terça-feira, 3 de abril de 2012

Os 70 anos de um craque injustiçado

No dia de hoje, Ademir da Guia completa 70 anos. Os mais jovens talvez não tenham a exata dimensão de quem ele foi. Filho de um dos maiores zagueiros brasileiros da história, Domingos da Guia, Ademir também foi um grande craque. Armador de muita habilidade, veio do Bangu para o Palmeiras  em 1961, e lá permaneceu até 1977, quando encerrou sua carreira. Se no Palmeiras era um ídolo incontestável, Ademir da Guia não teve o mesmo reconhecimento na Seleção Brasileira. O Brasil, na época, contava com outros notáveis jogadores em sua posição, e Ademir acabava sendo preterido. Na Copa do Mundo de 74, foi convocado pelo técnico Zagallo, mas só jogou contra a Polônia, na decisão do 3º lugar, e foi substituído no intervalo. Pesava contra Ademir a pecha de ser lento. Nada mais equivocado. Ademir da Guia não era veloz, mas tinha passadas largas. Foi um craque numa época de ouro do futebol brasileiro, em que desfilavam pelos campos nomes como Pelé, o melhor jogador de todos os tempos, Tostão, Gérson, Rivelino, Dirceu Lopes, este último outro injustiçado, como ele, em termos de Seleção. Por tudo que fez, cabe-nos dar os parabéns a Ademir da Guia pela data de hoje, e lhe agradecer em nome do futebol.

Aírton

O futebol do Rio Grande do Sul perdeu, hoje, o seu maior zagueiro de todos os tempos, Airton Ferreira da Silva, o "Pavilhão", que assim ficou conhecido quando o Força e Luz, clube pelo qual jogava, negociou-o com o Grêmio em troca do pavilhão social do antigo estádio da Baixada. Aírton atingiu o estrelato no Grêmio dos anos 50 e 60, que ganhou 12 campeonatos gaúchos em 13 disputados. Chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira e teve uma passagem pelo Santos de Pelé. Com uma notável técnica, Aírton, mesmo sendo zagueiro, não costumava cometer faltas. Aírton, contudo, jogou numa época em que a televisão ainda estava em seus primórdios no Rio Grande do Sul, e, por isso, suas atuações magníficas ficaram restritas às páginas dos jornais da época e à memória de quem as assistiu, não lhe dando uma fama, após o encerramento da carreira, do tamanho que merecia. Sua ligação com o Grêmio era tão forte que morava a poucos metros de distância do Estádio Olímpico. Tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente e de conversarmos algumas vezes. Afora o craque que foi, Aírton também era um ser humano simples e afável. Sua morte deixa de luto não apenas o Grêmio, do qual foi uma das maiores expressões, mas o futebol gaúcho como um todo. Esperemos que ele receba homenagens na medida da sua importância. Aírton merece que seu nome seja dado a competições, troféus, avenidas, estádios. Seria o justo reconhecimento a um dos maiores nomes da história do futebol gaúcho.