sexta-feira, 5 de maio de 2017

Mais uma face do golpismo

A ideia de desenterrar uma proposta que prevê a unificação de todas as eleições a partir de 2020 é mais uma face do golpismo que se instalou no país a partir do impeachment da presidente Dilma Rousseff, e duplamente perversa. Primeiramente, porque cancelaria as eleições previstas para 2018, ampliando o mandato de Michel Temer, um presidente ilegítimo. Em segundo lugar, porque as eleições unificadas fariam com que só tivéssemos pleitos a cada quatro anos, desacostumando os brasileiros com o ato de votar. Antidemocrática, a medida, no entanto, é coerente com os anseios da direita que tomou de assalto o poder no país. A direita tem horror ao processo eleitoral, pois sabe que, no voto, suas chances de vencer são sempre reduzidas. Para que possa se apoderar do país, governando apenas para os potentados e virando as costas para a população é muito mais segura a via do golpe, como ocorreu em 1964 e tornou a a acontecer em 2016. A política tem sido uma fonte diária de pesadelos para os brasileiros. Esse é apenas mais um, mas não vai se concretizar. Afinal, como expressa o ditado, depois da tempestade, vem a bonança. A tempestade política no Brasil não vai durar para sempre.