segunda-feira, 30 de abril de 2018

O golpe

Só os muito cínicos podem sustentar a ideia de que a condenação à prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva não foi uma ação de cunho político. As evidências nesse sentido se ampliam a cada dia. A Procuradoria Geral da República encaminhou novas denúncias de corrupção contra Lula e outros membros do PT, ao mesmo tempo em que procrastina ou arquiva ações semelhantes envolvendo políticos do PSDB. O juiz Sérgio Moro pede investigações sobre os ganhos de uma empresa de Lula, mas também nada faz contra membros do PSDB. Fica mais claro, a cada dia, que o objetivo da prisão de Lula é impedir que ele concorra nas próximas eleições. Lula continua sendo o primeiro colocado em todas as pesquisas na eleição para presidente. Se concorrer, vence a eleição. Se vencesse, revogaria as medidas econômicas do governo golpista e ilegítimo. Os promotores do golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita não querem correr o risco de uma reversão das iniquidades que praticam contra o povo brasileiro. O golpe foi um conluio entre empresários, partidos de direita, Poder Judiciário e Ministério Público. Após as eleições, é bastante provável que Lula seja libertado, pois o objetivo de impedir que ele concorra já terá sido alcançado. Cansada de perder eleições, a direita partiu para o golpe, e está disposta a tudo para manter seus privilégios.