terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

O caótico futebol carioca

O futebol carioca é, hoje, uma caricatura do que já foi. Seus grandes clubes despertavam paixões pelo Brasil afora, e forneceram a maioria dos jogadores da Seleção Brasileira durante décadas. A sede do poder político do futebol brasileiro segue sendo lá, desde os tempos da antiga CBD até a atual CBF. O Flamengo é o clube de maior torcida no país. O Maracanã foi, por muito tempo o maior estádio do mundo. Tudo isso, no entanto, contrasta com o caótico futebol carioca da atualidade. Botafogo, Fluminense e Vasco debatem-se com gravíssimos problemas financeiros, que se refletem na formação de times fracos e pouco competitivos. O Flamengo recuperou sua saúde financeira, mas as  contratações de impacto que realiza ainda não se traduziram na formação de um grande time e na conquista de títulos expressivos. Afora isso, o incêndio no "Ninho do Urubu", que resultou na morte de dez jogadores das categorias inferiores do clube, manchou a imagem da instituição. No domingo, no jogo Vasco x Fluminense, na decisão da Taça Guanabara, o primeiro turno do campeonato estadual, uma briga entre os dois clubes na Justiça pelo direito de suas torcidas ocuparem o lado sul do Maracanã fez com que só aos 30 minutos do primeiro tempo fosse autorizada a entrada do público no estádio. Hoje, os jogadores do Fluminense negaram-se a treinar, como forma de protesto pelos salários atrasados. O gerente de futebol do Fluminense, Paulo Angioni, admitiu a existência do atraso nos pagamentos, e disse que o clube ainda não sabe como irá resolver o problema. Sendo assim, como se explica que o Fluminense tenha contratado Paulo Henrique Ganso, um jogador caro? A má administração dos grandes clubes, com exceção do Flamengo, está levando o futebol carioca a um momento de acelerada decadência. Um triste presente, para quem teve um passado tão glorioso.