quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Um modelo a ser revisto

A partir de 2005, após uma primeira experiência frustrante em 2000, a Fifa tomou para si, de modo definitivo, a organização do Campeonato Mundial de Clubes. Anteriormente, de 1960 a 1979, a disputa do título mundial se dava entre os campeões da Libertadores e da Copa dos Campeões da Europa (atual Champions League) em dois jogos, na casa de cada um. A partir de 1980, a disputa passou a ser feita em jogo único, tendo o Japão como sede fixa. A Fifa, ao assumir a organização da competição, resolveu que, por ser mundial, ela precisava ter os campeões de cada continente, e, também, o do país sede, pois esse deixou de ser o Japão de modo permanente. O país asiático voltou a sediar edições do Mundial, inclusive nesse ano, mas ele também já foi realizado no Brasil, nos Emirados Arábes Unidos, e no Marrocos. Porém, esse é um modelo a ser revisto. Com mais jogos, os estádios tem tido pouco público. Afinal, o Auckland City, da Nova Zelândia, Mazembe, do Congo, Al Ahli, do Egito, e América, do México, alguns dos clubes que já participaram da disputa, estão longe de serem atrações de bilheteria. A inclusão do clube campeão do país sede não se justifica do ponto de vista técnico, é uma tentativa demagógica de atrair o público local. Uma competição que vise apontar o campeão mundial de clubes não pode mostrar imagens de estádios com baixa ocupação. Por ser de abrangência mundial, tem mesmo de contar com campeões de todos os continentes. No entanto, é preciso pensar numa solução para que o público prestigie a totalidade dos jogos, não só aqueles mais decisivos ou que contem com a presença do campeão europeu. Uma alternativa talvez fosse fazer as fases preliminares em dois jogos, um na casa de cada clube, reservando-se a sede fixa apenas a partir das semifinais, quando os campeões da Libertadores e da Champions League ingressam na competição. Seja como for, o modelo atual precisa ser modificado, pois deslustra um campeonato cujo título deveria, por óbvio, ser considerado o de maior magnitude no mundo em se tratando de confrontos entre clubes.