sábado, 19 de maio de 2012

Pouco futebol e muita emoção

A decisão da Copa dos Campeões da Europa, hoje, entre Bayern de Munique e Chelsea, esteve longe de ser um grande jogo tecnicamente, mas teve fortes emoções, como convém a uma partida de tamanha importância. O jogo se arrastava num 0 x 0 de poucos lances interessantes, até que, aos 37 minutos do segundo tempo, Thomas Müller abriu o placar para o Bayern. Parecia, então, que a vitória do clube alemão era certa. Porém, aos 43 minutos, Drogba empatou o jogo. Veio a prorrogação, e o Chelsea parecia mais animado em campo, mas, aos 5 minutos do primeiro tempo, Drogba cometeu um pênalti infantil sobre Ribery. Em questão de minutos, Drogba passava de herói para vilão. No entanto, Robben errou a cobrança, que foi defendida por Cech. O Bayern sentiu o golpe, mas procurou, aos poucos, carregado pelo grito do seu torcedor, reagir e buscar a vitória. O Chelsea mantinha a sua segurança defensiva, ousando pouco ofensivamente, para não ser surpreendido num contra-ataque. A decisão foi para os tiros livres da marca do pênalti. O Bayern bateu primeiro e converteu. O Chelsea errou sua primeira cobrança. Mais uma vez, tudo indicava que o título ficaria com o Bayern. Uma nova reviravolta, contudo, aconteceria. Na sequência das cobranças, o Bayern errou duas. A última cobrança do Chelsea ficou para Drogba. Se ele acertasse, o Chelsea seria campeão. Drogba cobrou com incrível frieza e fez o gol do título. Um verdadeiro desastre para o Bayern que, graças a indicação prévia de Munique como sede do jogo, decidiu a competição em casa, o que não acontecia na Copa dos Campeões desde 1984, quando o Roma também desperdiçou a oportunidade e foi derrotado, igualmente nos tiros livres da marca do pênalti, pelo Liverpool. O Chelsea, finalmente, chegou ao título tão desejado por seu proprietário, o milionário russo Roman Abramovich. O clube recupera-se, assim, da frustração da perda do título da Copa dos Campeões de 2008, quando, numa decisão doméstica com o Manchester United, viu a conquista lhe fugir quando o capitão do time, o zagueiro John Terry, desperdiçou sua cobrança na disputa de tiros livres da marca do pênalti. Curiosamente, por ter sido expulso no segundo jogo das semifinais, John Terry ficou de fora da partida de hoje. O Bayern parece não dar sorte em decisões contra os ingleses. Em 1999, decidindo a Copa dos Campeões contra o Manchester United, ganhava o jogo até os 45 minutos do segundo tempo, mas permitiu a virada e ficou sem o título. O Bayern, grande como é, acabará por superar o trauma vivido hoje, e, em breve, estará novamente em busca do título mais importante do velho continente. O Chelsea, por sua vez, ao conquistar o título que tanto almejava, tem tudo para se afirmar, definitivamente, como o mais novo integrante do grupo das potências do futebol europeu.