segunda-feira, 25 de maio de 2020

Falsa normalidade

Em meio a pandemia de coronavírus, que atinge números cada vez mais catastróficos, e a revelação de imagens de uma reunião ministerial de conteúdo obsceno, o país vive uma inexplicável calma no terreno político. Depois de semanas turbulentas, geradas pelo comportamento alucinado e errático do presidente Jair Bolsonaro, os demais poderes da República parecem empenhados em impor uma falsa normalidade, o que está longe de ser o melhor para o futuro do Brasil. Nas atuais circunstâncias, só quem lucra com uma acomodação das tensões políticas é o grande empresariado e o mercado financeiro,  sempre esperançosos de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, complete a destruição dos direitos dos trabalhadores brasileiros e a liquidação do patrimônio público do país, transferindo-o para proprietários privados. Não há espaço para a conciliação entre os poderes, especialmente o Executivo e o Judiciário. As ofensas proferidas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, contra o Supremo Tribunal Federal, por exemplo, na referida reunião, não são passíveis de uma retratação. O Brasil virou um pária internacional, em função do governo caótico de Bolsonaro. Dar-lhe fôlego, buscando baixar a temperatura política, é praticar um crime contra os interesses do país, prolongando a permanência de um sociopata no poder. O Brasil consciente, e o mundo, clamam pela queda de Bolsonaro.