quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Bolsonaro ataca outra vez

Depois de meses relegado ao ostracismo de que é merecedor, eis que o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) voltou às manchetes. Em pronunciamento na tribuna da Câmara dos Deputados, Bolsonaro chamou a presidente Dilma Roussef de mentirosa e fez insinuações sobre suas preferências sexuais. Bolsonaro acusou Dilma de ter mentido quanto à suspensão do "kit gay" para alunos do primeiro grau, pois haveria uma orientação para que os livros didáticos abordem obrigatoriamente a temática GLBT. O deputado alegou seu direito de expressão e inviolabilidade como parlamentar para poder dizer o que bem entende. Seu discurso, mais uma vez, foi carregado de ódio e preconceito. Porém, dessa vez, Bolsonaro foi mais longe, pois faltou com o decoro pela forma com que se referiu à presidente, maior autoridade do país. Até quando, em nome da liberdade de expressão e das prerrogativas parlamentares, iremos suportar suas manifestações de intolerãncia, racismo e homofobia? Bolsonaro é ardoroso defensor do regime militar que torturava e matava opositores e cassava mandatos parlamentares. Se estivesse ao seu alcance, certamente reeditaria tais práticas. Portanto, não há porque ter pruridos em relação à Bolsonaro, em função de ter sido legitimamente eleito pelo voto e gozar das já referidas prerrogativas do cargo. Bolsonaro faltou com o decoro parlamentar, e isso não pode passar em branco. Por tudo o que o deputado já disse, deveria sofrer um processo de cassação. Bolsonaro foi eleito legitimamente, mas sua postura, no entanto, é incompatível com a democracia. Ao desrespeitar a presidente, ultrapassou todos os limites. Para o bem do país e preservação do parlamento, Bolsonaro devia ter seu mandato cassado.