sexta-feira, 29 de abril de 2011

O casamento de William e Kate

O assunto mais referido pela imprensa nas últimas semanas foi o casamento do príncipe William, da Grã-Bretanha, com a plebéia Kate Middleton, hoje realizado. Em que pese tão maciça cobertura dos meios de comunicação, a impressão que se tem é de que o enlace real de 2011 não alcançou o mesmo impacto junto à opinião pública que o casamento do pai de William, o príncipe Charles, com Diana Spencer, em 1981. Há algumas razões para isso. Em primeiro lugar, Charles era, e ainda é, herdeiro direto do trono de sua mãe, a rainha Elizabeth II, enquanto William é o segundo na linha de sucessão. Afora isso, Diana, com seu ar frágil e o verdor dos seus 19 anos, idade que tinha quando se casou, despertava muito mais fascínio que a madura e decidida Kate, de 29 anos. Por último, a instituição da monarquia, a cada dia que passa, torna-se mais anacrônica em tempos pós-modernos como os atuais. As opiniões em relação ao "acontecimento do ano", na imprensa, variaram do mais absoluto deslumbramento até a mais raivosa contrariedade. Não partilho de qualquer das duas posturas. Não fico deslumbrado com a pompa e circunstância dos casamentos reais que, na verdade, resultam em algo um tanto cafona, ou "kitsch" como preferem alguns. Por outro lado, também não vejo razão para manifestações tão furiosas contra as bodas da realeza britânica. Elas custam muito caro, é verdade, mas se, ainda hoje, tantos se deixam envolver pelo fato, é porque, por mais fora de contexto que possam parecer, tais cerimônias ajudam as pessoas a escapar, ainda que por algumas horas, da realidade sem graça do dia-a-dia, mergulhando numa atmosfera de fantasia. O ser humano, como se sabe, precisa do pão para viver, mas não prescinde do circo.