sábado, 13 de abril de 2019

Os superministros não tem tantos poderes

O governo Jair Bolsonaro vendeu a ideia de que teria dois superministros, Paulo Guedes, da Economia, e Sérgio Moro, da Justiça e Segurança. Prepotentes e vaidosos, Guedes e Moro acreditaram totalmente na afirmativa. A realidade, no entanto, mostrou-se diferente. A reforma da Previdência elaborada por Guedes terá de modificar alguns itens, ou não será aprovada no Congresso. O pacote anticrime de Moro ainda não avançou no parlamento. Afora isso os dois "superministros" enfrentam outros percalços. Guedes foi surpreendido pela retenção dos preços do óleo diesel determinada por Bolsonaro à Petrobrás, uma medida considerada "intervencionista" no receituário do liberalismo defendido pelo ministro da Economia. Moro, que parecia gozar de amplo prestígio público, teve sua imagem arranhada pelos escorregões cometidos contra o idioma pátrio, ao falar "conge" em vez de cônjuge, e "rugas", quando desejava dizer rusgas. Há poucos dias, na Câmara dos Deputados, Guedes perdeu o controle ao ser chamado de "tchutchuca". As pesquisas indicam que o governo, apenas três meses depois de empossado, apresenta bauxis índices de aprovação. Os "superministros" não tem tantos poderes como era esperado pelos bolsonaristas. O "mercado" mostra contrariedade com algumas medidas do governo, como a já referida intervenção de Bolsonaro nos preços do óleo diesel. Não será de se estranhar se Guedes, frustrado pela dificuldade de impor sua agenda na íntegra, vier a saltar do barco. Moro deverá se agarrar ao cargo com unhas e dentes, mas seu desgaste é perceptível. O exercício prático da política não se submete a projetos determinados previamente.