segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Demofobia

O Rio Grande do Sul e o Brasil estão sendo vítimas da demofobia praticada pelos seus governos. Em nome do enfrentamento da crise econômica, medidas lesivas aos interesses da maioria do povo brasileiro são enviadas à Assembleia Legislativa e ao Congresso Nacional. Em busca, alegadamente, da "austeridade" nas contas públicas, os projetos levados à apreciação dos parlamentares estaduais e federais propõem o fim de conquistas e direitos históricos da população nos campos trabalhista e previdenciário. No Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori chega ao cúmulo de propor a oficialização do calote, ou seja, a autorização para pagar os salários do funcionalismo público de forma parcelada. O presidente Michel Temer quer fazer uma reforma da Previdência Social que obrigue as pessoas a trabalharem durante 49 anos para obter a sua aposentadoria se forma integral. São apenas dois exemplos dos sacos de maldades preparados pelos dois governantes, esfolando o povo sem ameaçar os privilégios dos setores dominantes da sociedade. No caso do Rio Grande do Sul, a votação do pacote de perversidades de Sartori começou hoje, e houve confronto entre servidores e a Brigada Militar. O Brasil está vivendo a pior crise política de sua história. A pressão popular e o que ainda reste de consciência dos parlamentares são a única chance de se evitar a aprovação de medidas tão lesivas aos trabalhadores. No caso de Temer, a melhor saída seria pôr um fim ao seu governo,  já que ele chegou ao poder pela via do golpe e tem um índice alarmante de impopularidade. Sartori, ao contrário de Temer, alcançou o poder pelas urnas. Porém, isso não significa o recebimento de um cheque em branco para massacrar os direitos dos trabalhadores. Os próximos dias serão decisivos para o Rio Grande do Sul e o Brasil. A marcha conservadora que assola o país não pode destruir com o futuro dos brasileiros. Só a ampla mobilização da sociedade será capaz de evitar o pior.