sábado, 30 de setembro de 2017

O dono do time

Como se esperava, o Inter não teve dificuldades para vencer o Santa Cruz, hoje, no Beira-Rio. A vitória por 2 x 0 consolidou ainda mais o Inter como líder do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. O jogo ainda estava no início quando o Santa Cruz cometeu um pênalti infantil, proporcionando que o Inter abrisse o placar. A partida seguiu sob o controle do Inter até que, no segundo tempo, mais um gol fosse marcado. Em comum nos dois gols, o seu autor. D'Alessandro provou que continua sendo o dono do time do Inter. Foi ele que bateu o pênalti que resultou no primeiro gol. O segundo gol, muito bonito, também foi de sua autoria. Aos 36 anos, D'Alessandro já não é um garoto, mas ainda é a maior referência técnica do Inter. Seu contrato terminará no final do ano, mas é fácil prever que deverá ocorrer uma renovação. O fim do ciclo de D'Alessandro no Inter está próximo, mas não será imediato. Por mais algum tempo, D'Alessandro continuará dando as cartas no Inter.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Separatismo

A Espanha, mais uma vez, se vê diante de uma iniciativa separatista por parte da Catalunha. Tentativas nesse sentido não são novidade no mundo, em qualquer tempo, e, por vezes, conseguem o seu intento, mas são resultado de uma visão míope e sectária. Salvo alguma situação muito singular, não há vantagem numa ação secessionista. O novo país independente surgido de uma proposição como essa terá, sempre, afora a óbvia redução da extensão territorial em relação à condição anterior, uma perda substancial de relevância geopolítica no contexto internacional. Em nome de pretensos valores de identidade coletiva, busca-se fragmentar o território de um país causando um duplo prejuízo. O primeiro, para o país que tem uma parte de si arrancada. O segundo, da própria localidade rebelde, que terá de arcar com o ônus de andar com as próprias pernas com uma população e recursos reduzidos no seu montante. Na prática, todos saem perdendo. No Brasil, há os que sonham fazer do Rio Grande do Sul um país independente. Outros propõem o mesmo para a Região Sul do país. A embalar tais propostas, estão visões segregacionistas e preconceituosas em que moradores de uma unidade federativa discriminam os de outras. Unidos, os povos sempre serão mais fortes. Deve-se fomentar a integração, e não a divisão. Separatismo é algo anacrônico, característico de mentes que pararam no tempo. Espero que, mais uma vez, a tentativa da Catalunha de se separar da Espanha seja frustrada, e sonho com o dia em que propostas como essa não mais existirão em nenhum lugar do mundo.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Obscurantismo

Nada é tão ruim que não possa ficar pior. Esse parece ser o resumo do Brasil atual. A escalada do obscurantismo no país atinge proporções galopantes. A decisão do Supremo Tribunal Federal em favor do ensino religioso em escolas públicas é mais um passo rumo ao medievalismo na sociedade brasileira. O discurso fascista do presidenciável Jair Bolsonaro, a ideia de intervenção militar defendida por um oficial do Exército, o silêncio das ruas, as reformas trabalhista e previdenciária, tudo isso remete o país para um enorme retrocesso. Se nada for feito em sentido contrário, o país irá retroagir a um estágio social de décadas atrás. O Brasil vive um processo de acefalia na política, pela ausência de lideranças. Esse quadro está permitindo que os bolsões do reacionarismo tentem impor sua agenda preconceituosa. As forças vivas da sociedade brasileira não podem permitir tamanho retrocesso. Não basta o embate pelas redes sociais, é preciso ir para as ruas em defesa de um país com pluralidade de ideias e comportamento, e plenitude democrática. Os avanços obtidos ao longo de décadas de luta não podem ser destruídos pelos arautos do atraso. Chegou a hora de dar um basta. Para salvar o país e o futuro dos brasileiros.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Campeão

O Cruzeiro é o campeão da Copa do Brasil de 2017. Hoje, no Mineirão, empatou em 0 x 0 com o Flamengo, e venceu por 5 x 3 nos tiros livres da marca do pênalti. Não foi um grande jogo, pelo contrário. Cruzeiro e Flamengo jogaram um futebol pobre, de pouca ousadia, o que deixou a partida sem emoção. O Cruzeiro jogou de acordo com as ideias de seu técnico, Mano Menezes, foi pragmático, e não se expôs, mesmo que o fator local lhe fosse favorável. Com exceção de uma jogada perigosa de Guerrero, do Flamengo, já no final da partida, os ataques de ambos os times pouco produziram. O formulismo da Copa do Brasil resulta em situações como essa. Cabe lembrar que o Grêmio ganhou cinco jogos e perdeu um, durante sua participação na competição, e foi eliminado. O Cruzeiro, por sua vez, foi campeão empatando os dois jogos da decisão e vencendo a disputa dos tiros livres da marca do pênalti. O resultado fez "o Cruzeiro igualar-se ao Grêmio em número de títulos da Copa do Brasil. Agora, cada um deles tem cinco títulos cada um.

Liderança

Na disputa pela liderança do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, o Inter levou a melhor. Hoje, no Beira-Rio, o Inter venceu o América Mineiro por 2 x 1, e se tornou líder isolado da Série B. O Inter saiu na frente, cedeu o empate, que já lhe garantia o primeiro lugar na classificação, pelos critérios, mas obteve a vitória com um gol no final do jogo. Com o resultado, o Inter segue em contagem regressiva para sua volta á Primeira Divisão.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

O árbitro de vídeo

Os graves erros de arbitragem que vem ocorrendo no Campeonato Brasileiro levaram a discussão sobre a necessidade de implantação do árbitro de vídeo tomar conta do noticiário esportivo. Por incrível que pareca, há quem ponha em dúvida a eficácia da medida, e quem seja abertamente contra. Na verdade, o árbitro de vídeo já deveria ter sido implantado há muito tempo no futebol. Num esporte que movimenta quantias milionárias, não é aceitável que erros de arbitragem definam o resultado de jogos, e até mesmo de competições. A tecnologia possibilitou enormes avanços na vida das pessoas, nos últimos anos. Porque seria diferente com o futebol? Os argumentos em contrário são risíveis. Dizer que o jogo vai ficar chato e perder ritmo, ou que o erro de arbitragem faz parte do futebol é algo que não poder ser levado a sério. A cada rodada do Brasileirão fica mais evidente a necessidade desse recurso diante de erros grosseiros que tem tido influência direta em resultados, causando prejuízos técnicos para os clubes que, por vezes, são irrecuperáveis. Chega de visão tacanha e retrógrada numa questão tão relevante do futebol. O árbitro de vídeo é necessário, e deve ser implantado o quanto antes.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Os 40 anos de um título inesquecível

Na data de hoje, foram completados os 40 anos de um título inesquecível do Grêmio. Foi a conquista de um Campeonato Gaúcho, mas teve um enorme significado. Afinal, em 25 de setembro de 1977, o Grêmio punha fim a um período de oito títulos estaduais consecutivos do seu maior rival, o Inter. O jejum de conquistas foi ainda mais doloroso porque, anteriormente a essa sucessão de êxitos do Inter, o Grêmio ganhara doze campeonatos gaúchos em treze disputados. Afora isso, interromper a hegemonia do rival era uma tarefa hercúlea, pois o Inter era, também, na época, bicampeão brasileiro. Depois de uma tentativa frustrada em seu primeiro ano de mandato, quando formou um time caro mas não conseguiu o título, o presidente do Grêmio, Hélio Dourado, partiu para a contratação de veteranos desassombrados. Vieram jogadores como Oberdan, Ladinho, Tadeu Ricci, André. Eles se juntaram a jogadores experientes e com muitos anos de clube, como Ancheta, Iura e Tarciso, e a um jovem craque, de apenas 19 anos, Éder. O Grêmio ainda perdeu o primeiro turno do campeonato, mas venceu os outros dois e ganhou a decisão. Um título estadual que, pelas circunstâncias, assumiu uma grande dimensão. Na noite de hoje, o livro "O maior Campeonato Gaúcho de todos os tempos", de Daniel Rubin, foi lançado, celebrando os 40 anos do feito. Estiveram presentes ao lançamento jogadores daquele time como Ancheta, Oberdan, Cassiá, Tarciso, André e Éder. O título foi um marco na história do Grêmio, e abriu caminho para as grandes conquistas que o clube obteve nas décadas seguintes. Merece ser devidamente lembrado e comemorado.

domingo, 24 de setembro de 2017

Esbulho

A queda de rendimento do Grêmio é visível. Foram apenas quatro pontos ganhos nos últimos dezoito disputados no Campeonato Brasileiro. O ataque vive uma seca de gols. Nada disso, no entanto, autoriza a que o Grêmio seja vítima de um esbulho como o que aconteceu hoje, na Arena Fonte Nova. O jogo Bahia 1 x 0 Grêmio foi decidido pela arbitragem, que marcou um pênalti inexistente no último minuto dos acréscimos. O Grêmio jogou com sete titulares, e fazia uma partida razoável. Foi o Grêmio que teve a chance de gol mais clara do jogo. O empate, ainda que não fosse desejável por nenhum dos clubes, era um resultado justo. Porém, segundos antes do final dos acréscimos, o árbitro marcou pênalti num lance em que Edílson, do Grêmio, escorregou e não atingiu Alione, do Bahia. Um prejuízo irreparável ao Grêmio, que viu aumentar a sua distância em pontos para o líder do Brasileirão, o Corinthians, e perdeu o segundo lugar para o Santos. O árbitro que fica atrás do gol, mais uma vez, foi omisso, e confirmou que não serve para nada. O árbitro de vídeo tem de ser instituído imediatamente no futebol brasileiro, sob pena de as competições perderem totalmente a sua credibilidade.

Ruindade

Depois do que se viu ontem no estádio Lacerdão, em Caruaru, o rebaixamento do Náutico para a Terceira Divisão parece ser inevitável. O jogo Náutico 0 x 1 Inter foi de baixíssima qualidade, o que não é novidade em se tratando de partidas do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Era a última chance do Náutico de tentar uma reviravolta na sua campanha, para evitar a queda. O Náutico, no entanto mostrou uma extrema ruindade, e não tirou proveito do gramado de má qualidade e de ter a maioria da torcida presente ao jogo. Sem fazer uma grande atuação, o Inter aproveitou-se da fragilidade do adversário para vencer o jogo e retomar a liderança da Série B. Para o Inter, a competição virou um ameno cumprimento de tabela. Para o Náutico, cada rodada é um capítulo a mais num pesadelo sem fim.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O caos no Rio de Janeiro

Episódios de violência, insegurança da população, comunidades dominadas por facções criminosas, o poder paralelo desafiando as instituições, nada disso é novidade no Rio de Janeiro. Hoje, no entanto, esse quadro atingiu um nível de gravidade poucas vezes visto. A violência se espalhou pela cidade, e a favela da Rocinha sofreu intervenção das Forças Armadas. Porém, o processo de degradação da mais linda cidade do mundo não começou agora. Anos de incúria administrativa levaram ao panorama atual. A cidade tornou-se refém do poder do tráfico. Morros e favelas foram dominados pelo crime organizado. O caos no Rio de Janeiro é a crise do país vista com lente de aumento. O Rio é a cidade que dá identidade ao Brasil, sua melhor tradução cultural. Dentro do país, sempre coube ao Rio o papel de vanguarda nas tendências, hábitos, usos e costumes. Sua paisagem exuberante seduz nativos e estrangeiros. A agonia do Rio, portanto, não é um fato localizado, mas a expressão mais evidente do desmoronamento do país. Um país governado por golpistas e corruptos, sem rumo, minado pela ausência de perspectivas, entregue á desesperança, flertando com soluções autoritárias e antidemocráticas. Não há solução mágica, nem imediata, pára uma situação tão crítica. Um fator, entretanto, é essencial. O fosso existencial entre o morro e o "asfalto" não pode persistir. Sem justiça social é impossível construir um país estável. Sem ela, o caos se instala, a violência se banaliza, a sociedade se desumaniza. Tanques nas ruas são um remédio imediatista, como um antitérmico para um quadro febril. Para curar a infecção que gerou a febre é preciso muito mais. A receita inclui, ainda, educação e democracia. Sem isso, todas as soluções serão meramente paliativas, prolongando indefinidamente a erradicação da enfermidade que se abate sobre o tecido social brasileiro.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Semifinais definidas

A Libertadores está com as suas semifinais definidas. Os confrontos serão Grêmio x Barcelona de Guayaquil e River Plate x Lanus. Grêmio e Lanus têm a vantagem de fazerem o segundo jogo em casa. Se vierem a decidir a competição entre si, essa prerrogativa será do Lanus, por ter feito a maior pontuação na fase de grupos. O River Plate reverteu a goleada de 3 x 0 que havia sofrido do Jorge Wilstermann, em Cochabamba, e massacrou o adversário por 8 x 0, no Monumental de Nunez. O Lanus devolveu o 2 x 0 de sua derrota para o San Lorenzo, no primeiro jogo, e venceu nos tiros livres da marca do pênalti por 4 x 3. Dessa forma, já é certo que um clube argentino estará na decisão da Libertadores. Caso o Grêmio se classifique, resta saber qual adversário seria o mais interessante de ser enfrentado. O River Plate tem muito mais peso e tradição, mas, contra ele, o Grêmio faria o segundo jogo em casa. O Lanus é um clube de menor expressão, mas faria a segunda partida em casa. Seja como for, o Grêmio terá, antes, de eliminar o Barcelona de Guayaquil. Pelo futebol que vem jogando, não será uma tarefa fácil.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Sofrimento

Uma péssima atuação no primeiro tempo, razoável no segundo. Um sofrimento do início ao fim. Assim foi a vitória de 1 x 0 do Grêmio sobre o Botafogo, hoje, na Arena, pelas quartas de final da Libertadores. O Grêmio não se encontrou em momento algum do primeiro tempo, mostrava-se um time nervoso e desconjuntado. Os erros de passes se sucediam. Kannemann, um zagueiro que sempre exibe segurança, errou com frequência, proporcionando contra-ataques para o adversário. Chegar ao intervalo sem ter sofrido gol já foi muito bom para o Grêmio. No segundo tempo, o Grêmio cresceu de produção. Não foi nada capaz de despertar entusiasmo, mas acabou sendo o suficiente para obter a vitória. Com o resultado, o Grêmio classificou-se para as semifinais da Libertadores, onde será o único representante brasileiro, pois o Santos foi eliminado pelo Barcelona de Guayaquil em plena Vila Belmiro. Aliás, esse será justamente o adversário do Grêmio nas semifinais, com o segundo jogo na Arena. O Grêmio está a quatro jogos de distância do seu terceiro título de Libertadores. O sonho começa a tomar contornos de realidade.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

O distritão foi rejeitado

Como seria de se esperar, a tão propalada reforma eleitoral não deverá acontecer. As próximas eleições tendem a ser disputadas dentro das mesmas regras atuais, ainda que a necessidade de mudanças seja evidente. A principal novidade da reforma que vinha sendo aventada, a da criação de distritos eleitorais, acabou não se confirmando. O "distritão" foi rejeitado em votação realizada, hoje, na Câmara dos Deputados. Outras propostas de alterações no sistema eleitoral ainda serão votadas, mas o prazo para isso é exíguo, pois as novas regras, caso sejam adotadas, precisam ser aprovadas até outubro para que já sejam válidas nas eleições de 2018. Esse quadro não chega a ser de todo ruim. Os distritos eleitorais representam uma mudança muito grande no regramento eleitoral, sem que haja convicção de que seria um avanço. Com um Congresso Nacional que tem grande parte de seus integrantes envolvidos em denúncias de corrupção, a elaboração de uma reforma eleitoral seria uma temeridade. Por pior que sejam as regras atuais, é preferível que elas sejam mantidas até a próxima eleição, e que uma reforma profunda seja feita já sob uma nova legislatura.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O árbitro de vídeo

O "árbitro de vídeo", denominação que se dá ao recurso de verificação das imagens dos jogos de futebol nos lances mais polêmicos, é algo que há muito tempo deveria estar sendo aplicado, no mundo inteiro. Afinal, num esporte que envolve tantas paixões e um volume tão grande de dinheiro, há que se buscar a garantia da total lisura dos resultados. Estranhamente, embora a tecnologia para esse recurso já exista há muitos anos, sua utilização ainda não se disseminou. Ele foi usada no Mundial de Clubes de 2016, e vem sendo aplicado, também, em alguns campeonatos nacionais europeus. Agora, em função do polêmico gol de Jô na vitória do Corinthians sobre o Vasco, ontem, no Itaquerão, a CBF pretende começar a usar o recurso a partir da próxima rodada do Campeonato Brasileiro. A implantação apressada da medida, em uma competição que já está em andamento, pode merecer reparos, mas é preferível a uma postergação de algo tão necessário. Mesmo que ocorram imperfeições iniciais, o árbitro de vídeo tem que vir para ficar. O erro de arbitragem frauda o resultado de jogos e competições. Não pode ser tolerado.

domingo, 17 de setembro de 2017

Tropeço indesculpável

Não há argumento que possa amenizar o que aconteceu, hoje, na Arena. O Grêmio perdeu por 1 x 0 para a Chapecoense, e viu sua distância para o líder do Campeonato Brasileiro, o Corinthians, aumentar para dez pontos. O time que o Grêmio colocou em campo era forte, com sete titulares. O adversário estava na zona de rebaixamento. Tudo favorecia a que o Grêmio obtivesse uma vitória, até com facilidade. Não foi o que aconteceu. Durante o jogo inteiro, o Grêmio exerceu um domínio inócuo diante de uma Chapecoense retrancada. Não faltou esforço, mas em nenhum momento o time mostrou criatividade. Com exceção de Fernandinho, ninguém jogou bem. Após o jogo, o técnico do Grêmio, Renato, disse que o time jogou bem, mas não mereceu melhor sorte por não ter tido criatividade. Mais uma vez, Renato deu a impressão de se eximir se qualquer parcela de culpa pelo mau resultado. Foi, na verdade, um tropeço indesculpável. Está mais do que visível que o Grêmio vive uma forte queda de rendimento, e vai fragilizado para o jogo contra o Botafogo, na quarta-feira, pela Libertadores. O ano poderá acabar antes do tempo para o Grêmio, caso seja eliminado pelo Botafogo, o que seria melancólico para um clube cujo time chegou a encantar o Brasil com o seu futebol.

sábado, 16 de setembro de 2017

Goleada em tarde chuvosa

Nem mesmo o temporal que se abateu sobre Porto Alegre durante todo o dia foi obstáculo para o Inter, hoje, no Beira-Rio. Conforme o esperado, o Figueirense foi uma presa fácil para o Inter que, com uma goleada em tarde chuvosa, voltou a ser o líder do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. O placar de 3 x 0, no entanto, foi construído de forma espaçada. O Inter abriu o placar logo no início do primeiro tempo. O 2 x 0 só aconteceu no começo do segundo, e o terceiro surgiu próximo ao final do jogo. O Inter ainda perdeu várias outras chances durante a partida. Foi um resultado previsível num jogo que reunia um clube que luta pelo título da Série B e outro que está afundado na zona de rebaixamento. Os jogos restantes do Inter na competição, dada a fragilidade da maioria dos adversários, poderão se transformar em mera contagem regressiva para o retorno á Primeira Divisão.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A convocação de Arthur

Em menos de 48 horas, da noite de quarta-feira até a manhã de hoje, o volante Arthur, do Grêmio, saiu da planície para o seleto grupo de jogadores da Seleção Brasileira. Arthur tem apenas 36 jogos pelo time profissional do Grêmio, mas seu futebol já chamava a atenção dentro e fora do Rio Grande do Sul. A magnífica atuação que teve no jogo contra o Botafogo, no Engenhão, ampliou o seu bom conceito, rendendo-lhe elogios em todo o país. A recompensa ao seu bom futebol veio mais rápido do que se poderia imaginar, com a convocação de Arthur pelo técnico da Seleção,Tite, que já vinha observando-o há algum tempo, e esteve presente no Engenhão. Arthur é um cheque em branco para o Grêmio. Um jogador que tem tudo para fazer fama e fortuna na Europa. Sua inegável qualidade fez com que, no início do ano, ganhasse a posição de Maicon, o capitão da conquista da Copa do Brasil de 2016. Se mantiver o nível de atuação que apresentou contra o Botafogo, Arthur estará na Copa do Mundo de 2018, na Rússia. As categorias inferiores do Grêmio seguem revelando pérolas para o clube. Walace e Pedro Rocha, negociados para clubes europeus esse ano, são provas disso. Outros jovens valores, como Patrick, por exemplo, começam a ter chances no time principal. O futuro técnico e financeiro do Grêmio está bem encaminhado.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A Calçada da Fama

Como parte da programação pela comemoração dos seus 114 anos de fundação, a serem completados amanhã, o Grêmio promoveu, na tarde de hoje, a inclusão de mais cinco jogadores na sua "Calçada da Fama". A iniciativa, que tomou forma no antigo estádio do clube, o Olímpico, foi transferida para a Arena, e, agirá, ganha continuidade. Ela consiste no registro, em cimento, dos pés, e das mãos no caso dos goleiros, de jogadores que marcaram época defendendo a camisa do clube. Hoje, deixaram sua impressões no cimento o goleiro Leão, os volantes Luís Carlos Goiano e Maicon, o meia Iura, e o atacante Paulo Nunes. Iura já havia deixado sua marca anteriormente, mas precisou repetir a ação, já que ela fora danificada. Os cinco nomes são muito representativos na extensa galeria de grandes conquistas do clube. Leão foi destaque no primeiro título de campeão brasileiro do Grêmio, em 1981. Luís Carlos Goiano e Paulo Nunes fizeram parte do grande time da era Felipão, que ganhou todos os títulos possíveis, a exceção do mundial, que perdeu nos tiros livres da marca do pênalti, para o Ajax. Iura foi um dos protagonistas do título de campeão gaúcho de 1977, quando o Grêmio quebrou uma hegemonia de oito anos do seu maior rival, o Inter. Maicon foi o capitão do mais recente grande título do Grêmio, o da Copa do Brasil de 2016. A Calçada da Fama reverência jogadores que deixaram uma contribuição indelével para a construção da grandeza do clube, seja por sua liderança em campo, pela combatividade, ou pela exuberância técnica. Nela estão registrados para a posteridade nomes como Renato, Oberdan, André, Alcindo, Aírton, De León, entre tantos outros astros imortais da constelação gremista. Uma belíssima ideia, que repercutiu amplamente junto aos torcedores desde que foi implantada, e que merece ter continuidade ao longo do tempo, preservando a memória do clube.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Confronto indefinido

Nada ficou encaminhado no primeiro jogo entre Botafogo e Grêmio pelas quartas de final da Libertadores. Hoje à noite, no Engenhão, Botafogo e Grêmio empataram em 0 x 0, o que deixa o confronto indefinido e totalmente em aberto para a segunda partida, na próxima quarta-feira, na Arena. O Grêmio considerou o resultado favorável, pois estava muito desfalcado e jogará a segunda partida em casa. Porém, não é bem assim. Como a disputa se dá no sistema de saldo qualificado, um novo 0 x 0 levará a decisão da classificação para os tiros livres da marca do pênalti, e qualquer outro empate servirá ao Botafogo. O Grêmio, portanto, é obrigado a ganhar para poder se classificar. Menos mal que o Grêmio deverá ter Geromel, Michel e Luan de volta ao time, e que a Arena receberá um dos maiores públicos de sua história, mas toda a atenção é  pouca diante de um confronto como esse. Por jogar em casa, o Grêmio tem um leve favoritismo, mas isso não lhe garante nada. Cabe ao torcedor do Grêmio segurar sua ansiedade, e tentar ser o décimo-segundo jogador em campo para levar o Grêmio às semifinais da Libertadores, o que não ocorre desde 2009.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Futebol elitizado

Mais popular dos esportes, capaz de atrair multidões como nenhum outro, o futebol está sendo descaracterizado da sua condição popular. O futebol elitizado dos dias atuais é uma negação da sua essência. Há alguns anos, foi estabelecido o "padrão Fifa" na construção de estádios, que passaram a ser confortáveis, com lugares marcados, e de menor capacidade de público. A consequência, óbvia, foi o encarecimento do preço dos ingressos, afastando dos estádios as pessoas de menores recursos financeiros. Uma amostra desse descalabro é o que acontece nos jogos do Paris Saint Germain, nas partidas como mandante pela Champions League, cuja edição 2017/2018 iniciou hoje. O ingresso mais barato para um jogo do clube em casa custa o equivalente a R$ 495. O mais caro supera os R$ 5 mil. O valor do ingresso mais barato corresponde a 10% do salário mínimo francês. Paralelamente a isso, outro fator economicamente perverso do futebol atual é o poderio financeiro desmesurado de alguns clubes em relação aos demais, o que gera um desequilíbrio técnico entre os disputantes das competições, limitando as chances de conquista de títulos a um número muito reduzido de participantes. Clubes como o já citado Paris Saint Germain, Real Madrid, Barcelona, Chelsea e Manchester City possuem uma condição financeira muito superior às dos demais, o que lhes possibilita contratar os melhores jogadores disponíveis no mercado, e transforma grande parte de seus adversários em meros coadjuvantes nas competições. Nada disso é bom para o futebol. Por mais espetaculares que possam ser os jogadores presentes em campo, nenhuma partida de futebol, isoladamente, justifica o dispêndio de mais de R$ 5 mil para ser assistida. O desequilíbrio financeiro entre os clubes diminui a competitividade e, por conseguinte, a atratividade das competições. Esse quadro não pode perdurar. O futebol é um esporte essencialmente popular. Não pode ser transformado num mero negócio milionário voltado para os torcedores de sofá e poltrona.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

A exposição

Desde ontem, um assunto tomou conta de Porto Alegre, repercutindo em todo o Brasil, e até no exterior. O fato em questão foi o cancelamento abrupto da exposição "QueerMuseu - Cartografias da diferença na arte brasileira", que estava sendo exibida no Santander Cultural desde o mês de agosto e com previsão de encerramento em outubro. A direção do centro cultural cedeu às pressões do Movimento Brasil Livre - MBL, organização de extrema direita, que chegou ao cúmulo de constranger e ofender pessoas que assistiam à exposição, e despejou protestos no site do Santander Cultural, forçando o cancelamento. A alegação para a arbitrária e obscurantista medida foi o de que a exposição fazia apologia da pedofilia e da zoofilia, e feria valores cristãos. O Brasil está sendo tomado por uma onda fascista que não pode mais ser ignorada, nem relativizada. Há uma ação deliberada com a intenção de fazer o país retroagir para níveis medievais de comportamento. A exposição foi atacada porque sua temática refletia a visão LGBT, e o MBL, como organização fascista que é, adota um discurso carregado de homofobia. Os setores mais esclarecidos da sociedade precisam deter o avanço do obscurantismo. Nenhum meio de revide deve ser descartado. Os arautos do atraso não podem ganhar terreno. Se radicalizarem em suas ações retrógradas, que recebam o troco devido. As mentes conscientes e esclarecidas não podem se curvar diante de tamanho descalabro. Chega de tolerância com os sabotadores da democracia!

domingo, 10 de setembro de 2017

Diferença mantida

A exemplo do Grêmio, o líder Corinthians também foi derrotado na rodada, e, com isso, não houve alteração na distância entre ambos na classificação do Campeonato Brasileiro. A diferença mantida, de sete pontos, ainda concede tranquilidade para o Corinthians, mesmo com sua abrupta queda de rendimento. Depois de um primeiro turno avassalador, em que terminou invicto, o Corinthians já perdeu três dos quatro jogos que realizou no segundo, e não marcou um gol sequer. Se a atual fase da competição fosse disputada de maneira isolada, o Corinthians estaria, momentaneamente, na zona de rebaixamento. A "gordura" acumulada, no entanto, e a incompetência dos adversários, que não aproveitam os seus tropeços para se aproximarem na classificação, permitem ao Corinthians manter-se como favorito para o título. Porém, ao perder por 2 x 0 para o Santos, hoje, na Vila Belmiro, o Corinthians deixou evidente que vive um mau momento técnico, e que precisa reagir rapidamente, sob pena de ver ameaçada uma conquista que parecia certa. Para o campeonato, a derrota do Corinthians foi uma boa notícia, pois evitou o encaminhamento de um desfecho antecipado. O resultado manteve Grêmio e Santos com chances de lutar pelo título. A liderança do Corinthians permanece folgada, é verdade, mas o campeão não está definido.

sábado, 9 de setembro de 2017

Derrota indesculpável

Um balde de água fria. Uma derrota indesculpável. Assim pode ser definido o jogo. Vasco 1 x 0 Grêmio, hoje, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro. Caso o Grêmio vencesse, e o Corinthians perdesse para o Santos, amanhã, a diferença entre os dois clubes, na classificação, se reduziria para quatro pontos. O Grêmio tinha todas as condições para conseguir isso. Colocou em campo o que tinha de melhor, contra um adversário tecnicamente fraco, num estádio com portões fechados. Porém, mesmo com tantos fatores favoráveis, o Grêmio teve uma atuação lamentável, tomou um gol numa falha constrangedora da sua defesa, e não criou chances concretas durante todo o jogo. O mau resultado poderá ter reflexos no jogo de quarta-feira, contra o Botafogo, pela Libertadores. Mais uma vez, o Grêmio fraquejou num momento importante, parecendo que sente o peso da responsabilidade nessas ocasiões. Perdeu a chance de "pôr fogo", no Brasileirão. Um fracasso para o qual nenhuma desculpa é aceitável.

Dificuldade confirmada

Toda vez que o Inter enfrenta o Juventude no Alfredo Jaconi há o prenúncio de um jogo duro. Uma dificuldade confirmada na prática, hoje à tarde. O Inter perdeu para o Juventude por 2 x 1, e deixou a liderança do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, que agora é ocupada pelo América Mineiro. O Juventude saiu na frente no placar, mas cedeu o empate dois minutos depois, situação que persistiu até o final do primeiro tempo. Porém, no segundo, o Juventude obteve a vitória com um belo gol. Dessa forma, o Inter sofreu uma derrota depois de obter seis vitórias consecutivas. Em três jogos contra o Juventude em 2017, o Inter teve duas derrotas, ambas no Alfredo Jaconi, e um empate, no Beira-Rio. O mau resultado, no entanto, não deverá ter maiores reflexos na campanha do Inter na competição. A possibilidade do Inter não ficar entre os quatro primeiros colocados, que subirão para a Primeira Divisão, é muito remota,  em função da qualidade modesta dos demais participantes da disputa. A derrota de hoje evidenciou, entretanto, que, para vôos mais altos, o grupo de jogadores terá de ser substancialmente reforçado.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Calendário insensato

O futebol brasileiro está sendo vítima de um calendário insensato. O interesse de redes e canais de televisão, que adquirem os direitos de transmissão das competições, estão se sobrepondo totalmente ao aspecto esportivo, e os clubes e seus torcedores acabam sendo imensamente prejudicados. Em nome das grades de programação dos detentores de direitos de transmissão, o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, a Libertadores e a Copa Sul-Americana estão sendo disputadas ao longo do ano, o que gera superposição de competições. O efeito negativo desse calendário adotado em 2017 é que força os clubes a valorizarem uma determinada competição em detrimento de outra, pela dificuldade de buscar a obtenção dos títulos de todas elas. Para que isso fosse feito, houve um espaçamento excessivo entre os jogos da Copa do Brasil e da Libertadores. Como são competições eliminatórias, de reduzido número de jogos, foi necessário fazer grandes intervalos entre as partidas para que elas pudessem se estender pelo ano inteiro. O maior prejuízo, nesse sentido, aconteceu com a Libertadores, cujos jogos e fases são tão espaçados que o torcedor até se esquece que ela ainda está sendo realizada. Amanhã, por exemplo, irá recomeçar o Campeonato Brasileiro, depois de duas semanas de paralisação em função dos jogos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Porém, já no próximo meio de semana, acontecerão jogos pela Libertadores e Sul-Americana, o que leva os clubes a terem de priorizar competições, escalando times descaracterizados nas outras. Na prática, isso é ruim para todos, ou seja, a televisão e seus anunciantes, os clubes e os torcedores. Esse quadro deveria mudar já no próximo ano, pelo bem do futebol. A Copa do Brasil e a Libertadores deveriam se encerrar no primeiro semestre, ficando a Copa Sul-Americana para o segundo, como já ocorreu em anos anteriores. O futebol não pode ser refém dos interesses da televisão. Há que se tentar uma compatibilização dos interesses de todos, mas os clubes e seus torcedores deveriam estar, em primeiro lugar.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Equilíbrio

O equilíbrio foi a tônica no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, hoje, no Maracanã, entre Flamengo e Cruzeiro, que empataram em 1 x 1. O jogo não teve a emoção que seria de se esperar numa partida decisiva. Os lances de gol eram escassos, o ritmo da partida, por vezes, se mostrava enfadonho. Os momentos de maior intensidade ficaram reservados para a parte final do jogo. Aos 30 minutos do segundo tempo, o Flamengo abriu o placar com um gol irregular, pois Lucas Paquetá estava impedido no lance. O gol fez parecer que O Flamengo sairia vencedor do jogo, mas, poucos minutos depois, numa falha do goleiro Tiago, que "bateu roupa", Arrascaeta empatou para o Cruzeiro. Com o resultado de hoje, nada ficou encaminhado para o segundo jogo, pois não houve um vencedor. A decisão da Copa do Brasil está inteiramente em aberto. O fator campo poderá ser um dado em favor do Cruzeiro, já que o jogo será no Mineirão, mas, como se viu no Maracanã, nem sempre ele é decisivo. Flamengo e Cruzeiro se mostraram equivalentes em virtudes e defeitos, e não se pode conceder o favoritismo para nenhum dos lados.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O país da roubalheira

O Brasil sempre conviveu com a corrupção. Afinal, o país cultiva a cultura do "jeitinho", ou seja, um meio de se fazer algo fora dos trâmites formais. A propina, o superfaturamento de obras, o "sabe com quem você está falando", o "carteiraço", são manifestações típicas de um país que se acostumou com a impunidade dos poderosos. Porém, em tempo algum o país viveu um quadro como o atual. A cada dia, novos escândalos financeiros são revelados, malas de dinheiro são descobertas. O Brasil tornou-se o país da roubalheira. Os ocupantes de cargos importantes na estrutura de poder roubam com espantosa avidez. Os casos do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, que guardavam expressivas somas de dinheiro dentro de casa, mostram a que patamar chegou a corrupção no país. Antes de se pensar em quem será o próximo presidente, é preciso preocupar-se com o país que ele irá governar. O Brasil atual transmite a ideia de um país em decomposição. A autoestima da população está corroída, a desesperança se instalou na sociedade. Ao contrário do que sustentam os defensores do golpe, as instituições do país não estão funcionando normalmente. O que há no Brasil é um simulacro de normalidade institucional, cada vez menos convincente. A possibilidade de um fascista como o deputado federal Jair Bolsonaro concorrer com chances ao cargo de presidente é um dado revelador do abismo ético em que o Brasil mergulhou. O pior ainda pode estar por vir, por incrível que pareça.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Os primeiros pontos perdidos

Depois de nove vitórias consecutivas, a Seleção Brasileira teve os seus primeiros pontos perdidos em jogos oficiais com o técnico Tite. Foi hoje, no empate em 1x1 com a Colômbia, pelas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, em Barranquilla. A Seleção saiu na frente no placar, com um golaço de William, no final do primeiro tempo, mas Falcão Garcia empatou para a Colômbia, no início do segundo. As duas seleções tiveram bons momentos no jogo, mas o intenso calor cobrou o seu preço e, no final da partida, as equipes estavam extenuadas, e não tiveram forças para mudar o resultado. Embora o jogo pouco valesse para a Seleção em termos práticos, pois já está classificada para a Copa do Mundo e não pode mais ser ultrapassada na liderança das Eliminatórias, não faltou futebol, nem empenho, para a equipe. Se a atuação esteve abaixo de outros jogos, também não foi ruim. Enfrentando um adversário forte, com jogadores como James Rodríguez, Cuadrado e Falcão Garcia, e que precisava muito mais dos pontos em disputa, a Seleção não se deixou dobrar, e até esteve mais perto da vitória do que a Colômbia. Em relação aos testes feitos por Tite, Fernandinho e Roberto Firmino, que iniciaram o jogo nos lugares de Casemiro e Gabriel Jesus, respectivamente, não deram resposta no mesmo nível dos titulares. Não há razão, no entanto, para preocupações. A atuação da Seleção não foi brilhante, é verdade, mas manteve um padrão aceitável. Ainda que não tenha vencido, a Seleção permanece invicta em jogos oficiais com Tite. O trabalho do técnico, portanto, prossegue sem sobressaltos.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Saída pela porta da frente

Um fato chamou muito a atenção de quem esteve no sábado, na Arena, para assistir ao jogo Grêmio x Sport. No intervalo, o atacante Pedro Rocha, recentemente negociado com o Spartak Moscou, entrou em campo, acompanhado por seu pai, e acenou para os torcedores, despedindo-se deles, pois viajaria hoje para se apresentar ao seu novo clube. Pedro Rocha foi ovacionado pela torcida, e aplaudido de pé. Afora ser bonita e comovente, a cena vista no sábado é uma demonstração de como é possível fazer uma saída pela porta da frente no futebol mercantilista dos dias atuais. Ronaldinho é odiado pelo torcedor do Grêmio pela forma como saiu do clube, deixando-o a ver navios, sem nada receber por ele. Jonas também deixou o clube de forma traumática, forçando sua saída. Walace, idem. Pedro Rocha, ao contrário, saiu dignamente. Ele havia renovado o seu contrato com o Grêmio no início do ano. Com isso, proporcionou ao clube ganhar um bom dinheiro com sua venda, em vez de sair de graça seis meses antes do término de um contrato. Pedro Rocha soube defender seus interesses sem atropelar os do Grêmio. Dessa forma, saiu do clube de forma digna, e por isso obteve o carinho do torcedor. Se Ronaldinho saiu do Grêmio como um fugitivo, Pedro Rocha o fez de maneira digna, e as portas do clube sempre estarão abertas para ele. A atitude de Pedro Rocha é uma demonstração de que os altos interesses financeiros do futebol não são incompatíveis com a ética e a civilidade.

domingo, 3 de setembro de 2017

O Inter jogou um título fora

Certas atitudes, por mais que se tente entender, se mostram incompreensíveis. Esse é o caso da opção do Inter de ter escalado um time de reservas contra o Atlético Mineiro, na quarta-feira, no Beira-Rio, pelas quartas de final da Copa da Primeira Liga. Não havia razão alguma para o Inter poupar jogadores. Afinal, o Inter é o líder isolado do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, já pôs oito pontos de vantagem sobre o quinto colocado, e só jogará novamente pela competição no próximo sábado. Sendo assim, o Inter não teria nenhum risco colocando os seus titulares em campo. O vencedor de Inter x Atlético Mineiro enfrentaria, nas semifinais, o ganhador de Flamengo x Paraná. Em qualquer dos casos, seria interessante para o Inter, pois um jogo contra o Flamengo teria a motivação natural de uma partida entre dois grandes clubes, e se o adversário fosse o Paraná as perspectivas de se classificar para a decisão seriam amplas. Porém, a realidade é que o Inter jogou com o time reserva, perdeu para o Atlético Mineiro, e foi eliminado da Copa da Primeira Liga. O clube mineiro, confirmando a lógica, elimnou o Paraná nas semifinais. Como no outro lado do chaveamento o clube classificado, hoje, para a decisão foi o Londrina, se pode dizer, sem nenhum receio de errar, que o Inter jogou um título fora. Sim, pois o Inter jogaria a decisão, em partida única, no seu estádio, contra um adversário que já derrotou por duas vezes na Série B, marcando seis gols e sofrendo apenas um. A conquista lhe daria um prêmio de R$ 3 milhões, e um título de campeão, algo que o seu maior rival, o Grêmio, ainda não obteve em 2017. Os argumentos de que a competição não tem valor, e de que a única preocupação do Inter no ano deve ser a de voltar para a Primeira Divisão, são rasos, e não justificam a equivocada opção feita pelo clube. Um clube grande deve estar sempre voltado para a conquista de títulos, nunca para abrir mão deles.

sábado, 2 de setembro de 2017

Chocolate

No jargão do futebol, quando um time goleia seu adversário e demonstra uma flagrante superioridade em campo se diz que ele deu um "chocolate". Foi o que aconteceu hoje, na Arena, no jogo Grêmio 5 x 0 Sport, em partida atrasada do Campeonato Brasileiro. O jogo começou um tanto morno, com o Grêmio tendo dificuldades em concluir. Porém, essa situação só durou até acontecer o primeiro gol, surgido de uma cobrança de falta violentíssima de Edílson. A partir daí, o Grêmio tomou conta do jogo. No segundo gol, Edílson fez uma jogada magnífica, com direito a uma "janelinha" e a uma "meia-lua", e um passe açucarado para Everton chutar para as redes. No segundo tempo, Fernandinho, cobrando pênalti, e depois numa tabela de cabeça com Ramiro, marcou dois gols. A goleada se completou com um gol de Dionathã, que havia entrado um pouco antes. A jogada do quarto gol, particularmente, foi uma demonstração da esmagadora superioridade do Grêmio em campo, começando desde o campo de defesa com toques de calcanhar, e culminando com a tabela de cabeça. Os grandes destaques individuais do Grêmio foram Edílson e Arthur. O resultado fez com que a diferença do Grêmio para o líder do Brasileirão, o Corinthians, caísse para sete pontos. A distância do Corinthians para o Grêmio ainda é confortável para o clube paulista, mas o campeonato está em aberto.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

A permanência de Luan

Depois de uma longa novela, a "janela" de transferências fechou, e Luan não saiu do Grêmio. A permanência de Luan impede o que seria um desmonte do time do. Grêmio, pois Pedro Rocha já foi vendido, Maicon fará cirurgia, Douglas segue lesionado, e Bolanos e Lincoln foram emprestados. A saída de Luan iria desfigurar muito a base de time do Grêmio, e em meio a duas competições importantes como o Campeonato Brasileiro e a Libertadores, praticamente deixaria o clube sem chances de título em ambas. Como o Grêmio irá receber uma substancial quantia pela venda de Pedro Rocha, a necessidade de negociar um jogador para fazer caixa já foi suprida. Outra boa notícia para o Grêmio é que Luan prometeu que, não tendo ocorrido a sua ida para o exterior nessa janela, irá renovar o seu contrato, evitando que o clube nada receba quando de uma eventual saída futura. Para o jogador, no entanto, as chances de ir para a Europa escassearam, pois Luan já tem 24 anos e só agora foi convocado para a Seleção Brasileira. Se sonha em ir para um clube de primeira linha da Europa, talvez Luan venha a se frustrar, pois a cada ano isso se tornará menos provável.

Vitória com pouco brilho

Nem tudo saiu como o esperado na noite de ontem, na Arena do Grêmio. A Seleção Brasileira venceu o Equador,  pelas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, como todos esperavam, mas foi uma vitória de pouco brilho. O resultado de 2 x 0 indica que o jogo foi ganho ao natural, mas isso não é de todo verdadeiro. Diante de uma forte retranca, a Seleção mostrou-se burocrática no primeiro tempo. Afora a postura defensiva do adversário, a Seleção sofria com a rispidez do Equador, que cometia muitas faltas, por vezes violentas. A equipe brasileira não conseguia impor sua qualidade para furar o bloqueio feito pelo Equador. Na saída de campo para o intervalo, como o 0 x 0 persistisse no placar, ouviram-se vaias no estádio. No segundo tempo, no entanto, esse panorama se alterou. Um novo ímpeto foi demonstrado pela Seleção Brasileira, que aumentou a pressão sobre o Equador, mostrando-se decidida em vencer o jogo. O gol de Paulinho, após uma cobrança de escanteio, trouxe, enfim, o grito preso na garganta do torcedor. Com a entrada de Philipe Coutinho, a Seleção se impôs definitivamente, chegou ao segundo gol, e até poderia ter feito outros. As vaias deram lugar ao "olé" da torcida. A lamentar, o fato de que o estádio esteve longe de lotar. O público foi de pouco mais de 36 mil torcedores, num estádio cuja capacidade total é de mais de 55 mil pessoas. Com a vitória, a Seleção atingiu a sua melhor campanha na história das Eliminatórias e, faltando três rodadas para o seu encerramento, não pode mais perder o primeiro lugar da competição.