tempos delirantemente consumistas, o que importa é comprar. Assim, todas as datas, mesmo as revestidas de um caráter religioso e místico vão sendo transformadas num estímulo ao consumo. O Natal passa a ser uma data para se ganhar presentes, a Páscoa um dia para se comer chocolates. Numa época onde consumir é a principal motivação das pessoas, a forma resiste, mesmo com o esvaziamento do conteúdo. Afinal, na "sociedade de mercado", o que importa é que existam datas que sirvam de pretexto para o estímulo ao consumo. O verdadeiro significado dessas celebrações vai se tornando irrelevante.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O anticlímax da dupla Gre-Nal

As  contratações de Grêmio e Inter para o ano de 2014, até agora, são de tirar o sono dos seus torcedores. Era sabido que os clubes brasileiros partiriam para uma contenção de gastos, depois de longos anos de gastança. Porém, como conciliar poucas e discutíveis contratações com a necessidade de obter resultados que é própria dos grandes clubes? No caso específico de Grêmio e Inter, ambos deveriam esforçar-se ao máximo para formar times fortes, capazes de grandes conquistas. O Grêmio, por ter obtido a classificação direta para a Libertadores e estar há 12 anos sem conquistar um grande título. O Inter, por que está em dívida com o seu torcedor, depois de dois anos consecutivos péssimos nas competições de maior nível. A movimentação dos dois clubes em termos de reforços, no entanto é desalentadora. O Grêmio trouxe Edinho, um volante extremamente limitado, e o desconhecido zagueiro Geromel. O Inter deverá anunciar até sexta-feira, as contratações do goleiro Dida e do centroavante Wellington Paulista. Em comum, todos esses jogadores tem a idade já um tanto avançada e o fato de nada custarem em termos de aquisição. Edinho, Dida e Wellington Paulista por terem findado seus contratos com os clubes onde estavam, Geromel, por vir por empréstimo. Essa parece ser a nova realidade do futebol gaúcho. Contratações com pouco ou nenhum custo, salários mais baixos. Ótimo para as finanças, mas um anticlímax para os torcedores da dupla Gre-Nal.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Um título para ser muito festejado

A conquista, pela Seleção Brasileira de Handebol Feminino, do título de campeã mundial, é um feito altamente expressivo do esporte brasileiro, e deve ser muito festejado. O handebol está longe de ser um esporte popular no Brasil. Sua prática é mais comum nas escolas que nos clubes. A grosso modo, é um futebol jogado com as mãos. Afora o uso das mãos, sua grande diferença em relação ao futebol são os escores altos. Na decisão de hoje, por exemplo, contra a Sérvia, a equipe brasileira venceu por 22 a 20. Essa conquista é muito significativa porque, antes desse título, a melhor colocação do Brasil num mundial de handebol feminino havia sido um 5º lugar. Portanto, na primeira vez em que obteve uma medalha na história da competição, o Brasil ficou com a de ouro. O título não é fruto do acaso. Conscientes de que, para que o handebol evoluísse no Brasil, era preciso buscar o conhecimento nos centros onde ele é mais desenvolvido, os dirigentes brasileiros da modalidade trouxeram o técnico dinamarquês Morten Soubak para treinar a seleção feminina. O trabalho de Soubak, que já vem sendo desenvolvido há alguns anos, foi apresentando um progresso contínuo, que culminou com a conquista do mundial. O Brasil reafirma, assim sua vocação para os esportes coletivos. Se nos esportes individuais o país vive do aparecimento esporádico de grandes estrelas como Adhemar Ferreira da Silva no atlestismo, Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten no tênis, Éder Jofre no boxe e César Cielo na natação, nos esportes coletivos o Brasil já ostenta cinco títulos de Copas do Mundo com o futebol, dois mundiais de basquete, medalhas de ouro olímpicas com o vôlei, tanto masculino quanto feminino. O handebol feminino soma-se, agora, a uma tradição do Brasil nos esportes praticados por equipes. Uma bela notícia para o país que irá sediar a próxima edição das Olimpíadas, que será realizada no Rio de Janeiro, em 2016.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Como já era esperado

Nenhuma surpresa. Aconteceu o que quase todos já esperavam. O Bayern de Munique ganhou o título do Campeonato Mundial de Clubes. A conquista veio com uma vitória de 2 x 0 sobre o Raja Casablanca, do Marrocos. Os gols foram marcados por dois brasileiros, o zagueiro Dante e o meia Thiago Alcãntara, filho de Mazinho, campeão da Copa do Mundo de 1994 pela Seleção Brasileira. Foi uma vitória ao natural, mas com o Raja portando-se com dignidade e jogando, na medida das suas possibilidades, um bom futebol. No final da partida, inclusive, o Raja perdeu dois gols feitos, desperdiçando a chance de, pelo menos, ser derrotado por um placar mais ajustado. O Bayern ganhou, ainda, o troféu Far Play, e teve os dois melhores jogadores da competição. Lahm ficou com a Bola de Prata, e Ribéry, com a Bola de Ouro. O título do Bayern foi, portanto, a confirmação de uma impressão quase generalizada. Se tivesse enfrentado o Atlético Mineiro na decisão, talvez tivesse encontrado uma maior resistência, mas dificilmente deixaria de ser campeão.

Evitando um fiasco maior

O Atlético Mineiro ficou com o terceiro lugar no Campeonato Mundial de Clubes, ao vencer o Guangzhou Evergrande, da China, por 3 x 2, na despedida do técnico Cuca, num jogo que teve duas viradas no placar. O primeiro gol da partida, logo a 1 minuto do primeiro tempo, foi do Atlético Mineiro. No entanto, com grandes falhas na defesa, o time brasileiro permitiu o empate e, mais tarde, num pênalti, a virada. Ainda no primeiro tempo, Ronaldinho, em mais uma falta muito bem cobrada, empatou o jogo. No segundo tempo, o jogo seguiu franco, com muitas oportunidades para cada lado. Próximo do final da partida, Ronaldinho, depois de simular uma falta, chutou um adversário e foi expulso. Mesmo assim, aos 45 minutos, Luan, num contra-ataque rápido, fez o gol da vitória. O terceiro lugar do Atlético Mineiro repetiu a trajetória do Inter no Mundial de Clubes de 2010 e evitou o que seria um fiasco ainda maior, ou seja, ser derrotado nas duas partidas da competição. Agora, o Atlético Mineiro terá, em 2014, uma nova disputa de Libertadores, com outro técnico, Paulo Autuori, que já ganhou a competição duas vezes. O retrospecto recente de Autuori, contudo, não justifica um maior entusiasmo.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Gastos controlados

As movimentações dos clubes brasileiros visando o ano de 2014 mostram que, efetivamente, a época dos salários milionários e do perdularismo está ficando para trás. Mesmo os clubes classificados para a Libertadores estão adotando a política de gastos controlados. As contratações são poucas e sem grande impacto. O Botafogo, após perder Oswaldo de Oliveira, um técnico conceituado, colocou para substituí-lo o seu auxilar técnico e treinador da categoria sub-20, Eduardo Húngaro. O Flamengo já revelou que não fará grandes investimentos para o ano que vem. O Grêmio trouxe um técnico emergente, Enderson Moreira, um jogador com vínculo encerrado pelo qual não teve de pagar pela contratação, Edinho, e um zagueiro brasileiro desconhecido que estava na segunda divisão da Espanha, Geromel. Por outro lado, vendeu seu lateral esquerdo, Alex Telles, escolhido o melhor da sua posição no Campeonato Brasileiro, para o Galatasaray. Os clubes não trazem grandes reforços, e se desfazem de seus poucos destaques para fazer caixa. Dessa forma, o panorama técnico desolador do Brasileirão deverá se repetir ou até,se agravar. A derrota do Atlético Mineiro para o Raja Casablanca, do Marrocos, o segundo fiasco brasileiro em três anos no Mundial de Clubes, é outro fato que mostra que o futebol do país anda em baixa. No ano em que sediará uma Copa do Mundo pela segunda vez, com fundadas esperanças de ganhá-la, o Brasil vê o futebol de seus clubes tomados pela pobreza, tanto técnica quanto financeira. Os estádios, novos ou reformados, estão muito bonitos, mas o futebol jogado neles está longe de entusiasmar. Tomara que a inesgotável capacidade do futebol brasileiro de revelar talentos, nos brinde com o surgimento de novos craques, capazes de modificar esse quadro tão pouco estimulante.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Perspectivas sombrias

O final de ano não está sendo de boas notícias para os torcedores do Grêmio. Pelo contrário, os primeiros movimentos da diretoria para 2014 fazem com que as perspectivas do clube para o próximo ano sejam sombrias. Primeiro, foi a contratação do técnico Enderson Moreira, de currículo inexpressivo para um clube do porte do Grêmio. Hoje, a contratação do volante Edinho, ex-Inter, que estava no Fluminense. Edinho, mesmo ganhando títulos importantes pelo Inter, nunca caiu nas graças do torcedor. Alguns cronistas identificados com o Inter o detestavam. Isso tudo quando Edinho ainda era um jovem jogador. Agora, Edinho já está com 30 anos. Afora o fato de já ter trabalhado com Enderson Moreira no Fluminense, fica difícil entender o critério utilizado na contratação de Edinho, pois o Grêmio dispõe de volantes de muita boa qualidade, como Souza, Riveros e Ramiro. Talvez o argumento seja o de buscar um jogador experiente e acostumado com  grandes competições, como a Libertadores. Porém, esse mesmo critério foi utilizado, equivocadamente, em 2013, com a desnecessária contratação de Dida e a fracassada vinda de André Santos. Na verdade, a contratação de Edinho é do tipo que não motiva o torcedor. Como se não bastassem essas más notícias dos últimos dias, especula-se que o Grêmio pode estar trazendo o zagueiro Geromel, do Mallorca (ESP), um brasileiro desconhecido em seu próprio país, que já está com 28 anos e tem uma trajetória medíocre na carreira. Pelo visto, no Natal de 2013, o Grêmio reservou para os seus torcedores apenas presentes de grego.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Mais um fiasco histórico

O Inter não está mais sozinho na condição de clube sul-americano responsável por um fiasco histórico em campeonatos mundiais de clubes. Três anos e quatro dias depois de sua derrota para o Mazembe, o Atlético Mineiro veio lhe fazer companhia. O Atlético Mineiro perdeu, hoje, pelas semifinais do Mundial de Clubes, para o Raja Casablanca, clube que só está na competição por ser o atual campeão do país sede da disputa, o Marrocos. Foi uma derrota inapelável, por 3 x 1. O Atlético Mineiro começou pressionando, tentando resolver logo o jogo, mas o gol não saía, e o time brasileiro concedia espaços ao Raja, que armava contra-ataques perigosíssimos. Ainda no primeiro tempo, o time marroquino perdeu dois gols feitos. A conversa no intervalo não parece ter surtido efeito, pois, logo aos seis minutos do segundo tempo, o Raja fez 1 x 0. O gol sofrido fez o Atlético Mineiro perturbar-se, errando passes e continuando a proporcionar espaços ao adversário. O técnico Cuca, então, resolveu sacar o lateral direito Marcos Rocha, colocando o atacante Luan em seu lugar. As câmeras flagraram Marcos Rocha, furioso, despejar palavrões em direção a Cuca. Ainda assim, o Atlético Mineiro chegou ao empate, aos 17 minutos, num gol de falta de Ronaldinho Gaúcho, que, afora esse lance, pouco fez em todo o jogo. Mesmo com o empate, o Atlético Mineiro não melhorou sua produção e não conseguia passar a frente no placar. O pior veio aos 37 minutos, quando o árbitro marcou, equivocadamente, um pênalti de Réver. O Raja fez 2 x 1, e o pouco tempo restante para o fim do jogo fez o time brasileiro partir para o ataque no desespero. Cuca ainda colocou Alecsandro em campo, mas de nada adiantou. O gol de empate, que levaria o jogo para a prorrogação, não aconteceu. Para tornar o fiasco ainda maior, aos 48 minutos, em mais um contra-ataque contundente, o Raja Casablanca fez 3 x 1. Um duro golpe para a sofrida torcida atleticana. Agora, o Inter não está mais só com o seu "Mazembaço". Para lhe fazer companhia, o Atlético Mineiro terá, daqui por diante, o "Rajazaço".

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Em ritmo de treino

O primeiro jogo pelas semifinais do Campeonato Mundial de Clubes, entre Guanghzou Evergrande, da China, e Bayern de Munique, foi pouco mais do que um treino para o time alemão, que goleou por 3 x 0. O Guangzhou até conta com bons jogadores, como os brasileiros Élkson e Muriqui e o argentino Conca, e um técnico renomado, o italiano Marcello Lippi, campeão da Copa do Mundo de 2006 pela Itália, mas não conseguiu fazer frente ao poderoso Bayern. Mesmo desfalcado de jogadores como Schwasteinger e Robben, o Bayern sobrou em campo. Seu primeiro gol só saiu aos 39 minutos do primeiro tempo, até porque o Bayern não forçava o ritmo, jogava ao natural. Porém, quatro minutos depois, já acontecia o segundo gol. O terceiro veio logo a 1 minuto do segundo tempo, afastando qualquer chance de reação do time chinês. A partir daí, o que se viu foi quase um jogo em meia linha, com  o Bayern empilhando chances de gols que iam sendo desperdiçadas uma após outra. Assim, o placar, embora dilatado, não espelha o que foi o jogo. A goleada poderia ter sido muito maior. Resta ver, agora, como se portará o Atlético Mineiro, amanhã, contra o Raja Casablanca, do Marrocos. Pela amostra de hoje, no entanto, o favoritismo do Bayern para a conquista do título parece ainda mais robustecido.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Retrocesso

O rebaixamento da Portuguesa para a segunda divisão, e a manutenção do Fluminense na primeira, decidido, hoje, por unanimidade, pelo STJD, é um ato vergonhoso, que representa um retrocesso terrível para o futebol brasileiro que, assim, retorna aos tempos das viradas de mesa que subvertiam resultados de campo para favorecer grandes clubes. Mais inaceitável do que isso é ver que vários jornalistas esportivos, mesmo antes da decisão ser tomada, tentavam justificá-la sob o argumento de que a Portuguesa, de fato, cometera um erro ao escalar o jogador Hevérton e, portanto, seu rebaixamento era, apenas, o estrito cumprimento do que estabelece a lei. Por trás desse "apreço" ao cumprimento da lei, está, na verdade, a leniência para com as patifarias tão abundantes no passado do futebol brasileiro e que, agora, voltam a nos assombrar. Ainda que a Portuguesa tivesse de perder quatro pontos, isso poderia ser feito no próximo Campeonato Brasileiro, com o clube já iniciando a competição com tal passivo de pontos. Essa é uma solução perfeitamente aplicável às normas da Fifa. Ao punir a Portuguesa com a perda dos quatro pontos no recentemente encerrado Brasileirão de 2013, o STJD opta pelo golpismo, rebaixando o clube para salvar o Fluminense da segunda divisão. Ainda que seja juridicamente sustentável, a decisão de hoje foi sórdida, nojenta, execrável, repugnante, asquerosa e, ás vésperas de o Brasil sediar uma Copa do Mundo, remete o futebol do país de volta aos seus piores tempos, em que abundavam manobras de bastidores e maracutaias de todos os tipos.

Escolha equivocada

A contratação do técnico Enderson Moreira pelo Grêmio é uma escolha equivocada que vem se somar à anunciada redução de gastos para o ano que vem. Tendo lutado para conseguir classificação direta para a Libertadores, e alcançado seu objetivo, é incompreensível que o Grêmio reduza o investimento no futebol e contrate um técnico de currículo inexpressivo. A ideia de fazer mais com menos, apostando em um time com muitos jogadores "pratas da casa" e treinado por um técnico emergente, é um despropositado pensamento mágico, só aceitável para quem ainda acredite no Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa. Num ano em que deveria maximizar seus esforços na busca de um grande título, que não conquista há 12 anos, o Grêmio oferece ao seu torcedor a perspectiva desalentadora de ser um mero participante da próxima Libertadores, sem nenhuma condição efetiva de ganhar o título. O Grêmio, com o presidente Fábio Koff, guindado ao cargo, pela terceira vez, por uma torcida que viu nele a chance de voltar aos bons tempos, teve em 2013, um desempenho praticamente idêntico ao do ano passado, quando o ocupante do posto era Paulo Odone. Com a classificação direta para a Libertadores, seu único diferencial em relação ao Grêmio de Odone no ano anterior, Koff deveria buscar, em 2014, a retomada das grandes conquistas. Em vez disso, direciona o clube para o caminho da mediocridade. Até agora, a administração de Koff, tão repleta de promessas grandiosas, tem se constituído num estelionato eleitoral.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Uma mudança para servir de exemplo

A redemocratização do Brasil já ocorreu há 28 anos, pondo fim aos 21 anos de duração da execrável e espúria ditadura militar. Porém, mesmo depois de todo esse tempo, municípios, avenidas, ruas e escolas continuam a levar o nome de figuras que participaram do golpe militar. Inciativas para que tais denominações fossem trocadas chegaram a ser feitas, mas esbarraram na resistência da direita. Agora, uma escola de Salvador partiu para a ação. A Escola Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici decidiu trocar seu nome, pois incomodava à comunidade que ele homenageasse um ditador. Numa votação democrática, envolvendo a comunidade escolar, optou-se entre os nomes do ex-deputado federal e guerrilheiro Carlos Marighella e o do geógrafo Mílton Santos. Marighella venceu com 69% dos votos. Conforme a vice-diretora do colégio, Maria das Graças Passos, a mudança vem em boa hora, ainda mais com a escolha do nome de um baiano que combateu a ditadura. Esse é um fato que merece ser exaltado, ainda mais por se tratar de uma escola. Num país que insiste em não fazer a devida punição dos agentes da ditadura, ignorando o exemplo dos seus vizinhos, Argentina e Uruguai, é digna de aplausos a medida tomada na Bahia. Não se justifica que ainda existam no país homenagens a artífices da ditadura. A avenida Castelo Branco, via de acesso a Porto Alegre, por exemplo, deveria ter o seu nome trocado. A direita certamente irá estrilar com o ocorrido em Salvador, mas vai ficar falando sozinha. A alteração foi feita numa votação democrática, pelos diretamente interessados. Restituída a democracia, a população deixa a cada dia mais claro por qual dos lados confrontantes optou. Mesmo com toda a carga da grande imprensa em favor do conservadorismo, o povo mostra, em pequenas votações, como a da escola de Salvador, ou nas eleições, que fez a sua opção, e ela não contempla homenagens a golpistas e liberticidas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Abel está de volta

Agora é oficial: Abel Braga é o novo técnico do Inter. Será a sexta passagem do técnico pelo clube! Abel é o técnico que conquistou os títulos de maior expressão da história do Inter, pois foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2006. Esse é o motivo principal do seu retorno, pois o Inter vem de dois anos seguidos de péssimos desempenhos nas competições de grande porte, e 2014 é o último de Giovani Luigi como presidente, sendo, portanto, a oportunidade que sobrou para o dirigente máximo do clube tentar levantar a imagem da sua administração. Outro ponto que favorece Abel é que suas principais virtudes são a liderança que mantém sobre o grupo e a coesão que consegue estabelecer nele. Num clube cujo vestiário tem apresentado graves problemas nos últimos anos, essas características de Abel tendem a ser bastante favoráveis. Nem todos, no entanto, manifestam entusiasmo pela contratação de Abel. Há os que alegam que ele é um técnico de salário muito alto, e que, por já estar rico e afirmado, não teria mais a mesma motivação para o trabalho. Resta esperar para ver o que vai acontecer na prática. Chama atenção, contudo, que o Inter, que não irá participar da Libertadores, invista num técnico caro e renomado, enquanto seu maior rival, o Grêmio, que estará na maior competição do futebol sul-americano, pretenda fazer uma política de contenção de gastos.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Grupo difícil

O Grêmio lutou muito para obter classificação direta para a Libertadores. Porém, ao não ficar entre os cabeças de chave da competição, acabou sorteado para o que pode ser considerado o "grupo da morte" da Libertadores de 2014. No grupo, afora o Grêmio, estarão presentes o Newell's Old Boys (ARG), Nacional de Medellin (COL), e Oriente Petrolero (BOL) ou Nacional (URU). Se, por um lado, é um grupo atrativo sob o ponto de vista da bilheteria, de outro, sua exigência técnica torna a luta pela classificação extremamente árdua. Não bastasse isso, o que se diz é que o Grêmio irá diminuir sua folha de pagamentos, se desfazendo de jogadores de altos salários e sem fazer grandes contratações. Um indício claro dessa tendência foi a confirmação, hoje, da saída do goleiro Dida. A saída de Dida não chega a ser um problema do ponto de vista técnico, mas se outros jogadores forem dispensados ou negociados pelos simples fato de terem uma alta remuneração, e não houver a chegada de nomes de grande nível, as perspectivas do Grêmio na Libertadores serão bem modestas. O torcedor do Grêmio sofre com a ausência de grandes títulos há 12 anos. Com a ideia do clube de reduzir custos, e entrando num grupo tão duro na primeira fase da Libertadores, esse jejum tem tudo para se prolongar.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Ainda não foi dessa vez

A Ponte Preta disputou, esse ano, a primeira competição internacional de sua história, e conseguiu chegar na decisão. Começou, então, a acalentar o sonho de conquistar o primeiro título da sua longa história de 113 anos, o segundo clube de futebol mais antigo do Brasil. Porém, ainda não foi dessa vez. A decisão do título foi contra o Lanús, da Argentina. No primeiro jogo, quarta-feira passada, no Pacaembu, a Ponte Preta ficou no empate em 1 x 1. Hoje, fora de casa, perdeu por 2 x 0, e viu adiada, mais uma vez, a tão sonhada conquista de um título. Ao longo de sua história, a Ponte Preta montou bons times, pelos quais passaram jogadores como Dicá, Nelsinho, Manfrini, Valdir Peres, Carlos, Édson, Oscar, Polozi, Juninho, Nenê, entre outros, mas os títulos sempre escaparam. Uma condição que dói ainda mais porque o seu grande rival, o Guarani, ostenta o título de campeão brasileiro de 1978. A Ponte fez uma campanha meritória na Copa Sul-Americana, vencendo, fora de casa, Criciúma, Velez Sarsfield e São Paulo. Chegou com méritos na decisão, mas, mais uma vez, o título não veio. Com a derrota da Ponte Preta, o Botafogo foi beneficiado, pois classificou-se para a Pré-Libertadores, condição que ficaria com o clube paulista, caso fosse o campeão. A conquista esteve muito perto, mas ainda não chegou. A luta da Ponte Preta para obter um título continuará por mais tempo.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Artificialismo

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decidiu que, no Campeonato Mundial de Fórmula-1 de 2014, a última corrida, o Grande Prêmio de Abu Dhabi terá os pontos valendo em dobro. A medida é uma clara tentativa de dar mais competitividade à F-1, que tem sido dominada por Sebastian Vettel e sua equipe, a RBR, nos últimos quatro anos. Se a medida já tivesse sido adotada anteriormente, Vettel não teria ganho um de seus quatro títulos consecutivos, o de 2011. Vettel, aliás, já se pronunciou sobre a mudança, considerando-a injusta para quem se esforça durante um ano inteiro. Concordo com Vettel. No esporte, as competições buscam apontar quem é o melhor. Por vezes, há uma superioridade escancarada de um competidor sobre os demais. Isso pode levar a uma previsibilidade quanto ao resultado que desestimule o público. Como o esporte se tornou um negócio milionário, é preciso cativar a audiência. Para isso, é desejável que as competições apresentem um alto grau de disputa, mantendo a mobilização e o interesse do público quanto ao seu desfecho. Tudo isso é muito compreensível, mas não justifica um artificialismo como pontos dobrados numa única corrida. O recurso do formulismo pode até ser eficiente para manter a emoção durante uma competição, mas é injusto. Os melhores tem o direito de usufruir a sua superioridade, ainda que isso tire um pouco do interesse pela disputa. Não se pode punir o talento. Vettel e a RBR tem sido hegemônicos na F-1, mas isso é consequência da qualidade do piloto e da competência da equipe. Eles tem feito um trabalho melhor do que os dos seus concorrentes, e, enquanto isso persistir, tem o direito de colher os resultados correspondentes.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Proposta rejeitada

O Conselho Deliberativo do Grêmio rejeitou, na noite de hoje, a proposta do conselheiro Renato Moreira que previa modificações no processo eleitoral do clube. Uma lástima que a proposta tenha sido inteiramente recusada. O único equívoco da proposição de Renato Moreira, uma das mais expressivas lideranças do clube, era a ideia de aumentar o mandato do presidente de dois para três anos. De resto, a intenção de retomar a eleição presidencial em dezembro, depois do encerramento dos jogos oficiais, era excelente. Historicamente, o processo eleitoral no Grêmio sempre foi assim, até o momento em que se lançou a infeliz ideia de realizar as eleições em outubro, período em que o clube está em plena disputa de competições, o que gera um desvio de foco extremamente prejudicial. Moreira também propunha a unificação da eleição para o Conselho Deliberativo com a presidencial, com a primeira se realizando um pouco antes da segunda, evitando o prolongamento da ebulição política no clube. Outra excelente ideia foi a de reinstituir o cargo de vice-presidente de futebol, que em péssima hora foi extinto. Renato Moreira, inconformado com a rejeição da proposta, disse que ela só não foi aprovada por ter sido de sua autoria, dando um cunho de mesquinharia política ao fato. O fato é que, exceção feita ao aumento do mandato presidencial, que em nada beneficiaria o Grêmio, as demais proposições seriam muito favoráveis ao clube. O Grêmio não ganha grandes títulos há 12 anos, e nesse período só venceu três campeonatos estaduais. Entre as muitas razões para isso, estão as equivocadas alterações nos processos eleitorais, modificando o que dera certo ao longo da história do clube. Com a rejeição integral da proposta de Moreira, o Grêmio perdeu uma chance preciosa de reparar esse equívoco.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Encerramento melancólico

O Campeonato Brasileiro de 2013 se encerrou nesse fim de semana, de maneira melancólica. Os jogos mostraram o baixo nível técnico observado durante toda a competição. Faltou futebol, e, para piorar, um jogo chamou mais a atenção pela violência chocante fora de campo, do que pelo que ocorreu dentro dele. No sábado, Flamengo e Cruzeiro fizeram um jogo com dois times cheios de reservas para um surpreendente público de 41 mil pessoas no Maracanã, numa partida que nada valia para a tabela. Dentro de campo, aconteceu o mais lógico, um empate em 1 x 1, que contentou a todos. Ainda no sábado, o Corinthians encerrou sua medíocre participação no Brasileirão perdendo para o Náutico, lanterna absoluto, por 1 x 0, na Arena Pernambuco. Uma triste despedida para o Corinthians, que não se encontrou durante o campeonato. O resultado permitiu ao Náutico manter em poder do América-RN a condição de pior campanha na história dos Campeonatos Brasileiros. Um modesto consolo. Hoje, ocorreram todos os demais jogos, que definiam classificações para a Libertadores e rebaixamentos. Como era de se esperar, Portuguesa e Grêmio, no Canindé, não saíram do empate. Afinal, o resultado garantia o vice-campeonato para o Grêmio, e a permanência da Portuguesa na primeira divisão. No final, 0 x 0, com o Grêmio tendo várias chances claras de gol, mas todos terminando o jogo satisfeitos. O Inter, para "coroar" um desempenho abaixo da crítica na competição, apenas empatou em 0 x 0 com o time reserva da Ponte Preta, que foi treinada pelos auxiliares do técnico Jorginho, que não veio para o jogo no Francisco Stédile. A torcida do Inter vaiou o time. Nos demais jogos, o Goiás, confirmando a fama de "cavalo paraguaio", ficou fora da Libertadores ao ser goleado, em casa, pelo Santos, que não aspirava mais nada no campeonato. O Coritiba aproveitou-se do desinteresse do São Paulo, outro clube que apenas cumpria tabela, venceu-o por 1 x 0, no estádio Novelli Júnior, em Itu (SP), e se manteve na primeira divisão. O Botafogo goleou o Criciúma por 3 x 0, no Maracanã, e com a derrota do Goiás, entrou na zona de classificação para a Libertadores, da qual só sairá se a Ponte Preta ganhar a Copa Sul-Americana. O Criciúma, mesmo tendo perdido, não foi rebaixado, pois foi ajudado pelos resultados paralelos. O Vitória, que ainda sonhava com uma remota chance de classificação para a Libertadores, chegou a fazer 2 x 0 no Atlético Mineiro, no Independência, mas acabou cedendo o empate em 2 x 2. Chegamos então aos dois jogos de mais tristes consequências. O Fluminense ganhou de virada do Bahia, por 2 x 1, na Arena Fonte Nova, mas, com a vitória do Coritiba, acabou rebaixado. Um fato inédito e vexatório é que o Fluminense é o primeiro clube a ser campeão brasileiro num ano e rebaixado no seguinte. O Vasco não só caiu para a segunda divisão, na Arena Joinville, como foi goleado pelo Atlético Parananense por 5 x 1. Depois de sair perdendo por 1 x 0, o Vasco chegou a empatar, mas foi vitimado por uma atuação defensiva desastrosa, especialmente do zagueiro Cris. Porém, o principal acontecimento desse jogo não foi a partida em si. Aos 16 minutos do primeiro tempo, quando o Atlético Paranaense vencia por 1 x 0, uma briga feroz entre as duas torcidas paralisou o jogo por mais de uma hora, deixou um saldo de quatro feridos, e abalou o país e o mundo com as imagens transmitidas pela televisão. Um triste acontecimento que, somado ao futebol pobre mostrado na rodada, fez o Campeonato Brasileiro terminar sem deixar saudade.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Candidato próprio

O que já vinha sendo especulado se confirmou, e o PDT terá candidato próprio a governador do Rio Grande do Sul em 2014. O candidato escolhido também é o que estava sendo aventado, o deputado federal Vieira da Cunha. Com isso, mais um partido abandona a base de sustentação do governo Tarso Genro. O primeiro a fazê-lo foi o PSB, para engajar-se na candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a presidente. Em princípio, é saudável que os partidos lancem candidatos próprios aos cargos majoritários. Isso fortalece a sigla perante o eleitor. Porém, nem sempre um partido possui entre seus quadros nomes com a devida densidade eleitoral. Para concorrer com chances numa pleito majoritário é preciso um potencial de votos muito maior do que para uma eleição proporcional. Vieira da Cunha já provou sua capacidade de eleger-se para a Assembléia e Câmara dos Deputados, mas não parece ter condições suficientes para vencer uma eleição em que estarão concorrendo o atual governador, Tarso Genro, do PT, e a senadora Ana Amélia Lemos, do PP. Um dos trunfos do PDT será, sem dúvida, o seu candidato a senador, o jornalista Lasier Martins,de grande popularidade. Ainda assim, isso não parece suficiente, pois o voto não é vinculado e nada impede que um eleitor de Lasier vote em Tarso ou Ana Amélia para governador. O PDT, na verdade, sempre careceu de grandes nomes. Sua maior expressão no Rio Grande do Sul ainda é Alceu Collares, que, não por acaso, elegeu-se prefeito de Porto Alegre e governador pelo partido. Collares, no entanto, já está com 85 anos, o que o afasta dos embates eleitorais. O pleito de 2014 servirá para que o PDT mostre uma condição de protagonismo junto ao eleitorado, não sendo apenas um integrante de uma ampla coligação chefiada por outro partido, mas não será dessa vez que conseguirá eleger, novamente, o governador do Estado.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Grupo fácil

Hoje foi o dia, tão esperado, do sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014. O Brasil pegou um grupo fácil, com Croácia, Camarões e México. Com exceção da Croácia, a Seleção Brasileira não deverá enfrentar maiores dificuldades nos jogos da primeira fase. A partir daí, no entanto, o grau de exigência aumentará. Nas oitavas de final, a Seleção deverá enfrentar a Holanda, ou, até mesmo, a Espanha, atual campeã mundial. Se chegar até às quartas de final, enfrentará, possivelmente, a Inglaterra, e nas semifinais, a Alemanha. Se chegar até à decisão, terá pela frente Argentina, Espanha (caso ela tenha sido campeã do seu grupo na primeira fase} ou Itália. Como se vê, após um início ameno, o caminho da Seleção até o título não será fácil. Porém, com uma equipe definida, um técnico que já foi campeão da competição e contando com o fator local que representa ter sempre a quase totalidade do público presente ao estádios em seus jogos torcendo a seu favor, a Seleção tem tudo para conquistar a Copa e exorcizar de vez a derrota para o Uruguai em 1950. Como é de costume, a primeira fase da Copa terá um "grupo da morte". Será o Grupo D, composto de Itália, Uruguai, Inglaterra e Costa Rica. Um grupo que soma sete títulos de Copa do Mundo! O mais fraco dos grupos é o C, com Colômbia, Costa do Marfim, Grécia e Japão. O que mais importa, contudo, é a convicção de que a Copa de 2014 tem tudo para ser a melhor de todos os tempos. Afinal, ela vai reunir todas as oito seleções que já ganharam a competição. Agora, é só começar a contagem regressiva para que o Brasil sedie, pela segunda vez, a mais importante disputa do futebol mundial.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nélson Mandela

O mundo perdeu hoje uma figura histórica: Nélson Mandela. Uma daquelas pessoas que despertam a admiração de todos, fascinadas pelo exemplo de vida, por uma existência marcada pela integridade e honradez. Um defensor permanente da paz e da conciliação que, mesmo tendo passado mais de 20 anos preso, não buscou vingança contra seus detratores. Lutou contra o apartheid, a terrível segregação racial da África do Sul, e colheu a vitória. Ao tornar-se o primeiro presidente negro do país, marcou a superação de um período vergonhoso não só para a África do Sul, mas para a humanidade. Buscou sempre o entendimento, não o confronto. Sua imagem era a de um homem paternal, transmitia bondade e acolhimento. Um líder pelo exemplo, não por rompantes e bravatas. Uma prova de que a brandura não significa fraqueza. Mandela foi, e continuará sendo, um símbolo, não só para seu país, mas para o mundo inteiro. Um símbolo da tolerância, do entendimento, da superação de conflitos, da busca da eliminação das barreiras que dividem os seres humanos. Não foi um político, mas um estadista. Um ícone, uma personalidade atemporal de uma existência longa e profícua. Como ele próprio dissera, a morte é inevitável, e ela chegou para Mandela na provecta idade de 95 anos. Certamente, morreu em paz, com a consciência tranquila de quem soube, como poucos, fazer a sua parte.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Mau resultado

A Ponte Preta começou mal a disputa do título da Copa Sul-Americana, contra o Lanus (ARG). Hoje, no Pacaembu, apenas empatou  em 1 x 1. O Lanus saiu na frente, já no segundo tempo, e a Ponte Preta conseguiu igualar o placar quando o jogo já se aproximava do final. Ambos os gols foram de falta, e muito bonitos. No primeiro tempo, Santiago Silva, centroavante do Lanus, conhecido por suas limitações técnicas, perdeu um gol incrível. Foi um mau resultado para a Ponte Preta, pois, como era a mandante do primeiro jogo, era importante que vencesse para poder enfrentar com mais chances a segunda e decisiva partida, na casa do adversário. Um novo empate, por qualquer placar, levará a decisão para os tiros livres da marca do pênalti. A esperança da Ponte Preta é que, nas fases anteriores da competição, ela venceu o Criciúma, o Velez Sarsfield e o São Paulo nos jogos fora de casa. Nada está perdido, portanto, mas o Lanus ficou com o favoritismo para o título.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Castigado por viver mais

A expectativa média de vida continua crescendo no Brasil. Ela já chega a 74,6 anos. Em média, as mulheres já vivem mais de 78 anos, e os homens 70 anos e 11 meses. Isso deveria ser motivo de satisfação, pelo que revela de avanço da medicina e das condições gerais de saúde da população, mas também tem a sua face perversa. Os brasileiros estão sendo punidos por viverem mais, pois quem está em vias de se aposentar, a partir dos novos dados de expectativa de vida revelados pelo IBGE, terá de trabalhar por um tempo a mais do que o planejado, e seus ganhos serão reduzidos. Portanto, mais uma vez os aposentados estão sendo tungados. Os apologistas da necessidade de "salvar" a Previdência Social há tempos insistem que ela apresenta déficits crescentes e que essa situação tem de ser equacionada. Com base nesse argumento, o governo Fernando Henrique Cardoso criou o famigerado fator previdenciário e desvinculou o reajuste dos benefícios do aumento do salário mínimo, o que levou os aposentados a uma condição de crescente defasagem de seus ganhos. Estamos, então, diante de um mecanismo perverso, em que quanto mais a longevidade dos brasileiros se expandir, mais eles estarão expostos a miserabilidade na fase de suas vidas em que mais necessitam de recursos. No Brasil, ter uma vida longa parece ser uma afronta, e os aposentados é que são punidos por isso. Incrivelmente, o brasileiro está sendo castigado por viver mais.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Pedro Rocha

Um dia antes de completar 71 anos, faleceu, hoje, o ex-jogador uruguaio Pedro Rocha. Ele foi vítima de uma doença degenerativa, a atrofia do mesencéfalo, contra a qual lutava há vários anos, que lhe comprometera a fala e os movimentos. Pedro Rocha foi o único jogador uruguaio a disputar quatro Copas do Mundo. Pelé o considera um dos cinco maiores jogadores de todos os tempos. No Peñarol, ganhou oito campeonatos uruguaios, três Libertadores da América, e dois Campeonatos Mundiais de Clubes. Pelo São Paulo, jogou de 1971 a 1977, fez 324 partidas e marcou 119 gols, conquistou dois campeonatos paulistas e um brasileiro. No Brasil, jogou, ainda, por Coritiba, Palmeiras e Bangu, e encerrou sua carreira no Al Nassr, da Arábia Saudita, em 1980. Também foi técnico, sem  muito êxito, e, entre outros, clubes, treinou o Inter, onde teve uma passagem rápida e apagada. Porém, como jogador, sua qualidade era indiscutível. Um craque de uma época de ouro do futebol. Apenas quatro dias depois de Nílton Santos, outro craque que esteve em quatro Copas do Mundo, é mais um artista da bola que nos deixa.

Entusiasmo arrefecido

Desde que o argentino Jorge Bergoglio foi escolhido como o novo papa, que adotou por nome Francisco, a revista "Veja" brindou-lhe com toda a sorte de elogios e referências positivas. Francisco foi apontado pela revista como o homem que viera para salvar a Igreja, dar-lhe uma nova face, limpá-la da presença de pedófilos e homossexuais entre seus membros, conter a perda de fiéis para outras religiões, entre muitas outras tarefas. Sua bondade, carisma, simpatia e acessibilidade eram saudadas pela publicação. Porém, ao divulgar o primeiro documento de relevo de seu papado, a exortação apostólica "Evangelii Gaudium" (A alegria do Evangelho), Francisco sofreu as primeiras críticas da revista que tanto o exaltava, indicando que o entusiasmo da publicação pela sua figura pode estar arrefecendo. Tudo porque, numa análise percuciente e praticamente irrebatível, Francisco condenou o livre mercado e criticou o capitalismo. Num trecho particularmente inspirado, Francisco escreveu o seguinte: "Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Por isso, negam o direito de controle dos Estados, encarregados de velar pela tutela do bem comum". Essas verdades, incontestáveis à luz da razão, não foram, é claro, assimiladas por "Veja". A revista argumentou que o "legítimo" direito de acumular riqueza nasceu das próprias costelas trincadas da Igreja pela Reforma Protestante, no século XVI, que segundo o filósofo alemão Max Weber, tirou dos cristãos os dilemas éticos e morais que os impediam de obter lucro. "Veja" considerou, também, que se o papa olhasse com atenção o governo "antidemocrático" da Argentina da presidente Cristina Kirchner, perceberia que a solução é menos, e não mais, Estado. Por fim, a publicação afirma que ao transformar uma solução, o livre mercado, em problema, Francisco pode estar se encaminhando para pregar no deserto. Nada mais falso. Francisco acertou na "mosca". Suas palavras vão ao encontro do que sentem na carne os desvalidos e do que tem consciência as mentes mais lúcidas e esclarecidas. Ter sofrido críticas de uma publicação tão repugnantemente conservadora e neoliberal como "Veja" é um sinal inequívoco do acerto do que escreveu.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Melhor do que a encomenda

O Grêmio ganhou do Goiás por 1 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória como tantas outras do Grêmio no Brasileirão, sem jogar bem, marcando apenas um gol, abusando dos chutões, concedendo posse de bola ao adversário, sofrendo até o apito final. Porém, a rodada não poderia ter sido melhor para o Grêmio, pois, afora vencer um concorrente direto pela classificação da Libertadores, viu outros dois clubes com o mesmo objetivo, Atlético Paranaense e Botafogo, serem derrotados. Com isso, o Grêmio voltou a ser o vice-líder da competição, posição que só perderá se, na última rodada, for derrotado pela Portuguesa e o Atlético Paranaense vencer o Vasco. Portanto, o Grêmio está com o vice-campeonato encaminhado, o que lhe dará a classificação direta para a Libertadores. Os resultados de hoje, no entanto, já garantiram o Grêmio, pelo menos na pré-Libertadores, pois não há mais hipótese de o clube terminar o campeonato abaixo do terceiro lugar. Foi uma rodada melhor do que a encomenda para o Grêmio, que fez a sua parte e foi ajudado pelos resultados paralelos. Agora, resta confirmar o vice-campeonato, na última rodada e, depois, tratar de montar um time que possa dar a perspectiva concreta de ganhar a Libertadores novamente.