quinta-feira, 26 de março de 2020

Diferença

Os jogadores dos clubes alemães estão dispostos a dar a sua colaboração para minimizar os efeitos da pandemia de coronavírus sobre o futebol. Um corte de 20% nos salários já foi aceito pelos jogadores de Bayern de Munique e Borussia Dortmund, como forma de garantir que os demais profissionais do futebol possam receber os seus salários. No Brasil, os jogadores adotaram uma postura bem distinta. Eles rejeitaram a proposta dos clubes de um corte de 25% nos salários, e propuseram férias coletivas de 30 dias com pagamento efetuado no início de maio, e folga remunerada de 10 dias no período entre o Natal e o Ano Novo. Essa proposta é espantosa, pois, afora não impor nenhuma cota de sacrifício aos jogadores, ainda lhes proporciona vantagens. A diferença das propostas dos jogadores da Alemanha e do Brasil explica muito sobre os dois países. O baixo grau civilizatório do Brasil fica exposto nas suas escolhas políticas, e por comportamentos como esse. O goleiro Neuer, do Bayern de Munique e da seleção da Alemanha, disse que os jogadores de futebol são privilegiados no aspecto financeiro, e que é justo que dêem sua cota de sacrifício nesse momento. Um posicionamento muito distante do adotado pelos jogadores brasileiros. Nada é por acaso, como as eleições presidenciais deixaram claro em 2018, com a chegada de Bolsonaro ao poder. Não foi um acontecimento episódico, mas um retrato do caráter de muitos habitantes do país.