terça-feira, 3 de maio de 2011

Um quadro cada vez pior

A política, no Brasil, parece ter caído num poço sem fundo. Não há limites para o afundamento moral e o descrédito do meio político brasileiro. Se alguém pensa já ter visto tudo, os jornais, a cada dia, nos abastecem com fatos ainda piores. Na Câmara dos Deputados, temos um analfabeto funcional na Comissão de Educação e parlamentares envolvidos em processos judiciais integrando a Comissão de Ética! O prefeito de São Paulo funda um novo partido e diz que o mesmo não é de esquerda, de centro, nem de direita. Delúbio Soares, um dos responsáveis pelo mensalão, é reintegrado aos quadros do PT. O denunciador do esquema de corrupção na administração passada do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, é, agora, suspeito de pedofilia com os próprios filhos! Um senador arranca o gravador de um repórter e justifica-se dizendo ser alvo de um "bullying" por parte da imprensa. Muitos outros exemplos poderiam ser arrolados, compondo um panorama cada vez mais aterrador. A impressão que se tem é que não resta, no meio político, mais nenhum resquício de ética. Nesse ramo de atividade adotou-se, definitivamente, a idéia de que os fins justificam os meios. A desfaçatez com que os políticos praticam os atos mais baixos deriva da certeza da impunidade e da passividade da opinião pública. Lutou-se muito pela democracia e ela foi restituída. Infelizmente, a volta da democracia não se fez acompanhar por uma prática política mais digna e menos corrupta. Esse é um ideal que ainda está muito longe de ser alcançado.