segunda-feira, 30 de junho de 2014

Dificuldades

Os favoritos dos jogos de hoje pela Copa do Mundo enfrentaram dificuldades, mas acabaram confirmando suas classificações para as quartas de final. No primeiro jogo do dia, a França venceu a Nigéria, por 2 x 0, no Mané Garrincha. A Nigéria opôs grande resistência, e o primeiro tempo terminou em 0 x 0. Porém, no segundo tempo, a melhor qualidade da França acabou por se impor. As seleções favoritas tem encontrado forte resistência de seus adversários menos conceituados, mas tem conseguido ir adiante na Copa, o que garante muita emoção para as fases mais decisivas, com grandes confrontos entre gigantes da história da competição. Uma dessas seleções gigantes, a Alemanha, foi a ganhadora do segundo jogo do dia. A Alemanha venceu a Argélia por 2 x 1, no Beira-Rio, mas o resultado só foi estabelecido na prorrogação. No tempo normal, houve empate em 0 x 0, e se uma vencedora houvesse, por merecimento, deveria ser a Argélia. Explorando as fragilidades defensivas da Alemanha, a Argélia perdeu várias chances de gol. Logo início da prorrogação vei o castigo, com a Alemanha abrindo o placar. No final, com as duas equipes pregadas em campo, a Alemanha fez seu segundo gol e, quando ninguém esperava mais nada, a não ser o final da partida, a Argélia descontou. Não houve tempo para uma reação que levasse a decisão para os tiros livres da marca do pênalti. Com os resultados de hoje, duas candidatas ao título terão de medir forças já nas quartas de final. França e Alemanha se enfrentarão na sexta-feira, num jogo que tem tudo para ser memorável. O futebol apresentado pela França, até aqui, foi mais consistente, mas a Alemanha, com sua obstinação característica, não pode ser menosprezada.

domingo, 29 de junho de 2014

Classificação épica

A Costa Rica continua cometendo façanhas na Copa do Mundo. Ao empatar em 1 x 1 com a Grécia no tempo normal, hoje, na Arena Pernambuco, enfrentou uma prorrogação com um jogador a menos e a equipe fisicamente esgotada, mas conseguiu vencer por 5 x 3 nos tiros livres da marca do pênalti. Com isso, obteve uma histórica e inédita classificação para as quartas de final da Copa do Mundo. Obviamente, a favorita para o jogo é a Holanda, mas, para quem ficou em primeiro lugar no "grupo da morte" e ainda está invicta na competição, nada é impossível. Seja como for, a Costa Rica, apontada, antes da Copa, como uma "turista", já marcou sua presença de forma gloriosa na competição. No jogo de hoje, talvez não precisasse passar por tanto sofrimento, não fosse o excessivo rigor da arbitragem, que expulsou Duarte aos 20 minutos do segundo tempo. Tendo ficado com um homem a menos, a Costa Rica foi fortemente pressionada pela Grécia, tentou resistir, mas levou um gol no final do jogo. Ainda assim não se abateu, e obteve uma classificação épica. A Costa Rica é, sem dúvida, a mais simpática surpresa da Copa.

Erro fatal

O México teve a chance de igualar as suas duas melhores campanhas em Copas do Mundo, chegando às quartas de final, o que só conseguiu nas duas vezes em que sediou a competição. Foi derrotado por 2 x 1 pela Holanda, de virada, hoje, no Castelão, num jogo em que vencia quando a partida já se aproximava do final. Porém, o México não pode se considerar um azarado. O resultado não expressa uma injustiça, e sim um erro fatal cometido por seu técnico, Miguel Herrera. Ele sacou, já aos 15 minutos do segundo tempo, o autor do gol que dava a vitória parcial para a sua equipe, Giovani dos Santos, optando por uma postura defensiva, visando manter o placar. Não se faz isso, impunemente, com uma equipe do nível da Holanda. Caso o jogo fosse para a prorrogação, é provável que o México tivesse vantagem, pois o calor causticante de Fortaleza castiga muito mais os europeus. No entanto, nem isso foi possível. Ao sofrer o gol de empate, ficou que evidente que o México não resistiria a pressão final da Holanda, o que acabou se confirmando. Afora a sua frustração, o México também influiu decisivamente no desenrolar da Copa. Se eliminasse a Holanda, tiraria do caminho uma das grandes candidatas ao título e disputaria com a Costa Rica um lugar nas semifinais. Agora, com a Holanda tendo se classificado, é difícil imaginar que ela não seja uma das semifinalistas, ou seja, o México tornou mais dura a vida dos demais postulantes ao título. O erro cometido por Miguel Herrera é recorrente entre os técnicos, que insistem em querer sustentar uma vantagem mínima, atraindo o adversário para o seu campo, quase sempre com terríveis consequências. Mesmo que seja uma atitude reiteradamente fracassada, eles insistem em praticá-la.

sábado, 28 de junho de 2014

Confirmação

A vitória da Colômbia sobre o Uruguai, por 2 x 0, hoje, no Maracanã, apenas confirmou as expectativas que se tinha em relação ao resultado do jogo. A Colômbia é uma equipe melhor e mais jovem que a do Uruguai. Afora isso, a punição de Luiz Suarez privou o Uruguai de seu melhor jogador, e abalou psicologicamente a equipe. A campanha da Colômbia na Copa do Mundo, até aqui, é excelente. Ganhou as quatro partidas que jogou, e tem o goleador da competição, até o momento, James Rodriguez, com cinco gols. Por sinal, ele foi eleito pela Fifa o melhor jogador da primeira fase da Copa. O Uruguai, por sua vez, despediu-se da Copa do Mundo com duas vitórias e igual número de derrotas. Enquanto na Colômbia brilham nomes como os de James Rodriguez e Cuadrado, no Uruguai estrelas como Cavani e Diego Forlán nada mostraram. Cavani, inexplicavelmente, não foi nem sombra do que é no Nápoli, e Diego Forlán, melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, perdeu a batalha para a idade avançada. Por tudo que vem mostrando, a Colômbia será uma adversária duríssima para a Seleção Brasileira, nas quartas de final. Diante de uma equipe tão qualificada, a Seleção terá de melhorar muito o seu futebol. A Seleção tem um retrospecto histórico infinitamente superior ao da Colômbia, mas isso não ganha jogo. Se não melhorar substancialmente o seu desempenho, a Seleção verá acontecer, contra a Colômbia, o que quase ocorreu contra o Chile: a eliminação prematura da Copa do Mundo.

Um filme de terror

A expressão que serve de título a esse texto está longe de ser original, mas define bem o que foi o jogo Seleção Brasileira 1 x 1 Chile, vencido pela equipe da casa por 3 x 2 nos tiros livres da marca do pênalti, hoje, no Mineirão. Foi, mesmo, um filme de terror. A Seleção saiu na frente com um gol contra que foi atribuído a David Luiz, mas, pouco depois, numa falha de seu sistema defensivo, sofreu o empate e, a partir daí, desandou. O futebol da equipe brasileira piora a cada jogo. O meio de campo inexiste, obrigando a defesa a fazer a ligação direta com o ataque, dando chutões. Alguns jogadores estão em péssima fase. O exemplo mais gritante é Daniel Alves, cuja permanência como titular é incompreensível. Oscar é um fantasma em campo, simplesmente não é percebido. Marcelo, jogador de técnica exuberante, em nada lembra as excelentes atuações de outros tempos. Fred continua pouco participativo. O Chile confirmou ter uma boa equipe, talvez a melhor com que já disputou uma Copa do Mundo. Até por isso, dessa vez não perdeu para a Seleção como nas três ocasiões anteriores em que se enfrentaram em Copas. Para tornar o filme de terror dos brasileiros ainda mais assustador, o Chile chutou uma bola no travessão quando faltavam dois minutos para o fim da prorrogação. Nos tiros livres da marca do pênalti, a aflição continuou. pois das cinco cobranças de cada equipe, a Seleção errou duas, e o Chile, três. No final, alívio generalizado entre os brasileiros, mas uma insegurança muio grande em relação ao que vem pela frente. Com o futebol que está jogando, a Seleção não dá confiança de que possa ser campeã. Parece, apenas, estar postergando uma eliminação.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sem espaço para tropeços

Hoje, foi o primeiro dia sem jogos da Copa do Mundo. Em exatos 14 dias foram realizados 48 jogos. Um delicioso banquete de jogos em que, nas duas primeiras rodadas, era possível assistir três partidas por dia na televisão. A fase classificatória se foi, e com ela 16 das 32 seleções que iniciaram a Copa deixaram a competição. Depois de um dia de descanso, amanhã tudo recomeça e, dessa vez, sem espaço para tropeços. Cada um dos jogos pelas oitavas de final, a serem realizados nos próximos quatro dias, determinará a eliminação de mais oito seleções. Para mexer ainda mais como os corações de todo o país, a Seleção Brasileira fará o primeiro desses jogos decisivos, amanhã, contra o Chile, às 13 horas. Por sua grandeza, e pelo histórico do confronto entre as duas seleções em Copas do Mundo, afora o fato de jogar em casa, a Seleção é favorita, mas qualquer descuido, numa partida que decide a continuidade na Copa, pode ser fatal. Será um jogo tenso, e todos os demais, daqui para a frente, o serão. Até aqui, a Copa teve um excelente futebol e uma alta média de gols. Agora, no entanto, o nervosismo próprio de jogos tão decisivos deverá fazer com que a competitividade se sobreponha ao futebol mais plástico. Seja como for, o que já era bom tende a ficar ainda mais empolgante. A Copa é um espetáculo ímpar, e só ocorre a cada quatro anos. Vê-la realizada em nosso país, depois de longos 64 anos, é um imenso privilégio. Aproveitemos, portanto. Daqui a pouco, a Copa acaba e, por certo, deixará uma enorme saudade.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Punição justa

A punição imposta pela Fifa ao jogador Luís Suarez, da seleção do Uruguai, foi justa. Morder um adversário é um ato antiesportivo intolerável, e, no caso de Suarez, ele já o praticou por três vezes. Dessa forma, as várias sanções impostas, suspensão de nove jogos oficiais da Fifa mais quatro meses afastado de qualquer atividade relacionada ao futebol, sem sequer poder frequentar estádios, e uma multa equivalente a R$ 250 mil, estão longe de serem demasiadas. Para quem tem, repetidamente, um comportamento tão reprovável, que inclui, também, ofensas racistas a um adversário negro, até o banimento definitivo do esporte não seria um exagero. Claro, não faltam aqueles que acham que a Fifa foi drástica demais, que o Uruguai foi injustiçado por ficar sem seu melhor jogador, que mais uma vez um país pequeno e pouco influente foi vitimado pela ação dos poderosos. Nada disso. Suarez é um grande jogador, mas apresenta um evidente desequilíbrio psicológico. Relevar sua atitude em nome dos interesses do espetáculo seria uma atitude inominável. A punição priva a Copa do Mundo de um dos seus grandes destaques, e deixa o Uruguai sem seu principal jogador, mas era indispensável. Uma medida ruim para o Uruguai, mas benéfica para o futebol.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O privilégio de ver Messi ao vivo

O jogo Nigéria 2 x 3 Argentina, hoje, no Beira-Rio, proporcionou um raro privilégio para os gaúchos:assistir Messi ao vivo. Messi não é o atual detentor do título de melhor jogador do mundo, e sim Cristiano Ronaldo, mas ganhou o prêmio nas quatro edições anteriores. Só não venceu da última vez por força de lesões que atrapalharam o seu rendimento. Mesmo assim , não resta dúvida de que é melhor que o astro português, embora ele também seja um jogador excepcional. Nem bem o jogo havia começado, aos dois minutos do primeiro tempo, e Messi já brindava o público com um belo gol. A Nigéria empataria um minuto depois, mas Messi, pouco antes do intervalo, fez um golaço de falta e colocou a Argentina, novamente, na frente do placar. Houve um novo empate da Nigéria, a Argentina fez o terceiro gol e, então, com a vitória garantida, Messi foi poupado, saindo aos 20 minutos do segundo tempo. Enquanto esteve em campo, mostrou porque é considerado, independentemente de um ano eventualmente ruim como 2013, o melhor jogador em atividade no mundo. Mais uma vez, a exemplo dos outros dois jogos da Argentina, até aqui, na competição, Messi foi decisivo. Com seus quatro gols, divide a artilharia da Copa do Mundo com Neymar, outro jogador que está desequilibrando as partidas em favor de sua equipe. As pessoas que foram ao Beira-Rio para ver Messi não tiveram nenhuma frustração. Suas expectativas foram plenamente correspondidas. Há quem diga que foi sua melhor partida com a camisa da Argentina. Bom para mim e todos os demais que estiveram no estádio, que puderam se deleitar com seu futebol magnífico.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Uma festa das Américas

A Copa do Mundo está se transformando numa festa das Américas. Entre os classificados para as oitavas de final estão sete seleções da Américas do Sul, Central e do Norte, podendo chegar a nove. Por outro lado, várias equipes europeias já deram adeus à competição, entre elas três campeãs mundiais, Itália, Espanha e Inglaterra. Com isso, comprova-se a força do fator local no resultado das Copas. Nas Copas realizadas, até hoje, na Europa, só uma vez uma equipe de fora do continente foi campeã: a Seleção Brasileira, em 1958, na Suécia. Porém, nas Copas realizadas nas Américas do Sul e do Norte, as seleções campeãs sempre foram americanas, sem exceção. Não se sabe, ainda, é claro, quem será a campeã da Copa do Mundo de 2014, e Holanda e França aparecem como grandes candidatas, com a Bélgica podendo surpreender, mas é inegável que a Seleção Brasileira, por jogar em casa e ter Neymar fazendo a diferença, a Argentina, que conta com Messi, o Uruguai com sua proverbial garra e a Colômbia com um futebol de alto nível, aparecem como sérias postulantes ao título. O clima quente e úmido da maioria das sedes da Copa pode estar tendo sua influência, mas, na verdade, o que está fazendo a diferença em prol dos americanos é o bom futebol praticado dentro de campo. Ao contrário da decadente Espanha, da limitada Itália e da sempre decepcionante Inglaterra, as seleções das Américas contam com nomes como os já referidos Neymar e Messi, James Rodriguez, da Colômbia, Luis Suárez, do Uruguai, e Campbell, da Costa Rica. Eles tem sido o fator de desequilíbrio em favor de suas equipes. Resta aos não menos brilhantes Robben e Van Persie, da Holanda, e Benzema, da França, tentarem estragar essa celebração americana.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Ainda longe do ideal

A Seleção Brasileira goleou Camarões por 4 x 1, hoje, no Mané Garrincha, mas sua produção ainda está longe do ideal. O primeiro gol veio cedo, com Neymar, mas a Seleção chegou a ceder o empate para Camarões e a sofrer pressão do fraquíssimo adversário, que teve vários escanteios a seu favor. Daniel Alves falhou feio na jogada que culminou com o gol de Camarões, e sua condição de titular é, cada vez mais, incompreensível. Neymar, mais uma vez, foi o diferencial, marcando dois gols, e se tornando, por enquanto, o artilheiro isolado da Copa do Mundo. O primeiro tempo da Seleção foi bastante modesto, apesar da vitória parcial de 2 x 1. No segundo tempo, a equipe cresceu de produção, a partir da entrada, na volta do intervalo, de Fernandinho no lugar de Paulinho. A troca, mais tarde, de Hulk por Ramires, também foi positiva. A boa atuação e o fato de ter marcado o último gol do jogo, devem garantir a titularidade para Fernandinho, pois Paulinho, novamente, não foi bem. Fred marcou um gol, mas sua atuação, ao longo da partida, foi discreta. O grande trunfo da Seleção tem sido Neymar. Ele tem sido o fator de desequilíbrio quando a Seleção não encontra as soluções dentro de campo. Classificada em primeiro lugar no seu grupo, a Seleção irá, agora, pela terceira vez na história, jogar contra o Chile nas oitavas de final. A derrota, nesse jogo, significará a eliminação da Copa. Mesmo que o Chile possua uma boa equipe, a Seleção deverá ir para as quartas de final. A partir daí, no entanto, será preciso que a Seleção mostre um futebol bem mais consistente para poder prosseguir na competição.

domingo, 22 de junho de 2014

Agradável surpresa

Uma agradável surpresa. Assim foi o jogo Coreia do Sul 2 x 4 Argélia, hoje á tarde, no Beira-Rio. Dentre todos os cinco jogos que Porto Alegre abrigará durante a Copa do Mundo, esse parecia, de longe, o mais fraco. Porém, o estádio recebeu um grande público, a exemplo dos dois jogos realizados anteriormente, e a partida foi intensamente disputada e com muitos gols, certamente agradando a quem esteve no Beira-Rio. Numa Copa de excelente média de gols e de muito bom nível técnico, chama a atenção o fato de que grandes favoritos estão devendo futebol, casos de Brasil e Argentina, e equipes pouco cotadas estão fazendo boas campanhas, como Costa Rica e Argélia. O jogo foi, fora do gramado, uma festa, como tem sido as partidas da Copa. Ao contrário dos jogos anteriores em Porto Alegre, esse reuniu povos de culturas muito diferentes das que estamos acostumados, o que o tornou ainda mais interessante. Ainda que os jogos não fossem bons, a Copa já valeria a pena por ser uma grande festa dos povos, um encontro multicultural singular. Num país com vocação para a celebração e a alegria, como é o caso do Brasil, a Copa se torna um acontecimento ainda mais especial. Dentro e fora de campo, a Copa do Mundo de 2014 é um sucesso, e quem apostou no contrário fracassou rotundamente.

sábado, 21 de junho de 2014

A vida difícil dos favoritos

Está difícil a vida das seleções cotadas, antes da Copa do Mundo, como favoritas para vencer a competição. Em princípio, os quatro maiores candidatos ao título eram Brasil, Alemanha, Espanha e Argentina. Nenhum deles, no entanto, confirmou, até o momento, essa impressão. A Seleção Brasileira venceu a Croácia sem convencer, e com a ajuda da arbitragem, na primaria rodada. No segundo jogo, não passou de um empate em 0 x 0 com o México, com uma atuação fraca. A Alemanha, depois de golear Portugal no primeiro jogo, não passou, hoje, de um empate em 2 x 2 com Gana, numa partida em que merecia ter perdido. A Espanha, num vexame para quem á a atual campeã do mundo, foi eliminada já na segunda partida. Por sua vez, a Argentina foi a única das quatro seleções mais cotadas a vencer os dois jogos que fez até aqui, mas com um futebol pobre. Hoje, por exemplo, ganhou de 1 x 0 do Irã, com um gol aos 46 minutos do segundo tempo. A Argentina, do mesmo modo que no jogo contra a Bósnia-Herzegovina, precisou do talento individual de Messi para alcançar a vitória, e o Irã não merecia a derrota. Em contrapartida, seleções que não eram tidas como candidatas preferenciais ao título, como França e Holanda, já se inscrevem como aspirantes à conquista. Afora isso, o inesperado desempenho da Costa Rica, que venceu os seus dois jogos e já está classificada para as oitavas de final, confirma essa como uma Copa de agradáveis surpresas e ótimo futebol. Ao contrário das últimas edições da competição, que apresentaram pouco brilho dentro dos gramados, a Copa do Mundo de 2014 tem tudo para deixar saudade também por sua qualidade.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Façanha notável

Não bastassem todos os encantos dessa competição inigualável que é a Copa do Mundo, ela nos proporciona, vez por outra, fatos como a façanha notável da Costa Rica, que venceu Uruguai e Itália e já está classificada para as oitavas de final antes mesmo de terminada a primeira fase. Incluída no chamado "grupo da morte", junto com três seleções campeãs mundiais, as já citadas Uruguai e Itália mais a Inglaterra, a Costa Rica era considerada como candidata a "saco de pancadas" da competição. Contrariando todas as expectativas, a Costa Rica estreou ganhando, de virada, do Uruguai, por 3 x 1, e, hoje, na Arena Pernambuco, venceu a Itália por 1 x 0, placar que só não foi maior devido à péssima arbitragem do chileno Enrique Osses, que, no minuto anterior ao gol, deixou de marcar um pênalti claro em seu favor e lhe prejudicou em vários lances durante o jogo. A Costa Rica é um pequeno país, de apenas 4,5 milhões de habitantes. Pela segunda vez consegue se classificar para as oitavas de final de uma Copa do Mundo, depois de derrotar duas seleções que, somadas, ganharam seis títulos mundiais. Um grande feito, que reafirma o futebol como o mais apaixonante dos esportes, o que mais adeptos reúne em todo o mundo. Afinal, só o futebol proporciona acontecimentos desse tipo. Nos demais esportes, coletivos ou individuais, os favoritos ganham quase sempre. No futebol, ainda que haja uma lógica preponderante, por vezes o menos cotado se supera, e recebe, dos seus torcedores e dos amantes em geral desse esporte, reconhecimento e admiração.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Os 70 anos de Chico Buarque

O dia de hoje marca mais uma data "redonda", a dos 70 anos de Chico Buarque de Holanda. Uma data que não pode passar em branco, mesmo que eclipsada pelo assunto dominante do momento, a Copa do Mundo. Chico é um dos mais inspirados compositores brasileiros, ao mesmo tempo refinado e popular. Criou algumas das mais belas obras da música popular brasileira, só ou em parceria. Seus parceiros, aliás, também são nomes de primeira grandeza, como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Francis Hime e Edu Lobo. Músicas como "A Banda", "Carolina", "Trocando em Miúdos", "Tatuagem", "Atrás da Porta", "Olhos nos Olhos", "O Meu Amor", "O que Será", "Meus Caros Amigos", "Homenagem ao Malandro", "Bye Bye Brasil", "Beatriz", "Vai Passar", "Construção", entre tantas outras, colocam Chico como um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos. Nos últimos anos, tem se dedicado mais a literatura. Seu disco mais recente, lançado em 2011, depois de um longo intervalo, teve boa acolhida da crítica, mostrando que o seu talento continua intacto. Tímido, avesso às entrevistas, Chico, no entanto, se comunica através de suas letras, sempre inspiradas. Nos 70 anos de Chico Buarque, nós é que estamos de parabéns pelo privilégio de poder fruir a obra de um compositor de tão alto nível.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Vexame histórico

A derrota da Espanha por 2 x 0 para o Chile, hoje, no Maracanã, é um vexame histórico. Atual campeã mundial, e bicampeã europeia, a Espanha já está eliminada da Copa do Mundo, mesmo ainda faltando uma rodada para terminar a primeira fase. A goleada de 5 x 1 para a Holanda, na estreia, já dava indícios do que hoje se confirmou, isto é, o ciclo dessa equipe multicampeã chegou ao fim. Para continuar a frequentar o grupo das melhores seleções, a Espanha terá de empreender uma intensa renovação. Menos mal que a Espanha é a atual bicampeã europeia sub-21, o que indica que os novos valores tão necessários estão sendo revelados. Porém, isso é o futuro. No momento, o que resta para a Espanha é uma despedida melancólica da Copa, contra a Austrália, outra equipe que já está eliminada, na Arena da Baixada. Um anticlímax para quem chegou ao Brasil como uma das favoritas para o título.

Agradável surpresa

O jogo Austrália 2 x 3 Holanda, hoje, no Beira-Rio, foi uma agradável surpresa. Esperava-se, depois da estreia das duas equipes na Copa do Mundo, que fosse um jogo fácil para a Holanda. Afinal, a Holanda havia goleado a Espanha, atual campeão mundial, por 5 x 1. A Austrália, por sua vez, tinha sido derrotada pelo Chile por 3 x 1. O que se viu em campo contrariou todas as expectativas. Mostrando-se audaciosa, a Austrália ameaçou a Holanda desde o início do jogo. Mesmo após sofrer o primeiro gol, não se intimidou, e empatou logo a seguir com um golaço  de Cahill, o mais bonito da Copa, até agora. Chegou a passar a frente no marcador, sofreu o empate, e mantinha o jogo em condições de igualdade com a Holanda, até ser vitimada por um frango de seu goleiro. Numa bela tarde de sol que amenizava o frio que se fazia sentir em Porto Alegre, o Beira-Rio abrigou um dos melhores jogos da Copa até aqui, com uma magnífica festa proporcionada pelas duas torcidas. Em termos de destaques individuais no jogo, Robben e Van Persie repetiram o alto nível de suas atuações contra a Espanha, e a Holanda confirmou que é uma séria candidata ao título da Copa, o que não se cogitava antes do início da competição. Por outro lado, a Austrália, depois de um primeiro jogo fraco, foi eliminada já no segundo, mas deixou uma boa impressão na partida de hoje.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Atuação pífia

A atuação da Seleção Brasileira no empate em 0 x 0 com o México, hoje, no Castelão, foi pífia, uma reversão de expectativa. Imaginava-se que a frágil exibição diante da Croácia se devesse ao nervosismo pela estreia na Copa do Mundo. Dessa forma, no segundo jogo, já sem esse peso, a Seleção jogaria bem melhor. Não foi assim. O futebol praticado pela Seleção foi fraco, ao longo do jogo, e, no segundo tempo, o México foi melhor em campo. Diante das boas atuações de Holanda, Itália e Alemanha em suas estreias, o parco futebol mostrado pela Seleção diminui o otimismo do torcedor quanto a possibilidade de conquista do sexto título mundial. Caso o título não venha, o Brasil será o único país da primeira linha do futebol a perder duas Copas em casa. França e Alemanha também já sediaram a competição por duas vezes. Ganharam uma e perderam outra. O México, igualmente, sediou duas Copas, mas dele não se espera que vença a competição. O resultado de hoje confirma o México como uma "touca" da Seleção, dado os vários tropeços ocorridos contra esse adversário nos últimos anos. Mesmo com esse empate, a Seleção Brasileira não deverá ter dificuldades em se classificar para as oitavas de final, e provavelmente como primeira colocada de seu grupo. O problema começará a partir daí. A Seleção terá de melhorar muito o seu futebol para não ter uma despedida precoce da Copa.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

A solidão de Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo ostenta o título de melhor jogador do mundo.Vem disputando essa condição, há anos, com Messi, que tinha ganho as quatro edições anteriores do prêmio. Fez por merecer, no entanto, ter sido o escolhido, na última edição, por seu desempenho bem superior ao de Messi no período analisado. Porém, Cristiano Ronaldo tem uma grande desvantagem em relação a Messi. Em sua seleção nacional, Cristiano Ronaldo é uma estrela absolutamente solitária. Na seleção de Portugal, sofre com a falta de parceria, ao contrário da outra grande estrela da história do futebol português, Eusébio. Maior destaque individual da Copa de 66, a primeira que Portugal disputou, Eusébio fazia parte de uma equipe que possuía outros nomes qualificados, como Coluna e Simões, por exemplo. No caso de Cristiano Ronaldo, seus companheiros de equipe apresentam apenas uma mediania técnica. Ele não tem com quem "dialogar" tecnicamente e, como expressa o ditado popular, uma andorinha só não faz verão. Mesmo o maior jogador de todos os tempos, Pelé, teve a companhia, na Seleção Brasileira, em Copas do Mundo, de grandes craques como Garrincha, Nílton Santos, Didi, Gérson, Tostão, Rivelino. Pelé era a mais luzidia entre essas estrelas, mas não tinha o peso de brilhar sozinho. Messi, por sua vez, integra, na Seleção Argentina, uma equipe que, talvez, não tenha nenhum outro craque, mas possui grandes jogadores, como Di Maria, Higuain e Agüero. A estreia de ambas as seleções na Copa de 2014 deixou clara a diferença. Bem assessorado, Messi fez um golaço na vitória da Argentina sobre a Bósnia-Herzegovina por 2x1, mesmo sem uma atuação brilhante da equipe, e deixou sua marca. A estreia de Portugal foi totalmente diferente. Cristiano Ronaldo viu, impotente sua equipe, hoje, ser goleada impiedosamente pela Alemanha por 4 x 0. A falta de uma parceria mais qualificada não lhe permitiu evitar o desastre. Sua condição de melhor do mundo é justa, por tudo que tem feito em seu clube, o Real Madrid. No clube, todavia, Cristiano Ronaldo tem como companheiros jogadores de várias seleções, como as de Brasil, Argentina e Espanha. Na seleção de Portugal, Cristiano Ronaldo é vitimado pela solidão, o que é uma pena, pois faz com que um grande astro, como ele inegavelmente é, se torne um coadjuvante em Copas do Mundo.

domingo, 15 de junho de 2014

Pouco brilho e muito público

O dia de hoje, na Copa do Mundo, foi marcado por jogos de resultados previsíveis e de pouco brilho técnico, mas com grande afluência de público. Os dois maiores públicos da competição, até agora, foram verificados nos jogos desse domingo. Argentina 2 x 1 Bósnia-Herzegovina levou 74 mil pessoas ao Maracanã, e Suiça 2 x 1 Equador, no Mané Garrincha, 68 mil. A outra partida do dia, França 3 x 0 Honduras, no Beira-Rio, é que destoou. Teve 43 mil assistentes, num estádio que, visualmente, dava a impressão de estar cheio. A reforma do antigo "gigante" parece tê-lo encolhido muito. Por outro lado, a Copa segue com números empolgantes. Nenhum empate, até o momento, e alta média de gols. Com o futebol apresentado em suas estreias, França e Argentina não parecem candidatas ao título, ao menos por enquanto.  A França goleou, mas muito mais pela fragilidade de Honduras do que por seu desempenho. A Argentina teve dificuldades diante da Bósnia-Herzegovina, e venceu por um placar magro. Suiça e Equador são duas seleções médias, e qualquer resultado seria normal num jogo entre as duas equipes. O grande fato negativo do dia foi a não execução dos hinos no jogo do Beira-Rio. Não interessa de quem foi a responsabilidade pela falha do sistema de som. Numa Copa do Mundo, esse é um fato inaceitável. Um vexame de repercussão mundial.

sábado, 14 de junho de 2014

Uma Copa para marcar época

Nenhum empate nos três primeiros dias de competição, uma média superior a três gols por jogo. A Copa do Mundo no Brasil está passando por cima de todo o ranço e boçalidade contra tão magnífico acontecimento, e proporcionando ótimos espetáculos. Holanda 5 x 1 Espanha e Itália 2 x 1 Inglaterra foram jogos excelentes, com boa qualidade técnica e muita emoção. As viradas de placar tem sido constantes, como no caso da Holanda sobre a Espanha, Costa Rica diante do Uruguai, e Costa do Marfim frente ao Japão. O bom futebol e a competitividade tem brindado os torcedores em, praticamente, todos os jogos. Dentro de campo, a Copa tem sido um sucesso, fora dele alguns baderneiros fazem barulho, e nada mais. A Copa do Mundo no Brasil, pelas primeiras amostras, deverá marcar época e deixar saudade. Afinal, uma Copa que conta com todas as seleções que já foram campeãs e com os dois melhores jogadores do mundo no momento, Messi e Cristiano Ronaldo, só pode proporcionar grandes exibições e emoções. A afirmação da presidente Dilma Roussef de que essa seria a maior de todas as copas, tem tudo para se confirmar. Para o bem do futebol, e desespero dos "urubus" de plantão.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Goleada surpreendente

A goleada surpreendente, de virada, da Holanda sobre a Espanha, por 5 x 1, na Arena Fonte Nova, pela Copa do Mundo, comprovou o que a decadência do Barcelona já havia demonstrado, ou seja, que a grande geração de jogadores espanhóis, responsável pelos títulos das Eurocopas de 2008 e 2012 e da Copa do Mundo de 2010, envelheceu. A Espanha até saiu na frente, com um gol resultante de um pênalti polêmico. Porém, depois, foi massacrada pela Holanda. O resultado não diz o que foi o jogo. O placar poderia ter sido muito maior. Depois do quinto gol, a Holanda perdeu, pelo menos, mais três grandes chances de gol. Robben e Van Persie, autores de dois gols cada um, tiveram atuações exuberantes. Os dois, aliás, são os veteranos de uma equipe com muitos jovens, que parecia estar mais apta a brilhar na próxima Copa, na Rússia, do que na de 2014. Dessa forma, a Holanda passa a ser a grande favorita para ficar em primeiro lugar no seu grupo, o que lhe tiraria do caminho da Seleção Brasileira nas oitavas de final. A Espanha, que já havia renovado o contrato do técnico Vicente Del Bosque, precisa, independentemente do que ainda venha a lhe acontecer nessa Copa, iniciar um grande trabalho de remontagem de sua equipe. Os outros dois resultados de hoje, a vitória do México por 1 x 0 sobre Camarões, e a do Chile por 3 x 1 diante da Austrália, foram normais. A destacar, apenas, a péssima arbitragem que anulou dois gols legítimos do México, e a má atuação de Vargas pelo Chile. No tempo em que esteve no Grêmio, costumava-se dizer que Vargas jogava mal pelo clube, mas ia bem nas partidas do Chile. Ao menos hoje, isso não se verificou. Vargas jogou o mesmo que nos tempos de Grêmio, isto é, muito pouco.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Primeiro passo

A Seleção Brasileira deu o primeiro passo na busca do sexto título mundial. Estreou na Copa do Mundo vencendo a Croácia por 3 x 1, de virada, no Itaquerão.. Não foi uma grande atuação, pelo contrário, mas a vitória aconteceu. O início do jogo não poderia ter sido mais preocupante, com um gol contra de Marcelo. Nervosa, e com vários jogadores com baixo rendimento, a Seleção se valeu de suas individualidades para virar o resultado. Oscar e Neymar não foram, apenas os autores dos gols, mas os dois melhores jogadores em campo. Oscar, inclusive, foi o grande nome da partida, embora o prêmio de melhor do jogo da Fifa tenha sido dado a Neymar. O pênalti marcado pelo árbitro quando o jogo ainda estava 1 x 1 não existiu, mas explicar o resultado por esse fato é uma demasia. O goleiro da Croácia, Pletikosa, também tem sua parcela de culpa. Falhou nos três gols. Os chutes de fora da área de Neymar e Oscar no primeiro e terceiro gols da Seleção, respectivamente, eram plenamente defensáveis, e o pênalti, também cobrado pelo ex-craque do Santos, foi muito mal batido. A Seleção ganhou, e, no fim das contas, isso é o que importa. Agora, só faltam seis jogos para o título. O desafio da estreia, sempre alto, foi superado.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Vai começar

Chegou a hora. Depois de sete anos de espera, desde a oficialização do Brasil como sede, vai começar, amanhã, a Copa do Mundo de 2014. Incrivelmente, no chamado "país do futebol", a Copa transformou-se num anticlímax, sendo vista, absurdamente, como responsável pelo desvio de verbas que deveriam ser aplicadas em saúde, educação e segurança. Sou um apaixonado por futebol. Logo, considero que poucos acontecimentos podem superar, em grandiosidade e emoção, a Copa do Mundo. Minha lembrança mais remota do futebol, aliás, é a da magnífica Seleção Brasileira de 1970, que conquistou o terceiro de nossos cinco títulos mundiais. A Copa do Mundo no Brasil foi indevidamente contaminada pela questão política. As mazelas brasileiras são conhecidas de todos, mas atravessam o tempo e os sucessivos governos sem que sejam solucionadas. Culpar a realização da Copa no país pelo seu agravamento é fruto ou de desinformação ou de deliberada má fé. Nesse último caso, com evidentes propósitos políticos. Agora, no entanto, a bola vai rolar. Deixemos de lado todo o injustificado ranço contra tão magnifica competição, relevemos os atrasos em obras, a infraestrutura precária, todos os pequenos desacertos fora de campo. Usufruamos o privilégio de assistir, em nosso país, a única Copa, até hoje, a reunir todas as seleções campeãs mundiais. Estarão desfilando pelos gramados brasileiros jogadores como Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo, Özil, Robben, Van Persie, Iniesta, Pirlo, Cavani, Suárez, Eto'o, Drogba, Modric, entre tantos outros grandes nomes. Esqueça o mau humor dos eternos contrariados e dos falsos paladinos da ética e entregue-se à deliciosa experiência de acompanhar uma Copa. Boa Copa do Mundo para todos, e que a Seleção Brasileira comece, no jogo de abertura contra a Croácia, uma caminhada vitoriosa que culmine com a conquista do sexto título mundial.

terça-feira, 10 de junho de 2014

A incoerência dos palanques

O quadro político visando às eleições de outubro revela, sem disfarces, a total ausência de coerência ou princípios de partidos e de candidatos. Movidos, tão somente, pela busca desenfreada pelo poder, partidos se enfrentam nos estados ao mesmo tempo em que firmam aliança no plano nacional. Basta percorrer o noticiário para verificar a dissonância entre as decisões do diretório nacional de algumas legendas e de suas instâncias estaduais. O PMDB talvez seja o exemplo mais gritante. Na eleição presidencial, o PMDB seguirá aliado ao PT, inclusive com Michel Temer, novamente, como vice na chapa da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição. O diretório do Rio Grande do Sul, no entanto, apoiará o candidato do PSB, Eduardo Campos. Por sua vez, o diretório do Rio de Janeiro, antigo aliado do PT, rompeu a parceria e apoiará Aécio Neves, candidato do PSDB.. O PP nacional apóia o governo federal, mas diretórios estaduais discordam dessa postura e apoiarão adversários de Dilma. O que leva os partidos a essa estranha dicotomia? A busca de cargos no governo federal, por parte dos diretórios nacionais, e as rivalidades locais, em se tratando das instâncias estaduais. Essa situação, no entanto, demonstra o nível de deterioração da política brasileira. Não há mais vestígios de idealismo ou de embasamento ideológico na ação dos partidos e dos candidatos. A atividade política tornou-se um balcão de negócios, um toma lá e dá cá, caótico e incoerente em termos programáticos. A consequência, óbvia, é um descrédito crescente da política aos olhos da população. O Brasil é um país que tem tido avanços notáveis em vários campos de atividade. Porém, a política tem caminhado em sentido contrário. A incoerência entre os palanques que estão sendo formados para as eleições só servem para confundir e desencantar o eleitor.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Os fantasmas da direita

Na sua luta incansável para derrubar o governo, a imprensa de direita, lança, de forma quase contínua, "fantasmas" para assustar o eleitorado brasileiro. Depois de tentar, de todas as formas, impedir a chegada do PT ao poder, e ver sua pretensão frustrada, a grande imprensa brasileira busca assustar o eleitor para forçá-lo a mudar de lado. A revista "Veja", por exemplo, é especialista nesse tipo de ação. Tentou usar o "escândalo do mensalão" para derrubar o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, mas ele se reelegeu. Denunciou que Lula buscaria modificar a legislação eleitoral para obter um terceiro mandato, o que não se confirmou. Alude, seguidamente, aos "radicais do PT", figuras "perigosas", ávidas por "esquerdizar o país". Seu mais novo fantasma é um decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff instituindo a "Política Nacional de Participação Social" e o "Sistema Nacional de Participação Social". Conforme "Veja", essas iniciativas visam "sovietizar" o Brasil. Na verdade, o governo nada mais faz do que, coerentemente com as bandeiras históricas do PT, estabelecer que as instâncias decisórias dos órgãos da administração direta tenham a participação de conselhos formados por representantes da sociedade civil. Nada mais democrático. Sempre que possível, deve-se caminhar na direção da democracia direta, ou seja, com menos intermediação entre as vontades populares e o Poder Executivo. Os movimentos sociais são cada vez mais atuantes, e isso não constitui uma ameaça para a sociedade, pelo contrário. Só pode se sentir atemorizado por eles quem defende uma sociedade elitista, sectária, desigual, injusta. Não é á toa que entre os que ergueram a voz contra o decreto está o jurista Ives Gandra da Silva Martins, um reacionário notório. Ives Gandra argumenta que nas democracias é o Congresso que representa o povo. Típica conversa de quem tem horror ao povo, e morre de medo que ele possa influir diretamente nas decisões de governo. Afinal, isso ameaçaria os privilégios de sua classe. Na matéria em que trata do assunto, na edição dessa semana, "Veja" prevê que o decreto será derrubado, "felizmente, para os brasileiros". Tomara que não. A democracia representativa clássica não atende ás expectativas da população, não responde às suas necessidades. Ao assinar o decreto, contrariando os conservadores, Dilma caminha em direção ao rumo que sempre deveria ter tomado, o de um governo de feição marcadamente popular.

domingo, 8 de junho de 2014

Os azares de Felipe Massa

O Brasil, que já teve vários pilotos ao longo da história da Fórmula 1, e três campeões da categoria, hoje tem apenas um: Felipe Massa. Ele é um piloto talentoso e, em 2008, foi vice-campeão, perdendo o título na última volta do Grande Prêmio do Brasil. Massa ganhou a corrida, mas o inglês Lewis Hamilton, ao pular do sexto para o quinto lugar, na última volta, ficou com o título. Desde então, a trajetória de Massa na Fórmula 1 tem sido uma sucessão de azares. Começou em 2009, quando, ao ser atingido na cabeça por uma peça que voou do carro de Rubens Barrichelo, ficou em coma e correu risco de vida. Se recuperou e voltou a correr, mas sem alcançar os mesmos bons resultados de antes do acidente. Os sucessivos fracassos fizeram com que a Ferrari o dispensasse, no final de 2013. Massa viveu a angústia de não saber se teria uma equipe para continuar na Fórmula-1. Acabou se acertando com a Williams, uma equipe das mais vitoriosas da categoria, mas que vivia um péssimo momento. A Williams conseguiu fazer um bom carro, que permite buscar posições no pelotão da frente, mas a má sorte continua a perseguir Massa. Por vezes, ele é vitimado por erros de outros pilotos. Em outras oportunidades, por uma estratégia de corrida mal elaborada pela equipe. Hoje, no Grande Prêmio do Canadá, Massa largou em quinto lugar, chegou a estar em primeiro, teve de parar para trocar pneus, o que o fez cair para sétimo, recuperou posições e ia em busca de um lugar no pódio quando um erro de Sérgio Perez retirou ambos da corrida, na última volta. Felipe Massa é um bom piloto, mas parece faltar a ele a sorte que caracteriza os campeões. Para os brasileiros, que se acostumaram as vitórias e títulos de Émerson Fittipaldi, Nélson Piquet e Ayrton Senna, ele vem sendo uma fonte permanente de frustrações.

sábado, 7 de junho de 2014

Morte precoce

A morte de Fernandão caiu com uma bomba sobre os gaúchos, assim que eles acordaram, no dia de hoje. Ídolo do Inter, onde foi o capitão na conquista dos títulos da Libertadores e do Mundial de Clubes, em 2006, e que, mais tarde, foi gerente de futebol e técnico do clube, ainda que sem o mesmo êxito, Fernandão marcou sua passagem pelo Rio Grande do Sul de forma indelével. Uma morte precoce, com apenas 36 anos. Fernandão foi contratado, há pouco tempo, pelo Sportv, e seria um dos seus comentaristas na Copa do Mundo. Educado, articulado, Fernandão exibia um padrão diferenciado da maioria dos jogadores. Tornou-se ídolo do Inter sem despertar o ódio dos adversários devido ao seu comportamento elegante. Seu falecimento pegou a todos de surpresa, e espalhou tristeza em todo o Estado. Uma demonstração do caráter de Fernandão se deu quando ele rompeu um contrato com o São Paulo, pelo qual recebia um salário polpudo, por perceber que suas condições físicas não lhe permitiam ter a devida continuidade de atuações pelo clube. Adorava voar de helicóptero, e, ironicamente, morreu num acidente com esse tipo de aeronave. As manifestações  dos colorados desde a divulgação da sua morte dão a dimensão do tamanho da idolatria da torcida por ele. Um bom jogador, um líder, um grande homem. Fernandão deixou a sua marca. Uma vida breve, mas exitosa.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Último teste

No amistoso que foi o último teste antes da estreia na Copa do Mundo, a Seleção Brasileira venceu a Sérvia, hoje á tarde, no Morumbi, por 1 x 0. Não foi uma grande atuação da Seleção, e, ao final do primeiro tempo, com o 0 x 0 se mantendo no placar, ouviram-se vaias. Porém, no segundo, Fred fez o gol da vitória, e a Seleção perdeu outras boas chances de marcar, o que trouxe de volta o apoio do torcedor. Fred, aliás, ao marcar um gol típico de centroavante, silenciou, pelo menos momentaneamente, os seus críticos. O destaque negativo da partida foi a excessiva virilidade da Sérvia em alguns lances. Neymar, por exemplo, levou uma entrada forte logo aos 3 segundos de jogo. A maior preocupação que restou do jogo foi quanto ao desempenho modesto, mais uma vez, de Oscar, agravado pelo fato de que William, que o substituiu no segundo tempo, também não jogou bem. Agora, resta a contagem regressiva para a estreia contra a Croácia, na quinta-feira, jogo que será a abertura da Copa do Mundo. O jogo, provavelmente, será difícil, mas a Seleção é favorita e deve vencer.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A Seleção Brasileira de todos os tempos

A Seleção Brasileira, a mais vitoriosa dentre todas, está completando 100 anos em 2014. Como seria de se esperar, veículos de comunicação começam a estimular que as pessoas formem a sua "Seleção Brasileira de todos os tempos". Numa história já tão longa, e com tantos craques, é uma tarefa extremamente árdua. Até porque, o escolhido em cada posição não precisa ter sido, necessariamente, um campeão mundial. Há jogadores mais modestos tecnicamente que integraram equipes campeãs, outros, brilhantes individualmente, que não tiveram a mesma sorte. Algumas posições são mais pródigas em grandes valores, outras menos, mas, ainda assim, sobram opções para se formar essa seleção ideal. No gol, afora campeões mundiais como Gilmar, Taffarel e Marcos, Leão teria de ser lembrado. Na lateral direita, há vários bons nomes, mas uma inevitável polarização entre Djalma Santos e Carlos Alberto. Na zaga central direita, nomes como Domingos da Guia, Pinheiro e Luís Pereira, que não foram campeões da Copa do Mundo, estão num plano técnico superior aos campeões Bellini, Brito, Aldair e Lúcio, e equiparam-se a Mauro, vitorioso em 1962. Na zaga central esquerda, o atual titular, e capitão da Seleção, Thiago Silva, talvez seja a melhor escolha. Na lateral esquerda, ainda que hajam outros nomes de destaque, Nílton Santos surge como uma escolha óbvia. Como volantes, sobram bons nomes, como, Danilo Alvim, Zito, Clodoaldo, Falcão, Toninho Cerezzo. Nas meias é onde está concentrado o maior número de talentos, como Zizinho, Didi, Gérson, Tostão, Pelé, Zico, Rivelino, Neymar. No ataque, também há muitos grandes nomes, como Leônidas da Silva, Ademir de Menezes, Garrincha, Romário, Ronaldo. Como se vê, opções não faltam, e muitas seleções poderiam ser formadas. Consenso mesmo, só em relação a Pelé e Garrincha. Os dois, que nunca perderam com a camisa da Seleção Brasileira jogando juntos, são presença obrigatória em qualquer escalação de melhores.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Ingressos sem padrão Fifa

A expressão "padrão Fifa" já está na boca do povo. Na origem, ela designa o alto padrão de exigência da instituição que comanda o futebol no mundo. Estádios confortáveis, com cadeiras em todas as localidades, gramados quase perfeitos, visibilidade total de qualquer setor, entre outros itens, caracterizam o referido padrão. Várias manifestações de protesto se espalharam pelo país com faixas pedindo "saúde padrão Fifa", "educação padrão Fifa" e outras no mesmo tom. No entanto o tal nível de excelência definido pela expressão não se faz notar no que diz respeito a comercialização dos ingressos para os jogos da Copa do Mundo. O sistema elaborado pela Fifa é confuso e ineficiente, afora dar margens a suspeitas quanto à sua lisura. Para adquirir ingressos para os jogos da Copa, o interessado tem de acessar a internet e disputá-los com outras pessoas no mundo inteiro. Com isso, é estabelecido um "sorteio", cuja correção no procedimento não tem como ser atestada. Dessa forma, as entradas para os jogos de maior interesse, como os de abertura e decisão da Copa, e todas as partidas da Seleção Brasileira, logo se esgotaram, sem que o interessado pudesse disputá-los por ordem de chegada num ambiente físico, mas apenas participando do tal sorteio no meio virtual. Na madrugada de hoje, a Fifa procedeu a disponibilização de mais 180 mil ingressos para todas as partidas, pelo mesmo sistema. Devido a alta demanda, muitos ficaram numa "sala virtual", esperando serem remetidos para a página de compra de ingressos. Ocorre que os ingressos para a abertura e a decisão da Copa se esgotaram em apenas uma hora, e muitas pessoas só tiveram acesso à pagina muito tempo depois. Esse fato gerou frustração e revolta em muitas pessoas que ficaram sem os ingressos que desejavam. Obviamente, alguns jogos tem interessados em muito maior número que a disponibilidade de ingressos. Porém, o modo que a Fifa estabeleceu para comercializar as entradas é pouco transparente, e parece muito mais um artifício para tentar evitar que as partidas menos interessantes sejam jogadas em estádios com pouco público. Na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, muitas partidas tiveram um público abaixo do projetado pela Fifa. Preocupada em evitar que isso se repetisse na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a Fifa criou um sistema de comercialização de ingressos que retirou dos interessados a condição de, simplesmente, dirigirem-se a um determinado local para tentar comprá-los. Um sistema que gerou decepção e desconfiança. Em relação aos ingressos, a Copa do Mundo de 2014 ficou sem o propalado "padrão Fifa".

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Os ídolos também sofrem

Há poucos dias, nesse espaço, abordei a morte de dois ex-jogadores de futebol, Joel Camargo e Washington. Ambos conheceram o sucesso e a glória nos gramados, mas, também, desventuras e doenças após o encerramento de suas carreiras. Ontem, Marinho Chagas, mais um jogador que conheceu a fama e o reconhecimento, faleceu. Marinho morreu 40 anos após a única Copa do Mundo que disputou, a de 1974, na Alemanha, na qual foi eleito o melhor lateral esquerdo, e ás vésperas de uma edição da competição no Brasil. Lateral esquerdo de exuberante técnica e muito vigor físico, conquistou poucos títulos em sua carreira, mas deixou sua marca indelével de grande jogador. Após parar de jogar, não conseguiu dar um rumo adequado à sua vida, e entregou-se ao álcool. Com o tempo, seu fígado cobrou a conta dos abusos, e Marinho morreu, com apenas 62 anos. Agora, veio a público a notícia de que Coutinho, grande parceiro de Pelé, teve de amputar um dedo de um dos pés devido ao diabetes, a exemplo do que havia ocorrido com Joel Camargo. Todos os jogadores aqui citados tiveram passagens pela Seleção Brasileira, e, com exceção de Washington, foram convocados para edições da Copa do Mundo. Coutinho em 1962, Joel Camargo em 1970, e Marinho Chagas em 1974. Atingiram a glória enquanto jogavam, e experimentaram momentos dolorosos depois de "pendurarem as chuteiras". Foram ídolos, conheceram muitos países, ganharam dinheiro, tiveram, portanto, experiências a que grande parte das pessoas não tem acesso. Porém, a vida lhes apresentou um outro lado. Se obtiveram feitos que não estão ao alcance de muitos, viram que, em maior ou menor medida, o infortúnio acomete a todos. Como qualquer pessoa, os ídolos também sofrem.

domingo, 1 de junho de 2014

Sem ganhar fora de casa

Em seu quarto jogo como visitante no Campeonato Brasileiro, o Inter continuou sem ganhar fora de casa. Hoje, empatou em 1 x 1 com o Fluminense, no Moacyrzão, em Macaé (RJ), pelo Campeonato Brasileiro. O Fluminense foi melhor no primeiro tempo, o Inter no segundo. Com o resultado, o Inter ficou em quinto lugar no Brasileirão, mas com a mesma pontuação do segundo colocado. Outro fato, no entanto, chama a atenção na campanha do Inter, até aqui. Afora não ter ganho nenhum jogo fora de casa, o Inter também não venceu nenhum adversário de grande porte. Nas três partidas que fez contra grandes clubes, perdeu para o Cruzeiro, e empatou com Botafogo e Fluminense. Para efeito de comparação, o Grêmio já jogou contra seis grandes clubes, e só perdeu para o São Paulo. Venceu Atlético Mineiro, Fluminense e Botafogo, e empatou com Santos e Palmeiras. Também no caso do Inter, a exemplo do Grêmio, a colocação na tabela está acima do futebol desempenhado pelo time. Não há motivo para qualquer entusiasmo do seu torcedor.

Repetição exaustiva

Mesmo com o tempo frio, o Alfredo Jaconi recebeu mais de 17 mil pessoas para assistir o empate de 0 x 0 entre Grêmio e Palmeiras, hoje à tarde, pelo Campeonato Brasileiro. Uma comprovação de que a torcida do Grêmio é apaixonada e fiel. Porém, essa mobilização não foi retribuída pelo time. Contra um Palmeiras cheio de desfalques, o Grêmio chegou ao seu terceiro jogo consecutivo sem marcar gols. Foram nove pontos disputados nessas partidas, e só dois foram ganhos. O Grêmio marcou apenas sete gols nos nove jogos que realizou, até agora, pelo Brasileirão. Depois da péssima atuação contra o Sport, esperava-se bem mais do Grêmio, até para desfazer a má impressão. No entanto, não houve evolução do time. Barcos, mais uma vez, foi ineficiente como atacante, o que levou o técnico do Grêmio, Enderson Moreira, a substituí-lo aos 15 minutos do segundo tempo. Ao sair de campo, Barcos foi fortemente vaiado pela torcida. Os demais jogadores também não apresentaram melhora em sua produção. Depois de fracassar no Campeonato Gaúcho e na Libertadores, o Grêmio manteve o técnico e sua proposta de trabalho, mas está claro que é preciso uma mudança. O sexto lugar na tabela de classificação não é uma colocação vexatória, mas é enganoso, pois não representa o nível do futebol praticado pelo time, que ensejaria uma posição bem inferior. O presidente do Grêmio, Fábio Koff, não pode perder tempo. Tem de aproveitar o recesso de 45 dias para a realização da Copa do Mundo e criar o fato novo, dispensando Enderson  Moreira e trazendo um outro treinador. Se prosseguir como está, nessa repetição exaustiva de maus desempenhos, o Grêmio irá do nada a lugar nenhum.