segunda-feira, 11 de março de 2013

Wilson Fittipaldi

Rejeitado por alguns que o consideram um esporte elitista, o automobilismo tem ampla aceitação entre os brasileiros. Categorias nacionais como Stock Car e Fórmula Truck levam grandes públicos aos autódromos, e assistir às corridas de Fórmula 1 pela televisão, aos domingos, é um hábito arraigado no país há 40 anos. A saga brasileira no automobilismo, com oito títulos mundiais de Fórmula 1, é motivo de orgulho, pois há países de primeiro mundo que nem se aproximam de uma trajetória como esta. Paixão antiga no país, as corridas já eram realizadas nas primeiras décadas do século passado, em ruas, estradas, e pistas improvisadas. Em seu período "romântico", o automobilismo brasileiro teve em Chico Lândi o seu grande destaque. No Rio Grande do Sul, nomes como Catarino Andreatta e Breno Fornari marcaram época. O esporte foi evoluindo e assumindo, com o transcorrer do tempo, uma feição mais profissional. Um dos fatores decisivos para esta nova condição foi a fundação, em 1950, da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Pois, na madrugada de hoje, faleceu Wilson Fittipaldi, o último dos fundadores da CBA que ainda estava vivo. Apaixonado por automobilismo, viu seus dois filhos, Wilson Fittipaldi Júnior, o Wilsinho, e Émerson Fittipaldi, tornarem-se pilotos. Teve o privilégio de, pela Rádio Jovem Pan, de São Paulo, em 1972, narrar o Grande Prêmio da Itália, que deu a seu filho Émerson, e para o Brasil, o primeiro título mundial de Fórmula 1. Três anos depois, Émerson, que ganhara, também, o título da categoria em 1974, fundou, junto com seu irmão, Wilsinho, a primeira equipe brasileira de Fórmula 1, a Copersucar Fittipaldi. Mais tarde, brilhou, também, na Fórmula Indy, da qual foi campeão em 1989, e ganhou, por duas vezes, as míticas 500 milhas de Indianápolis. Nélson Piquet, piloto brasileiro três vezes campeão mundial, costuma dizer que tudo o que aconteceu com o Brasil na Fórmula 1 começou com Émerson, que ele foi quem abriu caminho para o que veio depois. Émerson, por sua vez, diz que o responsável por sua entrada no automobilismo foi o seu pai. A morte de Wilson Fittipaldi tira de cena uma figura de presença indelével no crescimento do automobilismo no Brasil, merecedora do respeito de todos os admiradores deste esporte no país.