segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O novo eldorado do futebol

Não se passa um dia sem que os noticiários esportivos anunciem que o futebol chinês está interessado em técnicos e jogadores do futebol brasileiro. Entre os técnicos, Cuca já esteve na China, Felipão está por lá, Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes acabam de ser contratados. Muitos jogadores brasileiros já seguiram para a China, e outros tantos deverão ir em breve. Como se vê, a China, de uma hora para outra, tornou-se o novo eldorado do futebol. O futebol brasileiro, que já sofria com o assédio de clubes da Europa e de países árabes, agora tem mais um centro a lhe sugar a mão de obra dos gramados. Tecnicamente, o futebol chinês ainda é inexpressivo no contexto mundial. No entanto, técnicos e jogadores, ávidos por engordarem suas contas bancárias, não levam esse aspecto em consideração. Seria natural que técnicos como Felipão e Luxemburgo, em baixa na carreira, aceitassem de bom grado a chance de forrar os bolsos na China, mas até mesmo um treinador que está longe da aposentadoria, e que, portanto, teria metas esportivas a serem alcançadas, como Mano Menezes, não pensou duas vezes e abandonou um trabalho que iniciava com êxito no Cruzeiro para tornar-se um milionário por lá. Entre os jogadores que foram para a China, muitos ainda estão no ápice de sua forma física e técnica, como Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, por exemplo, mas não hesitaram em ir para um país ainda irrelevante no contexto do futebol, seduzidos pelos altos salários. O futebol virou um grande negócio que se expande por todos os cantos, até mesmo em países onde antes tinha pouca expressão. Bom para os profissionais do futebol, do ponto de vista financeiro. Muito ruim para o torcedor brasileiro, especificamente, que vê, a cada dia, surgirem mais países e clubes para carregar os bons jogadores para longe dos estádios locais. O futebol brasileiro, tristemente, já perde seus talentos até mesmo para quem não tem tradição no esporte das multidões.