terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Penúria permanente

O vice-presidente de futebol do Grêmio, Odorico Roman, disse que o clube precisa arrecadar R$ 60 milhões em vendas de jogadores durante o ano de 2017 para cumprir com o orçamento. Como a venda de Walace só levou R$ 20 milhões para os cofres do clube, faltam R$ 40 milhões, o que tornará necessário realizar outras vendas até o final do ano. Após a declaração de Roman, o presidente do Inter, Marcelo Medeiros, revelou que o clube também precisa de R$ 60 milhões em vendas de jogadores para fechar o seu orçamento. Afinal, o que explica essa penúria permanente dos dois clubes? Grêmio e Inter recebem polpudas verbas de tevê pelos direitos de transmissão de seus jogos, e possuem quadros sociais numerosos que lhes proporcionam uma expressiva receita fixa. Por quê, então, estão sempre premidos por dívidas? Não há como fugir da ideia de que isso é resultado de más administrações. A falta de critério na contratação de jogadores, certamente, é uma parte da explicação. Contratações como as de Kléber Gladiador pelo Grêmio, e Anderson, no Inter, ambas com salários altíssimos e período de duração longo, são extremamente lesivas aos cofres dos clubes. Seja como for, algo precisa ser feito. Não há razões objetivas, fora da incompetência administrativa, para que Grêmio é Inter não alcancem a saúde financeira.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A venda de Walace

O Grêmio vendeu Walace. Mais uma vez, um jogador jovem e promissor sai do país por muito menos do que vale, consequência de uma lei iníqua que sacrifica os clubes e enriquece os chamados "empresários". A venda de Walace prejudica o Grêmio tecnicamente, é não garante um grande aporte financeiro para o clube. O valor do negócio, 10 milhões de euros, é muito baixo para um jogador jovem e de Seleção Brasileira. Há, ainda, o agravante de que o Grêmio só detinha 60% dos direitos de Walace. Com isso, a quantia que irá para os cofres do clube será de apenas 20 milhões de reais, irrisória para uma transação internacional. Como costuma acontecer nesses casos, Walace pressionou o clube para que fosse vendido, em nome da busca da sua "independência financeira". Nem mesmo o fato de ir jogar no Hamburgo, clube que está na zona de rebaixamento do Campeonato Alemão, foi levado em conta por Walace. Algo precisa ser feito para pôr fim nesse tipo de situação. Os clubes brasileiros não podem ser constrangidos a vender suas grandes revelações a um preço vil. A Lei Pelé tem que acabar.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Estreia morna

O desempenho do Inter nos jogos-treinos da pré-temporada não autorizavam grandes expectativas para a estreia no Campeonato Gaúcho. Mesmo que se saiba disso, o empate em 1 x 1 com o Veranópolis, no Antônio David Farina, frustra o torcedor, e lhe traz preocupações, a partir do que se viu em campo. Foi uma estreia morna, com atuação modesta. Depois de um primeiro tempo em que o Veranópolis foi melhor e teve mais chances de gol, o Inter abriu o placar logo no início do segundo. Porém, não conseguiu sustentar a vantagem, sofrendo o gol de empate logo a seguir. O gol do Veranópolis, por sinal, ocorreu em uma falha individual de Eduardo, mostrando que a defesa continua sendo um problema sério no Inter. Danilo Fernandes, mais uma vez, fez muitas grandes defesas que impediram um resultado pior. O ataque segue ineficiente, tanto que o gol do Inter foi marcado por Rodrigo Dourado, um volante. Pelo que se viu hoje, o trabalho de reconstrução do time do Inter será muito árduo.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Os campeonatos estaduais estão de volta

Alguns campeonatos estaduais já haviam iniciado, mas é a partir desse fim de semana que o país será tomado por essas competições. O Campeonato do Estado Rio de Janeiro já tivera a estreia do Botafogo no meio da semana. Hoje, o Botafogo voltou a jogar, e o Flamengo estreou na competição. Amanhã, Vasco e Fluminense já farão o primeiro clássico da disputa. O Campeonato Mineiro começou hoje. O Gaúcho iniciará amanhã. No próximo fim de semana, será a vez do Campeonato Paulista. Os campeonatos estaduais estão mais enxutos,  mas, ainda assim, são pouco atrativos. O Botafogo, por exemplo, jogou suas duas primeiras partidas no campeonato estadual com times mistos, pois está priorizando a disputa da Pré-Libertadores. Outros clubes poderão fazer o mesmo, em algum momento de paralelismo de competições. Os campeonatos estaduais tem cada vez menos relevância, e não atraem os torcedores para os estádios. Sua realização com a participação dos grandes clubes, que aspiram títulos mais significativos, faz cada vez menos sentido. Porém, os campeonatos estaduais estão de volta. Resta desejar que eles possam ter um mínimo de qualidade, mas essa parece ser uma hipótese muito pouco provável.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Estupidez

A nota da Fifa afirmando que só reconhece como campeões mundiais os clubes vencedores das competições que ela organizou é uma rematada estupidez. Desde os anos 60, os campeões sul-americanos e europeus se enfrentavam em jogos de ida e volta para definir um campeão mundial. Essa estrutura de disputa durou até 1979. A partir de 1980, a disputa passou a ocorrer em jogo único, no Japão, sob o patrocínio da montadora de veículos Toyota. Não faltará quem alegue que esses confrontos não poderiam ser considerados como a decisão de um título mundial, pois não contavam com representantes da África, Ásia e Oceania. O argumento é admissível, em termos conceituais, mas, na prática, a força do futebol sempre se concentrou na América do Sul e na Europa. Tanto isso é verdade que, até hoje, todas as Copas do Mundo foram ganhas por seleções sul-americanas ou europeias. A mesma situação ocorre no Campeonato Mundial de Clubes da Fifa, onde só sul-americanos e europeus ficaram com os títulos. Nada, nem ninguém, vai deslustrar as conquistas do Santos de Pelé, do Flamengo de Zico, do Grêmio de Renato, do São Paulo de Raí, todas elas anteriores á organização da competição pela Fifa. São, todos eles, campeões mundiais, reconhecidos pelo campo e pela História. O resto é conversa fiada.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Monstruosidades

A simples cogitação de que instituições como o Banrisul e a Corsan possam ser privatizadas é um descalabro. Essas privatizações, caso se efetivassem, se constituiriam em monstruosidades contra os interesses do Rio Grande do Sul. Embora o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, negue, enfaticamente, a venda do Banrisul, dois membros do governo federal ilegítimo e golpista acenam com a possibilidade. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a privatização do banco estará na mesa da renegociação das dívidas do Rio Grande do Sul. No mesmo tom, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, declarou que o Banrisul é a "jóia da Coroa" do Estado, e que cabe ao governador José Ivo Sartori decidir pela sua venda ou não. Fiel ao seu estilo golpista e antipopular, Padilha finge desconhecer que o Banrisul só pode ter sua venda autorizada mediante a realização de um plebiscito. O mandato de governador, ainda que obtido nas urnas, não é um cheque em branco para que o ocupante do cargo aja do modo como quiser. Para tornar a situação ainda mais repugnante, os veículos da RBS, a maior rede de comunicação do Estado, historicamente atrelados ao ideário neoliberal, começam a estimular a hipótese da venda do banco. A privatização do Banrisul é, sob qualquer argumento, inaceitável. Para impedi-la, os gaúchos não podem medir esforços e, se preciso for, devem pegar em armas para defender a instituição. O mesmo vale para a venda da Corsan. Como pode se cogitar vender a companhia de abastecimento de água da população? A água é um direito de todos, não é um "produto". O governo Sartori está destruindo o Rio Grande do Sul, e permanecer complacente diante disso é inaceitável. O povo do Rio Grande do Sul precisa dar um basta nessa situação de qualquer maneira, até mesmo, partindo para a rebelião.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Os 90 anos de Tom Jobim

Na data de hoje, se vivo fosse, Tom Jobim completaria 90 anos. Tom, que se chamava Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, trazia, como se vê, a nacionalidade estampada no próprio nome. Ele é um dos maiores brasileiros de todos os tempos, mas não tem, em seu país, um reconhecimento equivalente à sua importância. "Garota de Ipanema", que compôs em parceria com Vinícius de Moraes, é a segunda música de maior sucesso na História, só atrás de "Yesterday", dos Beatles. Em 1964, no mesmo ano da explosão da Beatlemania, "Garota de Ipanema" ganhou o Grammy de melhor canção do ano. A obra de Tom Jobim, no entanto, não se resumiu a esse megasucesso. Com diferentes parceiros, ou sozinho, Tom criou outras pérolas como "Desafinado", "Eu sei que vou te amar", "Insensatez", "Águas de março", entre tantas outras. Tom Jobim é um ícone da música, cuja obra merece ser, sempre, reverenciada.

O jogo da solidariedade

A Seleção Brasileira, formada apenas com jogadores que atuam no país, venceu a Colômbia por 1 x 0, hoje, no Engenhao, em jogo amistoso cuja renda será destinada às famílias das vítimas da queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense, em novembro. Foi o jogo da solidariedade, antes de tudo. O resultado e o desempenho das equipes pouco importavam. Ainda assim, não foi um "jogo de compadres", pois teve um vencedor. O fato negativo foi que o estádio não lotou. Por sua localização, numa zona insegura e não servida por metrô, o Engenhao não era o estádio ideal para a realização da partida. A arrecadação, que foi de pouco mais de um milhão de reais, poderia ter sido bem maior em outro estádio. Valeu pelo gesto das duas seleções, que deram continuidade a uma corrente de auxílio aos familiares das vítimas do desastre aéreo que há de prosseguir com outras ações.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Começou

Para os grandes clubes do país, o futebol valendo pontos, em 2017, começou hoje. A segunda edição da Primeira Liga teve início com o Fluminense vencendo o Criciúma por 3 x 2, de virada. Primeiro campeão da competição, o Fluminense saiu perdendo, mas virou o placar, ampliou o marcador e, depois, sofreu outro gol. Foi o começo das competições envolvendo os maiores clubes do país, que se intensificará, no fim de semana, com o início dos principais campeonatos estaduais. Depois das férias e da pre-temporada, chegou a hora do futebol para valer, como gostam os torcedores. O trabalho de formação dos grupos de jogadores, feito pelos dirigentes durante o período de recesso do futebol, será, a partir de agora, posto à prova. Para quem gosta de futebol, não faltarão emoções ao longo do ano, pois o calendário dos grandes clubes terá muitas disputas, e a Seleção Brasileira jogará suas últimas partidas pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Prepare o seu fôlego, e divirta-se.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O fim da era Bernie Ecclestone

A Fórmula 1 está mudando. Seu controle foi adquirido pelo grupo americano Liberty Media. A primeira grande consequência da nova ordem foi anunciada hoje. Depois de 40 anos, é o fim da era Bernie Ecclestone na F1. Nesse periodo, ele foi o manda chuva da principal categoria do automobilismo mundial. Sob sua liderança, a F1 cresceu economicamente, expandiu suas fronteiras geográficas, aumentou o número de corridas do calendário, tornou-se um espetáculo global. Porém, nos últimos anos, a categoria tem perdido força. A escassez de grandes ídolos, e a pouca competitividade, com o predomínio de uma equipe sobre as demais, como ocorre atualmente com a Mercedes, fizeram o interesse do público pela Fórmula 1 decair. Uma série de mudanças nos carros e no regulamento ocorrerá já no campeonato de 2017. Bernie Ecclestone, de 86 anos, deverá ter um cargo honorífico na nova administração, mas não irá mais ditar os rumos da Fórmula 1. Uma mudança se fazia necessária para revitalizar a Fórmula 1. Ela já começou. Se será para melhor, só o tempo poderá revelar.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Sem papas na lingua

Duas entrevistas de profissionais do Grêmio produziram impacto nos últimos dias. O zagueiro Geromel e o técnico Renato se mostraram sem papás na língua. O primeiro a se pronunciar foi Geromel. Ele cobrou dos dirigentes a formação de um grupo mais qualificado, e lembrou que o Grêmio perdeu o Campeonato Gaúcho e foi eliminado precocemente na Libertadores, em 2016, quando ficou sem alguns jogadores fundamentais e não tinha uma reposição a altura. Geromel destacou que, mesmo na Copa do Brasil, que acabou ganhando, o Grêmio enfrentou dificuldades na campanha, e que sua colocação final no Campeonato Brasileiro não foi boa. Renato, um dia depois, foi no mesmo tom. Revelou que, antes de sair de férias, deixou tudo "mastigadinho" para os dirigentes quanto às contratações a serem feitas. Entre as indicações de Renato estavam a de dois jogadores "top", que não vieram em razão das limitações financeiras do Grêmio. O técnico disse que todos os jogadores contratados até aquele momento tinham vindo com o seu aval, com exceção de Beto da Silva, que foi uma iniciativa da diretoria que ele abraçou. As declarações de Geromel e Renato colocam os dirigentes do Grêmio contra a parede. Eles agiram assim porque sabem que tem cacife para tanto. A verdade é que o departamento de futebol do Grêmio está deixando a desejar na sua política de contratações. Os torcedores esperavam por nomes de maior expressão, principalmente por ser um ano em que o clube disputará a Libertadores. O vice-presidente de futebol, Odorico Roman, até agora, não mostrou um desempenho compatível com o cargo. A velha cantilena da falta de recursos financeiros não pode mais servir de escudo para uma ação tão tímida na aquisição de reforços de qualidade. Os outros clubes brasileiros que participarão da Libertadores estão se mostrando bem mais ousados nas suas contratações. Se o Grêmio não modificar a sua postura quanto aos reforços, o único título ao seu alcance, em 2017, será o do Campeonato Gaúcho.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Retorno

Numa partida carregada de simbolismos, a Chapecoense fez, hoje, o seu retorno ao futebol, 52 dias depois do acidente aéreo em que morreram 19 jogadores do clube. O amistoso com o Palmeiras, na Arena Conda, terminou empatado em 2 x 2, mas isso pouco importa. A volta da Chapecoense aos gramados, num jogo em casa, diante da sua torcida, é o fato verdadeiramente relevante. O estádio, como não poderia deixar de ser, estava lotado. A emoção tomava conta do ambiente. Os três jogadores que sobreviveram ao acidente, Follmann, Neto e Alan Ruschel, estavam presentes. O radialista Rafael Henzel, outro sobrevivente do desastre, voltava a narrar um jogo da Chapecoense, pela emissora em que trabalha. A taça de campeã da Copa Sul-Americana foi entregue à Chapecoense. Familiares dos jogadores falecidos receberam medalhas. A dor pelas perdas sofridas no acidente permanece, mas a vida impõe que se siga em frente. A Chapecoense está de volta ainda ferida, mas com o estímulo de um futuro cheio de desafios pela frente.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Cem anos de samba

O dia de hoje marca o centenário do lançamento do disco "Pelo Telefone", composição de Donga e Mauro de Almeida, considerado o primeiro samba gravado no Brasil. Os cem anos de samba no Brasil merecem ser efusivamente festejados em todo o país. O samba sempre foi vítima do preconceito das pseudoelites brasileiras, mas está enraizado no gosto de camadas enormes da população, e exerce grande sedução nos estrangeiros. Ao longo do tempo, notáveis sambistas nos brindaram com magníficas composições. Nomes como Noel Rosa, Nélson Cavaquinho, Cartola, João Nogueira, Martinho da Vila, criaram clássicos do gênero. O samba possui várias vertentes. Há o samba-canção, o de enredo, o partido alto, o de breque, todos bons, dentro do seu estilo. Como expressa parte da letra de um clássico do gênero, quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé.

O pesadelo que se tornou realidade

Donald Trump tomou posse, hoje, como presidente dos Estados Unidos. O pesadelo que se tornou realidade é a melhor definição que se pode dar para esse fato. Trump é a expressão do que a política pode gerar de pior, pois é racista, xenófobo, machista e arrogante. Sua chegada ao poder representa um enorme retrocesso para a democracia de seu país, e é uma ameaça para o mundo. Mais uma vez, o estapafúrdio sistema americano, que se utiliza de um colégio eleitoral em vez da maioria simples de votos para eleger seu presidente, gera um resultado desastroso Trump teve menos votos totais que Hillary Clinton, mas venceu a eleição, repetindo o que ocorreu quando George Walker Bush se elegeu presidente, em detrimento de Al Gore. Na ocasião, Gore fez 500 mil votos a mais que o seu oponente, mas perdeu a eleição. Dessa vez, o descalabro foi ainda maior, pois Hillary Clinton fez três milhões de votos a mais que Trump. O exótico sistema eleitoral americano se sustenta na alegação de que busca evitar a escolha de um aventureiro ancorado no voto da maioria. Conversa fiada. O princípio que norteia um sistema como esse é o preconceito em relação às escolhas populares, o que põe por terra a ideia amplamente disseminada de que os Estados Unidos possuem a maior democracia do mundo. Tudo o que esse método consegue gerar é a eleição de energúmenos como George Walker Bush e Donald Trump, com consequências desastrosas para o mundo inteiro. Com a posse de Trump, convém se preparar para anos turbulentos e sombrios, dentro e fora dos Estados Unidos.

Carlos Alberto Silva

O Brasil perdeu hoje um dos seus grandes técnicos de futebol, Carlos Alberto Silva, que faleceu aos 77 anos. Ele era um ilustre desconhecido do grande público quando, em 1978, aos 38 anos, levou o Guarani de Campinas ao título de campeão brasileiro, o único de um clube do interior até os dias de hoje. Montou um time de grande qualidade, com destaques como o veterano volante Ze Carlos, os meias Renato "Pé Murcho" e Zenon, e um dos maiores centroavantes brasileiros de todos os tempos, Careca, então com apenas 17 anos. Depois dessa fulgurante aparição, Carlos Alberto Silva trabalhou em grandes clubes brasileiros como São Paulo, Cruzeiro, Palmeiras e Atlético Mineiro. Teve uma passagem exitosa pelo Porto, num raro caso de sucesso de um técnico brasileiro no exterior. Na Seleção Brasileira foi vítima de uma grande injustiça, pois fazia um trabalho muito bom que foi interrompido com a sua demissão após perder a disputa da medalha de ouro nas Olimpíadas de 1988, em Seul. Seu substituto, Sebastião Lazaroni, era de capacidade muito inferior, e levou a Seleção a um desempenho decepcionante na Copa do Mundo de 1990. Carlos Alberto Silva deixa uma trajetória digna e bem sucedida no futebol.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Suspeitas

A morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, ocorrida hoje na queda do avião em que viajava próximo a Paraty (RJ) despertou, imediatamente uma série de suspeitas. Muitos estão convencidos de que sua morte foi uma "queima de arquvo", pois Zavascki era o relator da Operação Lava-Jato no STF, e preparava-se para homologar a delação premiada de ex-executivos da construtora Odebrecht. O ministro pretendia, inclusive, antecipar o ato, do início de fevereiro para o final de janeiro. Com o falecimento de Zavascki, o processo sob sua guarda terá de ser redistribuído para outro membro da corte, ou ficará com o magistrado que vier a substitui-lo. Nesse último caso, seria uma situação extremamente conveniente para o presidente Michel Temer, que poderia postergar por um longo tempo a indicação do novo ministro, afora o fato que o nome escolhido deverá ser o de alguém afinado com os seus interesses, um dos quais é o de abafar a Lava-Jato. O Brasil vive um momento político muito delicado, e a morte de Zavascki, pelas suspeitas que desperta, contribui para colocar mais lenha na fogueira. Se a queda do avião não tiver sido um acidente, estaremos no pior dos quadros. Seria a confirmação de que o poder no país foi tomado por corruptos inveterados e criminosos. No Brasil dos tempos atuais nada é tão ruim que não possa piorar.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Solução modesta

Para quem alardeou que traria um "fazedor de gols", a contratação de Jael, hoje anunciada pelo Grêmio, é uma solução modesta. Afinal, Jael é um jogador rodado, de 28 anos, e cujo último clube, o Joinville, foi rebaixado para o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão. A contratação foi feita a pedido do técnico do Grêmio, Renato, que treinou Jael no Bahia. Seja como for, a média de gols de Jael ao longo da sua carreira é satisfatória. Diante de tantos nomes de jogadores estrangeiros que vem sendo especulados, todos eles quase anônimos, a vinda de Jael é uma opção por um jogador bastante conhecido no mercado brasileiro. Não é um nome capaz de empolgar a torcida, mas seus números são, no mínimo, razoáveis. Como jogador de grupo, poderá ser útil.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Exportando talentos

O futebol brasileiro, nos últimos anos, vem exportando talentos de forma constante, que saem do país ainda muito jovens. Sem conseguir competir com as fortunas pagas pelo futebol europeu, os clubes brasileiros perdem suas grandes revelações e, o que é pior, por quantias muito abaixo do que verdadeiramente valem. O midiático futebol da Europa obtém sua força usando esse expediente vil proporcionado pela globalização econômica, levando, ainda em tenra idade, os melhores jogadores não só do Brasil, mas também de outros países sul-americanos como Argentina, Uruguai, Colômbia e Peru. Valendo-se do seu poderio econômico, cumprimenta com o chapéu alheio. Algo precisaria ser feito para pôr fim nessa situação, que desequilibrou o futebol mundial. Porém, isso é improvável, pois a Fifa tem sua sede na Suíça , e desde a saída do brasileiro João Havelange do cargo, vem sendo presidida por europeus. Os presidentes da Fifa só levam em conta os interesses financeiros que giram em torno do futebol, pouco se importando com o que não se relacione com a possibilidade de obter muitos ganhos. A maior revelação do futebol brasileiro nos últimos anos, Gabriel Jesus, deixou o país com apenas 19 anos para jogar no Manchester City. Agora, Vinicius, grande talento surgido no Flamengo, de apenas 16 anos, já vem sendo assediado por clubes espanhóis e ingleses. Os clubes brasileiros, enquanto isso, tem repatriado veteranos para se reforçar. Não é a primeira vez que abordo o tema nesse espaço. Por certo, também não será a última. Não aceito passivamente esse descalabro. Algo precisa ser feito para modificar esse quadro. O dinheiro não pode ser o único balisador das relações, no futebol ou fora dele.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A volta de Felipe Massa

Confirmando o que já vinha sendo especulado, Felipe Massa retornou para a Fórmula 1. A volta de Felipe Massa ocorre menos de dois meses após o anúncio de sua despedida da categoria. Massa continuará na mesma equipe em que estava, a Williams, e o contrato será de apenas um ano. Massa só foi recontratado porque Valteri Bottas deixou a equipe e foi para a Mercedes. Como a Williams ficaria sem nenhum piloto experiente, trouxe Massa de volta. O acordo estava condicionado com a saída de Bottas. Se o piloto finlandês não fosse para a Mercedes, a contratação de Massa seria automaticamente desfeita. Não é um retorno grandioso, é é pouco provável que Massa obtenha bons resultados nas corridas. O lado bom do fato é de que o Brasil não ficará sem um representante na principal categoria do automobilismo mundial.

domingo, 15 de janeiro de 2017

A fase ruim de Guardiola

O meio futebolístico se caracteriza por despertar polêmicas e paixões em doses fartas. Também por idolatrias que, muitas vezes, tomam conta da imprensa. Esse é o caso do técnico espanhol Josep Guardiola. Seu trabalho no Barcelona fez com que muitos jornalistas o colocassem num pedestal, pois conquistou todos os títulos possíveis e imagináveis. Mais tarde, ao se transferir para o Bayern de Munique, continuou prestigiado, embora sem o mesmo desempenho. Agora, no Manchester City, Guardiola vive a sua pior fase como técnico. O seu time não consegue engrenar, os resultados ruins se sucedem. Tido por muitos como o melhor técnico do mundo, atualmente, Guardiola enfrenta seus primeiros revezes. Hoje, o Manchester City foi goleado pelo Everton por 4 x 0, em jogo válido pelo Campeonato Inglês. A expressão de Guardiola, sentado no seu reservado, era de total abatimento. A fase ruim de Guardiola talvez se explique pelo fato de que o Manchester City, embora dispondo de excepcional estrutura, não tem a grandeza histórica de Barcelona e Bayern de Munique. Nos seus dois clubes anteriores, Guardiola somou a sua capacidade com a vocação permanente para a conquista de títulos que eles reconhecidamente possuem. O Manchester City é um clube de poucas conquistas que subiu de patamar nos últimos anos, após ter sido adquirido pelo milionário russo Roman Abramovich. Dessa vez, Guardiola não tem o respaldo de uma camisa de peso, está num clube emergente. Precisa contar, fundamentalmente, com o próprio talento para que venha a obter êxito. Até agora, isso não tem se mostrado suficiente.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Urdidura maquiavélica

A cada dia fica mais evidente que o impeachment da presidente legitimamente eleita Dilma Rousseff foi um golpe, e que obedeceu a uma urdidura maquiavélica. Todas as peças vão se encaixando, demonstrando se tratar de uma ação orquestrada dos setores conservadores da sociedade, que foi cuidadosamente planejada. Não é coincidência, por exemplo, o fato de que o golpe tenha sido aplicado exatamente quando o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, foi alçado a condição de presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Afinal, durante o mandato do atual presidente do órgão poderia ser julgada a anulação da chapa Dilma-Temer. Caso a chapa fosse invalidada, o presidente ilegítimo Michel Temer teria de deixar o cargo. Gilmar Mendes, como se sabe, é um antipetista raivoso e um permanente aliado da direita em suas causas. O conluio ficou explicitado, para algum incauto que ainda tivesse dúvida, com a "carona" aérea que Michel Temer concedeu a Gilmar Mendes no avião presidencial em sua viagem para Portugal. Absurdamente, um réu e seu julgador compartilham o mesmo vôo, a convite do primeiro. O despudor da situação só evidencia o quanto os agentes golpistas estão confiantes de que ninguém lhes tirará as rédeas do poder, que obtiveram por meio de uma usurpação. Com o apoio dócil e indecente da grande mídia, os salteadores que se adonaram do governo federal se sentem à vontade para implantar sua agenda carregada de demofobia. Outra prova dessa ação premeditada foi a contrapartida exigida pelo governo federal para renegociar as dívidas do Rio Grande do Sul com a União, de que três estatais gaúchas, cujas vendas dependem de um plebiscito que as autorize, sejam privatizadas. Essa exigência vem a calhar para o governo do Estado, que deseja privatizar as empresas, pois serviria de chantagem sobre os deputados estaduais para que aprovem a emenda que dispensa a necessidade da realização de um plebiscito para a venda das mesmas. O golpe em curso na política brasileira é ainda mais vil que o da ditadura militar, pois ao contrário da explicitude daquele, se disfarça sob uma capa de normalidade institucional. O país está entregue a um grupo de corruptos da pior espécie, travestidos de governantes. As perspectivas para o futuro do Brasil, a curto e médio prazo, são muito sombrias.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Retorno tímido

O Grêmio apresentou-se hoje para o início dos trabalhos de 2017. Foi um retorno tímido. A base do time foi mantida, mas, até o momento, não foram feitas contratações significativas. Apenas três novos jogadores foram acrescentados ao grupo, nenhum capaz de gerar entusiasmo no torcedor. São eles os laterais direitos Leonardo Moura e Léo Gomes e o volante Michel, todos em nível de grupo. O tão falado "fazedor de gols" ainda não chegou, pois as contratações de Kaike e Gabriel Fernandez, depois de encaminhadas, foram desfeitas. As lacunas do time do Grêmio seguem sem serem preenchidas. Afora o tão necessário goleador que tanta falta faz, é incompreensível que um lateral esquerdo para ser titular ainda não tenha sido contratado. O Grêmio terá um calendário muito cheio em 2017, no qual se destaca a Libertadores. Porém, sem agregar qualidade ao seu time, não poderá ambicionar grandes conquistas. As poucas contratações feitas são apostas. Para conquistar grandes títulos é preciso muito mais do que isso.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O inchaço da Copa do Mundo

A Copa do Mundo, a partir de 2026, terá 48 seleções. A duração da competição, de um mês, é o número máximo de sete jogos para quem chegar até a fase decisiva da disputa não sofrerão alteração. O inchaço da Copa do Mundo, no entanto, não é positivo para o futebol, ainda que isso não implique numa ampliação do tempo de sua realização. O aumento no número de participantes levará a um aviltamento do nível técnico da Copa. A justificativa de que é preciso dar chance a um maior número de seleções de participar de uma Copa do Mundo encobre as verdadeiras razões, que são políticas e econômicas. Políticas porque compra a simpatia de africanos e asiáticos, que poderão retribuir com votos em futuras eleições da Fifa, e econômicas porque o futebol tornou-se um grande negócio e é preciso incentivar sua expansão por todos os cantos do Mundo. A contínua expansão do número de participantes da Copa, iniciada a partir de 1982, não é positiva tecnicamente. A medida tomada pela Fifa só demonstra, de forma clara, que, no futebol atual, os interesses financeiros estão em primeiro lugar.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O abandono do Maracanã

O Brasil transformou-se, nos últimos meses, no país dos horrores, onde, a cada dia, novos fatos chocantes vão chegando ao conhecimento público. Esse quadro tende a anestesiar as pessoas, tantos são os acontecimentos negativos, mas alguns deles ainda causam espanto. O abandono do Maracanã se enquadra nessa situação. Como pode um estádio que é um símbolo e uma atração turística do país ser deixado indefeso à ação de vândalos? Um estádio que sofreu várias reformas nos últimos 25 anos, que sediou duas decisões de Copa do Mundo, que recebeu as cerimônias de abertura e de encerramento de uma Olimpíada é entregue a própria sorte pela indefinição de quem é o responsável pela sua manutenção! Para qualquer pessoa dotada de bom senso, era perceptível que a entrega dos grandes estádios públicos brasileiros ao controle de consórcios privados não daria certo. Estádios dificilmente dão lucro, que é o grande objetivo da iniciativa privada. O consórcio que assumiu a administração do Maracanã desistiu do negócio. O governo do Estado do Rio de Janeiro não quer o retorno do controle do estádio. Uma proposta que circula há algum tempo é a de que os clubes assumam a administração do Maracanã. Porém, enquanto isso não é decidido, o estádio vai se deteriorando. O Maracanã já foi o maior estádio do mundo, o que era motivo de justo orgulho do povo brasileiro. Na última reforma que sofreu, teve sua capacidade drasticamente diminuída, o que o descaracterizou. Agora, vem a receber mais um rude golpe. O Maracanã e o futebol brasileiro não merecem isso. Seja qual for a solução encontrada, é preciso preservar o mítico estádio.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Premissa falsa

Como se sabe, ao se partir de uma premissa falsa, se chegará a uma conclusão equivocada. Esse parece ser o caso do Grêmio. O clube ganhou a Copa do Brasil de 2016, é verdade, mas isso está longe de representar que possua um grande time. Cabe lembrar que o Grêmio ingressou na competição a partir das oitavas de final. Com isso, disputou, até o jogo do título, apenas oito partidas. Foram quatro vitórias, três empates e uma derrota, uma campanha não mais que razoável. Na verdade, para poder ambicionar outros títulos, como os do Campeonato Brasileiro e da Libertadores, o Grêmio precisaria encorpar significativamente o seu time, acrescentando quatro ou cinco novos titulares. A diretoria do clube parece não pensar assim. Aparentemente convencida de que o Grêmio possui um time muito bom, mostra-se letárgica nas contratações. Até agora, só confirmou uma, modesta, a do volante Michel, do Atlético Goianiense. As especulações de novos contratados giram em torno de apostas, como o atacante uruguaio Gbriel Fernandez,  do Racing (URU), ou um veteraníssimo jogador como Leonardo Moura, de 37 anos, que está sem clube depois que deixou o Santa Cruz, que foi rebaixado no Brasileirão. A letargia do Grêmio contrasta com a movimentação de clubes como o Palmeiras, por exemplo, que empilha novas contratações. A diferença de recursos financeiros em favor do clube paulista é um argumento a ser considerado, mas se o Grêmio tiver a ambição de ser campeão da Libertadores, competição que também terá a participação do Palmeiras, vai precisar acrescentar muito mais qualidade ao seu time.

sábado, 7 de janeiro de 2017

Cortes

Realizar cortes de gastos parece ser a única preocupação dos políticos de direita. Em nome da propalada "austeridade", os administradores neoliberais negam a existência de recursos para as mais diversas finalidades. O novo prefeito de Porto Alegre, Nélson Marchezan Júnior, por exemplo, declarou que não há dinheiro para que seja repassada a verba da prefeitura para o Carnaval. Um anúncio desse tipo às vésperas da realização dos desfiles carnavalescos praticamente os inviabiliza. A parcela numerosa de imbecis que apoia esse tipo de atitude haverá de dizer que num país com sérios problemas em áreas essenciais como saúde e segurança não se pode gastar dinheiro público com Carnaval. Esse discurso é falso na sua essência, e extremamente hipócrita. Afinal, a "austeridade" nos gastos, sempre que aplicada, nunca trouxe melhorias nos serviços ofertados à sociedade, pelo contrário, apenas os precarizou. Depois do governador José Ivo Sartori iniciar o processo de destruição do Rio Grande do Sul, agora é Porto Alegre que viverá a mesma situação com Nélson Marchezan Júnior. Há um ditado que expressa que quem corre por gosto não cansa. Os eleitores do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre não irão esquecer disso por um longo tempo.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Apelando para os veteranos

O futebol brasileiro segue exportando suas grandes revelações ainda em tenra idade, e apelando para os veteranos quando quer se reforçar. O Palmeiras é um exemplo claro disso. Vendeu Gabriel Jesus, uma revelação fulgurante, de apenas 19 anos, para o Manchester City, e contratou Felipe Melo e Michel Bastos, ambos de 33 anos. O clube já havia adquirido outro veterano, o meia Guerra, de 31 anos, venezuelano que jogava no Nacional de Medellín. No grupo de jogadores do clube paulista já estavam Ze Roberto, de 42 anos, Fernando Prass, de 37, e Alecsandro, de 35. Os demais clubes brasileiros seguem pelo mesmo caminho. O Cruzeiro trouxe Thiago Neves, de 31 anos. O Flamengo contratou Conca, de 33 anos. Todos os jogadores citados são de boa qualidade, e tiveram grandes momentos em suas carreiras, mas dificilmente poderão reproduzir o que já fizeram no mesmo nível, pois a idade cobra o seu preço. Porém, diante da crônica falta de recursos dos clubes brasileiros, essa política de contratações deverá prosseguir por um bom tempo, ainda. Para assistir às revelações, o torcedor brasileiro terá que continuar recorrendo ao aparelho de tevê.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Desacerto benéfico

A divulgação feita hoje pelo Grêmio de que desistiu da contratação do atacante Kayke é o que se pode chamar de um desacerto benéfico. Ele tem 28 anos e marcou poucos gols em sua carreira. Nada indica de que seria um bom reforço para o Grêmio. As divergências contratuais que levaram a não concretização do negócio constituem uma forma transversa de corrigir um equívoco. A lentidão do Grêmio na aquisição de reforços inquieta a sua torcida, mas não se pode contratar sem critério. O time do Grêmio precisa de reforços de qualidade para poder ambicionar a conquista de grandes títulos. Não será com jogadores do porte de Kayke que irá melhorar seu nível técnico.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

A morte de uma pioneira

O falecimento da atriz Vida Alves, ocorrido ontem, representa a morte de uma pioneira. Seu nome não é muito conhecido pelas novas gerações, mas ela tem um lugar cativo na história da tevê brasileira. Vida Alves foi a atriz do primeiro beijo em uma novela. Seu par na cena foi Walter Forster, na novela "Sua Vida Me Pertence", da extinta TV Tupi, em 1951. Ela também daria o primeiro beijo em outra mulher, dividindo a a cena com Geórgia Gomide. Numa época marcada pelo conservadorismo e pelo falso moralismo, Vida Alves desafiou tabus. Foi uma das fundadoras da Associação dos Pioneiros e Incentivadores da Televisão Brasileira. Sua última novela foi em 1969. Em meados dos anos 70, aposentou-se, mas seguiu sempre ligada à preservação da memória da televisão brasileira. Merece ser lembrada por sua contribuição a uma das grandes paixões do país, a novela de tevê.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O começo de um desafio

Com a posse, hoje, de seu novo presidente, Marcelo Medeiros, o Inter prepara-se para o começo de um desafio. Afinal, pela primeira vez em sua história, o clube irá disputar o Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Para um clube que se autoproclama como o "campeão de tudo", exaltava sua condição de de jamais ter caído, e que não se cansava de frisar que seu maior rival, o Grêmio, já tinha sido rebaixado duas vezes, a queda para a Segunda Divisão é um golpe difícil de ser assimilado. Para deixar seu torcedor ainda mais inseguro, o Inter, ainda que não vá ter perda de receita com a queda, está sinalizando para a formação de um time sem contratações de impacto. Seu novo técnico, Antônio Carlos Zago, é uma aposta. A única contratação confirmada, até agora, é a de um jogador modesto, Roberson, do Juventude. As demais cogitações de reforços também são de jogadores menos badalados, ou emergentes. O Inter não deverá ter maior dificuldade para voltar à Primeira Divisão. Com o time que irá montar, no entanto, dificilmente poderá sonhar com a conquista de competições de maior nível, como a Copa do Brasil, por exemplo.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

A volta do futebol

O futebol profissional só irá retornar das férias no dia 11, mas hoje à bola já voltará a rolar no país com o início da tradicional Copa São Paulo de Futebol Júnior. A competição está muito inchada, com 120 clubes divididos em 30 grupos, mas segue sendo uma referência na revelação de jogadores. A Copa São Paulo, por iniciar logo no segundo dia do ano e se encerrar quando os clubes ainda estão em pré-temporada, é sempre um bom aperitivo para o torcedor. O número elevado de participantes, recorde absoluto na história da competição, dificilmente resultará em surpresas no final. Os candidatos ao título são os clubes mais tradicionais e com maior número de conquistas na disputa, como Corinthians e Fluminense, por exemplo. Para os que não aguentavam mais a ausência de jogos nos gramados do país, é uma boa alternativa de aquecimento para as principais competições do ano.

domingo, 1 de janeiro de 2017

A posse dos prefeitos

Hoje foi o dia da posse dos prefeitos que foram eleitos em outubro de 2016. Não há nenhuma razão para entusiasmo com esse fato. Em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba os novos prefeitos representam o pior que a política brasileira produz. No Rio de Janeiro, quem assume é Marcelo Crivella, "bispo" da Igreja Universal do Reino de Deus. Nada pode ser pior que o obscurantismo dos evangélicos dirigindo a Cidade Maravilhosa. Em São Paulo, o prefeito que irá administrar pelos próximos quatro anos é João Doria Júnior, cujo discurso de campanha é de que ele não é um político. O novo prefeito de Porto Alegre, Nélson Marchezan Júnior, segue o receituário neoliberal de seu partido, o PSDB, que só gera mais crise e falta de perspectivas para a população. Rafael Greca, que irá administrar Curitiba, chegou a declarar que não gosta de cheiro de pobre. Com raras e honrosas exceções, o panorama nos diversos municípios do país não é muito melhor. A política no Brasil, atualmente, é marcada pelo desencanto. Os prefeitos que tomaram posse hoje não deverão colaborar em nada para que esse quadro se altere.