segunda-feira, 6 de março de 2023

Superestimado

A imprensa esportiva brasileira padece de vícios que geram conclusões equivocadas Um deles é superdimensionar certos resultados, sem observar o contexto em que foram obtidos. Um típico exemplo disso foi o vice-campeonato brasileiro alcançado pelo Inter em 2022. O fato levou o Inter a ser, dentro e fora do Rio Grande do Sul, superestimado quanto ao seu potencial. Os cronistas esportivos não levaram em conta que o Inter chegou nessa colocação sem jamais disputar efetivamente o título que, muito cedo, foi se encaminhando para o Palmeiras. Afora isso, o Inter fracassara em todas as competições anteriores. Se no Campeonato Gaúcho, no qual o Inter nem chegou na decisão, o grupo de jogadores ainda não havia recebido os reforços vindos do Leste Europeu, e o técnico era Alexander Medina, na Copa Sul-Americana, competição que o Inter priorizava e da qual foi eliminado, em pleno Beira-Rio, pelo modesto Melgar, os novos contratados já haviam chegado, e o treinador era Mano Menezes. Após a eliminação, só restou o Campeonato Brasileiro para o Inter disputar. Sem a pretensão de ser campeão, buscando, apenas, classificar-se para a Libertadores, e beneficiado pelo fato de que outros clubes se dividiam com outras competições, o Inter chegou ao vice-campeonato. Os nove pontos atrás do Grêmio no Gauchão não são um acaso. O Inter tem um grupo de jogadores apenas mediano, carece de mais qualidade. A derrota, ontem, no Gre-Nal, quando poderia ter perdido por um placar muito maior que o 2 x 1, evidenciou as limitações do Inter. Resta saber se a imprensa esportiva revisará seus conceitos sobre o Inter, ou continuará a enxergar nele uma qualidade maior do que realmente possui.