segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

O último dia do ano

Chegou. Enfim, hoje é o último dia do ano. Um ano que foi paradoxal. Afinal, ele transcorreu muito rápido, mas foi extenuante, pelas muitas tensões que o marcaram. O país ficou dividido politicamente, de uma maneira tão forte que amizades sólidas foram desfeitas, familiares romperam relações. O Brasil termina 2018 rachado, e essa situação não tem perspectivas de mudança tão cedo. O fim de ano é sempre um período para mensagens de esperança no futuro. Porém, dessa vez, não há como fazer isso. O Brasil prepara-se para enfrentar anos terríveis, vítima de um retrocesso político inimaginável. O ano que está terminando foi de frustrações em todas as áreas. O desemprego continua altíssimo, os direitos dos trabalhadores foram massacrados. No novo governo, pela sua linha ideológica, nada deverá melhorar para a população.  Diante do desastre que se anuncia a partir de amanhã, resta desejar que os fatos ruins não sejam tão dolorosos. Projetar acontecimentos venturosos seria otimismo exagerado.

domingo, 30 de dezembro de 2018

A visita de Netanyahu

Poucas presenças poderiam ser tão emblemáticas no final desse ano no Brasil do que a do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Com grande afinidade ideológica com o presidente eleito Jair Bolsonaro, Netanyahu, nesses dias que antecedem a posse do ex-capitão, tem feito passeios turísticos típicos no Rio de Janeiro. Em seu país, Netanyahu é suspeito de corrupção, mas, no Brasil, é recebido como um visitante ilustre. Seu desempenho como governante, autoritário e prepotente, é admirado pelos bolsonaristas. Netanyahu disse que a mudança da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém está definida, o que, caso confirmado, atrairá fortes críticas em vários países. Num momento tão desalentador como vive o Brasil, a visita de Netanyahu é um símbolo. Ela sinaliza o tipo de governo que o Brasil terá a partir de terça-feira.

sábado, 29 de dezembro de 2018

A coragem de Tarso Genro

Os grandes homens mostram o seu valor nas horas difíceis. O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro é um homem dessa estirpe. Político brilhante, intelectual notável, Tarso Genro não foge da raia nesse trágico momento que vive o Brasil. Eleito governador em 2010 no primeiro turno, com 52% dos votos, Tarso foi vitimado pelo processo de estupidez coletiva que tomou conta do país, e perdeu a reeleição para José Ivo Sartori, que acabou se tornando o pior ocupante do cargo em todos os tempos. Agora, com o caos que se avizinha a partir da posse de Jair Bolsonaro como presidente, Tarso se posiciona sem medo, e saúda a decisão do PT de não se fazer presente no ato. Tarso rebateu, numa rede social, a crítica feita ao fato por uma jornalista chapa branca. São homens como Tarso Genro que sustentam a esperança diante da barbárie que se prepara para tomar conta do país. A coragem de Tarso Genro é um alento diante do obscurantismo que se abateu sobre o Brasil.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Base desmanchada

Com a saída de Marcelo Grohe, o  Grêmio  segue o seu processo de perda de jogadores do time vencedor dos últimos anos. O que restou foi uma base desmanchada, o que traz insegurança para o torcedor. A reposição de peças, até agora, não aconteceu. O Grêmio não deu um presente de Natal para a sua torcida, mas ainda tem tempo de trazer boas notícias para a virada de ano. Um pouco de ousadia se faz necessário para que os tão esperados reforços cheguem. O presidente Romildo Bolzan Júnior prometeu cinco contratações para 2019. Por enquanto, nada. Se o Grêmio tem grandes ambições para o próximo ano, precisa mostrar isso na prática. O torcedor tem o presidente Romildo e o técnico Renato em alta conta, mas já começa a ficar preocupado com a falta de novidades. Tomara que o Grêmio mude esse quadro rapidamente, apresentando novos e grandes jogadores para o exigente ano que virá pela frente. Caso contrário, a preocupação do torcedor se transformará em desalento.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A saída de Marcelo Grohe

O torcedor do Grêmio, que vem esperando, em vão, por contratações, foi surpreendido, hoje, com a venda de um dos grandes nomes do time, o goleiro Marcelo Grohe. O Al Itihad, da Arábia Saudita vai pagar 3 milhões de dólares por Marcelo Grohe. Uma proposta financeira "irrecusável" e o fato de já ter 32 anos, pesaram para que Grohe aceitasse a transação. Tecnicamente, é uma grande perda para o Grêmio. Paulo Victor, seu reserva imediato, é um goleiro apenas razoável. Para preencher a lacuna que será deixada por Grohe, o Grêmio terá de ir ao mercado. Seja qual for o substituto de Grohe, a qualidade dificilmente será a mesma. O Grêmio, até agora, só teve perdas para 2019. Nenhuma contratação. A saída de Marcelo Grohe agrava um quadro que já era preocupante.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

O nebuloso mundo dos assessores políticos

Os últimos dias colocaram em evidência personagens que, em geral, se movem nas sombras da atividade política. Os assessores políticos são figuras que não costumam aparecer com destaque na imprensa, exercem cargos para os quais são escolhidos pelo compadrio ou por critérios subjetivos. Alguns pouco ou nada fazem, mas outros acabam usufruindo das intimidades do poder. Esse é o caso de Fabrício Queiroz, que tornou-se uma pedra no sapato do presidente eleito Jair Bolsonaro, ao emitir um cheque de R$ 24 mil para a futura primeira dama, Michele Bolsonaro. Fabrício é assessor do atual deputado estadual do Rio de Janeiro, e senador eleito, Flávio Bolsonaro, filho do futuro presidente. A história do cheque ainda não foi devidamente esclarecida, e as justificativas apresentadas, até agora, não convencem ninguém. Hoje, num fato ainda mais impactante, o ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata, foi assassinado, em Vitória, por um seu ex-assessor, Marcos Venício Moreira Andrade, contra quem havia movido uma ação judicial. Em função da ação, Marcos Venício teve R$ 60 mil bloqueados na sua conta, o que motivou o assassinato. Esse é o nebuloso mundo dos assessores políticos. Antes relegados a um segundo plano, pelo menos aos olhos da opinião pública, estão mostrando que sua função de coadjuvante nem sempre é tão discreta. Por vezes, ela é muito incômoda para os patrões, e pode, até, ser fatal.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Mesquinharia

A rudeza do tratamento que vem sendo dispensado pela "Justiça" brasileira ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva é cada vez maior. Num gesto de repugnante mesquinharia, Lula teve negada a permissão para deixar a prisão a fim de comparecer ao enterro de seu amigo Sigmaringa Seixas, advogado e ex-deputado federal pelo PT. O juiz plantonista indeferiu o pedido de Lula uma hora após a sua feitura, sob a alegação de que a lei só prevê a liberação de presos em regime fechado nos casos de doença grave ou morte do cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes, e irmãos. Ainda que, sob a estrita observância do texto legal, o juiz pudesse estar certo, a recusa ao pedido de Lula mostra a maneira como o ex-presidente é tratado pela "Justiça" brasileira. Se houvesse um mínimo de boa vontade dos magistrados para com o presidente mais popular da história do país, Lula teria sido liberado para se despedir do amigo. Porém, Lula é vítima do ódio de operadores do Direito no país. Lula é perseguido pelos que sabem que ele teria ganho a eleição presidencial, caso lhe fosse permitido concorrer. A cada novo ato de hostilidade contra Lula, no entanto, sua imagem só cresce aos olhos do povo. Lula já inscreveu o seu nome de forma positiva e indelével na história, e isso juiz algum poderá mudar.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Natal consumista

Mais uma vez, é Natal. Como tem acontecido há muito tempo, o caráter religioso da data fica encoberto pelo apelo do consumo. O Natal transformou-se numa maratona de compras, encerrada por uma ceia farta. Afinal, a data magna da cristandade é, também, a de maior faturamento do comércio em todo ano. Num mundo cada vez mais regido pelo interesse financeiro, o que se tem, atualmente, é um Natal consumista. Claro, ganhar e dar presentes é muito bom. Comer uma ceia variada e saborosa, também. Viajar, aproveitando um feriadão, igualmente. Porém, esse viés festivo tem pouco a ver com um dia que deveria ser de reflexão e recolhimento, e não de expansividade. Num mundo dominado pelo mercado, o Natal tornou-se mais um produto. Diminuído na sua essência, o Natal é comemorado até pelos que não tem fé. Sua figura central, Jesus Cristo, o aniversariante do dia, foi sendo deixado de lado em favor do Papai Noel. Acreditar em Jesus Cristo é uma questão de fé, passível de questionamento. O Papai Noel, por mais simpático que possa ser, é um personagem fictício. Celebração essencialmente familiar, o Natal, agora, é ruidoso. Tudo em nome do fugaz contentamento do consumo desenfreado.

domingo, 23 de dezembro de 2018

O caro preço da insensatez eleitoral

Escolher governantes pelo voto é um direito essencial na democracia. Só a manifestação dos eleitores nas urnas legitima o mandato de quem chefia o Poder Executivo. Esse direito, no entanto, negado aos eleitores brasileiros por um longo tempo, tem de ser exercido com muita consciência. O voto irrefletido, movido pelo ódio, gera consequências desastrosas, que afetam os interesses de toda a coletividade. O fim de mandato do atual governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, é um exemplo disso. Sartori é, sem dúvida, o pior governador do Estado em todos os tempos. Seu final de mandato é deplorável, pois nada tem para apresentar como realizações de seus quatro anos no poder. O caro preço da insensatez eleitoral fica evidente quando se trata do governo Sartori. O ressentimento com o PT, e uma campanha que apostou na sentimentalidade do eleitor, fez com que Sartori vencesse o pleito em 2014. Sua administração nada fez pelo Estado. Em quatro anos, Sartori maltratou os servidores públicos, parcelando os seus salários, e governou para os poderosos. Extinguiu fundações de grande relevância  para o Estado, sem que isso gerasse uma economia significativa para os cofres públicos. Os que escolheram Sartori em 2014 tiveram o bom senso de não o reeleger. Porém, o estrago já está feito. Nada ficou do governo Sartori que possa ser destacado, pois não apresentou projetos para favorecer o desenvolvimento do Estado, limitou-se a aplicar o velho receituário destrutivo neoliberal, propondo a queima de patrimônio público com a venda de estatais. Seu governo não deixará nenhuma saudade. Na verdade, o que há é uma contagem regressiva para que Sartori encerre seu mandato. 

sábado, 22 de dezembro de 2018

Rotina

O Campeonato Mundial de Clubes virou uma competição de resultado previsível. O Real Madrid fez da conquista do título mundial uma rotina. Hoje, no Zayed Sports City Stadium, o Real Madrid goleou por 4 x 1 o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, e conquistou o tricampeonato mundial, e o seu sétimo título da competição em toda a história. O Al Ain teve uma atuação digna, mas não fez frente ao Real Madrid, cuja qualidade técnica é muito superior. Seu maior destaque, mais uma vez, foi o brasileiro Caio, que, provavelmente, despertará o interesse de clubes de maior expressão. Com uma hegemonia estabelecida na Champions League, e diante da fragilidade que vem sendo demonstrada pelos clubes sul-americanos nos campeonatos mundiais mais recentes, o Real Madrid  segue empilhando títulos da competição. Escolhido pela Fifa como o maior clube do século anterior, o Real Madrid, pelo visto, quer repetir a dose no atual.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Organização criminosa

As investigações que estão sendo conduzidas pelo Ministério Público sobre os desvios financeiros cometidos na administração do ex-presidente do Inter no biênio 2015/2016, Vitório Piffero, alcançaram grande repercussão com a execução de mandados de busca e apreensão nas casas de dirigentes do clube naquele período, ocorrida anteontem. O procurador Marcelo Dornelles classificou o que foi apurado até aqui como o resultado de uma organização criminosa que se instalou no clube. Não bastasse ter rebaixado o Inter para a Segunda Divisão, a diretoria da época saqueou os cofres do clube. O primeiro vice-presidente, Pedro Afatatto, chegou a sacar R$10 milhões na boca do caixa, no período de um ano, para pagamento de obras cuja existência não foi comprovada. O que se espera é que, ao final de toda a investigação, que prossegue e será muito longa, haja a devida punição aos que forem comprovadamente culpados, e que o clube seja ressarcido dos recursos desviados. Para os torcedores do Inter e os apreciadores do futebol, o que mais se destaca nessa situação é ver que a corrupção, um mal que, historicamente, corrói o país, não poupa nem mesmo grandes clubes, com seus milhões de adeptos. O futebol, como qualquer atividade, precisa de credibilidade. Fatos como os ocorridos no Inter mancham a reputação do esporte preferido dos brasileiros. Até por isso, é preciso que as punições aos culpados sejam duras. O país não tolera mais que casos como esse acabem em pizza.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Bebida alcoólica nos estádios

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou um projeto que vem em boa hora, ainda que os falsos moralistas de plantão o tenham condenado. O projeto em questão permite a volta da venda de bebida alcoólica nos estádios de futebol, ainda que com restrições, como permitir a comercialização apenas até o final do primeiro tempo e após o jogo. Na verdade, a lei que proibiu a venda de bebidas nos estádios jamais deveria ter existido. Ela fere o direito individual, causa prejuízo financeiros aos clubes e é hipócrita, pois a comercialização no entorno é feita sem restrições. A lei que proíbe o álcool nos estádios entrou em vigor no Rio Grande do Sul em abril de 2008. Em maio de 2009, ficou evidente toda a sua estupidez. Num jogo entre Grêmio e Cruzeiro pelas semifinais da Libertadores houve um tumulto na entrada de torcedores no Olímpico, inclusive com feridos, porque os que ficaram bebendo nos bares do entorno do estádio até pouco antes do horário de início da partida tentaram entrar em grande número. As longas filas que se formaram para a entrada no estádio já com o jogo em andamento causaram revolta nos torcedores, ocasionando o tumulto. Tudo porque a proibição de beber dentro do estádio faz com que as pessoas prolonguem a sua permanência fora dele. Nada disso aconteceria se fosse possível beber dentro do estádio. Não se mudam comportamentos criando leis. Beber nos estádios é um antigo hábito brasileiro, sem que isso gerasse violência em larga escala. Afora isso, nos pequenos clubes do interior, a renda da copa sempre foi um fator economicamente importante. O ideal seria a revogação total da antiga lei, permitindo a venda de bebida nos estádios sem restrições.

















quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Sem surpresa

Ao contrário dos sul-americanos, os europeus não fraquejam no Campeonato Mundial de Clubes. Depois da vexatória derrota do River Plate para o Al Ain, ontem, o jogo de hoje entre Real Madrid e Kashima Antlers foi sem surpresa. O Real Madrid venceu por 3 x 1, ao natural. O primeiro gol só saiu aos 44 minutos do primeiro tempo, mas, a partir daí, o Real Madrid construiu sua vitória sem maiores dificuldades. O grande nome do jogo foi Bale, que marcou os três gols do Real Madrid. Bale custou caríssimo, e ficou longos períodos parado por causa de lesões, mas, agora, vive uma grande fase. Ao que parece, a saída de Cristiano Ronaldo do Real Madrid foi favorável para Bale, que deixou de ser um coadjuvante de luxo para se tornar essencial no time. Com o resultado de hoje, o Real Madrid tem tudo para obter mais um título mundial. Mesmo que não esteja vivendo uma grande fase, a possibilidade de que venha a perder para o Al Ain é pouco mais que uma fantasia. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Os 75 anos de Keith Richards

Talvez nenhum outro astro do rock seja tão polêmico e controvertido quanto Keith Richards. Guitarrista talentoso e compositor de sucesso em parceria com Mick Jagger, Keith Richards completa, hoje, 75 anos. Consumidor de drogas em larga escala, Richards parecia ser um candidato natural a ter uma morte precoce, mas atingiu uma idade que muitos adeptos de uma vida saudável não conseguem alcançar. Seu grupo, os Rolling Stones, continua em atividade, com mais de 50 anos de carreira. Em co-autoria com Jagger, compôs grandes clássicos como "Brown Sugar", "Angie", "Ruby Tuesday", "Let's Spend Night Together", "Waiting On a Friend", entre outros. Figura irreverente, Richards vai continuar "aprontando" muito, enquanto for possível. Richards demonstra que o corpo envelhece, mas que a mente pode permanecer jovem. Os 75 anos de Keith Richards mostram que o tempo corre célere também para os famosos. No caso de Richards, cada um desses anos foi vivido intensamente.

Vexame histórico

O fosso entre o futebol sul-americano e o europeu só faz aumentar. Antes, havia entre os dois um enfrentamento parelho. As Copas do Mundo apresentavam equilíbrio nas conquistas de cada lado, e nas diversas versões de campeonatos mundiais de clubes, acontecia o mesmo. Não é mais assim. Hoje, pela terceira vez desde que o Campeonato Mundial de Clubes adotou a atual configuração, em 2005, o representante da América do Sul foi derrotado nas semifinais da competição. O vexame histórico foi protagonizado pelo River Plate, atual detentor do título  da Libertadores, que empatou em 2 x 2 com o Al Ain, campeão dos Emirados Árabes Unidos, país sede da competição, no tempo normal e na prorrogação, e perdeu nos tiros livres da marca do pênalti por 5 x 4. Antes, o mesmo fiasco havia ocorrido com o Inter, o Atlético Mineiro e o Nacional de Medellín. O Inter, em 2010, perdeu por 2 x 0 para o Mazembe, então campeão africano. O Atlético Mineiro, em 2013, foi derrotado por 3 x 1 pelo Raja Casablanca, campeão do país sede da edição do Mundial de Clubes daquele ano, o Marrocos. O Nacional de Medellín, em 2016, foi goleado por 3 x 0 pelo Kashima Antlers, campeão do pais que sediou o Mundial na ocasião, o Japão. A globalização teve um efeito devastador sobre o futebol sul-americano. Atualmente, a América do Sul é mera fornecedora de mão-de-obra para o futebol da Europa. A disparidade econômica acabou com o equilíbrio histórico entre os dois contendores. O pior é que não há nenhuma perspectiva de que isso possa mudar.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

No grupo do campeão

O que D'Alessandro não queria, aconteceu. No sorteio da Libertadores, o Inter ficou no grupo do campeão de 2018, o River Plate. O outro integrante do grupo já definido é o Alianza (Peru), um adversário fraco. Porém, falta conhecer o quarto integrante do grupo, e ele virá da Pré-Libertadores, com a possibilidade considerável de que seja o São Paulo, o que tornaria a disputa bem mais dura. Seja qual for o outro clube do grupo, no entanto, o Inter precisa se qualificar bem mais se não quiser ser eliminado precocemente da competição. A base que possui atualmente, mesmo com a boa campanha no Campeonato Brasileiro, é insuficiente para encarar a Libertadores e um calendário com várias competições paralelas.

Grupo difícil

O sorteio dos grupos da Libertadores de 2019 não foi dos mais favoráveis para o Grêmio. O Grêmio ficou num grupo difícil, junto com Rosário Central, Universidad Católica do Chile, e um clube que sairá da Pré-Libertadores. Na última vez em que se defrontou com o Rosário Central na competição, em 2015, nas oitavas de final, o Grêmio perdeu os dois jogos e foi eliminado da disputa. A estreia do Grêmio ocorrerá justamente contra o clube argentino, no Gigante de Arroyto, um estádio que é um verdadeiro caldeirão. Sem nenhuma contratação, até agora, e com a saída de alguns jogadores, o Grêmio corre o risco de ser eliminado ainda na fase de grupos, o que se constituiria em algo constrangedor para um clube que foi campeão da competição em 2017 e semifinalista em 2018.

domingo, 16 de dezembro de 2018

Uma situação sem retorno

O episódio envolvendo a declaração do jogador Marinho, do Grêmio, feita numa postagem de rede social, de que gostaria de jogar no Flamengo, só pode ter um encaminhamento, ou seja, sua saída do clube. Não há pedido de desculpas que possa abrandar o ocorrido, é uma situação sem retorno. A ideia de que a decisão sobre o caso será do técnico Renato é descabida. Mesmo que Marinho tenha sido uma indicação de Renato, esse é um assunto da esfera institucional do clube. Na verdade, o fato é até oportuno para que o Grêmio possa reparar uma contratação equivocada. O desempenho de Marinho desde sua chegada ao Grêmio foi fraquíssimo. A saída de Marinho já era um desejo dos torcedores do Grêmio, pelo seu mau rendimento. Agora, tornou-se uma imposição. Marinho foi uma má contratação do Grêmio, e cara para os padrões brasileiros, R$ 10 milhões. A declaração desastrada do jogador dá ao clube a chance de consertar o erro cometido na sua aquisição, e ainda com a justificativa de estar defendendo a dignidade da instituição. Melhor solução, não há.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Confiança despropositada

Uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte revelou que é grande o otimismo dos brasileiros em relação ao futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Deixando de lado a hipótese de que a pesquisa em questão possa ter falseado dados, não se justifica essa postura por parte da população. Faltando poucos dias para o início do novo governo, tudo o que se vê por parte do presidente eleito e de seus colaboradores são trapalhadas, declarações desastradas, atos criminosos não devidamente esclarecidos, como o cheque do motorista de um dos filhos de Bolsonaro para a futura primeira dama, e bizarrices constrangedoras, cujo exemplo maior é a da ministra que diz ter visto Jesus num pé de goiabeira. Portanto, o que a pesquisa demonstra é uma confiança despropositada no governo que está por começar. Esse estado de ilusão coletiva é muito perigoso, pois mostra uma ausência de senso crítico e a aposta numa solução messiânica para os males do país. Sendo assim, quando a realidade se apresentar de maneira inevitável, o desencanto será brutal. Uma grande parte do eleitorado continua a esperar por um governo providencial, para acabar com a corrupção e botar "ordem" na casa. Como a história já provou exaustivamente, esse tipo de governo não existe, é apenas uma miragem. O que farão os otimistas de hoje quando o seu castelo de cartas, inapelavelmente, desabar? Vão recolher-se e negar que tivessem votado no governante fracassado, ou se deixarão dominar pela revolta e sairão para as ruas em protesto? A resposta virá mais cedo do que se possa pensar.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A polêmica do curso

O período de entressafra do futebol, quando os jogadores estão em férias, é um desafio para os veículos de comunicação. Afinal, sem a bola rolando, é preciso se esforçar para preencher os espaços esportivos de rádios, tevês, jornais e internet. A movimentação tímida dos clubes em termos de contratações também não tem ajudado. Talvez isso explique o porquê de um assunto se arrastar, há dias, no noticiário esportivo. "A polêmica do curso" é como se poderia denominar o fato em questão. Ela envolve o técnico do Grêmio, Renato, que já é polêmico por natureza. Renato não está participando do curso que a CBF instituiu para os técnicos de futebol receberem a licença "Pro", a maior existente no país. O técnico  negou-se a sacrificar dez dias de suas férias para frequentar o curso, que tem entre seus participantes nomes como Mano Menezes e Roger Machado. A partir daí, a imprensa, tanto a do Rio Grande do Sul como a do centro do país, tem criticado, e por vezes ironizado, a postura de Renato. Os mais catastrofistas afirmam que ele poderá perder o direito de ficar na área técnica nos jogos do Grêmio em 2019. Na verdade, Renato tem a possibilidade de realizar uma segunda edição do curso, em fevereiro, o que deverá, efetivamente, acontecer, livrando-o de qualquer transtorno. Renato não abre mão de aproveitar suas férias integralmente, o que é um direito que lhe assiste. As críticas ao técnico têm sido desproporcionais ao fato, que não possui a dimensão que lhe estão querendo atribuir. Não haverá nenhum prejuízo ou punição ao técnico pela atitude que tomou, o que irá frustrar, mais uma vez, os seus opositores.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Os 50 anos do AI-5

A data de hoje marca os 50 anos do dia mais vergonhoso da história do Brasil. O dia da entrada em vigor do Ato Institucional número 5, o AI-5, quando a espúria ditadura militar que torturou e assassinou opositores deixou de lado qualquer pudor e implantou um regime de terror no país. O presidente foi dotado de poderes quase absolutos. O habeas corpus para crimes políticos foi suspenso. A censura se abateu sobre a imprensa e as artes. A repressão nos porões do regime se intensificou. Os 50 anos do AI-5 tornam-se ainda mais tristes quando se sabe que, a partir do primeiro dia de 2019, o Brasil terá como presidente um homem que faz a apologia do golpe militar. Só a ignorância e a estupidez podem fazer com que alguém defenda ou mesmo relativize o período mais abjeto da política brasileira. O Brasil não pode reviver algo tão execrável. O autoritarismo nunca será solução para nada. O lugar dos militares é no quartel. A maioria dos eleitores brasileiros fez uma escolha insensata na eleição presidencial. Tomara que isso não resulte em novos períodos de tamanho obscurantismo como foi o que iniciou com AI-5, e que só se encerrou com a redemocratização.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Título sofrido

O favoritismo foi confirmado, mas com um roteiro inesperado. Essa é a síntese da conquista da Copa Sul-Americana pelo Atlético Paranaense, hoje, na Arena da Baixada. O clube foi campeão, mas com muita apreensão. No tempo normal de jogo, Atlético Paranaense e Júnior de Barranquilla empataram em 1 x 1, resultado que permaneceu na prorrogação. Nos tiros livres da marca do pênalti, o Atlético venceu por 4 x 3. Portanto, foi um título sofrido. Para se ter uma ideia, durante a prorrogação o Junior de Barranquilla teve um pênalti a seu favor, que foi desperdiçado. O Atlético abriu o placar no jogo, e poderia ter ampliado, mas ao ceder o empate se desestabilizou e enfrentou uma grande pressão do adversário, por pouco não tomando a virada. O que importa, no entanto, é que o Atlético Paranaense tornou-se campeão da Copa Sul-Americana, seu primeiro título internacional. Com isso, está classificado para a Libertadores, e irá decidir a Recopa Sul-Americana com o River Plate. Uma nova perspectiva se abre para o Atlético. O clube, que já foi vice-campeão da Libertadores em 2005, terá, agora, a chance de ingressar no grupo privilegiado dos que disputam regularmente as competições internacionais.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Os 35 anos de um título inesquecível

O tempo transcorre muito depressa. Parece que foi ontem, mas na data de hoje se completam 35 anos da conquista do título de campeão mundial pelo Grêmio. Foi no dia 11 de dezembro de 1983 que o Grêmio venceu por 2 x 1 o Hamburgo, em Tóquio, e tornou-se campeão mundial de clubes. O jogo confrontava os vencedores da Libertadores, o Grêmio, e da Copa dos Campeões da Europa, o Hamburgo. A conquista foi um divisor de águas na história do Grêmio. Até 1980, o clube ostentava apenas títulos estaduais e regionais. Em 1981, obteve o seu primeiro título de campeão brasileiro. Apenas dois anos depois, viriam as conquistas da Libertadores e do Mundial. O Grêmio, que já era grande, ficou ainda maior. Dois jogadores, em especial, foram destaques nessas jornadas gloriosas. O capitão De León foi uma figura fundamental. Sua primeira competição pelo clube foi o Campeonato Brasileiro de 1981, e o Grêmio foi campeão. Dois anos depois, ganhou a Libertadores e o Mundial, mostrando-se um jogador decisivo para a ascensão do clube. O outro destaque foi Renato. Depois de brilhar na decisão da Libertadores, fazendo o cruzamento para o gol decisivo de César, foi o grande nome contra o Hamburgo. Renato marcou os dois gols da vitória e se firmou como o maior jogador do Rio Grande do Sul em todos os tempos. Naquele jogo, o Grêmio teve outras figuras marcantes. Mário Sérgio, Paulo César Caju, Tarciso, Mazzaropi. Mário Sérgio e Tarciso já faleceram, mas permanecerão para sempre na memória dos gremistas. Os 35 anos de um título inesquecível devem ser devidamente comemorados. Foi ele que alargou as fronteiras do clube. Em outras duas oportunidades, o Grêmio decidiu o Mundial de Clubes mas foi derrotado. Cedo ou tarde, no entanto, o Grêmio há de voltar a sentir o sabor da conquista do título mundial. Mesmo quando esse dia chegar, o título mundial de 1983 prosseguirá sendo uma lembrança indelével para todos os gremistas.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Os 45 anos de "Band on The Run"

No último dia 5, o disco "Band on The Run", de Paul McCartney, completou 45 anos de seu lançamento. Oficialmente, era um disco dos Wings, grupo criado por McCartney após a dissolução dos Beatles, mas da formação original, afora ele e sua mulher, Linda, só restara Denny Laine. Os outros dois integrantes, Henry McCullough e Denny Seiwell, deixaram o grupo pouco antes do início das gravações. O disco não foi um sucesso imediato, mas acabou atingindo o topo das paradas, e sendo o mais exitoso comercialmente de um ex-beatle. A faixa título, "Jet", "Mrs. Vanderbilt", com seu famoso refrão "ho, hey, ho", e "Let Me Roll It", tornaram-se clássicos de McCartney e presença constante no setlist de seus shows até hoje. Há críticos que colocam "Band on The Run" e "John Lennon/Plastic Ono Band" rivalizando na condição de melhor disco solo de um ex-beatle. Essa apreciação fica mais por conta do menosprezo com que George Harrison é tratado em relação a John Lennon e Paul McCartney. O disco triplo de George "All Things Must Pass" é a mais brilhante obra solo de um dos integrantes dos Beatles. Seja como for, com seu grande êxito comercial e sua capa icônica, "Band on The Run" é um disco que atravessa o tempo sem envelhecer, sendo sempre muito prazeroso de ser ouvido.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Vitória justa

A Libertadores, finalmente tem um campeão. O River Plate ficou com o título ao ganhar do Boca Juniors por 3 x 1, de virada, hoje, no Santiago Bernabeu. A diferença técnica entre os dois times ficou evidente. Foi uma vitória justa. Fatores extracampo à parte, ganhou o melhor. O resultado até poderia ter sido construído de forma mais fácil, se o árbitro não deixasse de marcar um pênalti claro para o River Plate, que em poucos dias, já estará jogando pelo Campeonato Mundial de Clubes. Com a má fase que o. Real Madrid vem atravessando, as chances do River Plate, representando a América do Sul, romper com a hegemonia europeia na competição não podem ser desprezadas.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Governo militarizado

A obtusidade que assola o país fez com que muitos brasileiros desejassem a volta dos militares ao poder, ignorando os desmandos e atrocidades praticados pela ditadura deflagrada em 1964, cujos efeitos nefastos se fazem sentir até hoje. Pois, para satisfação desses imbecis, o Brasil terá, a partir do próximo ano, um governo militarizado. O presidente eleito Jair Bolsonaro, ele próprio um militar reformado, compôs uma equipe ministerial em que 32% dos integrantes são oriundos dos quartéis. Bolsonaro foi eleito pelo voto, mas seu governo terá quase tantos militares quanto as administrações da ditadura, período que, por sinal, ele reverencia. Mesmo em governos civis depois da redemocratização havia a presença de militares no ministério. Foi assim nos governos Sarney, Collor, Itamar Franco, FHC e no do golpista Michel Temer. Só dmdois governos fugiram dessa prática, os de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef. Não é à toa que Lula seja tão perseguido e Dilma tenha sido derrubada por um golpe. Eles sabem que num governo democrático não há lugar para militares. Até mesmo a chefia das Forças Armadas deve ser de um civil. Lugar de militar é no quartel, não como integrante de governos.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Um governo que acabou antes de começar

O cheque que foi pago à mulher de Jair Bolsonaro por um ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho do futuro presidente, e o conflito entre os deputados federais eleitos Joice Hasselman (PSL/SP) e Major Olímpio (PSL/SP), somados a vários outros episódios constrangedores, deixam claro para os brasileiros o que podem esperar do governo cujo início se aproxima. O país está diante do fato aterrador de um governo que acabou antes de começar. O que esperar de uma administração que mostra tantos sinais de deterioração já no período de transição? As promessas de combate à corrupção caíram no vazio, pois vários dos indicados para cargos no governo Bolsonaro estão envolvidos com a Justiça. A redução significativa no número de ministérios também não foi mais do que um factóide. Serão 22 ministérios, quando, inicialmente, eram projetados 15. Só os muito ingênuos ou fanatizados podem estar surpresos com esse quadro. Um governo de Jair Bolsonaro não têm como dar certo, sob nenhuma hipótese. Bolsonaro tem sérias limitações cognitivas e é emocionalmente desequilibrado. Os membros de seu staff e principais apoiadores também não primam pela inteligência, muito menos por serem ponderados. A equipe ministerial escolhida pelo presidente eleito é de uma desqualificação absurda. Esperar que um governo com esse tipo de composição possa dar certo é acreditar em milagres, sem nenhuma conexão com a realidade. A verdade é que o Brasil irá, a partir do primeiro dia do próximo ano, dar um salto no abismo, de consequências imprevisíveis. Resta saber quanto tempo durará a futura administração, pois é improvável que chegue ao final do mandato pelas vias normais. Sua única condição de sobrevivência seria com um golpe que calasse os demais poderes. Os brasileiros estão por viver dias tenebrosos. A tempestade está anunciada, sem que se vislumbre a bonança.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Trinta anos sem Roy Orbison

A data de hoje marca os 30 anos da morte de Roy Orbison, um dos grandes nomes da história do rock. Orbison envolveu-se desde muito cedo com a música, e no final dos anos 50, mal saído da adolescência, já alcançava o sucesso na venda de discos. Entre os seus admiradores estavam os Beatles, que se sentiram orgulhosos de excursionar com ele em 1963. Nos anos 60, Orbison conheceria os maiores êxitos de sua carreira, e gravaria a sua música mais célebre, "Oh, Pretty Woman". Porém, na mesma década, Orbison, seria atingido por duas tragédias. Em 1966, sua primeira mulher, Claudette, morreu num acidente, ao cair da garupa de sua moto. Em 1968, dois de seus três filhos morreram num incêndio que atingiu sua casa. Nos anos 70, a carreira de Orbison enfrentou um período de baixa, e ele teve problemas financeiros e de saúde. Seu retorno triunfal veio com os anos 80. No final da década, integrou o supergrupo "Travelling Wilburys", que contava, ainda, com George Harrison, Bob Dylan, Jeff Lyne e Tom Petty. O primeiro disco do grupo fez grande sucesso e ganhou um prêmio Grammy. No entanto, a fatalidade o abateu outra vez, e de forma definitiva. Orbison sofreu um enfarte que lhe tirou a vida, com apenas 52 anos e o sucesso reconquistado. O disco solo que gravara, "Mystery Girl", foi lançado de forma póstuma, e fez sucesso de público e de crítica. Os "Travelling Wilburys" ainda fariam mais um disco, já sem a sua presença. São 30 anos sem Roy Orbison, um astro que, numa vida marcada tanto pelo sucesso quanto pela fatalidade, deixou uma marca indelével na música, e continua a encantar gerações.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Título encaminhado

Numa decisão em dois jogos com o segundo em casa, um empate no primeiro é meio caminho para ganhar a taça. Assim, o Atlético Paranaense está com o título encaminhado na Copa Sul-Americana, ao empatar, hoje, em 1 x 1, com o Atlético Junior de Barranquilla (COL), fora de casa. Depois de um primeiro tempo em que se mostrou tímido, parecendo estar satisfeito com o empate, o Atlético Paranaense ousou mais no segundo, e abriu o placar. Porém, pouco depois, numa falha defensiva, permitiu o empate. A partir daí, foi fortemente pressionado pelo Junior, que buscava obter a virada. Ela quase aconteceu quando o Junior teve um pênalti a seu favor. No entanto, na cobrança a bola bateu no travessão. A partir daí, embora o adversário continuasse pressionando, o Atlético Paranaense soube resistir, e criou contra-ataques perigosos que até poderiam lhe ter dado a vitória. Ela não veio, mas o título da Copa Sul-Americana ficou muito perto de ser alcançado. Na próxima quarta-feira, numa Arena da Baixada lotada, dificilmente o Atlético Paranaense deixará escapar a oportunidade de conquistar o primeiro título internacional de sua história.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Tarciso

O Grêmio acaba de perder Tarciso, um dos jogadores de mais extensa trajetória pelo clube. Tarciso faleceu aos 67 anos, vítima de um câncer ósseo. Ele chegou ao Grêmio, vindo do América-RJ, em 1973, e permaneceu até 1986. Foi o jogador que mais vezes vestiu a camisa do Grêmio, com 721 partidas, e é o segundo maior goleador da história do clube, com 222 gols. Ganhou por duas vezes o prêmio "Bola de Prata" como melhor ponteiro direito do Campeonato Brasileiro, em 1977 e 1978, e teve convocações para a Seleção Brasileira. Pelo Grêmio, ganhou todos os títulos possíveis na sua época, estadual, brasileiro, Libertadores e Campeonato Mundial de Clubes. Atualmente, Tarciso era vereador em Porto Alegre e estava na terceira legislatura.

Sucesso permanente

Paul McCartney virá novamente ao Brasil em 2019. Fará dois shows, um em São Paulo e outro em Curitiba. Há quem critique a frequência com que Paul se apresenta no país, mas isso é um privilégio a ser usufruído por quem for assistir às suas apresentações. Paul é um notável caso de um artista de sucesso permanente há mais de cinquenta anos. Durante oito anos como integrante dos Beatles, e numa carreira solo que já completou 48 anos, Paul jamais conheceu o ostracismo. Atualmente, aos 76 anos, aparece em vigésimo-primeiro lugar entre os 30 músicos mais bem pagos de 2018, em lista elaborada pela revista "Forbes", com ganhos de U$ 47,5 milhões. Seu disco "Egypt Station", recentemente lançado, atingiu o primeiro lugar nas paradas americanas. Num mercado tão volátil como o musical, Paul é um fenômeno atemporal. Com os Beatles ou na carreira solo criou vários clássicos como "Yesterday", a música que mais gravações teve em todos os tempos, "Here, There and Everywhere", "Eleanor Rigby", "Yellow Submarine", "Maybe I'm Amazed", "Band on The Run", entre tantos outros. Seria bom se Paul viesse ao Brasil todos os anos, e se apresentasse em várias cidades. Assistir a um show do maior mito musical vivo sempre será uma experiência extremamente gratificante.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Prêmios

Com o término do Campeonato Brasileiro, como não poderia deixar de ser, diversas premiações escolhem os melhores da competição. As seleções dos dois principais prêmios, a "Bola de Prata", da ESPN, e o da CBF, convergiram na escolha de vários jogadores. Não foi uma competição de grande nível técnico e, por conseguinte, os destaques individuais se mostraram escassos. A escolha, por ambos os prêmios, de Felipão como o melhor técnico, é absolutamente correta, pois desde que assumiu o cargo se manteve invicto no Brasileirão. Porém, ao apontarem Dudu como o melhor jogador da competição, o acerto me parece discutível. Ainda que Dudu tenha sido uma peça basilar no título pelo Palmeiras, ninguém foi melhor do que Everton, do Grêmio, que é o melhor jogador em atividade no país. Ontem, contra o Corinthians, isso ficou claro, novamente, em outra atuação exuberante de Everton. Outros nomes foram consensuais em ambas as premiações, corretamente, casos de Geromel (Grêmio), Bruno Henrique (Palmeiras), e Gabigol (Santos). As laterais se mostraram as posições mais carentes em qualidade, o que já vem se verificando há algum tempo no futebol brasileiro. O que fica evidente, encerrado o campeonato e feita a escolha dos melhores jogadores da competição, é o baixo nível técnico do futebol praticado, atualmente, no Brasil. Há ausência de craques, que eram abundantes em outros tempos.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Despedida medíocre

O jogo não tinha valor para a classificação no Campeonato Brasileiro, mas Paraná e Inter poderiam ter mostrado mais futebol, hoje, no Durival Brito, pela última rodada. O empate em 1 x 1 foi justo, pois nenhum dos dois mereceu vencer. O Inter saiu na frente, e sofreu o empate nos acréscimos, o que sempre gera uma frustração, mas o resultado traduziu de forma mais fiel o que se viu em campo. Se vencesse, o Inter faria a sua maior pontuação na competição na era dos pontos corridos, mas isso não pareceu suficiente para que buscasse a vitória com mais intensidade. Foi uma despedida medíocre do Inter. Com a classificação direta que obteve para a Libertadores, o Inter fecha o ano de forma positiva, mas precisará se qualificar muito mais para enfrentar o próximo ano, quando disputará várias competições paralelas.

Classificação direta

A lógica prevaleceu na última rodada do Campeonato Brasileiro. O Grêmio confirmou o quarto lugar e obteve a classificação direta para a Libertadores. Sem jogar um futebol brilhante, venceu o Corinthians por 1 x 0, hoje, na Arena, ao fazer um gol cedo e manter a vantagem até o final. O resultado  nem seria necessário, pois o São Paulo perdeu para a Chapecoense, o que garantiria o quarto lugar para o Grêmio mesmo que fosse derrotado, por ter uma vitória a mais. As carências do Grêmio ficaram evidentes, mais uma vez, mas diante de um adversário fraco como o Corinthians, não houve maior dificuldade para vencer. O gol da vitória foi de Jael, que já estava há vários jogos sem marcar. Mesmo com o gol que marcou, Jael não pode ser titular no Grêmio, é, apenas, um jogador de grupo. Para conquistar titulos no próximo ano, o Grêmio terá de contratar reforços de expressão em todos os setores. Também precisará trazer jogadores para o banco, principalmente na zaga. O Grêmio teve um desempenho digno em 2018, mas o clube e seus torcedores ambicionam muito mais. Para isso, não bastará, somente, ter criatividade para contratar. Será preciso um pouco de ousadia na busca de jogadores de qualidade.

sábado, 1 de dezembro de 2018

A continência

O governo de Jair Bolsonaro ainda nem começou, e o presidente eleito não para de produzir situações humilhantes para o país. O que pode ser pior do que a continência para um membro do governo dos Estados Unidos? Como admitir tamanha demonstração de servilismo e sabujice? No entanto, o gesto, asqueroso e repulsivo, é absolutamente coerente com a visão de mundo de Bolsonaro. Afinal, Bolsonaro exalta a ditadura militar que, como se sabe, foi insuflada pelos Estados Unidos. Na mente estreita de Bolsonaro, os americanos defendem o mundo da ameaça do comunismo, um sistema político que o presidente eleito diz odiar, embora nem saiba exatamente o que seja, pois sua extrema limitação cognitiva não o permite. Bolsonaro segue fielmente o ideário americano ao defender o Estado mínimo, as privatizações, a "meritocracia", a independência do Banco Central, e toda a sorte de iniquidades que, se efetivadas, aumentarão ainda mais o fosso da absurda desigualdade social brasileira. O Brasil está na antesala de uma catástrofe que começará, efetivamente, no primeiro dia do próximo ano, sem que se saiba como, e quando, irá acabar.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Decisão em local inusitado

A indefinição acabou, a Libertadores terá o seu segundo jogo decisivo entre River Plate e Boca Juniors  realizado no dia 9 de dezembro. Assim, a hipótese de a taça ser entregue ao Boca Juniors sem que houvesse uma segunda partida fica, finalmente, afastada, o que é bom para o futebol. Porém, será uma decisão em local inusitado. A Conmebol já havia determinado que o jogo seria fora da Argentina. Ontem, depois de vários estádios, em diferentes países, serem cogitados, a Conmebol divulgou que o jogo será realizado no Santiago Bernabeu. Entre os motivos da escolha, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, argumentou que a maior comunidade de argentinos fora de seu país está na Espanha. O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, destacou o fato de que os laços entre Espanha e Argentina são enormes. Entre os torcedores, nem todos viram a situação com a mesma simpatia. Eles criticam o fato de que uma competição que homenageia os libertadores da América vá ser decidida no território do antigo colonizador. Restrições à parte, é bom que a Libertadores desse ano defina um campeão e, melhor ainda, que isso seja feito dentro de campo, e não num ato administrativo. No entanto, de uma forma ou de outra, o que era para ser a maior decisão da história da Libertadores tornou-se, inequivocamente, o maior mico em toda a trajetória da competição.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

A reviravolta

Depois de dias de uma novela que se arrastava sem definições, ontem era dado como certo que o técnico Renato deixaria o Grêmio e iria para o Flamengo. Para surpresa geral, hoje veio a reviravolta, e Renato continuará no Grêmio. As razões da decisão de Renato em permanecer no Grêmio não se limitam ao aspecto financeiro. Renato não gostou da postura dos candidatos a presidente do Flamengo, que davam sua contratação como certa. A informação de que teria indicado a contratação de Kannemann para o Flamengo também irritou Renato, que desmentiu ter feito isso. Seja como for, o importante é que Renato ficou. Agora, resta ao técnico fazer as devidas correções na composição do grupo. Alguns jogadores não podem mais continuar no Grêmio, e Renato terá de encarar esse fato, não prolongando a continuidade de quem já cumpriu o seu ciclo no clube.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Novela arrastada

Está se tornando cansativa a indefinição da permanência ou não de Renato como técnico do Grêmio. Os indícios de uma transferência para o Flamengo são fortes, mas o técnico não se pronuncia a respeito, talvez esperando a realização da última rodada do Campeonato Brasileiro, na qual o Grêmio ainda buscará a classificação direta para a Libertadores. O assunto virou uma novela arrastada. O Grêmio precisa fazer uma reformulação significativa no seu grupo de jogadores para 2019, e para isso seria importante definir o quanto antes quem será o seu técnico no próximo ano. Se Renato ficar, tudo se torna mais fácil, mas no caso da contratação de outro técnico, é uma corrida contra o tempo. A diretoria do Grêmio, em consideração aos torcedores, deveria definir a questão o quanto antes. No futebol, não há tempo a perder, é necessário ser ágil.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Decisão em campo neutro

Uma reunião, hoje pela manhã, na sede da Conmebol, estabeleceu que o segundo jogo da decisão da Libertadores entre River Plate e Boca Juniors será fora da Argentina, em local ainda não escolhido. A decisão em campo neutro foi uma medida sensata tomada pelas pelas partes envolvidas na questão. Não havia condições do jogo ser realizado no seu local original, o Monumental de Nunez, depois dos incidentes ocorridos na primeira data designada para a partida. Foi, também, uma solução que premia o futebol. Seria melancólico se a competição fosse encerrada com um campeão determinado por um ato administrativo, sem que se jogasse a segunda partida. Seja como for, o que era para ser a maior decisão de Libertadores de todos os tempos já se constitui num dos episódios mais constrangedores da história do futebol. Por isso mesmo, depois que a competição for encerrada, a Conmebol deveria tomar medidas drásticas para que fatos tão lamentáveis não voltem a se repetir. Nesse sentido, seria necessário impor uma forte punição ao River Plate, inclusive suspendendo o clube da Libertadores por alguns anos. A impunidade em relação aos distúrbios praticados no futebol não pode prosseguir.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Mais sorte que juízo

Por mais que o Grêmio deixe escapar, a cada rodada, a chance de garantir a classificação direta para a Libertadores, ela torna a ficar à disposição do clube. Tudo porque o São Paulo, seu adversário direto na busca por esse objetivo, consegue ser ainda mais ineficiente. Hoje, no Morumbi, o São Paulo empatou em 0 x 0 com o Sport, pelo Campeonato Brasileiro, e chegou a desperdiçar um pênalti. Com isso, o Grêmio voltou a só depender de si para manter o quarto lugar no Brasileirão, e a consequente classificação direta para a Libertadores. Dessa vez, dificilmente o Grêmio perderá a oportunidade de confirmar essa colocação, pois, na última rodada, jogará, na Arena, contra o Corinthians, que nada mais aspira na competição. Enquanto isso, afora depender de um tropeço do Grêmio, o São Paulo jogará na Arena Condá contra a Chapecoense, que se vencer escapará do rebaixamento. O Grêmio está tendo mais sorte que juízo, e não tem mais o direito de fracassar.

domingo, 25 de novembro de 2018

O novo capítulo de um fiasco

O segundo jogo da decisão da Libertadores, entre River Plate e Boca Juniors, no Monumental de Nunez, foi mais uma vez adiado. Agora, para uma data ainda a ser definida. O que aconteceu, hoje, foi o novo capítulo de um fiasco. O que era para ser a maior decisão da Libertadores de todos os tempos, já se transformou num mico histórico. Em vez de um espetáculo  apoteótico, sucessivos adiamentos. A Libertadores de 2018, seja o que for que aconteça daqui por diante, já está irremediavelmente manchada pela fatos extracampo.

Campeão

O que vinha se desenhando há várias rodadas tornou-se realidade. O Palmeiras é o campeão brasileiro de 2018. A conquista do título veio com a vitória de 1 x 0 sobre o Vasco, hoje, em São Januário. Um título indiscutível de um clube que tem o ataque mais positivo, a defesa menos vazada e a maior série invicta da competição na era dos pontos corridos, com 22 jogos. A partir da chegada do técnico Felipão, o Palmeiras acrescentou à sua já reconhecida qualidade, a competitividade que Roger Machado não conseguia lhe dar. A partir daí, ser campeão era só uma questão de tempo. O título veio com uma rodada de antecedência. Com a abundância de recursos de que dispõe, o Palmeiras tem tudo para prosseguir com sua trajetória vitoriosa em 2019.

Objetivo alcançado

O Inter precisava de três pontos nos seus dois últimos jogos pelo Campeonato Brasileiro para obter a classificação direta para a Libertadores. Com a vitória por 2 x 0 sobre o Fluminense, hoje, no Beira-Rio, teve o objetivo alcançado. Diante de um adversário frágil, o Inter custou a abrir o placar, mas não encontrou maiores dificuldades para vencer. O segundo gol apenas consolidou a vitória. O Inter terminará o ano em alta, voltando à disputar a Libertadores depois de três anos. Para o pouco que se esperava do Inter em 2018, já é um feito.

Empate frustrante

Outra chance desperdiçada pelo Grêmio de encaminhar a classificação direta para a próxima edição da Libertadores. Essa é a consequência do jogo Vitória 0 x 0 Grêmio, hoje, no Barradão, pelo Campeonato Brasileiro. Com a derrota do São Paulo para o Vasco, na rodada anterior, o Grêmio voltara a depender só de si para alcançar o seu objetivo. Com o empate frustrante de hoje, terá de secar novamente o São Paulo nos dois jogos que restam para o clube paulista, e vencer, obrigatoriamente, o Corinthians, na Arena, na última rodada. O resultado não foi bom para ninguém. Os resultados paralelos acabaram por determinar o rebaixamento do Vitória. O Grêmio perdeu pontos preciosos, o que poderá lhe custar a ida para a pré-Libertadores, prejudicando todo o seu planejamento para 2019. Afora isso, a excepcional dupla de zaga do Grêmio ficará de fora do jogo contra o Corinthians, pois Geromel e Kannemann receberam o terceiro cartão amarelo. O pior é que o Grêmio terá de fazer improvisações, pois, no momento, não possui zagueiros reservas no grupo. Seja como for, o Grêmio tinha de vencer o Vitória, um time fraco, e não conseguiu. Embora tenha havido empenho por parte do Grêmio, faltou intensidade. Na reta final de uma competição, na busca de um objetivo importante, a intensidade tem de estar presente. A classificação direta para a Libertadores ainda é possível, mas o Grêmio está acumulando chances perdidas de garantir essa conquista.

sábado, 24 de novembro de 2018

Papelão

Era para ser a maior decisão de Libertadores de todos os tempos. Um jogo gigantesco entre River Plate e Boca Juniors, dois rivais históricos que protagonizam um dos maiores clássicos do mundo. Esse era o cenário para o jogo de hoje no Monumental de Nunez, o segundo é definitivo entre os dois clubes pelo título da Libertadores depois do empate em 2 x 2 na Bombonera, há três semanas. Nada disso se confirmou. O jogo não aconteceu, e tudo o que se tem, até agora, é um papelão de repercussão internacional. O comportamento da torcida do River Plate, que atacou o ônibus que transportava a delegação do Boca Juniors, ferindo jogadores, fez com que a partida tivesse seu horário transferido das 17 h para às 19h15min e, posteriormente, fosse adiada para amanhã. Em princípio, o jogo será realizado às 17 h de amanhã, mas ainda há dúvidas se isso irá acontecer. A prefeitura de Buenos Aires, após os incidentes, decidiu determinar a interdição do estádio. O River Plate está confiante de que a interdição será levantada, e o jogo se realizará. Seja como for, todos esses fatos já geraram um anticlímax em relação a um jogo tão esperado. Por fatos como esses é que é ridículo a Conmebol mimetizar a Champions League fazendo a decisão da Libertadores, a partir de 2019, ser disputada em jogo único, num estádio escolhido previamente. Não basta copiar a forma, se o conteúdo é tão diferente. Se futebolisticamente a América do Sul nada fica a dever para a Europa, pois até a abastece com seus principais valores, em termos de civilidade ainda está muito atrás.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Os 50 anos do Álbum Branco

Na data de hoje, há 50 anos, os Beatles lançavam o "Álbum Branco", o único disco duplo da carreira do grupo. Ao contrário dos seus outros discos, não tinha um título, levava apenas o nome do grupo. A denominação "Álbum Branco", portanto, não é oficial, e surgiu em função do fato de que a obra tinha uma capa inteiramente branca, com o nome "The Beatles" escrito em relevo. Por essa e outras razões, é um trabalho singular na história do grupo. No ano anterior, os Beatles haviam lançado o disco "Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band", o mais icônico do grupo, que se tornou um divisor de águas na música pop. Depois disso, eles não tinham mais nada a provar, pois já haviam vendido milhões de cópias de seus discos, e criado alguns dos maiores clássicos da música em todos os tempos. O "Álbum Branco", em função disso, foi marcado pelo despojamento. Se o "Sargent Peppers" era uma superprodução, com uma capa repleta de fotos de celebridades, o disco duplo dos Beatles se apresentava sem nenhuma ilustração. Seu processo de gravação foi acidentado. Ringo Starr e o produtor George Martin chegaram a se afastar das sessões de estúdio. O clima entre os integrantes do grupo já apresentava tensões, prenunciando que sua dissolução estava próxima. A maior parte das músicas foi composta durante o retiro espiritual que eles fizeram com o Maharish Mahesh Yoggi, uma ideia de George Harrison que foi seguida pelos demais Beatles. Em suas 31 músicas, o "Álbum Branco" apresenta um trabalho de inegável qualidade, mas sem nenhum megasucesso. O estilo próprio de compor de cada um dos componentes dos Beatles aparece de forma bem mais nítida, e até Ringo Starr estreia como autor exclusivo de uma música com "Don't Pass Me By". Nesse disco tão belo quanto despretensioso, não é fácil apontar qual a música de maior destaque. Porém, é muito provável que muitos se inclinem por escolher "While My Guitar Gently Weeps", a lindíssima composição de George Harrison que contou com um espetacular solo de guitarra de Eric Clapton não referido nos créditos do disco. O difícil é saber qual das gravações dessa música é a mais bonita, se a que tem o solo de Clapton, a acústica, só revelada ao mundo na série "Anthology", lançada nos anos 90, ou, ainda, a do musical "Love", do Cirque du Soleil", que acrescenta orquestra à versão desplugada. O "Álbum Branco", entretanto, é um passeio riquíssimo pelo talento multifacetado dos Beatles. Tem, por exemplo, Paul McCartney homenageando sua cadela de estimação em "Martha My Dear", e John Lennon soltando toda a sua raiva contra o Maharishi em "Sexy Sadie". Sem limites em sua criatividade, os Beatles passearam por outros ritmos com músicas como "Yer Blues" e até com a que seria considerada por muitos como a primeira composição heavy metal da história, "Helter Skelter". Há composições pungentes, como "Julia" que Lennon fez em referência à sua mãe. Outras são tocantes, como "Good Night", uma música de ninar composta por Lennon para seu filho Julian, e que é interpretada por Ringo no disco. Há o refrão contagiante de "Obla-di, Obla-da", composição de Paul. Enfim, é uma obra com um mosaico de músicas com o inigualável padrão Beatle. Os 50 anos do Álbum Branco estão sendo comemorados com versões remasterizadas da obra, de altíssima qualidade sonora e preço elevado. Um trabalho que merece ser revisitado por quem já o conhece, e revelado para as novas gerações.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

A pá de cal

Um sonho que chegou ao fim, uma ilusão desfeita. Esse é o resumo do que aconteceu ao Inter, que perdeu por 2 x 1 para o Atlético Mineiro, no Beira-Rio, hoje, pelo Campeonato Brasileiro. Num só jogo, o Inter deu adeus a chance de ainda obter o título do Brasileirão e perdeu a invencibilidade em partidas como mandante na competição. A pá de cal no sonho do Inter teve até alguns requintes de crueldade. Afinal, o Inter havia saído atrás no placar ainda no primeiro tempo, empatara aos 37 minutos do segundo diante de um adversário que já se mostrava cansado, perdeu um gol feito que lhe daria a virada, e viu a derrota ser consumada nos acréscimos. O Inter teve alguns defeitos que lhe custaram muito caro. Os laterais Fabiano e Iago foram duas avenidas pelas quais o Atlético Mineiro passeou durante todo o jogo. Patrick, que já foi um dos grandes destaques do Inter em 2018, joga pior a cada partida. Leandro Damião, que vinha sendo um artilheiro decisivo, fez o seu segundo jogo consecutivo com mau desempenho e perdeu dois dos gols mais feitos de sua carreira. Agora, resta ao Inter lutar para manter a sua classificação direta para a Libertadores. Não vale taça, mas já será um bom prêmio para quem, antes do início da disputa, temia a possibilidade de um novo rebaixamento.

Atuação decepcionante

Desarticulado, com buracos no meio de campo, cedendo a bola para o adversário, e tendo varios desempenhos individuais abaixo do esperado. Assim foi o Grêmio na derrota por 2 x 0 para o Flamengo, hoje, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. O técnico Renato segue na sua tendência de prestigiar jogadores que não apresentam rendimento satisfatório, casos de Marcelo Oliveira e Ramiro. Marcelo Oliveira, improvisado como zagueiro, não fazia um mau jogo, mas falhou no lance do primeiro gol do Flamengo. Ramiro, mais uma vez, fez uma péssima partida, e mesmo assim foi mantido até o fim do jogo por Renato. O primeiro gol do Flamengo foi irregular, deveria ter sido anulado, mas isso não atenua a atuação decepcionante do Grêmio. As ausências de Kannemann, que estava na seleção da Argentina, e Luan, que talvez não jogue mais esse ano, devem ser levadas em conta, é claro, mas o Grêmio tem jogado muito abaixo do que se espera e que já mostrou ser capaz. Em seus dois últimos jogos fora de casa no Brasileirão empatou com o São Paulo uma partida em que vencia e fez um gol contra patético, e hoje foi derrotado com um desempenho sem nenhum brilho. Renato acumula muitos méritos em seu atual período como técnico do Grêmio, o que justifica o desejo do clube e da torcida de que ele permaneça no cargo. Porém, se isso acontecer, terá de rever muitas de suas escolhas. Um clube da grandeza do Grêmio não pode mais colocar em campo jogadores como Marcelo Oliveira, Douglas, Jael e André. Por diferentes razões, nenhum deles têm condições de atender às expectativas do clube e de seus torcedores, e Renato tem de colocar o Grêmio, que é quem lhe paga, acima de quaisquer outros fatores.   

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Último amistoso

A Seleção Brasileira realizou, hoje, mais um amistoso de pouco ou nenhum proveito técnico. No MK Stadium, pertencente ao Milton Kaynes, clube da cidade homônima, que disputa a Quarta Divisão da Inglaterra, a Seleção venceu Camarões por 1 x 0. O jogo não foi bom. O primeiro tempo se arrastava quando, no final, Richarlison fez o único gol do jogo. No segundo tempo, o jogo até ganhou em emoção, com bolas na trave em chutes de Gabriel Jesus e Arthur, e pelo menos duas grandes chances de gol desperdiçadas por Camarões. Os maiores atrativos da equipe africana estavam fora de campo, já que seu técnico é Clarence Seedorf, que tem como seu auxiliar Patrick Kluivert, ambos ex-jogadores de destaque da seleção da Holanda. Na Seleção, poucos jogadores tiveram bom desempenho. Richarlison que entrou no lugar de Neymar, lesionado logo no início do jogo, foi o maior destaque, ao marcar o gol único da partida e comprovar sua condição de artilheiro. A boa notícia que fica para o torcedor brasileiro é que esse foi o último amistoso da Seleção no ano. Agora, um novo jogo da Seleção só ocorrerá em março de 2019. Tendo em vista a baixa qualidade da maioria desses jogos, ninguém irá sentir falta deles.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

O Dia da Bandeira

Uma das características dos fascistas é a de quererem se apropriar dos símbolos pátrios. Na visão maniqueísta que tentam impor, apresentam-se como os únicos patriotas autênticos, em contraste com os seus opositores, que seriam "subversivos". Os grupos que apoiaram o golpe que derrubou a presidente legitimamente eleita Dilma Rousseff, e que sustentaram a candidatura de Jair Bolsonaro na eleição desse ano, utilizam a bandeira do país e a camisa da Seleção Brasileira como representações das ideias que defendem. Nada pode ser mais vil do que isso. Hoje é o Dia da Bandeira,  uma data adequada para se refletir a respeito. A bandeira do Brasil pertence a todos os habitantes do país. Ela não pode ser apropriada por grupos. Apresentar os opositores como "vermelhos" que renegam o "verde e amarelo" é uma atitude sórdida de quem quer dividir o país em vez de propor a união entre seus habitantes. O lindo pendão da esperança e símbolo augusto da paz, como expressa o Hino a Bandeira, representa o país como um todo, não grupos golpistas e sectários.

domingo, 18 de novembro de 2018

Um sonho cada vez mais distante

Outra derrota fora de casa, com atuação sofrível. Assim foi o desempenho do Inter que perdeu por 1 x 0 para o Botafogo, hoje, no Engenhão, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado torna a conquista do título pelo Inter um sonho cada vez mais distante. Afinal, mesmo com o Palmeiras tendo empatado na rodada, a distância do Inter para o clube paulista aumentou de cinco para seis pontos. Afora isso, o Flamengo venceu, e tomou do Inter o segundo lugar. Ainda que tenha tropeçado, o Palmeiras segue em contagem regressiva para ser campeão. Até mesmo o terceiro lugar está em risco para o Inter. Se, na próxima rodada, o Inter perder e o Grêmio vencer, o atual campeão da Libertadores o igualaria em pontos e número de vitórias, e o superaria no saldo de gols. No jogo de hoje, o Inter foi inoperante, e poderia ter sido goleado, pois o Botafogo perdeu três gols feitos. Alguns jogadores estiveram muito mal, como foi o caso de Victor Cuesta e Patrick. Embora as declarações no vestiário tenham insistido na busca do título, o que o Inter tem de fazer é tentar garantir a classificação direta para a Libertadores. O jejum de títulos do Inter na competição, que já dura 39 anos, ainda não irá acabar dessa vez.

Vantagem mantida

Após mais uma rodada, o Grêmio segue ocupando o quarto lugar no Campeonato Brasileiro, posição que, se confirmada ao final da competição, lhe garantirá a classificação direta para a Libertadores. O Grêmio, no entanto, tem a mesma quantidade de pontos que o São Paulo, a quem supera no número de vitórias. Hoje, ambos ganharam os seus jogos, e o Grêmio teve a vantagem mantida. A vitória por 2 x 0 sobre a Chapecoense, hoje, na Arena, aconteceu ao natural, diante de um adversário que criou apenas uma chance de gol em todo o jogo. A Chapecoense surpreendeu, negativamente, pela sua fragilidade, e terá grandes dificuldades para evitar o rebaixamento. Os destaques individuais do Grêmio foram Geromel, Cícero, Jean Pyerre e Everton. Reconhecidamente limitado, Jael, pouco depois de entrar no lugar de um André mais uma vez inoperante, fez um lançamento magistral para o segundo gol, marcado por Everton. Foi uma vitória segura do Grêmio, sem sobressaltos, mas não há nada garantido, ainda. A disputa pelo quarto lugar com o São Paulo poderá se estender até a última rodada.

sábado, 17 de novembro de 2018

Arbitragem calamitosa

A arbitragem brasileira está muito mal, o atual Campeonato Brasileiro é uma prova disso. Os erros se acumulam, mudando resultados, beneficiando largamente alguns clubes, prejudicando decisivamente outros. Hoje, o jogo Corinthians 1 x 0 Vasco, no Itaquerão, teve uma arbitragem calamitosa. O árbitro Wilton Pereira Sampaio (GO) deixou de marcar dois pênaltis em favor do Vasco, um clube que luta desesperadamente para evitar o rebaixamento. O Vasco chegou nessa condição pelas suas limitações técnicas e por problemas administrativos, mas nem por isso merece ser prejudicado da maneira como ocorreu hoje. O árbitro Wilton Pereira Sampaio, aliás, é um capítulo a parte, pois pertence ao quadro da Fifa e foi o representante brasileiro no VAR da Copa do Mundo, função que exercerá novamente no próximo Campeonato Mundial de Clubes. Sampaio, no entanto, não mostra um desempenho que justifique tamanho currículo. Entre outros fatos, Sampaio não marca pênaltis, por mais claros que eles sejam. No Gre-Nal do primeiro turno do Brasileirão, na Arena, deixou de marcar três pênaltis em favor do Grêmio, todos claríssimos. No jogo Santos x Grêmio, no segundo turno, não assinalou um pênalti de Geromel sobre Rodrygo. Com os dois pênaltis sonegados ao Vasco, Sampaio comprovou que não gosta de marcar penalidades máximas. Se é assim, não deveria ocupar uma posição privilegiada no quadro da Fifa. O resultado do jogo teve clara influência da arbitragem. Se o Vasco vier a ser rebaixado, novamente, quem pagará o seu prejuízo? Cada vez mais fica evidente a necessidade de implantar o VAR na competição. Os erros são muitos, e comprometem a imagem de lisura que qualquer disputa esportiva precisa, obrigatoriamente, ter.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Homenagem emocionante

Antes do jogo Seleção Brasileira 1 x 0 Uruguai, hoje, no Emirates Stadium, foi prestada uma homenagem emocionante a Aldyr Garcia Schlee, professor e escritor gaúcho, ontem falecido, criador do uniforme "canarinho" da Seleção. Aldyr desenhou o uniforme em 1953, para um concurso nacional realizado pelo extinto jornal "Correio da Manhã", do Rio de Janeiro. Ele, que tinha apenas 19 anos na época, venceu o concurso, e já no ano seguinte a Seleção utilizou o novo uniforme em uma Copa do Mundo. A camisa amarela da Seleção Brasileira é, sem dúvida, a mais conhecida do mundo, em se tratando de equipes de futebol. Ela foi usada nas cinco Copas do Mundo ganhas pela Seleção. Uma história muito bonita, pois o uniforme mais famoso do mundo foi criado por um jovem, num concurso popular, e não por um desenhista famoso. Nascido em Jaguarão, Aldyr radicou-se em Pelotas, ambos municípios do interior do Rio Grande do Sul, mas a sua célebre criação, feita ainda em tenra idade, fez dele um cidadão do mundo, merecedor da homenagem realizada hoje.

O mesmo de sempre

Os amistosos se sucedem, mas a Seleção Brasileira parece não evoluir. A equipe mostra o mesmo de sempre, ou seja, um futebol insosso, sem brilho. Hoje, na vitória de 1 x 0 sobre o Uruguai, no Emirates Stadium, não foi diferente. O gol da vitória aconteceu no final do jogo, marcado por Neymar, de pênalti, num lance que deveria ter sido interrompido antes, por um toque de mão do lateral direito Danilo. O Uruguai, ressalte-se, estava desfalcado de vários titulares e até estreava jogadores. Depois de um início entusiasmante, nas Eliminatórias, o trabalho do técnico da Seleção, Tite, perdeu força durante a Copa do Mundo, e não têm demonstrado evolução. Tudo indica que a Copa América que será realizada no Brasil em 2019 terá um peso decisivo para a continuidade de Tite no cargo. Se a Seleção Brasileira não for campeã, Tite dificilmente permanecerá.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Dever cumprido

Uma vitória tranquila, confirmando as expectativas. Esse foi o resumo de Inter 2 x 0 América Mineiro, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O Inter saiu de campo com o dever cumprido, pois não se admitia nada afora a vitória diante de um adversário tão frágil.  O resultado mantém as chances matemáticas do Inter de ser campeão, e como vice-líder, encaminhando uma classificação direta para a Libertadores. Único clube que ainda não perdeu jogando em casa na competição, o Inter terá mais dois jogos no Beira-Rio para conservar essa invencibilidade. O título tornou-se muito improvável, mas a campanha do Inter, para quem temia um novo rebaixamento, é bastante satisfatória. No jogo, Leandro Damião reafirmou sua importância para o Inter, marcando mais um gol. O Inter fez seus gols no primeiro tempo, e depois  só administrou a vitória. Os jogos que ainda terá pela frente não são dos mais difíceis, o que deve garantir ao Inter um final de ano tranquilo.

Deixando a vitória escapar

Um resultado que, em termos práticos, foi bom, mas que acabou sendo um tanto frustrante. Assim foi São Paulo 1 x 1 Grêmio, hoje, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro. O empate manteve o Grêmio em quarto lugar na classificação, com o mesmo número de pontos do São Paulo, mas com uma vitória a mais. Porém, o Grêmio saiu na frente no placar, e acabou deixando a vitória escapar, e, pior, com um gol contra. Caso houvesse vencido, o Grêmio abriria três pontos de vantagem sobre o São Paulo, com duas vitórias a mais, o que praticamente lhe garantiria a classificação direta para a Libertadores. Ainda assim, as perspectivas são favoráveis ao Grêmio, pois, ainda que ficasse com o mesmo número de pontos e vitórias que o São Paulo, levaria vantagem no saldo de gols. No jogo de hoje, Everton, mais uma vez, foi decisivo, marcando um belo gol de cabeça. Pena que Michel, que teve de ser improvisado na zaga depois que Paulo Miranda saiu por lesão, marcou um gol contra numa jogada em que faltou comunicação entre ele e o goleiro Paulo Victor. O empate não foi ruim, mas da forma como a vitória escapou, ficou um sabor um tanto amargo.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Perseguição obstinada

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva prestou, hoje, depoimento sobre as obras realizadas no sítio de Atibaia (SP), supostamente de sua propriedade. Lula, mais uma vez, negou ser o proprietário do sítio. O ex-presidente, que sofre uma perseguição obstinada da chamada "Operação Lava-Jato", chegou a dizer que não sabe se viverá para ver a justiça ser feita no seu caso. Durante a tomada do depoimento, Lula teve desentendimentos com a juíza que substituiu Sérgio Moro no caso. Não poderia ser diferente. Os julgamentos envolvendo Lula fazem parte de um sórdido jogo de cartas marcadas com o objetivo de impedir o presidente mais popular da história do Brasil se voltar a participar da vida política do país. Os processos envolvendo Lula estão eivados de irregularidades e impropriedades jurídicas. O prazo de condenação pela suposta propriedade do triplex em Guarujá (SP) foi acelerado, para evitar que Lula pudesse concorrer na eleição presidencial. As provas apresentadas contra o ex-presidente não têm nenhuma consistência. O putrefacto sistema judiciário brasileiro, que age em conluio com as forças que promoveram o golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita, não apresenta perspectivas de que se possa fazer justiça nos processos que envolvem Lula. O povo, no entanto, não faltará com Lula. Por mais que o persigam, Lula continuará sendo a principal expressão politica do Brasil.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

As idas e vindas de Bolsonaro

O período de transição entre governos é longo. Afinal, os governantes são eleitos no mês de outubro de um determinado ano e só tomam posse em janeiro do seguinte. A transição do governo do presidente golpista e ilegítimo Michel Temer para o do eleito Jair Bolsonaro não completou nem um mês, mas tem sido uma fonte inesgotável de informações desencontradas sobre o que viverá o país a partir de janeiro de 2019. As idas e vindas de Bolsonaro em suas declarações são a causa desse quadro. Bolsonaro já disse e desdisse sobre medidas de seu futuro governo várias vezes. A mais recente volta atrás em suas falas foi sobre a extinção do Ministério do Trabalho. Depois da enorme repercussão que a declaração gerou, Bolsonaro, hoje, sinalizou que o Ministério do Trabalho será mantido. A impressão que Bolsonaro transmite é a de que está permanentemente testando a repercussão das medidas que anuncia, e que quando ela é negativa, recua. Com isso, parece pretender evitar um desgaste de sua imagem antes de assumir o cargo. Porém, e depois de empossado, como agirá Bolsonaro? Governará indiferente a possíveis protestos, ou irá recuar cada vez que sua popularidade ameaçar cair? O fato é que o candidato boquirroto e de discurso agressivo deu lugar a um presidente eleito que  parece preocupado em não gerar animosidades na opinião pública. O primeiro efeito que resulta dessas afirmações constantemente revistas é o de transmitir uma imagem de desorientação da futura administração do país, o que gera insegurança sobre o que acontecerá a partir do próximo ano. Cada vez mais, o governo Bolsonaro parece um vôo cego a que os brasileiros serão submetidos. Entre as expectativas positivas do "mercado" e o pessimismo dos brasileiros minimamente conscientes, ninguém sabe exatamente o que acontecerá após a virada do calendário, e isso não é nem um pouco tranquilizador.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Stan Lee

As histórias em quadrinhos de super-heróis marcaram fortemente a infância de pessoas da minha geração. Era o tempo da Ebal, editora que publicava as principais revistas, ou "gibis", de super-heróis no país. Eles se dividiam em dois grupos, de editoras americanas concorrentes, a Marvel e a DC Comics. A DC Comics tinha, no seu catálogo de heróis, Batman, Super-Homem, Aquaman, Flash, entre outros. Alguns dos  heróis da Marvel eram Homem de Ferro, Hulk, Homem-Aranha, Demolidor. Em comum entre os heróis da Marvel, o fato de terem sido criados por um mesmo mestre dos quadrinhos, Stan Lee, que faleceu, hoje, aos 95 anos. Durante boa parte de minha infância me deliciei com as histórias dos super-heróis criados por Stan Lee. O sucesso dos "gibis" acabou levando esses personagens para os desenhos animados e os filmes. Sempre com grande êxito. Stan Lee é um ícone das histórias em quadrinhos, que tanto marcaram a cultura ocidental. Um grande e genial criador que teve uma longa e profícua existência. Um homem cujo trabalho marcou diferentes gerações. Vai-se o criador, ficam os seus personagens, atravessando o tempo e fascinando pessoas de todas as idades.

domingo, 11 de novembro de 2018

Dificuldades fora de casa

Mais uma vez, o Inter saiu na frente jogando como visitante. Novamente, não conseguiu sustentar a vitória. O empate em 1 x 1 com o Ceará, hoje, pelo Campeonato Brasileiro, comprovou que o Inter tem dificuldades fora de casa. Único clube ainda invicto como mandante no Brasileirão, o Inter mostra um rendimento muito inferior quando sai dos seus domínios. O Inter abriu o placar cedo, mas não tirou proveito disso, sofrendo o empate e não conseguindo retomar a vantagem. O resultado praticamente tirou às chances do Inter de ainda vir a ser campeão, já que o Palmeiras, líder da competição, também empatou e manteve a distância que separa os dois clubes na classificação. A partir de agora, cabe ao Inter buscar a confirmação da participação na próxima Libertadores. A reconquista do título de campeão brasileiro, ainda não deverá ocorrer dessa vez.

Poderia ser mais fácil

Uma vitória importante, de virada, obtida nos acréscimos do jogo com um frango do goleiro adversário. Assim foi Grémio 2 x 1 Vasco, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Poderia ser mais fácil, mas a teimosia do técnico do Grêmio, Renato, não permitiu que a vitória fosse definida antes. Jean Pyerre e Mateus Henrique, que marcou o gol da virada, só entraram no segundo tempo, embora já tenham provado que merecem a titularidade. Porém, Renato escalou Cícero, mais uma vez, contrariando o bom senso. Foi a partir da entrada dos dois jovens jogadores  que o Grêmio tomou conta da partida. Afora a grande qualidade técnica, Jean Pyerre e Mateus Henrique imprimem dinamismo ao time, em função de sua juventude, enquanto Cícero e Maicon, jogando juntos, geram muita lentidão. O resultado foi decisivo para o objetivo do Grêmio de se classificar diretamente para a fase de grupos da próxima Libertadores, mas para que ele seja alcançado, o seu técnico terá de se render às evidências, e não insistir com o que, comprovadamente, não dá certo.

sábado, 10 de novembro de 2018

Demofobia

O avanço do fascismo, no Brasil e no mundo, é uma realidade. Consequência de uma crise econômica global que já dura dez anos e não dá sinais de arrefecimento, a atual onda conservadora sataniza tudo o que é popular, e exalta a repressão, vista como um meio de proteger os interesses e o sossego das "pessoas de bem". Essa onda de demofobia é particularmente visível no Rio Grande do Sul, e tem se refletido nas urnas, com a preferência por candidatos de direita nas eleições majoritárias. Em Porto Alegre, um fato, em especial, que tem chamado a atenção é a perseguição ao Carnaval. Depois de uma realização precária em 2017, o desfile das escolas de samba não aconteceu em 2018, e ainda há total indefinição sobre o que ocorrerá no próximo ano. O Carnaval de rua da Cidade Baixa, uma festa popular e democrática, vem sendo ameaçado há anos, e não deverá ser realizado no ano que vem, em nome da tranquilidade dos moradores do bairro, que reclamam das perturbações ao seu bem-estar. Os mesmos moradores perseguem há anos as casas noturnas de um bairro cuja vocação boêmia é por demais conhecida. Os frustrados e mau humorados não suportam o prazer e o contentamento alheios. Escondem, sob a capa da defesa do direito ao repouso e à manutenção da ordem pública, o ódio que sentem dos que são capazes de fruir os prazeres maiores da existência. A espontaneidade que é própria das manifestações populares lhes irrita, já que estão presos por uma série de grilhões. Fracassados crônicos na busca de uma vida gratificante, querem jogar sobre os outros o peso da sua amargura. Mais do que nunca, diante de tanto falso moralismo e repressão, é preciso resistir.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Entre o grotesco e o vexatório

O presidente eleito Jair Bolsonaro é uma fonte inesgotável de declarações estapafúrdias e irrefletidas. Nada mais natural em alguém que tem uma personalidade autoritária associada a uma clara deficiência cognitiva. Dessa forma, na maior parte do tempo, Bolsonaro oscila entre o grotesco e o vexatório. Entre as mais recentes falas de Bolsonaro está a de que ele irá tomar conhecimento, previamente, do conteúdo das provas do Enem, já que ficou insatisfeito com alguns assuntos abordados na edição desse ano. Bolsonaro acrescentou que o futuro ministro da Educação terá de levar em conta que o Brasil é um país conservador. Essa afirmação vem na esteira de outra, dada anteriormente, de que a oposição terá que entender que o seu governo será conservador e cristão. Alguém precisa avisar para Bolsonaro que não cabe a um presidente ocupar-se do teor dos conteúdos de um exame de ensino. Em relação ao seu futuro governo, ele não poderá impor ao país a condição de cristão. O Brasil é um país laico, condição que foi estabelecida quando da instituição da República, que, por sinal, foi proclamada por militares. São tantas as asneiras ditas pelo futuro presidente, que caberia adaptar o bordão de um antigo programa humorístico para ele, e gritar: "Cala a boca, Bolsonaro"!

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A extinção do Ministério do Trabalho

O Brasil se prepara para o show de horrores que terá início no primeiro dia de 2019. O governo do presidente eleito Jair Bolsonaro já assusta antes de começar, imagine-se o que será depois que se tornar uma realidade. Poucos dados são tão explícitos sobre as intenções do novo governo quanto a extinção do Ministério do Trabalho, anunciada durante a semana. Nada mais coerente do que massacrar os interesses dos trabalhadores para um governo que identifica o PT como um inimigo a ser destruído. Afinal, a sigla significa Partido dos Trabalhadores. Com uma embalagem de combate à corrupção, e calcado na figura de um paladino em defesa da "família", o governo Bolsonaro nada terá de boas intenções. Seu verdadeiro propósito é servir aos interesses do empresariado e do agronegócio. A classe trabalhadora brasileira, já vitimada por uma taxa de desemprego brutal, será jogada à própria sorte. Mais do que nunca, o novo governo irá administrar para os rentistas, que acumulam capital sem investir em atividades produtivas. Os trabalhadores, que já sofreram duros revezes no governo do presidente golpista e ilegítimo Michel Temer, terão uma situação ainda mais precária quando Bolsonaro tomar posse. O enorme fosso social brasileiro irá se ampliar. A irrefletida escolha nas urnas feita por 55% do eleitorado brasileiro cobrará um preço muito alto para o país.

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Tendência inevitável

O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia, declarou que a Rede Globo deixará de transmitir os campeonatos estaduais, a partir de 2020. Petraglia revelou que isso se dará pela falta de retorno financeiro, e pelo interesse da Globo de antecipar o início das competições nacionais para fevereiro, incrementando as vendas de pay-per-view. A Rede Globo não confirma inteiramente o que disse Petraglia, mas afirmou que considera um desperdício que um terço do calendário do futebol brasileiro seja consumido com competições estaduais, sem que os clubes das diferentes regiões do país estejam voltados para um mesmo foco. Na verdade, não há nenhuma surpresa nessas notícias. O ocaso dos campeonatos estaduais é uma tendência inevitável. O que espanta é que esse desfecho já não tenha acontecido. O Campeonato Brasileiro, a melhor e mais importante competição do futebol do país, tem o mesmo número de participantes, e por conseguinte de rodadas, que o Espanhol, o Francês, o Italiano e o Inglês. No entanto, enquanto os campeonatos referidos são disputados ao longo de nove meses, o brasileiro é espremido em seis e meio. Com o fim dos estaduais, ou com sua reformulação, o Campeonato Brasileiro poderia começar em fevereiro, resolvendo esse problema. Essa medida já deveria ter sido tomada há muito tempo, mas antes tarde do que nunca.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

A estreiteza mental da direita

Uma das características mais marcantes da direita é a sua boçalidade. Sua linha de argumentação é primária, tosca. Os direitistas costumam debochar de quem é de esquerda é desfruta de boas condições materiais, como se isso fosse uma contradição. Só a estreiteza mental da direita pode estabelecer uma conexão entre um fato e outro. Por quê uma pessoa bem sucedida não pode ser de esquerda? Ser de esquerda é lutar por uma sociedade menos desigual, não pela universalização da miséria. Porém, não adianta, esse argumento cretino continua a ser esgrimido pelos direitistas. Somente hoje, me deparei duas vezes com comentários nesse sentido. Primeiramente, ao ouvir, num programa de rádio,  um conhecido jornalista, ultradireitista, criticar o ator Jim Carrey por suas posturas políticas. O jornalista em questão referiu o fato de que Carrey, a quem chamou de "socialista de Iphone", estava tendo um bate-boca com um senador do Partido Republicano. Não faltou, é claro, a depreciação da figura de Carrey, apresentado como um ator que já participou de muitos blockbusters de Hollywood, mas que, hoje, estaria esquecido pela indústria do cinema. O ponto alto do comentário foi quando o jornalista disse que Carrey recomendou que os Estados Unidos adotassem o socialismo como regime de governo. Com um riso debochado, o jornalista sugeriu que Carrey doasse a sua fortuna pessoal,  de U$ 150 milhões para as causas sociais. Horas depois, vi uma postagem no Facebook em que Caetano Veloso era atacado por defender o movimento dos Sem Teto. A postagem sugeria que Caetano, que, supostamente, possui um patrimônio de R$ 6 milhões em imóveis, abrisse mão do mesmo em favor dos sem teto. Jim Carrey e Caetano Veloso não tem de doar nada a ninguém, ganharam honestamente cada centavo. Não há nenhuma contradição em possuir um bom padrão de vida e ser de esquerda. Pelo contrário, isso é demonstração de um caráter elevado. Mais do que contradição, uma absoluta estupidez, é alguém que não pertença ao topo da pirâmide social defender ideias de direita, cuja finalidade, sabidamente, é promover a concentração de renda e a exclusão social.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Um projeto educacional criminoso

O Brasil vive dias estarrecedores. Não que as barbaridades que estejam ocorrendo no país sejam inéditas na história da humanidade, longe disso. Lamentavelmente, o ser humano não é nada criativo quando se trata de mostrar-se estúpido, mesquinho, tacanho, imbecil. O que surpreende é que certos comportamentos que se pensava estarem depositados no lixo da história se façam presentes no Brasil atualmente. Dentre as atrocidades a que o país está ou virá a ser submetido a partir do novo governo federal que se avizinha, a chamada "escola sem partido" é a mais deletéria. Trata-se de um projeto educacional criminoso, que fere de morte o que o ensino tem de mais precioso, que é a capacidade de despertar o senso crítico dos alunos, de fazer com que eles se tornem capazes de pensar por conta própria, e não serem meros reprodutores de conceitos esquemáticos e conservadores. A ideia de estimular alunos para que gravem as aulas a fim de denunciar professores que estejam praticando "doutrinação ideológica" é de um nível de fascismo superlativo, só imaginável num país que perdeu o rumo. Enganam-se, no entanto, os que acham que, por terem ganho uma eleição, vão impor ao país sua agenda de monstruosidades. A resistência, já anunciada, não será um termo a cair no vazio. Ela existirá, e não será branda. O Brasil não será cabresteado. O obscurantismo não vencerá.

domingo, 4 de novembro de 2018

O chororô surtiu efeito

Após os supostos prejuízos de arbitragem sofridos no empate em 1 x 1 com o Vasco, em São Januário, os dirigentes do Inter abriram o berreiro, esquecendo-se, convenientemente, dos inúmeros favorecimentos recebidos pelo seu clube por parte dos homens do apito. O chororô surtiu efeito. Na vitória por 2 x 1, de virada, sobre o Atlético Paranaense, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, um erro grotesco de arbitragem, com a marcação de um pênalti que não existiu, definiu o resultado em favor do Inter. Como sempre, o Inter jogou pouco, mesmo diante de um adversário que estava com um time inteiramente reserva. A exemplo do que aconteceu contra o Paraná, também no Beira-Rio, o apito amigo agiu já nos acréscimos do jogo. Com bravura, o Atlético Paranaense ainda foi ao ataque, e quase empatou o jogo. Não satisfeito em marcar um pênalti inexistente, o árbitro terminou a partida quando o Atlético Paranaense teria um escanteio para ser cobrado, sem que o tempo de acréscimos houvesse se esgotado. O Inter e o apito amigo continuam andando de mãos dadas.

sábado, 3 de novembro de 2018

Resposta rápida

Superar uma desclassificação dolorosa como a de terça-feira, quando foi eliminado da Libertadores, não parecia ser uma tarefa fácil para o Grêmio. Porém, em seu primeiro jogo após o duro golpe, o Grêmio deu uma resposta rápida ao baque que sofreu, e venceu o Atlético Mineiro por 1 x 0, hoje, no Independência, pelo Campeonato Brasileiro. O gol surgiu logo no inicio do jogo, marcado por Geromel, e o Grêmio conseguiu sustentar a vantagem até o final. Geromel, por sinal, teve mais uma excelente atuação, justificando plenamente o conceito de que desfruta junto ao torcedor. A vitória manteve o Grêmio em quinto lugar, apenas um ponto atrás do São Paulo, contra quem ainda terá um confronto direto, no Morumbi. O Grêmio busca chegar pelo menos em quarto lugar no Brasileirão para se classificar de forma direta para a próxima Libertadores. Afora Geromel, outros jogadores também tiveram atuações dignas de destaque. Um deles foi Paulo Miranda, que, novamente, teve um desempenho muito seguro. Foi, verdadeiramente, uma lástima que tenha deixado o jogo contra o River Plate por ter sentido câimbras, aos 26 minutos do segundo tempo. Se tivesse permanecido até o fim do jogo, o resultado, certamente, seria outro. Mostrar capacidade de superação era essencial para o Grêmio, hoje, e isso foi obtido. O ano não acabou para o Grêmio, que ainda têm objetivos a serem alcançados. Se o título ficou inalcançável, pois o Palmeiras disparou na pontuação, o Grêmio ainda pode ultrapassar os outros clubes que estão à sua frente.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Desfaçatez

O governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) nem tomou posse e o país, estarrecido se vê diante de uma série de anúncios desencontrados, medidas democraticidas sendo aventadas, entre outras barbaridades. Porém, nada é pior e mais carregado de desfaçatez do que a indicação do juiz Sérgio Moro para ser o futuro superministro da Justiça e Segurança. Moro, tido por "herói" pela direita brasileira, não teve o menor constrangimento em aceitar o convite, escancarando o que todas as pessoas lúcidas desse país já sabiam, ou seja, que o julgamento e a condenação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi um episódio político e não jurídico. Agora, ficou evidente em troca de quê Moro condenou Lula. Seu papel era impedir que Lula concorresse na eleição presidencial, que certamente venceria. Em troca, Moro torna-se um superministro e, em 2020, quando Celso de Melo for atingido pela aposentadoria compulsória, ganhará uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Um negócio da China, pois, por ser jovem, Moro poderá ficar décadas no Supremo. A direita, mais uma vez, mostrou o quanto é despudorada. Não se importa em exibir seu desrespeito para com a ética. O governo nem começou, e já desperta, nas pessoas que tem senso crítico, o desejo de que o tempo transcorra rapidamente, para que esse pesadelo acabe.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A decisão que a Conmebol queria

A Libertadores será decidida entre River Plate e Boca Juniors. Uma despedida com chave de ouro para as edições com dois jogos na decisão, já que, a partir de 2019 a competição será definida num jogo único, em local previamente designado, como ocorre na Champions League. Nunca antes a Libertadores teve dois finalistas da Argentina, e, quando isso acontece a disputa será entre os dois clubes de maior rivalidade no país. Sem dúvida, quando ficaram definidos os semifinalistas, essa tornou-se a decisão que a Conmebol queria. Não se verificaram erros monstruosos de arbitragem contra Grêmio e Palmeiras, os outros participantes das semifinais, mas é óbvio que o charme de uma decisão entre os dois gigantes argentinos era algo que fascinava a Conmebol. Será uma decisão sem favoritismo, pois é um clássico de enorme rivalidade. O River Plate tem mais qualidade que o Boca Juniors, mas isso não lhe concede vantagem, pois, numa decisão desse nivel, o esforço e a superação podem nivelar tudo.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Castigo doloroso

Uma eliminação dura, com requintes de crueldade. Assim foi a derrota do Grêmio por 2 x 1, de virada, para o River Plate, hoje, na Arena, que resultou na sua desclassificação da Libertadores. Foi um castigo doloroso, mas uma consequência natural para um clube cujo técnico insistiu em desafiar o bom senso, escalando jogadores que não possuem condições de jogar pelo Grêmio. Renato, depois das várias falhas de Bressann em jogos pelo Campeonato Brasileiro, não o escalou hoje, e escolheu Paulo Miranda para compor a dupla de zaga com Geromel. Paulo Miranda fazia uma grande partida, quando teve de sair por lesão. Aí, tudo começou a se complicar para o Grêmio. Bressan não saiu jogando, mas estava no banco, e entrou no lugar de Paulo Miranda. Antes mesmo de tocar na bola, Bressan levou um cartão amarelo. Pouco depois, o Grêmio sofreu o gol de empate. No final do jogo, quando a classificação parecia garantida, Bressan cometeu um pênalti absurdo, que não foi percebido pelo árbitro, mas foi captado pelo VAR. O River Plate fez o seu segundo gol, que tirou o Grêmio da Libertadores. Ainda que o Grêmio tenha queixas a fazer da Conmebol, as declarações de Renato e do presidente Romildo Bolzan Júnior não traduzem a realidade. O Grêmio não foi roubado, como afirmou Renato. O "subterrâneo"a que se referiu Romildo Bolzan Júnior também não foi o fator que decidiu a partida. Se é verdade que Everton perdeu um gol feito quando o jogo estava 1 x 0 para o Grêmio, o que poderia ter decidido tudo, nada foi pior do que os erros de Bressan, um jogador que já comprovou de forma exaustiva que não tem condições de vestir a camisa do Grêmio. Todos sabiam disso, só Renato insiste em negar o óbvio. Mais cedo ou mais tarde, a conta viria. Ela veio de uma forma terrível, fazendo escapar uma classificação que estava quase garantida. Em respeito à torcida do Grêmio, Bressan não pode mais jogar pelo clube.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Uma receita fadada ao fracasso

Um presidente que admite nada entender de economia, e que por isso vai comer na mão do seu ministro da Fazenda, já é, por si só, algo assustador. Se esse ministro for adepto do ultraliberslismo, torna-se apavorante. Esse é o caso do presidente eleito Jair Bolsonaro e seu futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes. O receituário econômico de direita, como meio de debelar crises, jamais deu certo em lugar algum, é uma receita fadada ao fracasso. O exemplo mais recente disso é a Argentina, do presidente Maurício Macri. A Argentina está quebrada, e, em consequência, teve de recorrer ao FMI. Essa situação o Brasil conhece muito bem. No último governo da ditadura militar, o do general João Batista de Oliveira Figueiredo, o Brasil quebrou, e teve, depois de três décadas, de recorrer ao FMI. A crise se prolongou pelo governo seguinte, de José Sarney, já na redemocratização, com a inflação atingindo níveis galopantes. As receitas econômicas clássicas de direita só funcionam na teoria. Na prática, só geram desemprego e recessão. A fidelidade do eleitor acaba quando o seu bolso fica vazio. A lua de mel de Bolsonaro com o seu eleitorado vai durar muito pouco. A crise, em vez de ser mitigada, vai se agudizar. O temor que paira no ar é o de que o governo recorra a um golpe para se manter no poder. Dentro das regras democráticas, o futuro governo não terá como evitar um colapso, e a abreviação do seu mandato.

domingo, 28 de outubro de 2018

O pesadelo está só começando

O avanço nas pesquisas verificado nos últimos dias não foi suficiente para Fernando Haddad (PT) obter uma virada na eleição presidencial. Com pouco mais de 55% dos votos, Jair Bolsonaro (PSL) é o novo presidente do Brasil. Haddad recebeu pouco mais de 44% dos votos. A diferença em favor de Bolsonaro não chegou a 11% dos votos, enquanto no início da campanha do segundo turno as pesquisas apontavam uma vantagem de 18%. Esse dado revela o quanto o país está dividido. Bolsonaro tem ao seu lado uma maioria circunstancial, não uma avalanche de apoiadores, como muitos tentaram fazer crer. Sua eleição se assemelha com a de dois outros presidentes brasileiros, Jânio Quadros e Fernando Collor de Melo. Em comum com ambos, Bolsonaro tem o discurso moralista e o fato de ter concorrido por um partido sem expressão. Jânio renunciou sete meses depois de empossado. Collor sofreu impeachment na metade de seu mandato. A menos que recorra a um golpe, pois tem os militares ao seu lado, Bolsonaro não deverá ter melhor sorte. A política não perdoa os aventureiros. Porém, o pesadelo está só começando. Os brasileiros terão muito sofrimento pela frente, como consequência de uma desatinada escolha. Os que votaram em Bolsonaro, no entanto, não poderão se queixar quando a realidade bater à sua porta. Afinal, como expressa um ditado popular, quem corre por gosto não cansa.

sábado, 27 de outubro de 2018

Ainda há tempo de evitar um desastre

Amanhã será realizado o segundo turno da eleição presidencial. Dois candidatos absolutamente antagônicos estarão disputando o voto dos eleitores brasileiros. De um lado, favorito para o pleito, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). De outro, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Bolsonaro e Haddad são como água e azeite, não se misturam. O candidato do PSL é racista, adepto da homofobia, misógino e defensor da ditadura militar que tanto mal fez ao país. Haddad é professor, um homem culto, sereno, equilibrado e capacitado. Ainda há tempo de evitar um desastre, que seria a eleição do tresloucado Bolsonaro. O antipetismo de parcelas do eleitorado brasileiro não pode servir de justificativa para colocar no poder um homem despreparado e violento, que não tem compromisso com a democracia. Um governo de Bolsonaro seria uma aventura funesta. O caminho estaria aberto para uma nova ditadura militar, Um governo de Haddad seria de conciliação, de busca de superação da polarização ideológica que se estabeleceu no país. Mais uma vez, é hora da esperança vencer o medo. Em vez de armas, escolha os livros. Aposte na democracia, não no autoritarismo.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Um sonho cada vez mais distante

Mais uma vez, o Inter esteve na frente no placar e,novamente, deixou a vitória escapar. O empate em 1 x 1 com o Vasco, hoje, em São Januário, fez da conquista do título do Campeonato Brasileiro um sonho cada vez mais distante para o Inter. No jogo de hoje, a exemplo do que aconteceu nas derrotas de virada para Chapecoense e Sport, o Inter enfrentou um adversário nitidamente inferior, saiu na frente no placar, mas não conseguiu a vitória. O desempenho do Inter no primeiro tempo foi sofrível. No segundo, os doía times mostraram mais ambição. O Vasco foi quem teve mais chances de gol, mas foi o Inter que abriu o marcador, com um gol aos 42 minutos. A vitória parecia certa, pois faltava pouco para o jogo terminar. Porém, três minutos depois do gol do Inter,  o Vasco teve um pênalti marcado em seu favor, e estabeleceu o resultado final da partida. A chiadeira dos dirigentes do Inter em relação à arbitragem foi exagerada, pois o clube foi muito beneficiado pelo apito amigo, ao longo do Brasileirão. Ao Inter parece restar, apenas, a luta para permanecer entre os clubes que irão se classificar de forma direta para a Libertadores. A conquista do título,  ainda é possível, matematicamente, mas tornou-se improvável.


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Debate desigual

O último debate antes das eleições costuma ter pouca influência no resultado das urnas. Na eleição para governador do Rio Grande do Sul, tanto faz, também, pois os dois candidatos que foram para o segundo turno são do mesmo espectro ideológico. Ainda assim, o que se viu, hoje à noite, foi um debate desigual. Afinal, poucas vezes um candidato mostrou tamanho despreparo quanto o atual governador José Ivo Sartori (MDB), que concorre à reeleição. Sartori, cuja derrota é praticamente certa de acordo com as pesquisas, mostrou-se tenso e inseguro o tempo inteiro, e preso ao roteiro que seus assessores lhe impuseram. Seu adversário, Eduardo Leite (PSDB), não deixou escapar esse detalhe, e, em dado momento, chegou a dizer que, ao contrário do seu oponente, não iria ler um texto previamente elaborado. Nada disso deve surpreender ninguém. O espantoso não é que Sartori esteja muito abaixo de Leite nas pesquisas, mas sim que tenha conseguido chegar ao segundo turno da eleição. Nunca, em tempo algum, o Rio Grande do Sul teve um governador pior do que Sartori. Nenhum outro foi tão inepto e incapaz. Na verdade, o que Sartori fez foi um desgoverno. Durante todo o seu mandato limitou-se a pagar o funcionalismo público com atraso e reclamar das condições financeiras precárias que encontrou quando assumiu o cargo. Afora praticar crueldades contra o funcionalismo e queixar-se da falta de recursos financeiros, Sartori nada fez em termos práticos para resolver qualquer um dos muitos problemas do Estado. Seu adversário, Eduardo Leite, cuja vitória é praticamente certa, não representa nenhum alento, pois segue a mesma cartilha neoliberal de Sartori, mas nada é pior que o atual governador. No debate, Leite mostrou uma fala articulada, ao contrário de Sartori, que tinha dificuldade para se expressar e só dizia o que o roteiro que lhe foi dado estabelecia. Leite não traz nenhuma esperança de dias melhores para o Rio Grande do Sul, mas a saída de cena de Sartori, por si só, será um alívio para o Estado.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Contraste

Os jogos dos semifinalistas brasileiros da Libertadores nessa semana foram marcados pela diferença de desempenho. Houve um sensível contraste entre as atuações de Grêmio e Palmeiras contra River Plate e Boca Juniors, respectivamente. Se, ontem, o Grêmio surpreendeu até os seus torcedores e venceu o River Plate, com merecimento, em pleno Monumental de Nunez, o Palmeiras decepcionou. Hoje, na Bombonera, o Palmeiras perdeu para o Boca Juniors por 2 x 0. Os dois gols saíram no final do jogo, um aos 38 minutos e outro aos 43, do segundo tempo. Até então, o jogo se arrastava num 0 x 0 com muita pouca inspiração dos dois times. O Palmeiras acabou punido por sua falta se ambição. Dispondo de um grupo de jogadores qualificado, o Palmeiras poderia ser mais ofensivo, mas, parecendo satisfeito com um empate, praticamente não atacou durante a partida inteira. No futebol, tudo é possível, e o Palmeiras ainda poderá reverter o confronto, mas o Boca Juniors está com um pé na decisão da competição.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Classificação encaminhada

Foi muito melhor do que qualquer expectativa. O Grêmio venceu o River Plate por 1 x 0, hoje, no Monumental de Nunez, pelas semifinais da Libertadores. O resultado deixa a classificação encaminhada, já que bastará um empate no segundo jogo, na Arena, para o Grêmio disputar mais uma decisão de Libertadores. Claro, nada está decidido. O River Plate é um clube de grande tradição, e pode reverter o confronto. Até porque, Kannemann não jogará na Arena, por ter recebido o terceiro cartão amarelo, e o Grêmio não dispõe de um reserva satisfatório. A vitória de hoje, no entanto, deve ser devidamente  valorizada. Para quem entrou em campo sem dois de seus melhores jogadores, Everton e Luan, foi mais um grande feito. O maior destaque do jogo foi, sem dúvida, Michel que, depois de um longo afastamento por lesão, fez sua segunda partida, com muito boa atuação, e marcou o gol da vitória. O sonho do Grêmio de conquistar o seu quarto título de Libertadores começa a ficar próximo de se realizar.